Votorantim Cimentos retira pedido para IPO de R$10,3 bi

A companhia encaminhou o pedido de retirada da operação à Securities and Exchange Commission

Reuters

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SÃO PAULO – A Votorantim Cimentos, maior produtora do insumo do Brasil, deve retomar sua oferta inicial de units em 2014, após ter retirado nesta segunda-feira o pedido para uma operação que marcaria o segundo maior IPO do ano no país e ajudaria a acelerar os planos de expansão, disse uma fonte próxima do assunto.

A operação, avaliada inicialmente em 10,3 bilhões de reais, tinha sido suspensa em junho até 11 de setembro, diante de condições adversas do mercado financeiro. 

“Hoje há pouca visibilidade para uma oferta até o final do ano (…) Não estão vendo um mercado tão sólido e com condição adequada e decidiram antecipar o procedimento (de retirada do pedido)”, disse a fonte.

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“Com isso, a empresa também retoma flexibilidade para interagir com o mercado, saindo do período de silêncio”, adicionou, citando que os planos para o IPO serão retomados quando o mercado apresentar melhores condições para a oferta.

Se a operação tivesse sido precificada, poderia ser o segundo maior IPO do ano no Brasil, só atrás da BB Seguridade, que levantou 11,48 bilhões de reais em abril.

Com a retirada do pedido, a Votorantim Cimentos une-se à companhia de saneamento fluminense Nova Cedae, à empresa de logística Vix e à Queiroz Galvão Óleo e Gás, que no início do ano engavetaram planos de IPO, também citando condições adversas do mercado.

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“Na percepção da companhia, as condições atuais dos mercados reforçam a baixa probabilidade de uma janela oportuna para a retomada da oferta no curto prazo”, afirmou a empresa em comunicado à imprensa.

No prospecto, a Votorantim Cimentos informava que pretendia usar os recursos obtidos com a oferta primária para continuar a estratégia de expansão orgânica e diversificação de portfólio de produtos no Brasil e para potenciais aquisições fora do país. A empresa não comentou o assunto além do comunicado à imprensa.

Os investimentos previstos para o período entre 2013 e 2015 no Brasil são de 3,562 bilhões de reais para aumentar capacidade de produção, além de 1,426 bilhão em despesas de capital, segundo o prospecto do IPO.

Segundo a fonte, “nada muda” nos planos de expansão da Votorantim Cimentos após a retirada do IPO. A companhia deverá contar com sua própria geração de caixa para financiar o crescimento. “A oferta daria mais flexibilidade financeira para fazerem isso”, acrescentou.

A Votorantim Cimentos tem planos de construir quatro fábricas no Pará, Ceará, Paraíba e Goiás, em investimentos de 2,7 bilhões de reais, de acordo com o prospecto.

Segundo o documento, a empresa tinha ao final de março endividamento consolidado de 12,29 bilhões de reais, dos quais 90 por cento representam compromissos de longo prazo, e planos para vender suas operações na China até o final de 2013.

Morgan Stanley, JP Morgan, Itaú, Credit Suisse e BTG Pactual eram coordenadores do IPO da Votorantim Cimentos. Antes de ser suspensa em junho, fontes do mercado financeiro chegaram a afirmar que o IPO da Votorantim Cimentos estava recebendo grandes reservas de investidores interessados.