Bradesco lucra R$ 2,89 bilhões no 4º tri; Eletrobras parcela indenizações

Portugal Telecom só poderá comprar mais ações da Oi a partir de 2016; Abilio acusa Casino de montar estratégia de "puro terrorismo"

Paula Barra

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SÃO PAULO – O mercado reflete na manhã desta segunda-feira (28) uma agenda de indicadores movimentada. Segundo informações oficiais da China, o lucro das indústrias saltou 17,3% em dezembro, na comparação anual. Esse é o quarto mês consecutivo de melhora nos ganhos.

Enquanto isso, na agenda local, o Relatório Focus mostrou mais uma revisão do mercado para o crescimento brasileiro. O PIB (Produto Interno Bruto), antes projetado em 3,19%, agora é esperado em 3,10% neste ano, a quarta revisão negativa consecutiva. 

Avanço da PT na Oi só a partir de 2016
Já entre os destaques corporativos, o possível aumento de participação da Portugal Telecom na Oi (OIBR3; OIBR4) só poderá ocorrer a partir de 25 de janeiro de 2016, segundo informa O Globo. É que, pelo acordo de acionistas, assinado em 25 de janeiro de 2011, há uma cláusula que proíbe, por cinco anos, a La Fonte, do empresário Carlos Jereissati, e a Andrade Gutierrez Telecom, de Sérgio Andrade, de venderem suas ações da Telemar Participações, que controla a Oi. 

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Atualmente, a La Fonte possui 19,35% das ações da Telemar Participações. A Andrade Gutierrez detém outros 19,35% e a Portugam Telecom, por sua vez, tem 12,07%. O restante é dividido entre BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) e os fundos de pensão das estatais e dos funcionários da Oi. Com a compra, a fatia da portuguesa poderia chegar a 50,77%. 

Os grupos Andrade Gutierrez e Jereissati informaram, contudo, que “não existem planos objetivando a alienação de suas participações societárias na Oi” e que “o interesse é alavancar sinergias com a Portugam Telecom”. A companhia portuguesa, por sua vez, disse que “não há planos de compra do controle ou a realização de uma oferta pela Oi”. A suposta negociação foi revelada na coluna Radar, da Veja. 

TIM corta verba de marketing de R$ 600 mi para R$ 200 mi
Também no setor de telefonia, a TIM Participações (TIMP3) passou a navalha na verba de marketing: caiu de R$ 600 milhões, para R$ 200 milhões, em 2013. Conforme informou Guilherme Barros, da IstoÉ Dinheiro, havia exagero na época de Luca Luciani, demitido por denúncias de fraude na Itália, mas a redução de dois terços significa que a operadora poderá perder espaço para a Claro, no mercado.

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Bradesco lucra R$ 2,89 bi no 4° trimestre
Ainda entre as principais referências, a temporada de balanços corporativos no Brasil deu início nesta segunda-feira. A largada foi dada pelo Bradesco (BBDC4) que reportou lucro líquido de R$ 2,893 bilhões no quarto trimestre, alta de 6,1% sobre igual período do ano anterior. 

Em bases recorrentes, o lucro ajustado do segundo maior banco privado do País foi de R$ 2,918 bilhões, 5,3% maior na relação anual e pouco abaixo da previsão média de analistas ouvidos pela Reuters, que apontava para lucro recorrente de R$ 2,95 bilhões. 

No ano passado, a carteira de crédito da instituição cresceu 11,5%, para R$ 385,529 bilhões, com destaque para os empréstimos para as empresas, que avançaram 13,1%. Os financiamentos para pessoas físicas tiveram crescimento de 8,2%%. 

Eletrobras parcela indenizações
Já as empresas do grupo Eletrobras (ELET3; ELET6) aceitaram receber parte dos R$ 14 bilhões de indenização pela antecipação da renovação das concessões em parcelas, que começaram a ser pagas no dia 18 de janeiro. O valor deve ser suficiente para honrar investimentos até 2014. Chesf, Eletronorte e Eletrosul receberam 50% do que tinham direito, no dia 18 de janeiro. Receberão o resto em parcelas mensais.

Ainda sobre a empresa, a argentina Impsa aguarda há um ano e meio o pagamento pela Eletrobras de energia fornecida por dez parques eólicos localizados em Santa Catarina, num total de 222 megawatts de capacidade instalada. Segundo cálculos da companhia, o valor devido pela estatal brasileira já soma R$ 250 milhões, o equivalente a 20% dos R$ 1,3 bilhão investido na construção das usinas que entraram em operação em junho de 2011. 

Abílio acusa Casino de montar estratégia de “puro terrorismo”
Por sua vez, Abílio Diniz, ex-controlador do Pão de Açúcar (PCAR4), volta ao radar dos investidores depois que o empresário acusou o comando do grupo de colocar em “grave risco” sua “integridade física” e de sua família, por meio de uma notificação enviada na última sexta-feira para o conselho de administração da varejista e para o presidente executivo, Enéas Pestana.

