OGX cai 15% mesmo com notícia boa; outras 13 ações se destacam nesta 5ª

Após venda do Porto Sudeste, MMX chega a 12% de ganhos na semana; BR Malls sobe 4,5% após prévia de vendas, enquanto siderúrgicas despencam com recomendações negativas

Rodrigo Tolotti

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SÃO PAULO – Diferente do cenário visto nas últimas sessões, o Ibovespa interropeu uma sequência de seis altas seguidas e fechou esta quinta-feira (17) com queda de 1,10%, aos 55.358 pontos. Assim como na véspera, o grande destaque do dia ficou com os ativos da OGX Petróleo (OGXP3), que registraram queda de 14,89%, aos R$ 0,40.

O movimento ocorre mesmo após a ANP (Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustível) confirmar que a empresa manterá suas concessões mesmo se entrar em recuperação judicial. Eike Batista estaria negociando o repasse da operação de Tubarão Azul, da OGX, para a chinesa Sinopec, disseram duas fontes ao Valor. Entretanto, segundo apurado, não há consulta desse tipo na ANP. 

Para operar o campo, a ANP teria que permitir que a empresa assinasse a cessão dos direitos, repassando pelo menos 30% da área (participação mínima para uma empresa operar), o que exigiria também análise do Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica). 

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Na véspera, fontes disseram ao InfoMoney que a empresa estaria cada vez mais perto de um aporte milionário. A operação envolveria a diluição da participação de Eike na petroleira dando lugar a Vinci Partners, que deveria assumir o controle. Tanto a OGX quanto a Vinci negaram a informação. No entanto, em comunicado enviado à noite, a empresa disse que vem conversando com várias companhias a respeito de um acordo de capitalização.

Já a MMX Mineração (MMXM3), seguiu com ganhos de 4,90%, a R$ 1,07, ainda refletindo a aprovação sem restrições pelo Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica), na véspera, do negócio envolvendo o porto Sudeste, que teve o controle repassado pela mineradora para a trading holandesa Trafigura Beheer e para o fundo soberano de Abu Dhabi, Mubadala. Na semana, os ganhos da companhia chegam a 12,63%.

BR Malls lidera ganhos após prévia de vendas
Como a segunda maior alta do índice, a BR Malls (BRML3) registrou sua 7ª valorização seguida, com ganhos de 4,50%, aos R$ 22,05. Nesta sessão, a companhia divulgou sua prévia de vendas no terceiro trimestre, com as SSS (Vendas mesmas lojas) crescendo 8,1%, o maior nivel dos ultimos 6 trimestres. O volume consolidado de vendas dos lojistas dos shoppings da companhia alcancou R$5,2 bilhões.

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Para a equipe de analistas do Banco Espírito Santo, a expectativa é de um impacto positivo nas ações no curto prazo devido exatamente a recuperação das SSS. “Nós acreditamos que esse resultado operacional deve vir como um alívio para os investidores, provando que a desaceleração vista no segundo trimestre se deu por motivos não recorrentes”, afirmou a equipe em relatório.

Siderúrgicas caem com recomendações negativas
Na ponta negativa, destaque para as ações das siderúrgicas, que fecharam todas em queda nesta quinta, pressionadas, principalmente, por recomendações negativas de bancos estrangeiros. Os papéis da Usiminas (USIM3-5,93%, R$ 11,10; USIM5-6,12%, R$ 11,36), CSN (CSNA3-1,45%, R$ 11,57), Gerdau (GGBR4-3,93%, R$ 17,10) e Metalúrgica Gerdau (GOAU4-4,41%, R$ 21,91) ficaram entre as maiores perdas do Ibovespa

O Bank of America Merrill Lynch rebaixou a recomendação de Gerdau e Usiminas, de compra para neutro, e reiterou underperform (desempenho abaixo da média) para os papéis da CSN. Os preços-alvo também foram cortados, diante da recente valorização do real frente ao dólar. O target da Gerdau passou de R$ 21,00 para R$ 19,00, enquanto o dos papéis ordinários da Usiminas foi reduzido de R$ 14,70 para R$ 13,70  e o dos preferenciais caiu de R$ 14,00 para R$ 13,00. O preço-alvo da CSN foi mantido em R$ 9,00. 

Os analistas Thiago Lofiego e Karel Luketic, do BofA, comentaram que esses papéis passaram por um recente rali desde julho, com alta de mais de 40%. Somente a CSN subiu 100% – a maior valorização entre as siderúrgicas no período. No entanto, eles mencionam que o preço do aço no mercado internacional voltou a cair, cerca de US$ 30 a tonelada ao longo do mês passado, e o real voltou a estar apreciado, com a taxa de câmbio no patamar de R$ 2,20.

