Ibovespa vira para queda repercutindo PMI da China; dólar sobe cerca de 2%

Enquanto a China decepcionou ao mostrar desaceleração da atividade industrial, indicadores na Europa animaram

Lara Rizério

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SÃO PAULO – Após fechar em queda de 15,50% em 2013 e registrar um dos piores desempenhos do mundo, o Ibovespa inicia a sessão desta quinta-feira (2) bastante instável. Após abrir a sessão em leve alta, o Ibovespa virou para queda, e registra perdas de 0,67%, a 51.164 pontos, às 10h26 (horário de Brasília) da sessão desta quinta-feira (2). Os investidores voltam do feriado repercutindo os dados industriais da China, que decepcionaram ao apontar para desaceleração, em contrapartida para os dados europeus, que registraram retomada da atividade.

Os papéis da Petrobras (PETR3;PETR4) registram leves ganhos, mas não são suficientes para reverter a baixa de boa parte dos ativos do Ibovespa. Enquanto isso, a ALL (ALLL3) é a maior queda do índice, de 3,20%, a R$ 6,35. Segundo apurou o Valor, a ALL e o governo estão negociando um plano para minimizar os problemas de transporte de grãos da safra atual, principalmente de soja para o Porto de Santos. Na semana passada, houve uma primeira reunião com esse objetivo reunindo representantes do Ministério dos Transportes, da ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres) e da empresa e um novo encontro está marcado para a próxima segunda-feira para avaliar o “plano safra” da ALL.

Já a Vale (VALE3;VALE5), após abrir em alta, sente a pressão dos dados negativos da China. O índice de atividade industrial divulgado pelo governo passou em dezembro para 51 ante 51,4 em novembro, enquanto o divulgado pelo HSBC teve desaceleração de 50,8 para 50,5, no menor patamar em três meses. 

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E, enquanto o Ibovespa registra perdas, o dólar comercial registra fortes ganhos de 1,89%, a R$ 2,400 na compra e R$ 2,4202 na venda, ressaltando a percepção da saída dos investidores do Brasil. 

Europa e Ásia
O ano de 2014 começou negativo para a maior parte das bolsas mundiais. Enquanto as bolsas europeias registram queda nesta quinta-feira (2) em meio à realização de lucros mesmo após os bons dados do PMI (índice de gerente de compras) do setor industrial, é este mesmo indicador, só que na China, que fazem com que o ano se inicie com perdas no gigante asiático. Com isso, o índice Xangai Composto fechou com perdas de 0,3% e o Hang Sheng teve queda de 0,1%, apesar do Shenzen Composto ter avançado 1%.

Por outro lado, o índice Nikkei teve ganhos de 0,69%, fechando a 16.291 pontos, abrindo o novo ano em alta após um forte desempenho em 2013, ao ter o seu melhor desempenho e, 41 anos ao fechar com alta de 57%. 

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Enquanto isso, na Europa, a volta do feriado ainda é morna, apesar da forte bateria de indicadores de atividade, que reforçam o cenário de recuperação do continente asiático. Em dezembro, o PMI industrial da zona do euro atingiu 52,7, mostrando aceleração ante os 51,6 em novembro e registrando a maior leitura em 31 meses. 

O indicador de atividade industrial foi positivo em diversos países, com destaque para a Grécia, ao atingir o maior patamar em 52 meses, e de 32 meses para a Itália e a Holanda. Já na Alemanha, a maior economia da zona do euro revelou o melhor desempenho em 30 meses, em contraste com a França, cujo PMI foi o pior em sete meses. 

Já no noticiário corporativo, destaque para a italiana Fiat. As ações da montadora chegaram a subir 16% após anunciar a conclusão de um acordo para comprar as ações remanescentes da Chrysler – os restantes 41,5% – diminuindo assim a possibilidade de uma oferta de ações da Chrysler. 

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.