MMX lidera altas do Ibovespa, Natura avança após resultados e Laep dispara 30%

Ainda dentro do Ibovespa, imobiliárias se destacam na ponta positiva, Klabin tem fraca oscilação após balanço e Oi é destaque de queda depois de liderar ganhos na véspera

Thiago Salomão

Igarape, 04 de novembro de 2011Imagens das minas de minerio de ferro Tico Tico e Ipe, da empresa MMX, no complexo Serra Azul.Foto: Bruno Magalhaes / Nitro

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SÃO PAULO – Descolado das bolsas internacionais, o Ibovespa consegue voltar a subir nesta quinta-feira (25), mantendo-se acima dos 48.000 pontos. Dentre as ações que fazem parte do índice, colaboram positivamente as das empresas do Grupo EBX, de Eike Batista, e também as do setor imobiliário. No lado negativo, aparecem os papéis do setor de papel e celulose e da Oi (OIBR3, OIBR4), que na véspera liderou os ganhos do Ibovespa. Fora do benchmark, destaque para a disparada dos ativos da polêmica Laep Investment (MILK11).

Os BDRs (Brazilian Depositary Receipts) do private equity que detém o controle de marcas como a Parmalat no Brasil disparam 28,57%, segundo cotação das 14h14 horário de Brasília, saltando de R$ 0,28 (fechamento do pregão anterior) para R$ 0,36. Dessa forma, a small cap, que oscilou entre R$ 0,29 e R$ 0,25 nas últimas duas semanas, volta a valer exatamente o que mesmo do final de junho. Impressiona também o forte giro financeiro de MILK11, que já chega a R$ 475 mil – o volume médio diário dos últimos 21 pregões estava próximo de R$ 40 mil até a última quarta-feira.

A movimentação ocorre após a divulgação de dois comunicados enviados à CVM (Comissão de Valores Mobiliários) pela empresa na véspera. A primeira refere-se ao aumento de participação do fundo de investimentos multimercado Nest ARB Master, gerido pela Nest Investimentos, que atingiu 22,4% do capital social, totalizando 9 milhões de BDRs emitidos pela companhia. Apesar de anunciar a participação atingida, não sabe-se qual era a fatia do fundo no capital social anteriormente ao comunicado – nos documentos enviados à CVM pela empresa, não há nenhum menção anterior à participação do fundo. A gestora de recursos Nest, administrada pelo Bank of New York Mellon do Brasil e fundada em 2005 por Felipe Prata e Francisco Giffoni de Andrade, informou que a aquisição tem o único objetivo de investimento, não havendo qualquer interesse em alterar a composição do controle ou estrutura administrativa da companhia.

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O outra informação refere-se a decisão dos tribunais de Bermudas de que aceitaram dar prosseguimento a procedimentos de execução de dívida contra a empresa, o que poderá causar até mesmo a liquidação da companhia. A Laep comunicou que a decisão das Cortes de Bermudas ocorreu mesmo depois de terem sido informadas da ilegalidade da operação de aquisição do suposto crédito e de sua cobrança, com violação frontal a princípios de ordem pública do Brasil. No fim de março, a Laep havia informado que um fundo de Cayman, o GLG Emerging Market Special Situations Fund, havia iniciado procedimento de execução de valores superiores a US$ 150 milhões.

Mundo X em alta
As empresas do Grupo EBX, de Eike Batista, revertem as quedas da véspera e operam em alta. Enquanto OGX Petróleo (OGXP3, R$ 0,56, +3,70%) acumula ganhos de 12,0% nesta semana, a MMX Mineração (MMXM3, R$ 1,58, +4,64%) subiu 14,7% no mesmo período e a LLX Logística (LLXL3, R$ 0,97, +1,04%) acumulou alta de 13,9% na semana.

Em meio às dificuldades das empresas “X”, a Planner Corretora divulgou um relatório nesta quinta-feira no qual enfatiza que a melhor alternativa para a MMX seria sua venda total ou parcial.

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Nos últimos dias, aumentaram rumores de que a mineradora poderá ser vendida, dentro de um plano de reestruturação do Grupo EBX. Entre os interessados, estariam o fundo soberano de Abu Dhabi, Mubalada, a suíça Glencore Xtrata e a holandesa Trafigura, além dos players nacionais, como Usiminas (USIM3; USIM5), Gerdau (GGBR4) e Arcelor Mittal. 

Resultado trimestral impulsiona Natura
A Natura (NATU3) divulgou seu resultado trimestral na noite da última quarta-feira (24), reportando alta de 11,7% em seu lucro líquido, que somou para R$ 240,2 milhões no período, ante o apurado no segundo trimestre de 2012. O resultado ficou acima da média das expectativas de analistas obtidas pela Reuters, que apontava lucro de R$ 213,7 milhões.

A receita líquida total da companhia cresceu 6,7% no trimestre, a R$ 1,715 bilhão em linha com as previsões, apoiada no avanço de 36 por cento nas vendas líquidas das operações internacionais. No Brasil, a receita líquida subiu apenas 1,1%, a R$ 2,28 bilhões. Com o resultado, as ações da companhia sobem 3,52%, cotadas a R$ 45,86.

Imobiliárias em alta, papel e celulose em baixa
O setor imobiliário volta a subir após de dois pregões em queda. O movimento é visto nas ações da Gafisa (GFSA3, R$ 3,03, +2,36%), MRV Engenharia (MRVE3, R$ 6,95, +1,46%) e PDG (PDGR3, R$ 1,92, +2,13%). Apesar da alta, nesta semana, as companhias acumulam queda de 1,32%, 1,43% e 3,05%, respectivamente.

Já no setor papel e celulose, as ações da Klabin (KLBN4) registram desvalorização de 0,64%, a R$ 10,88, após divulgação de resultado. A empresa terminou o período com prejuízo líquido de R$ 130 milhões, devido aos impactos da valorização do dólar ante o real em sua dívida, informou a empresa nesta quinta-feira.

Também no setor, os papéis da Fibria (FIBR3) seguem em queda depois de reportar seus dados trimestrais na véspera. Nesta sessão, as ações caem 1,74%, a R$ 24,92. A empresa teve prejuízo de R$ 593 milhões, ante perdas de R$ 524 milhões no segundo trimestre do ano passado, também impactada pela variação cambial. 

Oi recua após subir cerca de 30% em 5 pregões
Os papéis da Oi (OIBR3, -0,61%, R$ 4,91; OIBR4, -0,65%, R$ 4,60) recuam nesta sessão depois de subirem cerca de 30% nos últimos cinco pregões. 

Na véspera, a empresa divulgou que não pagará dividendos em agosto. O fato, que no início foi interpretado de forma negativa pelo mercado, levando a baixa de cerca de 6% dos papéis nos primeiros minutos de pregão, passou a ser digerido como favorável, uma vez que a empresa poderá melhorar suas perspectivas de caixa, demonstrando maior comprometimento com sua saúde financeira. 

Thiago Salomão

Idealizador e apresentador do canal Stock Pickers