Petrobras cai mais de 3%; resultado “assusta” BM&FBovespa; Embraer se salva

Ainda entre os destaques, BB cai forte mesmo com recorde de lucro líquido em 2013, de R$ 15,758 bilhões; Sabesp recua após a tão esperada revisão tarifária

Paula Barra

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SÃO PAULO – O Ibovespa segue pelo segundo dia em queda nesta quinta-feira (13). Às 12h53 (horário de Brasília), o índice recuava 2,06%, a 48.216 pontos, pressionado pelas ações “pesos-pesados” da Petrobras (PETR3, -3,29%, R$ 13,54; PETR4, -3,14%, R$ 14,49) e Vale (VALE3, -1,80%, R$ 33,84; VALE5, -1,85%, R$ 30,22), que juntas representam cerca de 12% da carteira teórica do benchmark. O mau humor levava a queda de mais de 3% 14 ações das 72 que compõem o Ibovespa.

Com esse desempenho, apenas as ações da Embraer (EMBR3, +1,12%, R$ 19,87) operavam em alta nesta sessão. A maior fabricante de aeronaves regionais do mundo fechou seu primeiro grande acordo com uma companhia aérea indiana, a Air Costa, por 50 jatos num valor total de US$ 2,94 bilhões.

A Air Costa será a primeira cliente na Índia do E-Jet E2, a versão atualizada e remotorizada da companhia, quando receber sua primeira aeronave em 2018, disseram representantes da companhia em uma coletiva de imprensa durante a feira de aviação de Cingapura.

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Por outro lado, figuravam na ponta negativa do índice as ações do Banco do Brasil (BBAS3), que caíam 5,21%, sendo cotadas a R$ 20,75. Nesta manhã, a instituição reportou lucro líquido de R$ 3 bilhões, uma queda de 23,7% na comparação com o mesmo período do ano anterior. Em bases recorrentes, o lucro do período, de R$ 2,424 bilhões, caiu 23,8% na comparação anual. A previsão média de oito analistas ouvidos pela Reuters apontava para lucro líquido de R$ 2,61 bilhões no período. No acumulado de 2013, no entanto, o lucro líquido registrou alta de 29,1%, a R$ 15,758 bilhões, sendo assim o maior lucro da história do sistema financeiro.

Conforme apontou a XP Investimentos, o desempenho operacional da instituição demonstrou desenvolvimento razoável em algumas métricas, como: despesas de provisão abaixo do esperado, qualidade de carteira em níveis superiores ao sistema financeiro nacional, concessão de crédito abaixo do esperado (aspecto positivo para o banco), reestruturação atingida pelo Banco Votorantim e receitas com serviços em ritmo notável. “Porém, vale ressaltar que a trajetória dos índice de inadimplência para operações em atraso a mais de 90 dias, despesas administrativas e ROE (retorno final da instituição) continuam em tendência negativa, mesmo excluindo Banco Votorantim, o que pode adicionar visão negativa por parte do mercado sobre a instituição”, avaliam.

No mesmo sentido, apareciam também as ações das construtoras, que eram conduzidas pelo mau humor generalizado do mercado e figuravam entre as maiores quedas do Ibovespa, com destaque para Brookfield (BISA3, -4,07%, R$ 1,18), Gafisa (GFSA3, -3,96%, R$ 3,15), MRV Engenharia (MRVE3, -3,75%, R$ 8,21) e Cyrela (CYRE3, -3,48%, R$ 13,60).

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Outros destaques

Sabesp
Aparecia na segunda pior posição do Ibovespa a ação da Sabesp (SBSP3), que recuava 5,55%, sendo cotada a R$ 21,96. A Arsesp divulgou na noite de ontem a tão esperada revisão tarifária. O aumento proposto pela agência ficou em 4,66%, o que parece em linha com a inflação do período, implicando em quase zero de ganho real na tarifa, comentou o Credit Suisse. Além disso, um dos pontos de maior discussão e motivos de atrasos de todo o processo, a base regulatória, mostrou quase nenhuma evolução da proposta anterior para essa (aproximadamente R$ 27 bilhões). Era esperado um certo incremento na base líquida. 

