Ibovespa firma queda no 1º pregão sem OGX; Petrobras cai 2% e MMX dispara

Estatal cai com a notícia de que o governo não seguirá a fórmula de reajuste proposta por ela; MMX dispara com confirmação de venda de ativos

Thiago Salomão

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SÃO PAULO – A saída da OGX Petróleo (OGXP3) não livrou o Ibovespa de registrar volatilidade. O benchmark da bolsa, que iniciou o pregão próximo da estabilidade, mostrando leve queda de 0,06%, a 54.221 pontos, firmou queda e operava em baixa de 0,84%, a 53.799 pontos, de acordo com a cotação das 11h02 (horário de Brasília). No mesmo horário, destaque para a queda apresentada pelas ações da Petrobras (PETR4, R$ 19,94, -2,45%; PETR3, R$ 19,03, -2,61%), que aparecem entre as piores ações do índice no momento, repercutindo a notícia divulgada no jornal O Globo de que o governo não deverá seguir a fórmula proposta pela companhia para reajustar o combustível.

O reajuste proposto pelo governo deverá resultar em uma “conta de chegada” para que o impacto não leve a inflação medida pelo IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) para um percentual acima de 5,84% no ano, o mesmo registrado em 2012. “Nessa linha, é pequena a probabilidade de a proposta de metodologia para reajustes da Petrobras ser aprovada exatamente conforme formulada pela diretoria da empresa, ainda que a presidente Dilma Rousseff e a equipe econômica aceitem e concordem com a definição de um método com previsibilidade e periodicidade para a aplicação de reajustes”, disse a equipe de análise da XP Investimentos em relatório.

MMX e siderúrgicas sobem forte
Contrabalanceando as perdas geradas pela Petrobras no índice – a estatal possui atualmente a maior participação individual no Ibovespa -, destaque mais uma vez para a MMX Mineração (MMXM3), que abriu com alta de 12,94%, a R$ 0,96 – os papéis ficaram em leilão até às 10h29. A ação digere o fato relevante divulgado nesta manhã falando da 
conclusão da venda de ativos no Chile para a Inversiones Cooper Mining, que deverá assegurar o pagamento trimestral de royalties fixados em US$ 0,80 por tonelada de minério de ferro seco vendido, a partir do início da produção e exploração comercial dos ativos da MMX Chile. Vale lembrar que os papéis da mineradora de Eike Batista subiram 41,67% no último pregão, antes da divulgação do comunicado.

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As ações da fabricante de aeronaves Embraer (EMBR3, R$ 16,53, +1,10%) e das siderúrgicas CSN (CSNA3, R$ 12,24, +0,41%) Usiminas (USIM3, R$ 11,40, -0,26%USIM5, R$ 11,86, -0,17%) e Gerdau (GGBR4, R$ 17,82, +0,85%), contudo, após abrir com fortes ganhos, diminuíram as altas. As siderúrgicas seguiam o movimento positivo iniciado no começo da semana, sobretudo após a divulgação dos resultados do 3º trimestre de Usiminas e Gerdau. Nesta sessão, vale destacar o resultado da indústria brasileira: segundo divulgado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), a produção industrial avançou 2,0% na comparação entre setembro de 2012 e 2013 – apesar do avanço, o número veio abaixo do esperado pelo mercado. A Vale (VALE3; VALE5) se destaca na ponta positiva do índice, com ganhos de de 1,04% para os papéis PNA e 0,78% para os ONs, seguindo os bons dados de atividade industrial da China. 

China divide mercados
No gigante asiático, a atividade industrial em outubro obteve mais dois bons resultados, confirmando a percepção de que a recuperação do país. O PMI industrial subiu a 51,4 em outubro ante 51,1 em setembro, ficando acima dos 51,1 previstos por economistas; contudo, vale ressaltar que os dados mostraram uma diferença considerável entre os resultados dos grandes e pequenos produtores, com os últimos apresentando contração na atividade. Enquanto isso, o PMI medido pelo HSBC subiu para 50,9 no mês, no maior nível em sete meses.

Com este desempenho da atividade chinesa, as ações do setor de commodities ganharam força na sessão. Porém, os números mais positivos da economia poderia dar margem para um aperto de liquidez pelo Banco do Povo da China, afetando assim o crescimento econômico, o que limitou o espaço para maiores altas.

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Depois da China, vem os EUA
Ainda nesta sessão, os investidores terão importantes indicadores dos EUA. Às 11h (horário de Brasília), a divulgação da leitura dos PMIs do setor industrial dos EUA. Ainda na maior economia do mundo, a C. Bureau divulga os gastos com a construção em setembro e o ISM (Institute for Supply Management) apresenta seu indicador industrial referente ao mês passado.

Já James Bullard, do Federal Reserve de St. Louis fará discurso sobre a conjuntura econômica do país, no primeiro discurso pós-reunião do Fomc (Federal Open Market Committee).

Resultados brasileiros
Na pauta de resultados brasileiros do 3º trimestre, nenhuma empresa do Ibovespa divulgou seu balanço entre a noite de ontem e a manhã desta sexta. Fora do índice, 6 companhias divulgaram seus números. Destaque para a
 Smiles (SMLE3), que reportou lucro de R$ 63 milhões no terceiro trimestre, 30,4% maior que o registrado no segundo trimestre. Além dela, Fleury (FLRY3), JSL (JSLG3), Banco ABC (ABCB4), Paranapanema (PMAM3), Contax (CTAX4) também divulgaram seus resultados.

Europa
Já na Europa, as atenções se voltam para o desempenho da atividade industrial no Reino Unido, que mostrou para uma desaceleração maior na taxa de crescimento do que a esperada, a 56, ante expectativa de 56,2. Acima de 50, o indicador sinaliza que a atividade está se expandindo e abaixo disso, que está em retração.

Vale ressaltar que, na semana que vem, a Troika – grupo formado pela Comissão Europeia, FMI (Fundo Monetário Internacional) e BCE – voltarão a Atenas, para discutir o acordo de empréstimo com o país. 

Thiago Salomão

Idealizador e apresentador do canal Stock Pickers