Dia positivo tem apenas 1 ação caindo mais de 2% no Ibovespa; veja 16 destaques

JBS e Marfrig sobem forte após dados de exportação surpreenderem em 2013

Felipe Moreno

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SÃO PAULO – Em uma sessão mais tranquila, o Ibovespa encerrou esta quarta-feira (15) com alta de 0,81%, aos 50,105 pontos. Foram 11 ações fechando o dia com alta de mais de 2%, enquanto apenas 1 papel registrou queda superior a 2%. Na ponta positiva, mais uma vez o destaque ficou com as imobiliárias, que seguem divulgando suas prévias e registrando fortes ganhos na bolsa.

Uma companhia que ajudou o índice com sua alta foi a Petrobras (PETR3, +3,21%, R$ 15,12; PETR4, +2,17%, R$ 16,04), que representam quase 12% da carteira teórica do benchmark. A companhia acelerou seus ganhos na sessão em meio à notícia veiculada pelo jornal Folha de S. Paulo de que pode haver um reajuste de combustíveis em junho, mas que a alta pode ser antecipada. 

Além disso, a companhia informou que suas reservas provadas de petróleo e gás natural alcançaram 16,565 bilhões de boe (barris de óleo equivalente) em 31 de dezembro de 2013. O volume é 0,76% superior em comparação com o observado em igual período de 2012. Considerando o critério da SEC (Securities and Exchange Comission), a Petrobras alcançou volume de reservas de 13,123 bilhões de BOE no ano passado, alta de 1,9% em relação ao ano anterior. Ainda sobre a petroleira, foi informado na véspera um reajuste de 15% no óleo combustível no final do ano passado.

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Eletrobras lidera perdas do Ibovespa
Do lado negativo do índice, chamou atenção a Eletrobras (ELET3; ELET6), cujas ações ordinárias caíram 1,57%, a R$ 5,65, enquanto as preferenciais recuaram 3,72%, a R$ 9,57. Os papéis repercutem a notícia de que a Aneel determinou ontem que a empresa devolva R$ 1,924 bilhão à conta do encargo setorial RGR (Reserva Global de Reversão).

O ressarcimento se refere aos pagamentos de financiamentos concedidos a agentes com recursos da RGR que não foram transferidos à conta do encargo setorial, administrada pela holding federal. No mesmo despacho, foi determinado que a Eletrobras também devolvesse outros R$ 113,5 milhões por causa da apropriação de encargos financeiros da RGR durante os anos de 1998 e 2001. 

Outros destaques:

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Vale
Ajudando a manter os ganhos do Ibovespa nesta sessão, as ações da Vale (VALE3; VALE5) registraram bons ganhos, com os ativos preferenciais subindo 1,44%, para R$ 30,23, enquanto os ativos ordinários avançaram 1,34%, a R$ 32,45. Apesar do desempenho positivo, analistas seguem divergindo sobre suas projeções para a mineradora em 2014.

Duratex
Já as ações da Duratex (DTEX3) lideraram oss ganhos do Ibovespa, favorecidas pelo comentário positivo e recomendação de compra dos papéis divulgado hoje por profissionais do Credit Suisse. Os ativos registraram 
valorização de 3,64%, a R$ 12,54.

A equipe de análise do banco de investimentos observa que o mau desempenho recente do papel (-5,6% em janeiro) pode ser explicado, em parte, pelo fato de a base de acionista ser 75% de investidores estrangeiros e, como consequência, andou junto com o cenário macroeconômico do Brasil. Porém, eles destacam que a companhia tem fundamentos positivos, como o fim do ciclo de investimento, previsão de reajuste de preços e crescimento de volumes.

Frigoríficos
Ganhando força durante a tarde, as ações da JBS (JBSS3) registraram alta de 2,30%, a R$ 8,90 – maior patamar desde março de 2010. O movimento ocorre após a Abiec (Associação Brasileira das Indústrias de Carnes) informar que as exportações de carne bovina totalizaram US$ 6,6 bilhões em 2013, uma alta de 13,9% ante o resultado de 2012, que ficou em US$ 5,8 bilhões. O resultado foi acima do esperado pela própria Abiec.

Vale destacar que, apesar da alta de hoje, a JBS segue com um acumulado de leve alta no ano, que só não é melhor por causa dos dois primeiros pregões de 2014 quando recuou bastante. Desconsiderando essas duas sessões, os papéis da companhia acumulam ganhos de mais de 8% em 2014. Os números da Abiec também impulsionaram as ações da Marfrig (MRFG3, R$ 4,43, +0,68%) e da Minerva (BEEF3, R$ 11,65, +1,84%).

Siderúrgicas
No Ibovespa, voltou a chamar atenção os ativos das siderúrgicas. Após registrarem fortes perdas na véspera, puxadas por dados ruins de exportação nos EUA, os ativos das empresas do setor tiveram ganhos neste pregão. Tanto Gerdau (GGBR4, R$ 17,45, 1,45%), quanto os papéis ordinários da Usiminas (USIM5, R$ 13,86, +1,76%) subiram mais de 1%, enquanto CSN (CSAN3) subiu 0,73%, aos R$ 13,73.

Souza Cruz
As ações da Souza Cruz (CRUZ3, R$ 23,30, -0,34%) seguem voláteis. Nesta sessão, os papéis tiveram queda de máxima de 1,25%, a R$ 22,93, e chegaram a subir 1,08%, para R$ 23,47 na máxima da sessão. A percepção do mercado é que a empresa pode entrar em uma nova guerra de preços. Segundo analistas, a fabricante de cigarros Phillip Morris, dona da Marlboro, elevou seus preços em 12% no dia 13, ante reajuste de 14% anunciado em 31 de dezembro pela Souza Cruz. Na visão deles, para não arriscar a perder a fatia de 10% do Dunhill no mercado premium brasileiro, a Souza Cruz pode recuar do repasse de 14%. 

