Ibovespa não acompanha Wall Street e segue em queda, com OGX caindo 18%

Apesar do PIB norte-americano não animar, declarações otimistas acerca da solução do teto da dívida dos EUA impulsionam as bolsas do país

Carolina Gasparini

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SÃO PAULO – A melhora de humor no mercado internacional não chegou até o Brasil e o Ibovespa segue no campo negativo na manhã desta quinta-feira (26), intensificando a tendência vista nos dois últimos pregões. Segundo cotação das 11h56 (horário de Brasília), o principal índice acionário da bolsa brasileira recuava 1,27%, a 53.569 pontos, acumulando na semana perdas de 1,0%. Contudo, no acumulado do mês, o benchmark da Bovespa ainda soma ganhos de 7,12%.

Lá fora, as bolsas passam a mostrar alta depois de uma reação tímida aos indicadores econômicos dos Estados Unidos, refletindo as novidades positivas acerca do impasse do teto da dívida norte-americana. Segundo reportagem da agência de notícias Reuters, o republicano Jeff Sessions afirmou que não haverá nenhum “default” do governo dos EUA. Além disso, o presidente da Câmara John Boehner disse que uma proposta republicana está chegando com o intuito de segurar os cortes de gastos do governo e aumentar o limite da dívida do país. Com a notícia, os principais índices acionários norte-americanos – Dow Jones, S&P 500 e Nasdaq – mostram altas entre 0,5% e 0,8%, enquanto na Europa a maioria das bolsas opera entre leve alta e estabilidade, com exceção apenas para o FTSE MIB de Milão, que segue com queda de quase 1% em meio ao impasse político na Itália.

O impasse sobre o teto da dívida norte-americana continua. O Senado aprovou o orçamento do país para o próximo ano fiscal, que começa em 1º de outubro, incluindo capital para o plano de recuperação da saúde pública de Barack Obama, o que pode impedir a aprovação do orçamento pelos opositores. Os dois lados não indicam que entrarão em acordo em breve, o que pode deixar o governo sem dinheiro em meados de outubro, segundo o secretário do Tesouro norte-americano, Jack Lew.

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Empresas X nas duas pontas do Ibovespa
A OGX Petróleo (OGXP3, R$ 0,30, -18,92%) apresenta a maior queda dentre as 73 ações que fazem parte do Ibovespa, em meio aos rumores de que a empresa poderá dar um calote em seus credores. Na outra ponta do índice, aparece outra empresa do Grupo EBX, de Eike Batista: a MMX Mineração (MMXM3, R$ 1,69, +1,20%). Na noite anterior, foi anunciado ao mercado que a empresa está em negociação com a Vetria Mineração, da Triunfo e ALL, para venda de ativos ou direitos minerários do seu projeto em Corumbá, no Mato Grosso do Sul.

Já a TIM Participações (TIMP3, R$ 10,38, -1,24%) continua sendo pressionada pelo impasse acerca da compra de ativos pela controladora da Vivo e estende as perdas da véspera, quando recuou 5,14%.

PIB dos EUA cresce 2,5%
A terceira e última prévia do PIB (Produto Interno Bruto) norte-americano do 2º trimestre ficou conforme o registrado na segunda prévia, com avanço de 2,5%. As expectativas do mercado giravam entre 2,6% e 2,7%.

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Já o Initial Claims, indicador que mensura a quantidade de pedidos de auxílio-desemprego semanalmente, veio melhor que o esperado ao mostrar 305 mil solicitações na semana finda em 21 de setembro, ante expectativa de 325 mil, após atingir 310 mil pedidos no período anterior. Já o Pending Home Sales, que mensura as vendas pendentes de moradias, recuou 1,6%, para 107,7 em agosto. A expectativa era de queda de 1,0%.

Desemprego cai no Brasil
Por aqui, a taxa de desemprego caiu para 5,3% em agosto, mostrando seu melhor resultado desde dezembro, com alta no rendimento da população após cinco meses de queda, segundo dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

Por outro lado, a confiança da indústria recuou 1%, de 99,0 pontos para 98,0 pontos em setembro, aponta a FGV (Fundação Getulio Vargas).

Berlusconi afeta bolsa italiana
Na Europa, Silvio Berlusconi ameaça novamente a política italiana, ao convocar seus aliados a retirarem-se em massa do Parlamento, em protesto contra a possibilidade do ex-premiê ser expulso da política após ser condenado por fraudes fiscais. Berlusconi já havia dito que derrubaria o atual governo italiano caso fosse retirado da política.

Ainda na Itália, as vendas no varejo em julho caíram 0,3%, ante projeções de aumento de 0,3%. No mês anterior, o indicador também recuou. 

Já na França, a confiança do consumidor ficou em linha com a expectativa, mesmo resultado visto no PIB britânico, que apontou crescimento de 0,7% no segundo trimestre, mantendo o mesmo valor apurado nas preliminares do indicador. No entanto, um déficit em conta corrente pior do que o esperado na Grã-Bretanha pesa sobre os mercados, e derruba a cotação da libra esterlina em relação ao dólar.