Após subir no pregão anterior, Ibovespa volta a cair forte pressionado por China

Dados ruins da indústria do gigante asiático são grande vetor da sessão; destaque ainda para anúncio da meta fiscal

Lara Rizério

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SÃO PAULO – Após registrar alta na véspera em meio a um movimento de recuperação, o Ibovespa volta a ter queda. Às 10h03 (horário de Brasília), o benchmark da bolsa registrava perdas de 0,78%, a 46.781 pontos, após os dados ruins da atividade industrial da China e da zona do euro, além de seguir cautela à espera de anúncio da meta fiscal. Às 10h06 (horário de Brasília), o índice tinha perdas de 0,94%, a 46.708 pontos. 

No cenário nacional, o grande destaque fica para o anúncio da meta fiscal deste ano pelos ministérios da Fazenda e do Planejamento, às 10h30. As expectativas são de que caberia ao governo apresentar um superávit entre 1,4% e 1,5% do PIB (Produto Interno Bruto) e um ajuste de despesas entre US$ 30 bilhões e US$ 40 bilhões.

Em destaque ainda, está a Pesquisa Mensal de Emprego de janeiro, que apontou para alta de 0,5 ponto percentual da taxa de desocupação, para 4,8% na comparação com dezembro, mas com queda de 0,6 ponto percentual frente janeiro do ano passado. 

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Cabe ainda ressaltar os dados decepcionantes da economia da China e da zona do euro, que ficaram abaixo do esperado, que devem pressionar a sessão desta data. 

O PMI (Índice de Gerente de Compras), divulgado pelo HSBC, mostrou que a atividade manufatureira na China caiu para 48,3, o que indica uma contração na segunda maior economia do mundo, ante 49,5 no mês passado. O índice atingiu o seu menor nível em sete meses, dando mais um sinal de que a economia do gigante asiático está enfrentando uma desaceleração. 

Dados divulgados no Japão também deixaram os investidores pessimistas. O país registrou um déficit comercial recorde em janeiro de US$ 27,3 bilhões, ficando acima do esperado pelo mercado. 

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Enquanto isso, o PMI da atividade empresarial da Zona do Euro ficou em 52,7, número um pouco abaixo do mês passado e não atingiu a expectativa do mercado, que era de 53,1. O único destaque positivo de dados no continente fica com a Alemanha. O índice de Gerente de Compras do país subiu para 56,1, ante leitura de 55,5 no mês anterior, e atingiu maior nível desde junho de 2011. 

Noticiário corporativo
Entre os destaques, está a operadora Oi (OIBR4), que registra a maior queda do índice, com perdas de 3,44%, a R$ 3,65. A companhia informou nesta manhã que entrou com pedido de registro de oferta pública de ações na CVM (Comissão de Valores Mobiliários). A empresa estima que a precificação da oferta, que faz parte do processo de fusão com a Portugal Telecom, ocorrerá no dia 16 de abril. O valor total do aumento de capital da Oi é estimado em, aproximadamente, R$ 14 bilhões.

Já as ações da Vale (VALE3, R$ 34,64, -0,80%; VALE5, R$ 30,65, -0,81%) e de siderúrgicas também têm perdas, após terem apontado um movimento de recuperação na sessão anterior. Além do cenário ruim da China, os temores de um novo racionamento também atinge as ações do setor. Por outro lado, as ações de elétricas, como Copel (CPLE6, R$ 24,30, +1,00%) e Light (LIGT3, R$ 15,73, +0,96%) seguem o movimento de recuperação da última sessão. 

E, entre os destaques de alta, chama a atenção os papéis da Gol (GOLL4, R$ 11,50, +5,22%), após a companhia aérea anunciar a assinatura de uma parceria estratégica de longo prazo com a Air FranceKLM. 

Europa e Ásia
Os mercados asiáticos, que já estavam cautelosos seguindo as perdas nos Estados Unidos depois que a ata da última reunião de política do Federal Reserve mostrar que o Fed continua no caminho de redução dos estímulos à economia, ampliaram as perdas ainda mais com os dados chineses. 

Com o cenário negativo e refletindo as perdas das bolsas norte-americanas na véspera, os benchmarks da Ásia encerraram o pregão com perdas. O Nikkei, principal índice acionário do país, encerrou o dia com queda de 2,2% a 14.449 pontos. Já o Xangai Composto, benchmark da China, terminou o pregão com leve queda de 0,18%, enquanto o Hang Seng encerrou com perda de 1,19%.

Já na Europa, mesmo os dados positivos da Alemanha não conseguiram animar os investidores no pregão. O benchmark alemão lidera as perdas nas bolsas europeias e tem baixa de 1,08%. O FTSE, de Londres, tem leve desvalorização de 0,26%, enquanto o CAC, de Paris, cai 0,38%.

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.