Fed pode antecipar corte do QE3 para fim deste ano, diz Bernanke

Em seu tão aguardado discurso, presidente do Fed disse que duração do programa de estímulos dos EUA está condicionada as projeções econômicas estarem corretas

Paula Barra

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SÃO PAULO – No discurso mais esperado do ano, o presidente do Federal Reserve, Ben Bernanke, disse que pode iniciar o corte do programa de estímulo à economia norte-americana, conhecido como Quantitative Easing 3, no final deste ano, se as perspectivas para inflação e desemprego se mostrarem corretas. 

Numa leve melhora em suas projeções, as autoridades projetaram que a taxa de desemprego pode atingir 6,5% em 2014 e, para este ano, entre 7,2% e 7,3%, frente os atuais 7,6%, enquanto a inflação avançará apenas 0,8% a 1,2% em 2013, e entre 1,4% e 2,0% no próximo. 

Com isso, o economista disse que se os indicadores melhorarem consistentemente, o comitê poderá antecipar um corte moderado no QE3 para o final deste ano. “E, se os dados seguintes estiverem alinhados com nossas projeções, poderemos continuar reduzindo as compras mensais de títulos, levando o fim do programa para a metade de 2014”, comentou.

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Caso não mostre melhora, o Fed garantiu que vai continuar com o programa de compra de títulos, que totalizam US$ 85 bilhões por mês. “Isso porque o Fed não pode cortar o programa em um mês, e no próximo aumentá-lo se os dados econômicos piorarem. Não faz sentido”, disse Bernanke. 

Num cenário positivo, Bernanke estima que quando o programa de estímulo estiver no fim, a taxa de desemprego deverá estar rondando 7%, suportada por um sólido crescimento econômico. Se isso ocorrer, ele aponta para uma melhora substancial no desemprego, que girava em torno de 8,1% quando o programa inicio, em setembro de 2012. 

O economista ainda reforçou que a economia dos EUA está crescendo, apesar dos cortes fiscais. O Fomc (Federal Open Market Committee) projeta uma expansão entre 2,3% e 2,6% do PIB (Produto Interno Bruto) em 2013, e 3% a 3,5% em 2014. 

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Durante a coletiva de imprensa, Bernanke foi questionado sobre sua permanência no Fed por mais um mandato, que termina em janeiro de 2014. O economista disse que não comentaria o assunto. No última segunda-feira (17), o presidente dos Estados Unidos disse que Bernanke “ficou bem mais” do que queria no Fed, deixando no ar que pode estar procurando um novo chairman.