Gol dispara 6,5% com bom resultado de setembro; veja mais 8 destaques da bolsa

Vale sobe 1,5% após dados positivos da mineradora BHP, enquanto a Petrobras teve dia de "ressaca" após leilão de Libra

Rodrigo Tolotti

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SÃO PAULO – O Ibovespa encerrou esta terça-feira (22) com alta de 0,68%, aos 56.460 pontos, renovando seu maior patamar desde 18 de março de 2013, refletindo a expectativa de que o Federal Reserve mantenha os estímulos na economia norte-americana por mais tempo devido ao resultado ruim do relatório de emprego do país. Ao todo, 10 ações conseguiram se destacar ao longo do pregão, com as duas principais blue chips da bolsa brasileira terminando o dia em cenários completamente opostos.

A Petrobras (PETR3; PETR4) – empresa com a maior participação no Ibovespa – ficou entre as maiores quedas do dia, mas não impediu o movimento de alta do índice. Os ativos da petrolífera passaram por um dia de realização de ganhos após dispararem mais de 5% na véspera com o resultado do leilão de Libra. Nesta sessão, as ações ordinárias da petrolífera encerraram com queda de 1,64%, cotadas a R$ 17,40, enquanto os ativos preferenciais recuaram 1,75%, para R$ 18,55.

A equipe da XP Investimentos classificou o leilão de Libra como positivo para a Petrobras e, apesar do recuo desta sessão, o fluxo de compra no papel deve permanecer no curto prazo. Segundo os analistas, como não teve concorrência, o retorno para a empresa ficou maior do que o esperado, dado que a proposta não apresentou ágio.

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Eletropaulo lidera ganhos no Ibovespa
Na liderança do Ibovespa chamaram atenção os ativos da Eletropaulo (ELPL4), que dispararam 7,19%, para R$ 9,69 – maior patamar desde abril. O volume movimentado pelos ativos ficou bastante acima da média: foram R$ 25,5 milhões nesta sessão, ante R$ 11,4 milhões na média dos últimos 21 pregões.

Analistas ouvidos pelo InfoMoney não atribuíram a alta à nenhuma notícia em especial. Porém, Luis Gustavo Pereira, da Futura Corretora, destaca que os papéis da companhia ainda acumulam fortes perdas no ano, mesmo com as recentes altas do índice e que o movimento pode representar algum fundo fechando sua posição.

Gol sobe 6,5% com bons dados em setembro
Já companhia aérea Gol (GOLL4) divulgou na véspera que seu yield (indicador de preços de passagens aéreas) líquido cresceu 25% em setembro na comparação anual, e ficou entre 21,7 e 22,3 centavos de real. Já a receita por assento ofertado em seus voos subiu 23% em setembro na comparação anual, com nova redução de oferta e aumento de preços de passagens.

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Conforme apontam os analistas do Credit Suisse, Bruno Savaris e Felipe Vinagre, os resultados de setembro mostram o foco da gestão da companhia em aumentar a sua rentabilidade e apresentar um aumento do Prask (receita), que subiu pela 18ª vez seguida, crescente devido ao corte de custos, ficando acima do incremento dos custos com combustíveis.

Já o BTG Pactual reiterou a recomendação de compra para as ações da Gol, avaliando que a empresa continua com a sua estratégia de racionalização, com a companhia focando na mazimização do spread entre o custo e a receita, em um processo de contínua melhoria de resultados.

Com as boas notícias, os ativos da companhia encerraram esta sessão com alta de 6,50%, para R$ 11,96, maior patamar desde 14 de maio.

Vale sobe com dados da “concorrente”
Além disso, as ações da Vale (VALE3+1,44%, R$ 35,89; VALE51,33%, R$ 32,80) responderam positivamente aos dados otimistas apresentados pela mineradora global BHP Billiton, que mostrou resultado positivo no terceiro trimestre e elevou sua produção de minério de ferro para este ano. 

O maior grupo de mineração do mundo informou que espera produzir 212 milhões de toneladas de minério de ferro neste ano fiscal, acima da projeção anterior, que esperava produção de 212 milhões de toneladas de minério de ferro neste período, crescimento de 2,42%.

Além disso, a assessoria do STJ (Superior Tribunal da Justiça) informou que adiou o julgamento sobre a tributação de lucros de subsidiárias da Vale no exterior, que estava previsto para esta terça-feira. Ainda sem nova data, o adiamento do julgamento foi feito a pedido do Ministério Público Federal. O governo diz que a Vale deve cerca de R$ 30 bilhões em tributos sobre lucro de subsidiárias no exterior, mas a mineradora contesta o valor.

Klabin cai após retomar processo de capitalização
Enquanto isso, as ações da Klabin (KLBN4) registraram queda de 0,66%, a R$ 12,02, após a empresa informar que prosseguirá com o seu processo de capitalização para construir a nova unidade de celulose de fibras curta e longa no chamado Projeto Puma, em Ortigueira, no Paraná.

Conforme aponta a equipe de análise da XP Investimentos, a notícia é marginalmente negativa em meio à perspectiva de overhang (excesso de liquidez) para as ações da Klabin, mas ressalta que a notícia já era esperada.

