Ibovespa oscila entre leves e ganhos e perdas à espera de discursos do Fed

Ações da Vale registram leves ganhos e Petrobras fica próxima da estabilidade após abrir com alta, enquanto mercado repercute Focus e espera discursos de três líderes do Fed; China também é destaque

Lara Rizério

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SÃO PAULO – Após uma semana anterior bastante negativa para o Ibovespa, o benchmark da bolsa abriu a semana com leve alta, chegando a subir 0,42%. Contudo, apenas na primeira hora do pregão, o índice virou para queda, com perda de 0,22% e às 10h39 (horário de Brasília), tinha perdas de 0,19%, a 50.847 pontos.

A leve alta das ações da Petrobras (PETR3;PETR4) e da Vale (VALE3;VALE5), que seguravam o índice na primeira meia hora do pregão, diminuiu com o mercado apreensivo com os discursos de três líderes do Federal Reserve e repercutindo os dados do relatório Focus, que reduziu as projeções para o PIB (Produto Interno Bruto) e para a inflação em 2013. Por outro lado, destaque ainda para bons dados da economia chinesa. 

No front nacional, chama a atenção o relatório Focus, que reduziu as principais projeções para a economia brasileira. A expansão do PIB em 2013 foi reduzida de 2,50% para 2,35% enquanto, para 2014, passou de 2,11% para 2,10%. Com relação à Selic, a expectativa se manteve em 10,5% para o final do próximo ano. Em relação à inflação em 2013, os economistas reduziram a expectativa para 2013 em 0,11 ponto percentual, para 5,70% ante 5,81%, enquanto para o próximo ano a projeção ficou em 5,92%, mesma previsão da semana passada.

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O mercado também fica de olho nos EUA, em meio às expectativas sobre as falas de três presidentes regionais do Federal Reserve, que falarão ao mercado antes da reunião de política monetária. São eles, Jeffrey Lacker, de Richmond, James Bullard, de Saint Louis e Richard Fisher, de Dallas. 

Já do lado positivo, destaque para a China, em meio aos bons dados de comércio da potência regional, com as exportações superando com folga as previsões em novembro. Além disso, a inflação registrou desaceleração, o que dá mais forças para que a política monetária não seja tão restritiva, impulsionando assim a Vale, que tem parte importante de sua pauta de exportações voltada para o gigante asiático. 

Entre os destaques de alta, estão os ativos da MMX Mineração (MMXM3, R$ 0,70, +4,48%), na esteira do anúncio de que a Vétria Mineração está em fase final de avaliação para compra dos ativos da companhia, conforme divulgado na última sexta-feira. Por outro lado, as ações da Braskem (BRKM5, R$ 20,20, -4,04%) se destacam como a maior queda do índice, em meio às indicações de que a Petrobras possa incluir no novo contrato de fornecimento de nafta com a Braskem um custo referente à importação do insumo, o que poderia aumentar em 5% os valores praticados em relação aos valores atuais. 

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No cenário corporativo, destaque para mais um dia de volatilidade para a Petrobras, que abriu com ganhos e no momento oscila entre leves ganhos e perdas. A companhia tem um noticiário agitado em meio à entrevista da presidente da petrolífera Graça Foster para a Folha de S. Paulo, afirmando que vê possíveis reajustes de combustíveis em 2014, além da paralisação da refinaria REPAR por conta de um incêndio, que responde por cerca de 10% da produção total de combustíveis. 

Ásia e Europa
A semana começou positiva para os mercados mundiais, em meio ao fechamento positivo das bolsas norte-americanas, apesar dos temores de que o Federal Reserve realize a redução do programa de flexibilização monetária, seguido pelos bons dados econômicos vindos da China. 

A maior parte das bolsas asiáticas teve alta nesta segunda-feira, impulsionados por um conjunto favorável de dados do comércio do gigante asiático, pelo enfraquecimento do iene e pelo firme fechamento em Wall Street.

O índice japonês Nikkei saltou 2,29% e está se aproximando rapidamente do pico da semana passada de 15.794 pontos. Tanto o dólar quanto o euro ampliaram seus ganhos ante o iene, com a moeda única europeia atingindo máxima de cinco anos, no que pode ser um impulso para as exportações, lucros e ações japoneses.

Ajudando a confiança na Ásia esteve um conjunto de fortes dados do comércio da potência regional, a China, o que encorajou o banco central a estabelecer o iuan em nova máxima recorde. As exportações da China superaram com folga as previsões em novembro, crescendo 12,7% ante o ano anterior, enquanto as importações aumentaram 5,3%. Também do lado positivo, estiveram os dados de inflação anual do país, que mostrou um recuo de 3% em novembro na comparação com 3,2% do mês anterior. 

As bolsas no país ficaram praticamente perto da estabilidade, com o índice Xangai Composto subindo 0,1%, enquanto o Shenzen Composto teve ganhos maiores, de 1%.

Na Europa, o dia é de estabilidade para as principais bolsas. Além dos dados positivos da balança comercial da China, o mercado também repercute os números da economia norte-americana divulgados na última sexta-feira e os dados europeus divulgados nesta manhã. Por lá, destaque para o Banco Central da França, que elevou a previsão de crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) do país para 0,5% no quarto trimestre de 2013 na comparação com julho a setembro do mesmo ano, ante uma projeção de alta de 0,4%. 

Na Alemanha, destaque ainda para a queda do superávit comercial do país, assim como da produção industrial, que registrou baixa de 1,2% em outubro na comparação com setembro, contrariando a previsão dos analistas que esperavam alta de 0,8%. 

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.