Cautela domina Ibovespa no início da sessão, entre Turquia, Fed e resultados

Banco Central da Turquia surpreendeu ao elevar juros de 7,75% para 12%; mercado segue na expectativa pelo Fomc e repercute números do quarto trimestre da Cielo

Lara Rizério

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SÃO PAULO – Em um dia de noticiário bastante agitado e repercutindo principalmente as decisões de política monetária nos países emergentes e a expectativa pelo Fomc (Federal Open Market Commitee), o Ibovespa inicia a sessão desta quarta-feira (29) com cautela, registrando perdas de 0,58%, a 47.561 pontos, às 10h23 (horário de Brasília). 

O mercado volta os olhos nesta sessão para surpreendente decisão do Banco Central da Turquia de elevação dos juros de 7,75% para 12%, curvando-se à pressão do mercado para conter a queda da moeda nacional, a lira, e ignorando a oposição do primeiro-ministro do país, Tayyip Erdogan. Isso é visto com cautela pelo mercado, por significar um aumento da disputa pelo capital do investidor estrangeiro e que pode afetar o Brasil.

Destaque ainda para a reunião de política monetária do Federal Reserve, a última sob o comando de Ben Bernanke, com a estimativa de redução de estímulos mensais à economia norte-americana em US$ 10 bilhões, para US$ 65 bilhões. Nos EUA, destaque ainda para o discurso “Estado da União” do presidente Barack Obama feito na véspera, que destacou a maior velocidade da economia e a queda da taxa de desemprego e prometeu ser mais agressivo na utilização de seus poderes executivos.

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No cenário corporativo nacional, o grande destaque fica para as ações da Cielo (CIEL3), que abriu a temporada de resultados do quarto trimestre na véspera e registra leves ganhos de 0,76%, a R$ 63,59, no início desta sessão. A maior empresa de meios eletrônicos de pagamentos do país reportou lucro líquido de líquido de R$ 720,7 milhões entre outubro e dezembro, alta de 16,2% ante igual etapa de 2012. Em destaque, está ainda o Itaú Unibanco (ITUB4), que confirmou a compra do banco chileno Corpbanca e registra leves perdas de 0,53%, a R$ 29,90. 

E, com o novo dia de alta do dólar, as ações de empresas exportadoras lideram ganhos nesta sessão, com destaque para a Usiminas (USIM5, R$ 12,35, +0,98%) e CSN (CSNA3, R$ 11,60, +0,69%), além de Suzano (SUZB5, R$ 9,30, +0,87%). 

Ásia e Europa
Na Ásia, após semanas de perdas, o dia é de recuperação para os índices  acionários do continente. O Nikkei, benchmark referência do Japão, fechou o dia em território positivio pela primeira vez em uma semana e atingiu seu maior valorização em quase cinco meses. O índice terminou com alta de 2,70%.

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Enquanto isso, na China, os mercados do gigante asiático estenderam os ganhos pela segunda sessão consecutiva, apesar de uma forte desvalorização da moeda, que atingiu seu menor nível quase duas semanas. A decisão do Banco Central da China de injetar dinheiro no mercado asiático continua motivando os investidores. O índice de Shangai Composto fechou o pregão com valorização de 0,56%, enquanto o outro bechmark do país terminou com alta de 0,82%.  

Já na Europa, os investidores também viram suas ações saltarem após a decisão do Banco Central da Turquia de aumentar as taxas de juros. Segue também no radar do investidor europeu a reunião do FED. 

Na Alemanha, os dados divulgados sobre a confiança do consumidor que aumentou para 8,2%, contra expectativas de 7,6%, surpreendeu positivamente. Porém na Espanha os dados não foram positivos e mostraram uma diminuição de 1% das vendas no varejo em dezembro. 

Contudo, os principais índices acionários do continente abriram a sessão com alta. O FTSE 100 index começou o dia com ganhos de 0,68%, equanto os benchmarks da Alemanha e França também estavam com alta de 0,85% e 0,64%, respectivamente. 

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.