Coelce
Fora do Ibovespa, a Coelce (COCE5) foi o grande destaque após anunciar que a chilena Enersis, com sede na cidade de Santiago, aprovou em reunião de seu conselho de administração a OPA (Oferta Pública de Aquisição) das ações da companhia que estão em circulação no mercado. O preço oferecido aos acionistas é de R$ 49 por cada ação, o que representa um prêmio de 20,1% sobre o preço médio ponderado de cotação dos papéis preferenciais classe A na BM&FBovespa no fechamento dos 30 pregões anteriores a 13 de janeiro.

Na última terça-feira, os ativos COCE5 – os mais líquidos na bolsa – encerraram a sessão a R$ 43,15. Diante da oferta, as ações preferenciais da empresa registraram forte valorização de 11,47%, cotadas a R$ 48,10. O volume financeiro também impressionou e alcançou R$ 37,32 milhões, contra média diária dos últimos 21 pregões de R$ 2,447 milhões.

OGX
As ações da OGX (OGXP3), agora Óleo e Gás Participações, fecharam com alta de 3,85% nesta sessão, a R$ 0,27. A petroleira informou na noite da véspera que fechou um empréstimo-ponte de até US$ 50 milhões para financiar suas exportações e pagar os custos e as despesas relacionadas. A empresa terá 60 dias depois do desembolso inicial para pagar esse empréstimo e deve ser obrigatoriamente pré-pago na ocorrência de alguns eventos, cujas condições foram divulgadas no dia 24 de dezembro.

CVC
Última estreante na bolsa CVC (CVCB3), maior agência de viagens da América Latina, viu suas ações subirem 0,64%, a R$ 15,70, nesta sessão. O JPMorgan e BTG Pactual iniciaram cobertura do papel, ambos com recomendação equivalente a compra. Para os analistas do JP, o mercado de viagens no Brasil deve crescer a uma taxa (CARG) de 11%, enquanto a marca forte da CVC e sua maior rede de lojas exclusivas deverão permitir ganhos de market share, com retornos normalmente elevados. Já o BTG avalia que que a indústria de turismo local está longe do seu verdadeiro potencial, mesmo considerando os incentivos que alimentam a demanda por produtos de viagens.

Helbor
A Helbor (HBOR3) deu continuidade à divulgação das prévias do terceiro trimestre do setor de construção. A empresa lançou R$ 1 bilhão no período, 9,7% acima do mesmo trimestre do ano passado. No ano, os lançamentos atingiram R$ 1,5 bilhão, alta de 7,5%. A velocidade de vendas, medida pelo VSO, chamou atenção no lado negativo, indo para 17% no quarto trimestre. Segundo a XP, a prévia da Helbor foi negativa, indo na contramão do mercado das companhias que já reportaram seus dados, com VSO acima de 20%. Além dela, desde a última sexta-feira, PDG Realty (PDGR3), Cyrela (CYRE3) e Direcional (DIRR3) divulgaram seus números. Nesta sessão, as ações HBOR caíram 1,11%, a R$ 8,05.

HRT
AS ações da HRT (HRTP3) registraram seu maior patamar desde 5 de outubro do ano passado ao atingir R$ 1,09, com alta de 7,92%. Nesta quarta a companhia reforçou que a assembleia que deveria ocorrer nesta data foi adiada e deve ocorrer apenas em março.

Inepar Telecomunicações
As ações da Inepar Telecomuniações (INET3) seguem chamando atenção na bolsa. Após dispararem 50% na segunda-feira após um comunicado em que a Paiffer Managment afirmou que, após comprar ações da empresa, visava adquirir o controle da Inepar. Porém, na terça-feira a companhia desmentiu a informação, fazendo as ações fecharem em queda. O movimento negativo seguiu nesta sessão, levando os ativos a caírem 15,00%, para R$ 0,17.

Lupatech
As ações da Lupatech (LUPA3, R$ 0,69, -15,85%) encerraram esta quarta-feira em queda após registrarem ganhos nas últimas sessões. Na segunda-feira a companhia informou que atingiu o quórum necessário para que o plano de recuperação extrajudicial, apresentado aos titulares dos bônus perpétuos, seja submetido à aprovação em AGE (Assembleia Geral Extraordinária) e posterior apresentação e homologação em juízo.

O plano, lançado em novembro do ano passado, foi aprovado por bondholders que detêm, em conjunto, mais de 86% do valor dos bonds emitidos por sua subsidiária integral Lupatech Finance Limited, permitindo aos detentores de bônus que ainda não se manifestaram a fazer até a data de homologação do plano, a ser ajuizada pela companhia. Vale destacar o forte volume movimentado pelos papéis, que atingiram R$ 5,47 milhões, ante média de R$ 300 mil – já distorcida por três dias de volume superior a R$ 4 milhões.

Grendene
Com queda de 2,02% nesta quarta-feira, as ações da Grendene (GRND3) chegaram ao 3º dia seguido de queda, fechando a R$ 17,45, apenas 9 centavos acima do fechamento de 16 de dezembro do ano passado – que é o menor patamar do papel desde março de 2013. O que chama a atenção nesta quarta foi o forte volume financeiro movimentado por GRND3, que chegou a R$ 27,5 milhões – 5 vezes acima da média diária dos últimos pregões. Vale destacar ainda que quase 40% das operações de venda da ação foi intermediada por UBS, BTG Pactual, JPMorgan, Credit Suisse e Morgan Stanley, corretoras normalmente utilizadas por grandes fundos de investimentos ou investidores estrangeiros, sinalizando que esta queda pode ter sido provocada pela saída de um ou mais importantes acionistas da companhia.