Ações do BB caem 4,5%, enquanto LLX avança 2,5%; veja mais destaques

Papéis da Eletropaulo desabam 5% e lideram perdas do Ibovespa; Cetip foi a maior alta do índice às vésperas da divulgação de resultado

Felipe Moreno

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SÃO PAULO – Depois de subir quase 1% pela manhã desta quinta-feira (8), o Ibovespa inverteu o sinal e fechou com queda de 1,70%, aos 57.524 pontos. Liderando esse movimento esteve a Eletropaulo (ELPL4), que viu sua ação cair 5,00% pelo 2º dia seguido, terminando aos R$ 14,81. Na ponta positiva, destaque para os papéis da Cetip (CTIP3), que subiram 2,68% e fecharam aos R$ 24,15. 

Segundo o analista-chefe da SLW Corretora, Pedro Galdi, a movimentação dos papéis é uma antecipação do resultado da companhia, que deve vir mais forte nesse terceiro trimestre. A Cetip divulga seus números depois do fechamento deste pregão. Além do balanço, Galdi aponta que os papéis devem estar realizando um ajuste técnico, depois de um tombo bem forte. As ações figuram no campo negativo no acumulado do ano, com queda de 6,76%.

No mais, o analista da Geral Investimentos, Carlos Müller, aponta que os papéis podem estar respondendo também à antecipação das debêntures, no montante de R$ 100 milhões. O pagamento será realizado até o final de novembro e dá um indicativo de boa liquidez, o que pode contribuir para essa valorização das ações, complementa.

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LLX e MMX fecham em pontas opostas
Já as ações da LLX Logística (LLXL3) subiram 2,52% – a 2ª maior alta do Ibovespa -, terminando aos R$ 2,44 – amenizando os ganhos do intraday, quando a alta chegou a ser de 7,98%. Esse movimento da empresa de logística ocorre depois da publicação dos resultados do terceiro trimestre. Na noite de quarta-feira, depois do fechamento do pregão, o balanço da empresa mostrou alta de 2.377% de receita líquida entre o terceiro trimestre de 2011 e 2012, uma sinalização de que a empresa vai deixando de ser pré-operacional, passando de R$ 712 mil aos R$ 17,64 milhões.

Já as ações da a MMX Mineração (MMXM3) apresentaram queda de 3,18% e fecharam aos R$ 35,20. Depois de subir pela manhã em reflexo do balanço trimestral, o papel da empresa perdeu força depois da teleconferência. De julho a setembro, a companhia conseguiu reduzir seu prejuízo em 59% frente ao terceiro trimestre de 2011, para R$ 100,1 milhões.

Gafisa: destaque negativa dentre as imobiliárias
Já os papéis da Gafisa (GFSA3) registraram queda de 3,59%, praticamente zerando os ganhos da semana e terminaram aos R$ 3,76. No meio disso tudo, o sentimento de aversão de risco que predominou no mercado nas últimas duas sessões. “Das imobiliárias, ela é a mais alavancada”, avalia Henri Evrard, analista da Infinity Asset. 

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Notícias de que a companhia poderia vender a Alphaville também mexeram com o mercado. “Isso pode ser bom, por que a empresa precisa de dinheiro, mas pode ser ruim, por que é o melhor segmento da empresa”, afirma o analista. Com esse sentimento de indecisão, Evrard acredita que o movimento deve estar sendo causado pela piora no humor do mercado – que ele acredita ser implacável com empresas mais endividadas. 

Banco do Brasil entre quedas 
As ações do Banco do Brasil (BBAS3) apareceram entre as maiores quedas do Ibovespa, com recuo de 4,45%, atingindo os R$ 21,45. Nesta manhã, o banco revelou um lucro líquido ajustado de R$ 2,65 bilhões, enquanto as receitas de intermediação financeira atingiram R$ 25,08 bilhões. Enquanto o lucro foi 3,3% superior ao do mesmo período do ano anterior, as receitas caíram 17,1%.

Sem os ajustes, o lucro líquido seria de R$ 2,73 bilhões, uma queda de 5,7% sobre o mesmo período do ano anterior. A equipe de análise do HSBC projetava um lucro de R$ 2,92 bilhões, o que consideravam ligeiramente superior ao consenso das estimativas.

