Ibovespa tem começo de pregão morno; Cielo e BR Properties caem após resultados

Altas de Petro e Vale ajudam a deixar índice perto do "zero a zero"; no exterior, investidores levam em conta o corte de projeções na Europa

Thiago Salomão

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SÃO PAULO – Após apresentar queda no “pré-market”, o Ibovespa inicia o pregão desta terça-feira (5) bem próximo da estabilidade, descolando-se das quedas nas bolsas internacionais, que respondem negativamente aos cortes de projeções na Europa. Às 10h32 (horário de Brasília), o benchmark da bolsa brasileira recuava 0,12%, a 54.373 pontos, chegando a oscilar entre 0,19% e 0,35% de queda.

A partir desta semana, o mercado brasileiro poderá apresentar maior volatilidade nas primeiras horas de pregão por conta do fim do horário de verão nos Estados Unidos, o que fará com que o pregão de Wall Street comece uma hora mais tarde, às 12h30. O “delay” pode trazer maior volatilidade pela perda de volume financeiro na Bovespa durante essa janela, já que os gringos atualmente respondem por 46% do volume financeiro na bolsa, segundo o último balanço de operações da BM&FBovespa com dados referentes a setembro.

Por aqui, repercute o PMI de Serviços de outubro, divulgado pelo HSBC, mostrando que o índice consolidado de produção saltou de 50,7 para 52,0 – maior patamar em oito meses, indicando uma “melhoria moderada nas condições de negócios do setor privado brasileiro”, diz o banco em relatório.

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Resultados derrubam BR Properties e Cielo…
As maiores variações do índice nesta manhã aparecem no lado negativo, com BR Properties (BRPR3, R$ 18,26, -3,13%) e Cielo (CIEL3, R$ 67,30, -2,04%) aparecendo entre as cinco maiores quedas neste momento. Ambas divulgaram seus resultados do 3º trimestre antes da abertura do pregão, com a investidora em imóveis comerciais viu seu lucro líquido cair 65%, para R$ 89,6 milhões entre os meses de julho e setembro na comparação com o mesmo período de 2012. A empresa explica que no ano passado o lucro líquido foi impactado pelo ganho não caixa na reavaliação das propriedades em carteira. A receita líquida saltou 41%, para R$ 236,6 milhões.

Já a administradora de cartões viu seu lucro líquido atribuído a acionistas crescer 17% entre os meses de julho e setembro, para R$ 689,2 milhões, na comparação com o mesmo período do ano passado, enquanto a receita operacional líquida saltou 31,6%, para R$ 1,738 bilhão. Mesmo considerando o resultado “robusto”, o Credit Suisse rebaixou a recomendação às ações da Cielo por conta da forte alta já acumulada por elas em 2013 – mesmo com a queda de hoje de manhã, CIEL3 ainda sobe 47,8% no ano.

Outra empresa que faz parte do índice, a BR Malls (BRML3) viu seu lucro cair quase 10% no terceiro trimestre, impactado por efeitos não caixa com câmbio e efeitos de reavaliação de propriedades de investimentos, para R$ 90,8 milhões. As ações da companhia mostram leve queda de 0,19%, a R$ 21,48. Depois do pregão, será a vez da PDG Realty (PDGR3) soltar seus balanços do 3º tri.

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…mas Petro e Vale avançam
Anulando as quedas do dia, Petrobras (PETR3, R$ 19,49, -0,05%; PETR4, R$ 20,31, +0,45%) e Vale (VALE3, R$ 38,13, +0,61%; VALE5, R$ 34,41, +0,56%) – as duas ações mais importantes do Ibovespa – registram modesta alta nesta manhã, ajudando 
a manter o índice próximo da estabilidade. Vale lembrar que a Vale divulgará seus resultados do 3º trimestre na quarta-feira após o fechamento do pregão.

Corte de projeções na Europa
No exterior, as bolsas europeias e os contratos futuros norte-americanos apontam queda, com investidores atentos ao relatório de projeções macroeconômicas pela Comissão Europeia. De acordo com as projeções, o PIB (Produto Interno Bruto) da zona do euro deve encolher 0,4% em 2013, crescer 1,1% em 2014 e acelerar o crescimento para 1,7% em 2015. Para a maior economia do bloco, a Alemanha, a Comissão Europeia elevou a projeção do PIB para 0,5%, ante 0,4% anteriormente. No entanto, para 2014, a previsão foi reduzida para 1,7%, ante 1,8%, seguindo a tendência do bloco econômico, cuja projeção anterior de crescimento era de 1,2%.

Do lado positivo, está o PMI (Índice dos Gerentes de Compras) do Reino Unido do setor de serviços, que subiu para 62,5 em outubro e atingiu o maior patamar desde maio de 1997. No mês anterior, o índice tinha atingido 60,3 e a expectativa é de que houvesse uma desaceleração.

Ainda no front internacional, o BC da China destacou que manterá sua política monetária prudente com ajuste fino no momento apropriado para manter a economia em um caminho tranquilo, ao mesmo tempo em que lida com riscos inflacionários. O BC também prometeu avançar com as reformas da taxa de juros e do câmbio, enquanto evita riscos sistêmicos na economia, reforçando a percepção de que a autoridade monetária chinesa está inclinada a elevar os juros no país. Vale ressaltar que o primeiro-ministro, Li Keqiang, havia descartada mais injeção de capital no sistema financeiro.

Expectativa da semana
No mais, os investidores vivem a expectativa acerca de importantes eventos na pauta internacional nesta semana. Na quinta-feira, teremos decisões de política monetária 
do BCE (Banco Central Europeu) e do O BoE (Banco da Inglaterra), com a expectativa de que o banco central europeu possa reduzir os juros no encontro, principalmente por conta da inflação estar muito abaixo da meta estipulada pelo governo – 0,7% de alta, contra meta de 2,0%.

Ainda nesta semana, o mercado conhecerá dois indicadores norte-americanos que poderão dar uma sinalização melhor dos próximos passos do Federal Reserve acerca do seu programa de estímulos: na quinta-feira sai o resultado do PIB (Produto Interno Bruto) do 3º trimestre, enquanto na sexta teremos o relatório de emprego de outubro.

Ainda hoje na agenda teremos às 13h PMI de serviços dos Estados Unidos referente a outubro. Ainda por lá, o presidente do Fed Richmond discursará às 16h15. Durante a noite, será a vez do PMI de serviços do Japão.

Thiago Salomão

Idealizador e apresentador do canal Stock Pickers