Natura
Também era afetada pelo balanço do quarto trimestre as ações da Natura (NATU3), que caíam 4,51%, sendo cotadas a R$ 36,61. A empresa de cosméticos encerrou 2013 com queda de 3,6% em seu lucro líquido, que passou para R$ 842,6 milhões, ante R$ 874,4 milhões em 2012. Já entre os meses de outubro e dezembro do ano passado, o lucro da empresa subiu 8,7%, quando comparado ao mesmo período de 2012, indo para R$ 294,1 milhões.  A receita líquida da empresa cresceu 15,5% no último trimestre do ano passado, indo para R$ 2,165 bilhões, contra R$ 1,875 bilhões no mesmo período de 2012. No ano, o crescimento foi de 10,5%, alcançando R$ 7,01 bilhões.   

Elétricas
As ações das elétricas caem forte nesta sessão em reflexo à aprovação na Câmara dos Deputados de projeto que pode obrigar as distribuidoras a devolverem R$ 7 bilhões cobrados a mais de consumidores por um erro de cálculo na conta de luz entre 2002 e 2009. A notícia, segundo a XP Investimentos, é negativa para essas empresas em Bolsa, especialmente para Equatorial (EQTL3, -2,72%, R$ 20,76), Coelce (COCE5, -0,17%, R$ 46,44), Cemig (CMIG4, -2,96%, R$ 13,42), Energias do Brasil (ENBR3, -4,08%, R$ 9,40), Light (LIGT3, -3,23%, R$ 17,40), Copel (CPLE6, -0,81%, R$ 25,84), Celesc (CLSC4, +4,09%, R$ 16,29) e Eletrobras (ELET3, -2,56%, R$ 4,94; ELET6, -2,65%, R$ 9,19).

BM&FBovespa
Já as ações da BM&FBovespa (BVMF3) caem pelo segundo dia em meio à proximidade da divulgação do resultado, programado para hoje após o fechamento do pregão. Nesta sessão, os papéis da Bolsa recuam 1,28%, a R$ 9,25, pressionados por expectativas ruins sobre o balanço do quarto trimestre. Segundo o analista do Safra, Francisco Kops, é esperado um “efeito duplo”: queda no volume de negociação na Bolsa e aumento do high frequency, o que deve provocar uma diminuição na margem da empresa. 

Braskem
As ações da Braskem (BRKM5) minimizam as perdas nesta tarde, depois de terem chegado a cair 2,82%, a R$ 17,89, e registram queda de 0,98%, a R$ 18,23. A empresa registrou um lucro líquido de R$ 15 milhões no quarto trimestre de 2013, uma queda de 43% na comparação trimestral e somou um lucro de R$ 507 milhões nos doze meses do ano. O resultado anual significou uma reversão do prejuízo de R$ 738 milhões do ano de 2012. De acordo com a companhia, em ambos os casos, o resultado foi positivamente influenciado pelo melhor desempenho operacional. A companhia destacou ainda que, com o objetivo de melhor refletir os efeitos de variações cambiais no resultado, a Braskem passou a adotar, a partir de 1º de maio, a contabilidade de hedge e ressaltou que, caso não tivesse optado por adotar essa prática, o prejuízo registrado seria de R$ 1 bilhão.

Via Varejo
No mesmo sentido, as units da Via Varejo (VVAR11) caem 1,38%, a R$ 24,36. A companhia de comércio eletrônico e de varejo de eletrodomésticos teve lucro líquido de R$ 769 milhões no quarto trimestre de 2013, mais que três vezes o resultado positivo de um ano antes, impulsionado por melhoras operacionais e ganhos não recorrentes. Em termos ajustados, a companhia teve lucro líquido de R$ 264 milhões nos três últimos meses de 2013, alta de 22,9% na comparação anual. O Ebitda somou R$ 1,261 bilhão, mais que o dobro em relação ao resultado de 529 milhões obtidos um ano antes. A margem no período passou de 9,5% para 20,2%.