Ibovespa segue exterior e opera em queda com dados fraco de emprego nos EUA

Impasse sobre dívida EUA e evolução na discussão política na Itália dividem os investidores nesta sessão; Oi dispara com notícia de fusão com a Portugal Telecom

Carolina Gasparini

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SÃO PAULO – Após alta de 1,61% na última sessão, interrompendo uma sequência de cinco quedas, o Ibovespa volta a operar no campo negativo nesta quarta-feira (2), acompanhando a tendência das bolsas internacionais, que respondem negativamente aos dados de emprego dos Estados Unidos. Segundo cotação das 10h26 (horário de Brasília), o benchmark da bolsa brasileira recuava 0,29%, a 53.026 pontos.

No noticiário corporativo, destaque para a Oi (OIBR3, R$ 4,71, +5,37%OIBR4, R$ 4,55, +7,82%), que divulgou um MOU (Memorando de Entendimento) para uma fusão bilionária com a Portugal Telecom, que deverá criar a CorpCo no primeiro semestre de 2014. A nova empresa terá ações negociadas na BM&FBovespa, ocorrendo uma relação de troca com os papéis da Oi – cada 1 ação ON da CorpCo representará 1 OIBR3, enquanto cada 1 ação PN será trocada por 1,0857 OIBR4. Além disso, a Oi terá que fazer um aumento de capital entre R$ 7 e R$ 8 bilhões para concluir o negócio, o que trouxe certa cautela para os analistas que acompanham o setor. Segundo o comunicado, acionistas da TelPart e de um fundo de investimentos do BTG Pactual participarão do aumento de capital subscrevendo aproximadamente R$ 2 bilhões.

Ainda entre as maiores altas do Ibovespa, aparecem TIM (TIMP3, R$ 10,90, +1,87%), B2W (BTOW3, R$ 14,80, +1,51%) e JBS (JBSS3, R$ 7,72, +1,18%). No lado negativo, as empresas do Grupo EBX lideram as perdas, com OGX Petróleo (OGXP3, R$ 0,23, -4,17%), MMX Mineração (MMXM3, R$ 1,46, -2,01%) e LLX Logística (LLXL3, R$ 1,62, -1,22%). 

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EUA: dívida, ADP e fala do Bernanke
Nos EUA, a paralisação parcial do governo começa a afetar os mercados. O cenário de incerteza se forma uma vez que o impasse sobre o orçamento sugere que a polarização do governo pode levar também à falta de solução para o debate sobre o aumento do teto da dívida norte-americana, que deve atingir seu limite de gasto em 17 de outubro. Com a projeção, o Tesouro norte-americano começou a usar suas últimas ferramentas para impedir a falta de fundos no país.

Entre os indicadores, o ADP Employment, que mensura a criação de postos de trabalho no setor privado dos EUA subiu menos do que o esperado, com adição de 166 mil novos postos, ante expctativa de 170 mil. O indicador deve ser a maior referência sobre o mercado de trabalho norte-americano nesta semana, uma vez que com a paralisação do governo, o relatório de emprego não deve ser divulgado na próxima sexta-feira (4).

Durante esta sessão, o mercado também ficará atento à diversos discursos de membros do Federal Reserve, inclusive do presidente Ben Bernanke, que participará de uma conferência do Fed em St. Louis e falará às 16h30.

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BCE mantém juros
Na Europa, o BCE (Banco Central Europeu) manteve sua taxa de juros na mínima recorde de 0,5% ao ano. Em conferência, o presidente Mario Draghi disse que os recentes indicadores divulgados continuam mostrando que a zona do euro recupera-se da crise lentamente, como esperado. Draghi comentou ainda que permanecerá atento aos sinais econômicos e que o desemprego continua alto no bloco econômico.

Itália começa a se entender
Na Europa, o índice italiano FTSE MIB destoa dos mercados com alta de 0,7% após o ex-premiê Silvio Berlusconi recuar em seus recentes discursos e apoiar o governo de Enrico Letta. Nesta sessão, Letta ganhou um voto de confiança no Senado, após Berlusconi e parte de seu partido voltar atrás da decisão de derrubar o governo.

Entre os indicadores econômicos, a Espanha registrou maior número de desempregados do que o esperado em setembro, com adição de 25,6 mil desocupados no mês.

Agenda brasileira
Por aqui, o IPC (Índice de Preços ao Consumidor) fechou setembro com alta de 0,25%, ante avanço de 0,22% no mês anterior, segundo dados da Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas). 

Ainda nesta manhã, o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) comunicou que a produção industrial mostrou variação nula em agosto em relação à julho, após recuar 2,4% no mês anterior. Já na comparação com agosto de 2012 o índice recuou 1,2%.

Finalizando a agenda brasileira, às 12h30 o Banco Central divulgará o fluxo cambial semanal do país.