À espera do Fed, Ibovespa cai mesmo com altas de OGX, Gerdau e Ambev

Após PIB melhor que o esperado dos EUA, investidores aguardam final da reunião do Fomc a tarde; resultados de 9 empresas brasileiras repercutem na Bovespa

Carolina Gasparini

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SÃO PAULO – Em dia de forte agitação nas agendas econômica e de resultados, o Ibovespa responde com forte volatilidade. Após abrir em queda e virar para o positivo – chegando a subir 0,5% -, o benchmark da bolsa brasileira volta a operar no negativo e recua 0,34%, a 48.396 pontos, segundo cotação das 10h54 (horário de Brasília).

Os mercados acompanharão o final da reunião do Fomc (Federal Open Market Committee), às 15h, com atenção, uma vez que o documento e o posterior discurso de Ben Bernanke podem indicar quando o Federal Reserve iniciará a retirada gradativa de seu programa de compra de títulos, o Quantitative Easing 3.

Divulgados nesta manhã, dados importantes e acima do esperado não modificaram o ânimo dos investidores nos EUA. A primeira prévia do PIB para o 2º trimestre mostrou expansão econômica maior do que as expectativas de 1,1%, com 1,7% no período. O Departamento de Comércio do país também revisou para cima o PIB de 2012, de 2,2% para 2,8%, refletindo uma mudança de cálculo feita pelo órgão. Mais cedo, foi divulgado por lá o ADP Employment, mostrando que o setor privado norte-americano adicionou 200 mil novos postos de trabalho em julho, ante expectativa de 175 mil. Os dados do mês anterior foram revisados de 188 mil para 198 mil.

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Resultados brasileiros
Por aqui, a temporada de resultados ganha força, com diversas empresas divulgando seus balanços referentes ao segundo trimestre deste ano. Fora do Ibovespa, Weg (WEGE3), Dufry (DAGB11), OdontoPrev (ODPV3), Sul América (SULA11), Tecnisa (TCSA3), Tractebel (TBLE3) e Arezzo (ARZZ3).

As ações da Ambev (AMBV4) avançam 2,07%, cotadas a R$ 83,80, após a companhia registrar queda de 2,2% em seu lucro líquido ajustado frente ao ano passado, atingindo R$ 1,88 bilhão. Apesar da queda, as receitas da companhia se elevaram: alta de 9,9%, para R$ 7,5 bilhões no trimestre. Enquanto isso, o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) pulou 9,5%, para R$ 3,21 bilhões. Assim, a margem Ebitda (Ebitda/Receita líquida) atingiu 42,8%, queda de 0,20 ponto percentual.

Já a Tim Participações (TIMP3) registrou aumento acima do esperado por analistas em seu lucro líquido, com R$ 385,6 milhões no trimestre, com aumento de receitas – a receita líquida da companhia subiu 8,7% na comparação anual, para R$ 4,9 bilhões – e menores perdas com variação cambial. As ações da companhia respondem com alta de 1,07%, a R$ 8,49.

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Entre as maiores quedas, destaque para BR Properties (BRPR3, R$ 18,60, -2,77%), Gol (GOLL4, R$ 8,00, -2,44%), Eletrobras (ELET3, R$ 4,60, -2,34%; ELET6, R$ 8,45, -1,17%), B2W (BTOW3, R$ 11,22, -2,01%) e Energias Br (ENBR3, R$ 11,30, -1,91%).

Na outra ponta, aparece a Gerdau (GGBR4, R$ 14,66, +3,39%) e a Metalúrgica Gerdau (GOAU4, R$ 18,37, +2,57%), que respondem bem ao PIB melhor que o esperado nos EUA – o país é a principal origem da receita da empresa. A OGX Petróleo (OGXP3, R$ 0,66, +3,13%) também estende os ganhos recentes, em meio à expectativa de que ela tenha sua participação elevada no próximo rebalanceamento do Ibovespa.

Zona do euro, Alemanha e Japão
Na Europa, o número de pessoas desempregadas na Alemanha caiu mais do que o esperado e a taxa de desemprego da zona do euro manteve-se estável em 12,1%, ante projeções de alta para 12,2%. Além disso, apesar da estabilidade na taxa, o número de pessoas sem ocupação no bloco econômico caiu pela primeira vez em dois anos.

Por outro lado, as vendas no varejo alemão decepcionaram ao mostrar sua maior queda no ano (-1,5%), enquanto a expectativa do mercado era de alta de 0,1%.

O movimento pessimista foi registrado também nas bolsas asiáticas, que fecharam esta sessão em queda. O PMI (Purchasing Manager’s Index) industrial japonês caiu de 52,3 para 50,7 em julho, derrubando o índice Nikkei. A exceção do dia fica com o índice Shanghai, que subiu 0,20% após o governo dizer que garantirá a estabilidade do crescimento econômico local no segundo semestre.