Oi cai 8%, TIM recua 5% e Embraer lidera alta com compra de empresa; veja mais

Brookfield sobe 2,4% após vender ativos, enquanto Minerva recua com suspensão de vendas na Rússia; Mangels chega a 118% de alta em setembro

Rodrigo Tolotti

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SÃO PAULO – Em queda desde o início da tarde, o Ibovespa fechou esta quarta-feira (25) com queda de 0,31%, aos 54.261 pontos, com destaque para as companhias do setor de telecomunicações, que registraram fortes quedas após liderarem os ganhos na véspera. Enquanto apenas 4 ações registraram ganhos acima de 2%, 8 encerraram com queda de mais de 2%.

O movimento de realização de TIM (TIMP3), Oi (OIBR3; OIBR4) e Telefônica (VIVT4) ocorre após forte impulso do setor na véspera, quando os papéis da TIM ganharam força após a espanhola Telefónica anunciar que elevará a participação na Telecom Italia, controladora da empresa. As ações TIMP3 tiveram a maior alta do Ibovespa na última terça-feira: 9,59%.

As informações sobre o negócio, principalmente em relação ao cenário nacional, que envolve a Vivo, controlada pela Telefónica, e a TIM, ainda não foram detalhadas. Com isso, ainda não há definição sobre o que irá ocorrer com as duas operadoras, já que, de acordo com a lei do País, uma empresa não pode controlar duas companhias que atuam em telefonia móvel. 

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Na noite da véspera, o Ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, disse que a Telefónica não vai poder manter o controle da Vivo e TIM no Brasil, caso se confirme a operação que vai elevar a participação da empresa espanhola na Telecom Italia. Ele apontou ainda que, no caso da venda da TIM, a empresa não poderia ser comprada por outros concorrentes do setor (Claro, Oi e Nextel). Assim, um novo grupo terá que assumir o controle da operadora – o mesmo vale se a decisão for para a venda da Vivo.

De acordo com informações da Bloomberg, a Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) prefere a venda da TIM do que uma cisão da empresa. A Agência quer manter quatro operadoras no mercado do Brasil e gostaria que uma operadora estrangeira, como a Vodafone ou a AT&T, adquirisse a companhia.

Nesta sessão, as ações da TIM fecharam com queda de 5,14%, a R$ 10,51. Já os ativos ordinários da Oi recuaram 7,96%, para R$ 4,97, enquanto os preferenciais fecharam com queda de 8,74%, cotados a R$ 4,70.

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“Com um desempenho um pouco melhor, as ações VIVT4 caíram 2,37%, para R$ 50,28. Assim como foi visto nos pregões de ontem e hoje, Vivo e TIM devem andar juntas no curto prazo devido a esse cenário, com a TIM apresentando movimentos mais epxressivos devido ao seu beta maior”, afirma o analista João Pedro Brugger, da Leme Investimentos.

Embraer sobe 2,9% com compra de empresa
 do lado oposto, as ações da Embraer (EMBR3) figuraram entre as maiores altas do Ibovespa, com valorização de 2,90%, cotada a R$ 18,48. A fabricante de aeronaves anunciou nesta manhã contrato de compra de totalidade das ações da Atech, empresa nacional de sistemas que atua na área de defesa. A Embraer já era dona de 50% das ações desde 2011.

Outro fator que favorece a companhia é o avanço do dólar frente ao real nesta sessão, já que a empresa tem um perfil voltado principalmente à exportação. Nesta sessão, a moeda norte-americana registrou alta de 1,29%, cotada a R$ 2,23 na venda.

Brookfield miniza ganhos mas lidera ganhos
As ações da Brookfield (BISA3, +2,42%, R$ 1,69) minimizaram os ganhos nesta sessão, após atingirem ganhos de 4,85% na máxima do dia, sendo cotadas a R$ 1,73. A empresa anunciou a venda de 20% da Torre Sigma e do Mall do empreendimento Alpha Sigma Towers (antigo terreno Giroflex), situado em São Paulo. O preço da venda foi de R$ 153,3 milhões.

Segundo analistas do Credit Suisse, a notícia é positiva para a empresa. A venda dos ativos deve dar mais tempo para que a empresa alcance o ponto de inflexão do seu fluxo de caixa. Os analistas lembram que a empresa tem sofrido com os custos da construção e alta alavancagem, em um período de aumento de desembolsos com a construção. Mas, com a entrada de cerca de R$ 153 milhões, a empresa conseguiria aumentar seu caixa em 16% para R$ 1,1 bilhão. 

Minerva cai 1,7% com suspensão de vendas
Fora do Ibovespa, as ações da Minerva (BEEF3) recuaram 1,72%, a R$ 9,70. A empresa informou nesta tarde que o serviço de fiscalização veterinária e fitossanitária da Rússia suspendeu temporariamente as importações de determinadas unidades frigoríficas no Brasil, incluindo duas unidades da empresa (Araguaína e Barretos).

Adicionalmente, a empresa informou que outras unidades da companhia no Brasil, Paraguai e Uruguai continuam habilitadas para exportar para a Rússia. 

Mangels já acumula alta de 118% no mês
Chamou atenção, novamente, as ações da Mangels (MGEL4), com valorização de 11,35%, a R$ 1,57. Embora pouco comentado na bolsa, os papéis da empresa vêm ganhando destaque no último mês, período em que acumula valorização de 118%; e desde que a arrancada começou, em 25 de julho, os ativos registram alta de mais de 205%

Nesta sessão, impressiona também o volume financeiro movimentado com a ação, que atinge R$ 2,5 milhões – maior patamar desde outubro de 2010 -, quase oito vezes acima da média diária dos últimos 21 pregões, de R$ 338,7 mil.

O que está por trás dessa alta? O movimento positivo dos papéis está relacionado principalmente às perspectivas lançadas pela empresa no release de resultados, de que está renegociando a dívida com credores, ao passo em que espera vender seus ativos (planta de São Bernardo do Campo) até o primeiro semestre de 2014. “O mercado está especulando com base nisso”, o analista Roberto Altenhofen, da casa de research Empiricus. 

Com liquidação decretada, Laep tem ações suspensas na bolsa
Além disso, as ações da Laep (MILK33), dona da Parmalat, foram suspensas hoje na bolsa depois que a empresa informou a Suprema Corte de Bermudas decretou sua falência.

O pedido de liquidação foi feito dia 23 de setembro e a indicação dos liquidantes foi realizada pelo fundo Emerging Market Special Situation 3, veículo do fundo GLC. E, naquela data, a pedido da GLG, foram designados como liquidantes Michel Morrison e Charles Tresh, que passaram a controlar e gerir a sociedade.

Com isso, a empresa informou, por meio de comunicado enviado à CVM (Comissão de Valores Mobiliários), que foram afastados os antigos administradores e controladores e os membros da diretoria da empresa. O representante legal da Laep no Brasil, Antonio Romildo Silva, confirmou sua renúncia ao cargo. O sucessor deverá seu indicado no prazo de até 15 dias, conforme instrução da CVM.

Rodrigo Tolotti

Repórter de mercados do InfoMoney, escreve matérias sobre ações, câmbio, empresas, economia e política. Responsável pelo programa “Bloco Cripto” e outros assuntos relacionados à criptomoedas.