Descolado do exterior, Ibovespa estende perdas e opera abaixo dos 49.000 pontos

Das 71 ações do índice, apenas 4 ativos sobem mais de 1%; ALL, MMX e imobiliárias lideram perdas do índice

Carolina Gasparini

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SÃO PAULO – O Ibovespa bem que tentou amenizar as perdas no pregão desta terça-feira (18), mas logo voltou a cair mais de 1% – às 11h20 (horário de Brasília), o benchmark da bolsa brasileira recuava 1,26%, a 48.469 pontos. O movimento é exatamente o oposto daquele visto nas bolsas internacionais, já que os principais índices norte-americanos com alta na faixa de 0,4%. Vale lembrar que na véspera o Ibovespa renovou seu menor fechamento desde agosto de 2011.

Lá fora, o mercado segue no aguardo de alguma sinalização do que o Federal Reserve fará com o plano de estímulo econômico nos EUA, já que esta terça-feira marca o primeiro de dois dias de reunião da autoridade local. Por aqui, pesa ainda a disparada do dólar, que fechou na véspera acima de R$ 2,16 pela primeira vez em 4 anos. Nesta terça, ele chegou a subir R$ 2,19, mas logo zerou os ganhos após o Banco Central intervir por duas vezes no mercado. Embora a valorização ajude as exportações, a taxa de câmbio apreciada pode trazer ainda mais dificuldades para o já problemático cenário de inflação no País.

Dentre as maiores quedas do Ibovespa, aparece na liderança as ações da ALL (ALLL3, R$ 9,33, -6,70%), que sofrem com os rumores que ela fará uma oferta de ações para melhoria de ativos e da sua malha ferroviária. Figuram também entre as maiores perdas os papéis das imobiliárias, tais como MRV (MRVE3, R$ 6,69, -4,02%), Gafisa (GFSA3, R$ 3,00, -3,54%), Brookfield (BISA3, R$ 1,46, -3,31%), PDG (PDGR3, R$ 2,12, -3,20%) e Rossi (RSID3, R$ 3,17, -3,06%)

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Os ativos das empresas do Grupo EBX, do megaempresário Eike Batista, também voltam a ganhar evidência. No começo do pregão, as três companhias do grupo que fazem parte do Ibovespa chegaram a cair mais de 6%. Contudo, embora a MMX Mineração (MMXM3, R$ 1,18, -5,60%) continue em forte queda, os papéis das LLX Logística (LLXL3, R$ 1,04, -4,59%) e da OGX Petróleo (OGXP3, R$ 0,80, -2,44%) tentam se recuperar.

4 ações sobem mais de 1%
Das 71 ações que compõe o índice, apenas 4 sobem mais de 1%. Destaque para a Embraer (EMBR3, R$ 20,27, +1,65%), que volta a figurar entre as maiores altas do índice com anúncios de parcerias e novas encomendas. A alta do dólar também beneficia a fabricante de aeronaves, que na sessão anterior viu suas ações subirem 6,35%.

Ainda entre as poucas empresas que se salvam no dia, aparecem as fabricantes de papel e celulose Klabin (KLBN4, R$ 11,21, +1,91%) e Suzano (SUZB5, R$ 7,63, +2,42%), bem como a Duratex (DTEX3, R$ 13,59, +1,12%).

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No aguardo do Bernanke
Os mercados mundiais aguardam o fim da reunião do Federal Reserve na próxima quarta-feira (19), com especulações de que Ben Bernanke possa anunciar o início da retirada do programa de compra de títulos norte-americanos ganhando força. Na véspera, o Financial Times apontou que o presidente da autoridade monetária deve sinalizar uma redução no programa nesta reunião. 

Se a expectativa pelo discurso de Bernanke faz os índices europeus destoarem um do outro nesta sessão e as ações asiáticas a registrarem queda, a divulgação de indicadores nos EUA diminui a alta dos contratos futuros norte-americanos. O CPI (Consumer Price Index) de maio registrou alta de 0,1%, valor abaixo do esperado pelo mercado, de aumento de 0,2%.

Já o índice de casas que começaram a ser construídas, o Housing Starts, registrou aumento de 914 mil, ante expectativa de 950 mil. Ainda no setor imobiliário, o índice de permissão para a construção de novas residências subiu 974 mil, valor abaixo das projeções de 983 mil.

Agenda doméstica
No Brasil, o IPC (Índice de Preços ao Consumidor), calculado pela Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas), subiu 0,18% na segunda quadrissemana de junho, ante alta de 0,13% na quadrissemana anterior.

Também na agenda, a segunda prévia do IGP-M (Índice Geral de Preços – Mercado) acelerou alta para 0,74%, ante variação positiva de 0,01% registrada no mesmo período do mês anterior, segundo dados da FGV (Fundação Getulio Vargas).