Petrobras, Vale e mais 17 ações são destaque nesta sexta-feira

Light lidera ganhos do índice após reajuste de preços, enquanto Usiminas fecha em queda após corte de impostos de importação

Rodrigo Tolotti

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SÃO PAULO – Após chegar a subir 1% durante a manhã, o Ibovespa virou para queda durante a tarde, mas conseguiu, nos momentos finais, encerrar esta sexta-feira (18) com leve alta de 0,04%, aos 55.378 pontos. Mais uma vez o destaque ficou com as ações da OGX Petróleo (OGXP3), que chegaram a subir 10,0%, atingindo R$ 0,44, mas perderam forças durante o pregão fecharam com desvalorização de 2,50%, a R$ 0,41.

O desempenho ocorre em meio à discussões quanto a um contato com potenciais investidores para a empresa. Na noite da véspera, por meio de comunicado enviado à CVM (Comissão de Valores Mobiliários), a petrolífera confirmou que vem mantendo contato com diversos potenciais investidores, dentre eles a Vinci Partners. Na última quarta-feira, uma fonte informou ao InfoMoney que a gestora Vinci deveria assumir o controle da empresa, com a injeção de US$ 220 milhões na petroleira. 

No mesmo caminho, os papéis da OSX Brasil (OSXB3) subiram 6,94%, a R$ 0,77, mas atingiram valorização de 15,28% na máxima do dia, a R$ 0,83. Segundo matéria da Folha de S. Paulo, a espanhola Dragados deverá assumir parte do estaleiro da empresa. Além disso, a companhia teria se reunido com representantes dos credores em Nova York propondo período de carência de pelo menos um ano para pagamento dos juros dos títulos, que somam US$ 500 milhões.

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Por outro lado, a MMX Mineração (MMXM3) registrou queda de 7,48%, a R$ 0,99, ao passo que os títulos híbridos da mineradora (MMXM11) despencaram 18,67%, a R$ 2,44. O desempenho ocorre após a empresa confirmar troca dos títulos híbridos por cotas de fundo. Haverá, com isso, nova definição do lucro bruto, que é o gatilho para o pagamento de royalties. 

Às vésperas de vencimento de opções, Petrobras e Vale caem
As duas companhias com maior participação no índice, Petrobras (PETR3PETR4) e Vale (VALE3VALE5) – que juntas possuem 20% participação no índice -, colaboraram para o desempenho do benchmark nesta sexta. Os papéis PETR3 fecharam o dia com queda de0,88%, a R$ 16,86, enquanto as ações preferenciais recuaram 1,54%, para R$ 17,93.

Os ativos da petrolífera recuaram em meio a notícias sobre o leilão do pré-sal no campo de Libra, marcado para segunda-feira. O ex-diretor de gás e energia da empresa no governo Lula, Ildo Sauer, e o advogado Fábio Konder Comparato protocolam uma ação popular na Justiça Federal em São Paulo pedindo a suspensão do leilão, de acordo com informações da Folha de S. Paulo.

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Segundo Sauer, atualmente professor do Instituto de Energia e Ambiente da USP, o leilão tem “ilegalidades flagrantes” e contraria os interesses nacionais ao seguir a política energética dos Estados Unidos e da China, que teria o objetivo de uma produção rápida para a redução de preço.

A situação complicada pela qual a Petrobras passa, em meio ao seu alto endividamento e aos recorrentes prejuízos decorrentes da defasagem de preços é mais uma vez destaque na imprensa internacional. Desta vez, pelo Financial Times, que ressaltou que, após seis anos após a descoberta de petróleo que prometia transformar o Brasil, a política energética do País está em desordem.

Outro fator que pode prejudicar a empresa é a greve de funcionários que ocorre: “se a greve dos funcionários se estender, a produção da empresa pode ser prejudicada, o que afetaria negativamente as ações da estatal”, explica Julio Hegedus, economista-chefe da Lopes Filho. “Isso apenas pioraria a situação dela, que já vem sendo afetada pela diferença do preço de compra da gasolina no exterior e o de venda do produto no Brasil”, complementa.

