Ibovespa vira para queda após PIB dos EUA; siderúrgicas guiam perdas

Em sessão pré-carnaval, índice repercute noticiário corporativo, com divulgação de números da CSN e BRF e dados piores do que o esperado da segunda prévia do PIB norte-americano

Lara Rizério

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SÃO PAULO – Em sessão pré-carnaval, o Ibovespa registra mais um dia de volatilidade e não consegue segurar a alta registrada no início do pregão. Após zerar por volta das 10h30 (horário de Brasília), o índice zerou os ganhos e passou a registrar queda expressiva por volta das 11h. Às 11h22, o índice registrava baixa de 0,54%, a 47.348 pontos.

Em destaque, esteve o dado da segunda prévia do PIB dos EUA, que registrou crescimento de 2,4%, levemente abaixo do esperado e bem menor em comparação aos 3,2% da primeira prévia. Vale ressaltar que, na véspera,  presidente do Federal Reserve, Janet Yellen, declarou que a autoridade monetária poderia rever o programa de compra de ativos devido aos dados ruins da economia em meio ao inverno rigoroso. 

Ainda no radar econômico norte-americano, destaque para o PMI (Purchasing Managers Index) de Chicago e o pending home sales. Enquanto isso, na China, ganham destaque os números do PMI medido pelo governo.

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Com os dados nos EUA não animando, as blue chips do Ibovespa passaram a registrar perdas, com destaque para a CSN (CSNA3, R$ 10,58, -3,73%), que tinha no início da sessão após a divulgação do seu resultado. A  companhia registrar um prejuízo líquido de R$ 487 milhões no período, revertendo assim o lucro líquido de R$ 316,137 milhões contabilizados no mesmo período de 2012, impactada pelo efeito não recorrente do Refis. No ano, contudo, a companhia registrou lucro líquido de R$ 533,99 milhões, revertendo assim o prejuízo líquido de R$ 480,57 milhões em 2012. A Vale (VALE3;VALE5), após subir na véspera com os bons resultados, têm leve baixa após abrir em leve alta. Gerdau (GGBR4, R$ 14,69, -0,81%) e Usiminas (USIM5, R$ 10,03, –0,89%) também têm queda. 

A BRF (BRFS3), por sua vez, reportou um lucro líquido de R$ 208 milhões, uma queda de 60% em relação aos R$ 520 milhões apresentados um ano antes. As ações passaram de queda para leve alta nesta sessão, com leves ganhos de 0,64%. No acumulado anual, a companhia viu seu lucro avançar em 38%, passando de R$ 770 milhões em 2012, para R$ 1,06 bilhão no ano passado.

Mas o grande destaque da sessão fica para as ações da Anhanguera (AEDU3), que sobem 3,11%, a R$ 12,94, após a companhia e a Kroton (KROT3) afirmarem que mantiveram os termos de acordo da fusão. 

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Dia de queda nas bolsas mundiais
O preço ao consumidor na zona do euro subiu 0,8% em fevereiro em relação ano passado, ficando acima da expectativa do mercado que era de 0,7%. Previsões do BCE (Banco Central Europeu) mostram que se os preços continuarem fracos, novas medidas de estímulos à economia podem acontecer. Já a taxa de desemprego na zona do euro ficou em 12%, ficando em linha com estimativas do mercado.

Na Alemanha, as vendas de varejo aumentaram 9,4% e atingiram maior patamar em 7 anos, enquanto no Japão os dados subiram 4,4% no ano. Dados da produção industrial no país asiático subiu 4%, segundo mês consecutivo de alta.

Apesar de alguns dados positivos, os principais mercados europeus abriram o dia em queda. O FTSE, de Londres acumula perdas de 0,13%, o DAX, da Alemanha, cai levemente para 0,06%. Os índices de Paris e Madrid tem queda mais acentuada de 0,51% e 1,26%, respectivamente. Tensão na Ucrânia também ajuda a derrubar as bolsas no continente. 

Já na China, os investidores seguiram o dia com cautela e com baixo volume de negociações à espera do PMI da segunda maior economia do mundo. Na última semana o índice atingiu menor nível em 7 meses e deixou os investidores preocupados.

Com um cenário incerto, as ações na Ásia fecharam o dia sem uma direção única. O índice de Xangai Composto terminou o pregão com leve alta de 0,4%. O Hang Seng também encerrou o pregão com valorização, com alta de 0,04%. No Japão, o Nikkei, caiu pela terceira sessão consecutiva e terminou com perdas de 0,6%.


Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.