Os analistas avaliam o projeto com bastante cautela, mas ressaltam que o projeto executado sozinho deverá comprometer o fluxo de caixa da empresa por um período prolongado, o que representa uma adição de risco à empresa. Cabe ressaltar ainda o clima de incerteza frente aos preços de celulose quando da entrada em operação da planta, fator esse crucial para o cálculo da rentabilidade do projeto.

A expansão dos projetos da companhia é vista como positiva pelo BES, podendo adicionar R$ 2,30 por ação ao preço justo das ações da empresa. Contudo, a maior preocupação da analista Catarina Pedrosa é frente a criação das units, destacando que alguns investidores não estão satisfeitos com o processo. Isso porque ele pode significar uma diluição em pelo menos 15%.

O conselho da companhia decidiu convocar uma AGE (Assembleia Geral Extraordinária) para deliberar sobre a criação de um programa de units e listagem da Companhia no Nível 2 da BM&FBovespa, conforme proposta dos acionistas controladores. 

“Nós não esperamos que o aumento de capital a ser aprovado e, assim, esperam que a empresa continue com as debêntures obrigatoriamente conversíveis como forma de financiar o crescimento”, destaca a analista.

Souza Cruz recua 2% após mais um resultado negativo
Na véspera, a Souza Cruz (CRUZ3) divulgou seus números do terceiro trimestre, reportando um lucro líquido consolidado de R$ 412,377 milhões no terceiro trimestre, uma queda de 0,88% na comparação com igual período do ano anterior. No acumulado dos primeiros nove meses, o lucro somado foi de R$ 1,302 bilhão, 3,52% superior frente os meses de janeiro a setembro do ano passado.

De acordo com os analistas do Credit Suisse, a companhia reportou, novamente, dados fracos, ressaltando a contração da receita líquida com um modesto aumento da venda de cigarros, de 2%, mais que compensando a queda dos volumes, de 1%, a alta base de comparação. Enquanto isso, o Ebitda recorrente ficou bem abaixo das expectativas; com os números fracos, apontam os analistas, são esperadas mais revisões para baixo. O destaque negativo ficou ainda com a redução das exportações de fumo, afetando significativamente o desempenho do resultado consolidado, afetando negativamente as demais linhas de negócio da empresa. 

Já a Planner Corretora ressalta que a Souza Cruz teve outro trimestre de redução na receita e no lucro em função da queda das vendas e das margens. Este desempenho decorre do aumento do contrabando e alta dos  impostos, o que induz à elevação dos preços, avaliam os analistas da corretora. Com os dados, as ações da empresa recuaram 1,93%, para R$ 25,35.

Fibria sobe um dia antes da divulgação do resultado
Na ponta positiva, destaque também para as ações da Fibria (FIBR3), que subiram 3,85%, a R$ 28,35. O desempenho positivo ocorreu um dia antes de a empresa reportar seu resultado referente ao terceiro trimestre. A divulgação ocorrerá antes da abertura do pregão desta quarta.

O consenso do mercado espera que a receita líquida alcance R$ 1,822 bilhão, impulsionada por maior preço da celulose, devido à desvalorização cambial (sendo 90% da receita voltada para exportação), e crescimento do volume de celulose.

CCX chega a subir 6% com aprovação para construção de porto
Nesta manhã, a CCX Carvão (CCXC3) comunicou que a Agência Nacional de Infraestrutura da Colômbia autorizou a construção de um porto privado em La Guajira. Com isso, as ações da companhia chegaram a subir 5,93%, a R$ 1,43, durante a sessão, mas perderam força e fecharam o pregão com alta de 2,96%, para R$ 1,39.

Segundo uma fonte que não quis se identificar afirmou ao InfoMoney, essa aprovação pode destravar a venda das minas da empresa. Em comunicado, a mineradora de carvão de Eike Batista disse que o porto é uma concessão de 30 anos que está condicionada apenas à emissão da licença ambiental. O projeto prevê um porto com capacidade para escoar 35 milhões de toneladas de carvão por ano e servirá para exportar o que for produzido pela empresa na Colômbia.

Lupatech cai 9% após 4 leilões
Fora do índice, destaque também para as ações da Lupatech (LUPA3). Os papéis da companhia passaram por 4 leilões durante o dia , em meio à forte demanda dos investidores por conta de uma proposta de reestruturação da dívida. Os ativos da empresa encerraram esta terça com queda de 9,09%, para R$ 1,00, após chegarem a subir 19,09% durante o dia. Na véspera, as ações da Lupatech dispararam 86,44%, indo para R$ 1,10.

O mercado especula que, com a reestruturação, os detentores dos bônus perpétuos da empresa se tornarão os controladores da companhia, apontou a Agência Estado, citando o Financial Times. Esse tipo de dívida soma US$ 275 milhões.

Rodrigo Tolotti

Repórter de mercados do InfoMoney, escreve matérias sobre ações, câmbio, empresas, economia e política. Responsável pelo programa “Bloco Cripto” e outros assuntos relacionados à criptomoedas.