Bill Gross engrossa o coro de céticos com Brasil: “País não é mais o favorito da Pimco”

Não é a primeira vez que o fundador de uma das maiores gestoras do mundo mostra ceticismo com o Brasil; em dezembro, ele já havia reduzido exposição no País

Lara Rizério

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SÃO PAULO – Falando na ETF Virtual Summit 2014, um dos fundadores da Pimco, Bill Gross, engrossou o coro daqueles que não estão mais tão positivos com o cenário para o Brasil. Conforme apontou o gestor do maior fundo de renda fixa do mundo, o País já não é mais o preferido entre os emergentes da gestora há muito tempo, citando os títulos do México como bastante atrativos neste nicho, conforme ressaltado pela agência Bloomberg.

E não é a primeira que Gross mostra ceticismo com o mercado brasileiro. Em meados de dezembro, em comentário mensal do fundo Total Return, o gestor ressaltou que “está reduzindo o risco em Brasil e está posicionado para a depreciação do real”. De acordo com o gestor, a maior preocupação é de que os formuladores de política no Brasil não consigam alcançar uma combinação de ferramentas de política fiscal e monetária para promover a aceleração do crescimento econômico.

Os bônus e a moeda brasileira já chegaram a representar as maiores participações no Pimco Emerging Local Bond Fund, de acordo com o site da Pimco, num valor total de US$ 11,5 bilhões até o dia 30 de setembro. Além deste, outros fundos da Pimco que apostaram no Brasil foram o Pimco Low Duration, Pimco Unconstrained, o Pimco Commodity RealReturn Strategy, além do Total Return. 

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O título brasileiro em termos de reais registrou queda de 11% frente ao dólar em 2013, contra a queda média de 6,9% nos países emergentes, enquanto o real teve queda de 7,4% nos últimos três meses, em meio a um cenário de preocupação com a deterioração fiscal no Brasil. 

Vale ressaltar que visão dos estrangeiros sobre o Brasil vem sofrendo forte deterioração, em meio a um cenário de desaceleração do crescimento econômico e de deterioração fiscal, associado a um ano eleitoral, o que torna as expectativas para uma maior contenção de gastos ainda mais desafiadoras. Neste ambiente, o CDS (Credit Default Swap), que mede o risco de calote da dívida soberana dos países, vem refletindo a maior aversão ao Brasil, já precificando um corte de rating pelas grandes agências de classificação de risco. 

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.