Além de todas essas notícias, a proximidade do vencimento de opções, que ocorre na segunda, também colabora para o recuo dos papéis, com investidores aproveitando o momento para alterarem suas posições. O vencimento também interfere no desempenho da Vale.

Neste pregão, os papéis ordinários da mineradora tiveram leve alta 0,07%, para R$ 34,94, enquanto o preferenciais caíram 0,49%, a R$ 31,69. Nem os dados positivos na China, com alta do PIB de 7,,8% e avanço da produção industrial, ajudaram as ações da companhia.

Light lidera ganhos do Ibovespa
Na liderança do Ibovespa, destaque para as ações da Light (LIGT3), que registraram valorização de 4,66%, a R$ 19,54. Na esteira, apareceram os papéis da Cemig (CMIG4), sua controladora, que avançaram 2,47%, a R$ 20,30.

A Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) divulgou hoje que estabeleceu que a Base de Remuneração Bruta da Distribuição da Light é de R$ 11,97 bilhões e a líquida, R$ 6,71 bilhões, para fins do 3° ciclo de revisão tarifária, que vai vigorar de novembro de 2013 a novembro de 2018. Analistas do Citi destacaram que a base de remuneração líquida da empresa representa um aumento de quase 5% sobre a proposta inicial, ou um aumento de cerca de R$ 313 milhões.

Em comunicado divulgado nesta tarde, a companhia afirmou que irá manter o mercado informado a respeito das próximas definições dentro do processo de revisão tarifária e que as novas tarfias entrarão em vigor a partir de 7 de novembro de 2013.

Usiminas recua com redução de impostos
As ações da Usiminas (USIM3; USIM5), encerraram esta sexta com em queda após a notícia de que o governo reduziu o imposto de importação para chapas grossas de aço carbono. Os ativos preferenciais tiveram queda de 1,06%, a R$ 11,24, enquanto os ordinários recuaram 0,99%, para R$ 10,99.

A Câmara de Comércio Exterior reduziu temporariamente para 2% a aliquota do imposto de importação para as chapas, segundo informações do Broadcast. A tarifa incidente sobre o produto antes da redução eram de 12%. A decisão foi publicada no Diário Oficial da União nesta manhã e vale para um período de 180 dias, para cotas de 9.500 toneladas de chapas.

Pão de Açúcar avança mais de 2%
As ações do Pão de Açúcar (PCAR4) também tiveram um bom desempenho nesta sessão, com valorização de 0,77%, a R$ 108,53, após chegarem a avançar 2,27% na máxima do dia. A empresa realizou nesta manhã sua teleconferência referente ao resultado do 3° trimestre deste ano. 

A companhia reforçou que vai continuar a reduzir os custos e controlar as despesas, para que os resultados continuem a crescer dentro de um cenário competitivo, que é o mercado brasileiro.

No trimestre, a receita bruta da empresa somou R$ 15,7 bilhões, com vendas no conceito “mesmas lojas” registrando alta de 10,8%. A receita líquida atingiu R$ 14,1 bilhões, alta de 15,8% frente ao mesmo período do ano passado.

Apesar de ter prévia elogiada, MRV cai 3%
Já os papéis da MRV Engenharia (MRVE3, -3,11%, R$ 9,67) viraram para queda após atingirem valorização de 3,21% na máxima do dia, a R$ 10,30. O recuo ocorre mesmo após a empresa ter sido a primeira construtora a ter a prévia elogiada no terceiro trimestre. 

A companhia teve alta de 35% nas vendas contratadas do terceiro trimestre ante igual período do ano passado, dando sequência aos esforços para reduzir seus estoques por meio do gerenciamento das vendas em diferentes praças. Entre julho e setembro, as vendas da companhia chegaram a R$ 1,388 bilhão, no melhor resultado já obtido para o período na história da MRV.

O desempenho foi estável quando comparado ao segundo trimestre do ano. Já o VSO (Velocidade sobre as Vendas) chegou a 28%, ante 27% no segundo trimestre, e 21% de janeiro a março. No mesmo período do ano passado, o VSO havia sido de 19%.

