Ibovespa consolida queda puxado por Petrobras

BM&FBovespa anunciou na véspera alterações na forma de compor Ibovespa; OGX fará assembleia para escolha de conselheiros nesta tarde

Carolina Gasparini

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SÃO PAULO – O Ibovespa caminha pelo terreno negativo, após mais de 2 horas de volatilidade no pregão desta quinta-feira (12). O índice alternou entre leves perdas e ganhos por toda a manhã até firmar queda, embalada pelas perdas da Petrobras (PETR3;PETR4). Às 12h23, o benchmark da bolsa brasileira recuava 0,53%, a 53.288 pontos. Vale ressaltar que, às 15h (horário de Brasília), a OGX Petróleo (OGXP3, R$ 0,39, +2,63%) realizará uma AGE (Assembleia Geral Extraordinária) com seus acionistas, para definir seus novos conselheiros, o que pode mudar o rumo do benchmark da bolsa nesta sessão.  

A companhia tem mostrado forte volatilidade nos últimos pregões, agitando o noticiário corporativo praticamente todos os dias. Nesta manhã, o diretor de operações da bolsa de valores de São Paulo, André Demarco, disse que caso a empresa entre em recuperação judicial, ela será imediatamente retirada do índice. Na véspera, a BM&FBovespa apresentou a nova forma de compor o índice, excluindo ações com valor inferior a R$ 1 e algumas outras alterações – a OGX sairia do Ibovespa pela nova metodologia, que deve entrar em vigor em maio de 2014.

Segundo Edemir Pinto, presidente da BM&FBovespa, as alterações não foram causadas pelas empresas “X”, mas o “efeito Eike” foi levado em consideração para as mudanças. Além disso, Eike Batista está contestando a obrigatoriedade de cumprir com a “put” de US$ 1 bilhão acordada em outubro passado e exercida na última semana. 

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Ações
Na ponta negativa, destacam-se Embraer (EMBR3, R$ 19,43, -3,33%), Brookfield (BISA3, R$ 1,82, -2,67%) e Banco do Brasil (BBAS3, R$ 23,77, -1,76%). A Petrobras (PETR3, R$ 16,98, -2,80%PETR4, R$ 17,87, -2,08%) registra uma das maiores quedas do índice, após Graça Foster, presidente da companhia, afirmar, na véspera, que não há sinalização de reajuste de combustíveis neste ano.

Por outro lado, as empresas de varejo Natura (NATU3, R$ 48,60, +2,90%), Hering (HGTX3, R$ 33,88, +2,76%) e Lojas Renner (LREN3, R$ 65,84, +2,04%) respondem positivamente à alta de 1,9% nas vendas no varejo brasileiro em julho.

Agenda econômica
Nos EUA, o Initial Claims – indicador que mensura a quantidade de pedidos de auxílio-desemprego semanalmente – recuou fortemente, para o menor nível desde abril de 2006, com 292 mil solicitações. No entanto, o Departamento do Trabalho norte-americano informou que houve problema técnico no processamento dos dados que interferiu no resultado, que ficou bem abaixo do esperado por analistas, de 327 mil pedidos. Ainda por lá, os preços de importações registraram leve queda, de 0,1% e das exportações caíram 0,2%.

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Os indicadores norte-americanos tem ganhado cada vez mais destaque com a possibilidade do Federal Reserve iniciar a retirada gradual de seu programa bilionário de estímulo econômico, o Quantitative Easing 3. Na próxima semana o Fed realizará sua reunião do Fomc (Federal Open Market Comittee) e especula-se que anunciará o início da retirada.

Na zona do euro, a produção industrial recuou 1,5% em julho, valor pior do que a queda de 0,1% esperada pelo mercado. Na Itália, o mesmo indicador registrou baixa de 1,1%, após subir 0,2% no mês anterior. Já na França a taxa de desemprego subiu 0,5%, como esperado.

Além dos indicadores, também pesa sobre o apetite por risco dos investidores a questão síria. Nesta quinta-feira, o secretário de estado norte-americano, John Kerry, encontrará o russo Sergei Lavrov para discutir a possibilidade de não ocorrer uma ação militar caso o governo sírio entregue seu armamento químico aos cuidados internacionais. A negociação é bem vista em parte do mundo, mas os temores ainda existem com o presidente Barack Obama garantindo que atacará o país caso a solução diplomática não surja efeito. Os rebeldes sírios também rejeitaram a iniciativa russa.