Conforme informou a coluna Radar, do jornalista da Veja, Lauro Jardim, a notificação de cinco páginas é uma reclamação sobre o período de transição da nova política de segurança pessoal do Pão de Açúcar – a partir deste mês, conforme deliberado no dia 14 de dezembro, a empresa diminuiu radicalmente o pagamento de segurança pessoal a conselheiros e executivos.

Abilio reclama que o que fora acordado não está sendo cumprido. No texto, classifica a decisão de sua equipe não ter mais acesso a uma das salas da empresa de “abrupta, intempestiva e absolutamente desarrazoada”.  

Laep cita urgência e aprova emissão de 40 milhões de ações
O conselho de administração da Laep (MILK11) aprovou a emissão de 40.149.995 ações Classe A da companhia o valor líquido de US$ 0,253 por ação Classe A. O direito de subscrição vale apenas para investidores que possuem ações Classe A ou BDR (Brazilian Depositary Receipts) no dia 24 de janeiro de 2013 e compreende o direito de subscrever uma ação para cada ação ou BDR de sua posse.

Segundo comunicado divulgado nesta segunda-feira, a finalidade da emissão é de obter recursos para ajudar a Laep a resolver sua situação atual, “que requer urgentemente o aporte em seu caixa”, segundo a própria empresa reforça em seu fato relevante. Assim, ela pretende cumprir seus compromissos perante empresas por ela investidas, credores e fornecedores em geral.

Os detentores de BDR que desejarem obter as novas ações deverão realizar a operação até as 12h (horário de Brasília) do dia 18 de fevereiro de 2013. O preço de subscrição será de R$ 0,517 por BDR. Os custos da emissão – R$ 0,04 – serão arcados pelos detentores de BDR que exercerem seu direito, diz a nota. Vale mencionar que a oferta de ações não irá interferir no plano de fechamento de capital da companhia.

Sócios fundadores da BR Insurance abrem gestora
Dois anos após a oferta pública inicial da BR Insurance (BRIN3), sete sócios fundadores da holding de corretoras de seguros uniram patrimônio de R$ 500 milhões e abriram, este mês, uma gestora de recursos próprios. Com escritórios em São Paulo e Rio de Janeiro, a Unio Investimentos tem planos de aportar capital em empresas de pequeno e médio portes de segmentos como serviços, tecnologia e infraestrutura. 

Em entrevista ao Valor, Bruno Padilha, sócio da Unio e atual presidente do conselho da BR Insurance, diz que os investimentos serão feitos com horizonte de longo prazo, acima de dez anos, e sem preocupação com liquidez. No momento, a Unio negocia com uma empresa da área de serviços financeiros, segmento em que Padilha enxerga potencial para consolidação setorial. 

Totvs desembolsa R$ 95 mi por PC Sistemas e PC Informática
A Totvs (TOTS3) desembolsou R$ 80 milhões e ainda vai pagar até R$ 15 milhões de acordo com cumprimento de determinadas metas estabelecidas. A companhia nomeou Pedro Luiz Barreiros Passos como presidente do conselho. Laércio Cosentino deixa de acumular a função com a de presidente.

Controladora da Contax aceita proposta para possível ida ao Novo Mercado
As gestoras Credit Suisse Hedging-Griffo e Skoppos, acionistas detentores de mais de 5% do capital social da Contax (CTAX4), propuseram um programa para possível migração da companhia para o Novo Mercado, segundo fato relevante divulgado nesta segunda-feira.

A CTX Participações, controladora da Contax, aceitou a eventual migração da Contax para o segmento especial de listagem da BM&FBovespa e se dará sem pagamento de qualquer prêmio, sob qualquer forma, a quaisquer acionistas. 

Governo adia leilão de trechos de rodovias
O governo adiou o leilão de concessão de trechos das estradas BR-040 e BR-116 que estava marcado para 30 de janeiro, a pedido de empresas interessadas, que queriam mais prazo, informou na sexta-feira o Ministério dos Transportes. Segundo a assessoria de imprensa da pasta, uma nova data ainda será anunciada, mas o leilão ocorrerá em breve.

Ao menos quatro empresas de capital aberto do segmento irão participar deste referido leilão, sendo elas: CCR (CCRO3), Arteris, Ecorodovias (ECOR3) e Triunfo (TPIS3). Em relatório, a XP Investimentos acredita que CCR e Arteris possuem uma maior capacidade de executar lances, em face de sua alavancagem, posição de caixa e geração de caixa. “Vemos o leilão da BR-040 e BR-116 como eventuais gatilhos para as ações de empresas do segmento, condicionando o resultado da licitação ao preço exercido e obviamente a taxa de retorno do projeto”, avalia.