Petro sobe 2%, Braskem e Hering estendem ganhos e Romi cai 8%; veja destaques

Vale perde forças, mas fecha com alta de 0,7% antes de divulgar seu resultado do primeiro trimestre; Telebras sobe mais de 20% com volume acima da média

Rodrigo Tolotti

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SÃO PAULO – Puxado pelos papéis das blue chips, o Ibovespa chegou à sua quinta alta consecutiva, algo que não ocorria desde setembro do ano passado – embora o avanço de hoje (+0,18%) foi o menor destes cinco dias. Destaque para a Petrobras (PETR3; PETR4) e Vale (VALE3; VALE5), que juntas representam cerca de 20% da composição do índice e tiveram mais um dia de valorização.

A mineradora ganhou força nesta sessão que marca a divulgação do resultado do primeiro trimestre de 2013. As ações ordinárias da companhia avançaram 0,54%, a R$ 33,58, enquanto as preferenciais registraram valorização de 0,72%, a R$ 32,10.

Depois de registrar um alto prejuízo de US$ 2,65 bilhões no último trimestre, em meio ao grande volume de impairments, a Vale deve registrar um primeiro trimestre de recuperação, mas ainda com perdas na comparação com o mesmo período do ano anterior. De acordo com a média das projeções do Santander, Itaú BBA, Banco Espírito Santo e Planner Corretora, o lucro da empresa deve recuar cerca de 16% na comparação com o mesmo período do ano passado.

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Braskem estende altas com recomendações de compra
Ainda no campo positivo, também chamou atenção as ações da Braskem (BRKM5), que subiram 1,05%, a R$ 16,35, estendendo os ganhos na véspera, quando subiram mais de 8% com a redução de tributos para o setor químico nacional anunciada pelo governo. Se na véspera o que impulsionou os papéis da empresa foi o anúncio, a alta de hoje foi motivada pelas introdução desta redução de tributos nas perspectivas da empresa.

Com a medida, o mercado já vê uma melhora significativa na geração de caixa da companhia, medida pelo Ebitda (Lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização), e que deve contribuir para um potencial de ganhos de cerca de R$ 2,00 no preço projetado para as ações no final do ano.

Pelo menos é o que apontam os analistas do JPMorgan, que elevaram o preço-alvo de R$ 17,00 para R$ 19,00 – upside de 17,43% em relação ao fechamento do pregão anterior -, assim como revisaram para cima a recomendação, de neutra para outperform (desempenho acima da média). No mesmo caminho, o Itaú BBA elevou o preço-alvo, de R$ 18,00 para R$ 19,60 – upside de 21,14% -, mas reiterou recomendação market-perform (desempenho em linha com a média do mercado).

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Petro e sucroalcooleiras também seguiram alta
Medidas do governo também impulsionam o setor sucroalcooleiro desde a última terça-feira. As ações da Cosan (CSAN3), São Martinho (SMTO3) e Tereos (TERI3) subiram 0,96%, 2,42% e 2,28%, respectivamente, a R$ 46,51, R$ 28,35 e R$ 3,14. 

Na tentativa de resgatar a competitividade do etanol, diminuir a importação da gasolina e baixar os preços das bombas, o governo federal anunciou ontem a desoneração de impostos na cadeia produtiva do etanol. De acordo com o ministro da Fazenda, Guido Mantega, a alíquota de PIS/Cofins (Programa de Integração Social/Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social) que incide sobre a produção do etanol será neutralizada pelo governo.

Segundo a equipe de análise da XP, a notícia já era especulada há algum tempo, mas sem dúvida é positiva para as empresas do setor de açúcar e álcool. Ainda assim, a corretora aponta que outras medidas ainda são aguardadas pelo mercado, tais como: linhas de financiamentos especiais, investimentos em infraestrutura de escoamento, além de uma política consistente para o etanol que fomente o investimento em armazenagem.

