Ibovespa cai forte após PMI ruim na China; Petro e Vale caem mais de 2%

Dia é de forte pessimismo nas bolsas internacionais, com Tóquio caindo 7,3% e Europa recuando mais de 2%, repercutindo a ata do Fomc divulgada na véspera

Carolina Gasparini

Publicidade

SÃO PAULO – Sentindo a “força” dos 57.000 pontos, o Ibovespa recua 1,65%, a 55.495 pontos, na cotação das 10h44 (horário de Brasília) desta quinta-feira (23). Na véspera, o benchmark da bolsa brasileira atingiu seu maior fechamento desde março ao terminar o pregão em 56.429 pontos, mas no intraday ele chegou a testar os 57.098 pontos. Assim como em outras duas oportunidades nos últimos 45 dias, o índice não teve forças para superar esse patamar e passou a cair no dia seguinte ao teste.

O movimento de hoje do Ibovespa acompanha os mercados mundiais, que repercutem não só os fracos PMIs (Índice de Gerentes de Compras, na sigla em inglês) de Europa e China como também digerem os eventos norte-americanos de ontem que ocorreram após o fechamento das bolsas europeias e asiáticas.

Apenas 2 ações em alta
Com o PMI do setor industrial chinês recuando para 49,6 em maio – a 1ª contração em 7 meses -, as mineradoras representam a maior queda do Ibovespa, com MMX Mineração (
MMXM3, R$ 2,01, -3,37%), Usiminas (USIM3, R$ 9,11, -2,04%USIM5, R$ 8,84, -2,96%) e Vale (VALE3, R$ 31,67, -2,91%VALE5, R$ 30,05, -2,88%) caindo mais de 2%. A Bradespar (BRAP4, R$ 22,92, -2,63%), holding que possui participação na Vale também está entre as maiores quedas.

Masterclass

As Ações mais Promissoras da Bolsa

Baixe uma lista de 10 ações de Small Caps que, na opinião dos especialistas, possuem potencial de valorização para os próximos meses e anos, e assista a uma aula gratuita

E-mail inválido!

Ao informar os dados, você concorda com a nossa Política de Privacidade.

Além disso, a Petrobras (PETR3, PETR4) que junto com a Vale possui a maior participação na composição do Ibovespa, também vê suas ações caírem mais de 2% nesta manhã, ajudando a pressionar o desempenho do índice, no momento em que apenas 2 das 71 ações que fazem parte do índice operam em alta.

PMI europeu e Bernanke
Além do PMI chinês, o mesmo indicador também traz preocupações na zona do euro. O PMI alemão subiu para 49,9 em maio, ante 49,2 no mês anterior, enquanto o PMI da zona do euro subiu para sua máxima em três meses, com 47,7 ante 46,9 em abril – vale ressaltar que qualquer resultado abaixo de 50 significa contração.

Importante mencionar ainda que as bolsas europeias e asiáticas digerem hoje o principal acontecimento do pregão anterior. Se por um lado o discurso do presidente do Federal Reserve, Ben Bernanke, trouxe ânimo aos investidores durante a manhã ao afastar as chances de retirada do QE3, a ata do Fomc (Federal Open Market Committee) divulgada durante a tarde indicou falta de consenso entre as autoridades do Federal Reserve sobre quando o ritmo de injeção de capital diminuirá – alguns integrantes querem desacelerar o programa já na próxima reunião, marcada para junho.

Continua depois da publicidade

Por conta disso, o índice Nikkei, de Tóquio, caiu 7,3% nesta quinta, após ter chegado a subir mais de 2% durante o pregão – renovando seu maior patamar em mais de 5 anos. Já no velho continente, os índices acionários recuam mais de 2%.

Referências econômicas
Na agenda norte-americana do dia, o Initial Claims, que mede a quantidade de pedidos de auxílio-desemprego semanais no país, registrou 340 mil solicitações na semana até 18 de maio, vindo melhor do que o esperado pelo mercado (348 mil) e o divulgado na semana anterior (363 mil).

No mercado imobiliário, os preços das hipotecas dos imóveis nos Estados Unidos mostraram alta de 1,3% em março, ante 0,9% no mês anterior. Mais tarde, será divulgado o New Home Sales de abril, que refere-se ao número de casas novas com compromissos de vendas no país.

No Brasil, a taxa de desemprego subiu de 5,7% para 5,8% entre março e abril, decepcionando as projeções, que esperavam queda para 5,6%. Já o IPC-S (Índice de Preços ao Consumidor Semanal) acelerou levemente sua alta de 0,38% para 0,40% na 3ª quadrissemana de maio. Mais tarde, o Banco Central divulgará a nota de mercado aberto, relatório sobre as operações realizadas no mercado aberto, como a venda de títulos federais.