Gafisa e PDG voltam a subir forte, junto com empresas “X”; veja destaques

Papéis do setor frigorífico e da Telebrás também ganharam destaque no dia em que apenas 14 das 68 ações do Ibovespa fecharam em queda

Felipe Moreno

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SÃO PAULO – Dia extremamente positivo no Ibovespa, que teve alta de 1,44%, para 58.487 pontos – maior pontuação em um mês – e não viu nenhuma de suas ações recuar mais que 1%. A Eletropaulo (ELPL4) foi a maior queda da sessão, com perdas de 0,89%, aos R$ 13,32. Enquanto isso, a Gafisa (GFSA3) liderou os ganhos, com alta de 6,55%, para R$ 4,88. 

A companhia, além de ter a compra recomendada pelo Bank of America na véspera, reflete a possível elevação do limite do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) que jogou para cima as ações do setor imobiliário no pregão da véspera, movimento que que continuou nesta sexta. As ações da PDG Realty (PDGR3) tiveram alta de 4,42%, aos R$ 3,31, enquanto os da Brookfield (BISA3) subiram 1,79%, para R$ 3,40. O papel da MRV (MRVE3) valorizou-se 2,02%, aos R$ 12,14 enquanto os da Rossi Residencial (RSID3) tiveram ganhos de 1,87%, aos R$ 4,36.

“Aumentar o limite do teto do FGTS seria o principal driver dos papéis, já que trará um novo estímulo para o setor, que vem passando por um período de desaquecimento na demanda”, disse o analista Eduardo Machado, da Amaril Franklin. O governo avalia elevar de R$ 500 mil para R$ 700 mil o valor máximo dos imóveis que o trabalhador pode comprar com o seu saldo do Fundo, segundo matéria de quinta da Folha de S. Paulo. O valor aumentaria tanto para aquisições à vista quanto para financiamento do SFH (Sistema Financeiro de Habitação), que tem juros menores.

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Empresas de Eike sobem com apetite por risco
Outras empresas que tiveram uma boa sessão nesta sexta foram as empresas “X”, do megaempresário Eike Batista. “Voltou o apetite por risco no mercado e isso acaba chamando mais atenção pelas empresas de Eike Batista, que são alternativas mais arriscadas de investimento”, avalia Henri Evrard, analista da Infinity Asset. 

Com isso, os papéis da OGX Petróleo (OGXP3) tiveram alta de 1,83%, para R$ 4,45. Enquanto isso, as ações da MMX Mineração (MMXM3), impulsionadas pelo avanço do minério de ferro, fecharam com ganhos de 4,62%, para R$ 3,85. A LLX Logística (LLXL3) ganhou 3,32% de valor de mercado, e vê cada ação valer R$ 2,18.

Enquanto isso, a OSX Brasil (OSXB3) viu seu ativo se valorizar em 1,25%, aos R$ 8,90, por sua vez a MPX Energia (MPXE3) teve valorização de 0,97%, vendo seu papel ser cotado a R$ 11,41, enquanto CCX Carvão (CCXC3) ganhou 5,19% de valor de mercado, para R$ 2,43. Com isso, a média das empresas de Eike na bolsa teve valorização de 2,13% e passam a valer, juntas, R$ 23,16 bilhões.

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JBS e Minerva chegam a cair com medo de “vaca louca”
As ações de empresas do setor frigorífico sofreram no início do pregão sob suspeitas de um caso de mal da vaca louca no Paraná. O JBS (JBSS3) e do Minerva (BEEF3) chegaram a cair 3,57% e 4,37%, respectivamente, antes de ganharem força e terminarem com alta e queda de 0,36% e 1,46%, em mesma ordem – valendo R$ 5,62 e R$ 10,83.

Citando uma fonte que não quis se identificar, o Valor Econômico publicou nesta manhã que análises conduzidas pelo Ministério da Agricultura identificaram em uma vaca no Paraná uma forma de proteína que costuma aparecer em casos de mal de vaca louca. Contudo, mais tarde, o Ministério da Agricultura negou a presença da doença e esclareceu que o caso ocorreu em 2010 e que o animal não manifestou a doença, apesar de possuir o agente causador do mal da vaca louca.

“O episódio não reflete risco algum à saúde pública ou à sanidade animal, considerando o que o animal não morreu em função da referida doença”, conclui o Ministério. O risco da doença no Brasil é classificada pela OMS (Organização Mundial de Saúde) como insignificante, conforme status concedido ao país em maio.

Telebras dispara com expansão de fibra ótica 
As ações da Telebras (TELB4) dispararam 21,49% neste pregão, atingindo os R$ 7,97 no intraday. Amenizando os ganhos, a ação da estatal terminou com alta de 14,33%, atingindo os R$ 7,50. 

O papel reflete a notícia de que a empresa ativou, na última quinta, 4,6 mil quilômetros de rede de fibras óticas em nove estados brasileiros – notícia que pode permitir novas ofertas do PNBL (Programa Nacional de Banda Larga). “Esse papel é puramente especulativo, qualquer notícia que sai acaba acontecendo esse movimento forte”, afirma Pedro Galdi, analista-chefe da SLW Corretora.

Com a ativação dessa rede, a empresa agora está presente em 21 estados e poderá oferecer banda larga de 2 mbps por R$ 35, em estados com ICMS (Imposto Circulação Mercadorias e Serviços) ou R$ 29,90. Não é a primeira vez que a empresa reage com agressividade à uma notícia dessas: em outubro, após a empresa anunciar uma parceria com a TIM Participações (TIMP3), os papéis chegaram a dobrar de valor em apenas dois dias.

Mesmo com esses movimentos altamente violentos, a ação da Telebras – única empresa do governo federal na BM&FBovespa a ver seu valor de mercado avançar no governo Dilma Rousseff – acumula perdas de 57,60% no ano. “Este é um papel sem liquidez nenhuma, e por isso é tão especulativo assim”, diz Galdi. 

Em movimento atípico, Equatorial é destaque de alta
Chamou a atenção também odesempenho positivo dos papéis da Equatorial Energia (EQTL3), com alta de 4,23%, para R$ 17,51. Vale mencionar que a companhia precificará nesta sexta-feira sua oferta subsequente de ações, numa operação que pode ter giro financeiro de até R$ 1,7 bilhão, com parte relevante disso reforçando o caixa da companhia.

Os papéis mostram um movimento atípico, considerando que geralmente os investidores tentam derrubar as ações na Bovespa com o intuito de deixar o preço da oferta mais baixo – tendo em vista que a precificação é feita em cima da média das cotações do ativo na bolsa.