De fim da reestruturação da dívida à apuração da CVM: noticiário da EBX é agitado

O noticiário também foi agitado especificamente para a OGX, com esclarecimentos e possibilidade de que ANP faça companhia explorar mais poços

Lara Rizério

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SÃO PAULO – Nem mesmo no feriado o noticiário para as empresas da holding EBX, de Eike Batista, foi tranquilo para as empresas do grupo. E, nesta sessão, o movimento parece continuar, com novas decisões sendo tomadas dentro do grupo do empresário. 

Em destaque, a EBX anunciou para os mercados em geral que finalizou com sucesso a restruturação dos termos e condições do acordo fechado em abril de 2012 com a Mubadala Development Company. “O novo acordo reforça ainda mais a estabilidade do Grupo EBX”, afirmou o grupo.

No contexto do novo acordo, a EBX resgatou uma parcela significativa do investimento inicial da Mubadala. A holding afirmou que a EBX e Mubadala também concluíram com sucesso acordos complementares que garantiram uma maior preservação da parcela remanescente do investimento da Mubadala. 

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“EBX e Mubadala continuarão engajadas nas discussões relativas às etapas finais da reestruturação da EBX, bem como no que diz respeito ao pleno desenvolvimento dos negócios das empresas que compõem o Grupo EBX”, afirmou a holding.

Renúncia de diretor financeiro e de RI
Nesta sessão, o mercado repercute ainda a renúncia do executivo Otávio Lazcano do cargo de diretor financeiro e relações com investidores da EBX Brasil, de acordo com ata de reunião do Conselho de Administração realizada nesta terça-feira. Eike Batista, diretor presidente, vai acumular as funções, segundo o documento.

CVM investiga mais de 15 casos das empresas de Eike
De acordo com fontes ouvidas pela Reuters, as empresas do Grupo EBX, do empresário Eike Batista, estão sendo escrutinadas pela CVM(Comissão de Valores Imobiliários), que já abriu 16 ou 17 apurações nos últimos trimestres contra o grupo, segundo informou um executivo a par do assunto. 

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Com as apurações, o regulador quer descobrir se empresas do grupo, incluindo a OGX Petróleo (OGXP3), divulgaram comunicados ao mercado no prazo e com as informações corretas.

“(O objetivo é saber) se (o Grupo X) estava fazendo as divulgações segundo as regras, se ele fez divulgação que não deveria ter feito, isso está sendo apurado”, disse a fonte, que pediu anonimato. As apurações antecedem as investigações, que por sua vez podem levar a abertura de processos e a punições.

OGX: feriado agitado
Mesmo com a bolsa brasileira fechada na véspera, o dia anterior foi especialmente agitada para a OGX, que prestou esclarecimentos à CVM na última segunda-feira, afirmando negociar parcerias para os blocos que arrematou sozinha na 11ª Rodada de Petróleo, num momento em que a companhia lida com alto endividamento, problemas na produção e escassez de recursos para investimentos.

O anúncio foi feito semanas antes do prazo final para a confirmação, na ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis), das garantias oferecidas pela OGX para a aquisição dos blocos no leilão. 

Na tarde da véspera, a diretora-geral da ANP, Magda Chambriard, afirmou que a agência pode fazer com que a empresa de petróleo de Eike invista na perfuração de mais poços em campos offshore que a empresa afirmou não serem comerciais. 

A companhia surpreendeu os investidores na semana passada ao dizer que uma reavaliação dos levantamentos geológicos de Tubarão Azul mostrou que não havia tecnologia existente que poderia fazer a extração de petróleo economicamente viável.

“Nós podemos concordar com eles (de que o campo não é mais comercialmente viável) ou podemos pedir a eles que perfurem mais”, disse Magda Chambriard, diretora-geral da ANP, em em entrevista à Reuters. Nesta sessão, as ações da OGX sobem 5,77%, a R$ 0,55, segundo cotação das 10h28 (horário de Brasília). 

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.