Por sua vez, o analista Felipe Ruppenthal, da Geração Futuro, avaliou o resultado como neutro, creditando a oscilação das ações a movimento de mercado. Para ele, o destaque dos números fica por conta da expansão da carteira de crédito, ao mesmo tempo em que se manteve a qualidade. O temor era de que a expansão incentivada pelo Governo levasse a instituição a uma piora na qualidade dos ativos.

O ponto negativo indicado pelo analista foi o aumento nas despesas com provisão, que saltaram 15,5%, para R$ 3,76 bilhões. Essas despesas também estão ligeiramente acima do próprio guidance do Banco do Brasil, que prevê um teto de R$ 3,7 bilhões para o fim deste ano.

Cosan: lucro quadruplica e ação volta a subir
Já as ações da Cosan (CSAN3) ficou entre as maiores altas no Ibovespa, após a companhia revelar que o seu lucro líquido quadruplicou no 2º trimestre fiscal, somando R$ 283,2 milhões. Os papéis CSAN3 registraram ganhos de 2,26%, sendo cotadas a R$ 39,37.

Na opinião da equipe de análise da XP Investimentos, a Cosan apresentou um bom resultado no segundo trimestre fiscal, com todas as linhas superando em alguma medida o consenso de mercado. Por conta disso, a corretora acredita que, embora a valorização já acumulada no ano – que supera a casa dos 50% – reduza um pouco o otimismo dos investidores, a empresa pode ainda surpreender nos próximos trimestres.

“Seguimos com nossa visão neutra após a forte valorização do papel, mas acreditamos que a empresa possa surpreender o mercado com os ganhos de sinergia decorrentes de sua integração com a Shell e, ainda, pela entrada no controle da Comgás (CGAS5) que deverá trazer maior resiliência aos seus resultados e isso poderá refletir ainda num menor custo de captação e financiamento lá na frente”, afirma a companhia em relatório.

Kronto se destaca entre altas
As units da Kroton (KROT11) subiram 4,47% para R$ 44,40. Assim, a companhia registrou o 8º pregão seguido de valorização dos papéis KROT11, que já subiram mais de 15% nesse breve período. Vale mencionar que, desde o começo do ano, as units da empresa já somam ganhos de mais de 140%.

A Kroton divulgou nesta quinta que seu lucro líquido no terceiro trimestre saltou 277,8% em relação à igual período do ano passado, para R$ 82,1 milhões. O número superou em mais de 100% as expectativas de muitas analistas, como é o caso da equipe do HSBC, que esperava lucro de R$ 38,8 milhões.

Já a receita líquida da empresa aumentou 114,1% na mesma base de comparação, para R$ 385,48 milhões, devido ao aumento do número de alunos de Ensino Superior com as aquisições da Unopar e da Uniasselvi. O Ebitda (lucro antes dos juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado, por sua vez, ficou em R$ 115,92 milhões – alta de 292,1% sobre o terceiro trimestre de 2011. O HSBC trabalhava com uma receita de R$ 352,0 milhões e Ebitda de R$ 88,1 milhões.

Valid cai após resultado
Depois da evidência de um período desafiador no terceiro trimestre, as ações da Valid (VLID3) despencaram 3,60%, para R$ 37,50. “Um trimestre para esquecer”, aponta o analista da Coinvalores, Marco Aurélio Barbosa.

O 3º trimestre foi bastante desafiador para a Valid e a prova disso estão nos resultados fracos apresentados no período, disse Barbosa, em relatório. “Salvo sistemas de identificação, todas as divisões vieram com queda em receita e margem”, aponta.

Ainda assim, ele acredita que no consolidado do ano haverá crescimento de dois dígitos em todas as divisões, desconsiderando apenas a Valid certificadora, que terá apenas seis meses de atuação ao final deste ano. 

Um dos impactos negativos nesse trimestre, avalia, veio da turbulência vivida pelo setor bancário que tem sido “alvo” do governo na busca de reduzir o spread para chegar no patamar “ideal”. Essa situação, comenta, afetou a quantidade de cartões emitidos, assim como na substituição dos cartões magnéticos para cartões com chip. Além disso, houve queda no lucro líquido em reflexo do resultado operacional ruim somado a elevação de despesas e resultados financeiros negativo, argumenta.