A Petrobras também sobe desde a última sessão aproveitando a medida sobre o aumento do etanol no combustível a partir de 1º de maio, quando a medida passa de 20% a 25%. As ações preferenciais da companhia avançaram 1,41%, aos R$ 19,45, enquanto as ordinárias subiram 2,61%, para R$ 18,06. 

Hering sobe mais de 8% em 2 pregões
A Hering (HGTX3) é outra companhia que estendeu os ganhos nesta sesão, porém, nesse caso, o catalisador foi o resultado apresentado na vésepra. As ações da companhia avançaram 1,66%, a R$ 41,15, mas atingiram na máxima do dia valorização de 3,21%, a R$ 41,78. Na semana, os papéis já subiram 8,4%.

A empresa registrou lucro líquido de R$ 69,4 milhões no primeiro trimestre de 2013, queda de 1,2% em relação ao mesmo período do ano anterior, mas teve um aumento de 16,2% da receita líquida.

Os analistas do Itaú BBA destacam que, apesar de fraco, os resultados da companhia estiveram acima das expectativas, em meio aos melhores números de vendas nas mesmas lojas e melhores números de margem bruta.

Veja mais: Hering voltará a ser a “queridinha” do varejo?

Indústrias Romi chega a cair mais de 8% com prejuízo
Com um prejuízo de R$ 7,9 milhões nos três primeiros meses do ano e números trimestrais classificados como fracos, as ações da Indústrias Romi (ROMI3) caíram 8,63%, a R$ 5,40. 
Tanto as equipes de análise do Itaú BBA quanto do Banco Fator classificaram o balanço da empresa como mais fraco que o esperado. O Itaú BBA projetava um prejuízo de R$ 5,7 milhões no período.

Em relatório assinado do Banco Fator, assinado por Gabriel de Gaetano e Gustavo Perez, é dado destaque para a queda na carteira de pedidos e na receita líquida, bem como o aumento do prejuízo. Da mesma forma, as analistas Renata Faber e Thais Cascello, que assinam o relatório do Itaú BBA, chamam atenção para a margem Ebit (Lucro antes de juros e impostos) ainda negativa, enquanto as operações na Alemanha e na Itália trouxeram números fracos.

Veja também: Operações no Brasil têm melhora significativa, diz presidente da Romi

Telebras: alta “surpresa” de 26% e com volume acima da média
Fora do índice, chamaram atenção as ações da Telebras (TELB4), que apresentaram alta de 26,13%, encerrando cotadas a R$ 5,31. Vale destacar também o forte volume movimentado pelos papéis: R$ 1,66 milhão, contra R$ 243,4 mil de média.

Apesar da forte alta, não foi apresentado nenhum fato ou notícia que justifique o movimento. Contatada, a empresa disse desconhecer a alta desta sessão. Apesar deste avanço, as ações da companhia acumulam perdas de 33,63% em 2013.

Alupar estreia com queda de 5,4% na BM&FBovespa
Os papéis da Alupar (ALUP11) se desvalorizaram em 5,41% nesta quarta, cotados a R$ 17,50, em seu primeiro pregão de negociações na BM&FBovepsa. A empresa movimentou R$ 851 milhões no IPO (Initial Public Offering), ao colocar units ao preço de R$ 18,50 no mercado, no piso das estimativas dos coordenadores da oferta.

Na mínima do dia, o papel chegou a cair 6,22%, ao preço de R$ 17,35, sendo que em nenhum momento ele foi negociado em alta. 

A Alupar representa a primeira abertura de capital no setor de energia elétrica desde 2010, quando a Renova movimentou R$ 161 milhões em sua oferta. No fim do ano passado e ainda neste ano, o setor de energia foi fortemente penalizado pelas novas regras para as empresas renovarem as concessões.

Rodrigo Tolotti

Repórter de mercados do InfoMoney, escreve matérias sobre ações, câmbio, empresas, economia e política. Responsável pelo programa “Bloco Cripto” e outros assuntos relacionados à criptomoedas.