A queda não foi apenas com a MRV: Gafisa (GFSA3, R$ 3,36, -3,17%), PDG Realty (PDGR3, R$ 2,09, -2,79%), Rossi (RSID3, R$ 3,10, -4,02%), Brookfield (BISA3, R$ 1,58, -5,95%) e Cyrela (CYRE3, R$ 16,95, -1,05%), todas encerraram entre as maiores quedas do pregão.

Alpargatas sobe 3% com nova fábrica
Fora do índice, destaque para os ativos da Alpargatas (ALPA3), que avançaram 3,17%, para R$ 13,00, após a empresa informar a inauguração de uma nova fábrica em Montes Claros, Minas Gerais, que ampliará a capacidade produtiva do chinelo Havaianas em 40%, para mais de 102 milhões de pares por ano. Segundo a empresa, a fábrica tem capacidade de produzir até 4 pares por segundo.

Segundo a empresa, a nova fábrica demandou investimentos de R$ 279 milhões e também está preparada para produzir outros calçados de borracha. “Montes Claros foi escolhida por ter ótima infraestrutura e proximidade com grandes centros consumidores das regiões Sul e Sudeste, além de já contar com a presença de outras multinacionais”, disse em comunicado Márcio Utsch, diretor-presidente da Alpargatas.

Viver dispara quase 10% após anúncio de vendas de terrenos
Fora do índice, chamou atenção as ações da Viver (VIVR3), que registraram valorização de 9,52%, a R$ 0,23. A empresa anunciou nesta sexta-feira a conclusão da venda de terrenos e glebas em Minas Gerais para a ASM Alicerce 1.

Segundo comunicado enviado pela companhia, a conclusão da venda representa um importante passo no processo de fortalecimento de sua estrutura de capital e na redução de seu endividamento. Em 7 de fevereiro deste ano, um fato relevante divulgado pela companhia anunciou que a Viver e a ASM assinaram um memorando de entendimentos para venda dos cerca de 29 milhões de metros quadrados, por aproximadamente R$ 315 milhões. No dia seguinte ao anúncio, as ações da companhia subiram mais de 20%.

Ação dispara 36% mas empresa desconhece motivo
Já um papel considerado mico por normalmente apresentar pouca movimentação na bolsa vem chamando atenção nos últimos dias. As ações preferenciais da Telebras (TELB4) subiram mais de 30% desde o fechamento da última quarta-feira. Porém, após chegar a subir 17% nesta sexta, os ativos da companhia recuaram 5,74%, cotados a R$ 3,12. 

Em comunicado enviado à CVM (Comissão de Valores Mobiliários) nesta manhã, a empresa disse que desconhece o motivo da forte oscilação das ações, assim como o giro financeiro bem acima da média do mês de setembro.  

No último pregão, o movimento financeiro dos papéis foi de R$ 2,72 milhões, 26 vezes acima da média do mês passado de R$ 102,1 mil – e maior patamar desde janeiro do ano passado. Somente nesta sessão, o giro alcançou R$ 1,47 milhões.

BHG sobe após adquirir Hotel Marina Palace
No mesmo sentido, as ações da BHG (BHGR3) subiram 4,37%, a R$ 15,30, depois de celebrar contrato para aquisição do Hotel Marina Palace, localizado no Rio de Janeiro. Em comunicado, a empresa disse que pretende investir R$ 15 milhões em melhorias e na expansão do hotel, para que se adeque ao padrão da rede internacional Golden Tulip Hospitality Group. 

Segundo a equipe de análise do Banco Espiríto Santo, a aquisição é vista como positiva para a empresa, uma vez que vai em linha com sua estratégia, enquanto vai ajudar a companhia a se beneficiar dos eventos esportivos mundiais (Copa do Mundo e Olimpíadas).  

Rodrigo Tolotti

Repórter de mercados do InfoMoney, escreve matérias sobre ações, câmbio, empresas, economia e política. Responsável pelo programa “Bloco Cripto” e outros assuntos relacionados à criptomoedas.