Fusão de Kroton e Anhanguera ameaçada pelo Cade
Ainda do lado negativo, chamou atenção os papéis da Kroton (KROT3) e da Anhanguera (AEDU3), após o Cade considerar a união das duas “complexa”, determinando a realização de análises adicionais sobre a operação que pode criar a maior empresa de educação do país e uma das maiores do mundo. Com isso, as ações da Kroton caíram 2,67%, para R$ 30,58, enquanto a Anhanguera teve queda de 4,07%, aos R$ 12,74. 

Em despacho publicado no Diário Oficial da União desta quinta-feira, a superintendência do Cade ordenou realização de diligências adicionais para determinar o nível de rivalidade no mercado de educação à distância, conhecido como EAD. A fusão das duas maiores empresas de ensino privado do país foi anunciada no final de abril, numa operação que na época avaliou o futuro grupo combinado como valendo 13 bilhões de reais. Na ocasião, o presidente da Kroton, Rodrigo Galindo, afirmou que via pouca sobreposição entre as duas empresas no país.

Segundo o texto do Cade, foi exigido “aprofundamento da análise das condições de rivalidade no mercado de graduação EAD, inclusive, por meio de diligências junto às próprias requerentes e, eventualmente, a depender dos esclarecimentos obtidos, requerer novas informações junto aos concorrentes”. O órgão também afirmou que “resguarda a sua faculdade de posteriormente, se for o caso, requerer a dilação do prazo”.

Pão de Açúcar e ViaVarejo divulgam resultados
Dando continuidade à temporada de balanços corporativos do terceiro trimestre, a maior rede de varejo do País, o Grupo Pão de Açúcar (PCAR4) viu seu lucro líquido expandir 69,8% entre os meses de julho e setembro deste ano, na comparação com o mesmo período de 2012, indo para R$ 357 milhões. A margem líquida (lucro líquido sobre receita líquida) passou de 1,7% para 2,5%, na mesma base de comparação. 

A receita bruta ficou em R$ 15,72 bilhões no terceiro trimestre, um aumento de 15% sobre mesmo período de 2012. O crescimento “mesmas lojas”, que considera os pontos abertos a mais de um ano, foi de 10,8%, com crescimento de 7,9% da categoria de alimentos e 13,1% da categoria de não-alimentos. Mesmo assim, as ações registraram queda de 0,77%, aos R$ 107,70. 

Já a Via Varejo (VVAR3), formada pela união da Casas Bahia e Ponto Frio, viu seu lucro líquido subir 166% no terceiro trimestre desde ano, ante mesmo período de 2012, indo para R$ 181 milhões. A margem líquida foi de 2,9%, aumento de 1,6 ponto percentual. 

A receita bruta da empresa totalizou R$ 7,27 bilhões entre julho e setembro, crescimento de 17,6%. No conceito “mesmas lojas”, o aumento foi de 15,4% – o maior desde o primeiro trimestre de 2011. A receita líquida subiu 17,4% sobre o mesmo período de 2012, indo para R$ 6,33 bilhões. Com isso, os papéis da empresa apresentaram alta de 8,24%, aos R$ 27,60 – resultantes de apenas um negócio envolvendo a ação.

Lupatech recua 5,7% com diminuição de participação da família do fundador
A Lupapar Negócios e Empreendimentos, holding pertencente aos fundadores da Lupatech (LUPA3), reduziram, mais uma vez, participação na empresa, conforme comunicado ao mercado enviado à CVM (Comissão de Valores Mobiliários). 

A Lupapar, que teve sua participação fortemente diluída ao longo do processo de reestruturação da Lupatech, reduziu sua exposição na empresa em 35%, indo de 6,11% para 3,76% do capital da empresa. A ação encerrou o dia com queda de 5,71%, a R$ 0,66.

Em comunicado, a Lupapar esclarece ainda que a redução da participação se deve ao processo de liquidação de garantias por parte da instituição financeira, as quais envolviam ações emitidas por essa empresa. A operação envolveu venda de ações nos pregões dos dias 2 e 10 de setembro.

Telebras dispara 24%
As ações da Telebras (TELB4) fecharam em alta de 19,93%, aos R$ 3,31 – sem que exista um motivo aparente. Os papéis, tipicamente voláteis e especulativos, apresentaram um volume de R$ 2,71 milhões – muito acima da média de R$ 398 mil. 

Rodrigo Tolotti

Repórter de mercados do InfoMoney, escreve matérias sobre ações, câmbio, empresas, economia e política. Responsável pelo programa “Bloco Cripto” e outros assuntos relacionados à criptomoedas.