Ações do BMG (BMGB4) recuam após balanço; empresa quer remunerar o “máximo possível” o acionista

Receita líquida de juros do BMG com os clientes continuou pressionada pelo rápido aumento do custo de captação do banco pela alta da Selic

André Cabette Fábio

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As ações do Banco BMG (BMGB4) recuavam cerca de 0,99%, por volta das 16h25, cotadas a R$ 2,99, no pregão desta sexta-feira (18), após divulgar um lucro recorrente cerca de 50% menor no balanço do quarto trimestre do ano passado. Já o lucro líquido contábil totalizou R$ 48 milhões, recuo de 36,7% na comparação com igual etapa de 2020.

Para o Citi, os resultados foram fortes, com destaque para o avanço de 17% na receita líquida ajustada na comparação trimestral, o que levou o retorno sobre o patrimônio líquido (ROE na sigla em inglês) a 4,9%, frente 4,1% do terceiro trimestre e acima da expectativa do Citi, de 2,2%.

Entretanto, a expectativa do Citi quanto à recepção dos resultados pelo mercado era de neutra a ligeiramente negativa. Isso porque avaliou que a NII (receita líquida de juros) do BMG com os clientes continuou pressionada pelo rápido aumento do custo de captação do banco devido às taxas de juros mais altas.

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Além disso, o resultado de equivalência patrimonial comprimiu apesar do banco ter feito vários avanços com os parceiros.

“Por fim, acreditamos que o guidance fornecido apresenta uma margem ampla com visibilidade um tanto limitada e aguardamos a resposta da administração”, destacou o Citi, que mantém recomendação neutra e preço-alvo de R$ 3,2.

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Proventos e Araújo Fontes

Em teleconferência com analistas, Marco Antonio Antunes, diretor executivo vice-presidente do Banco BMG,  (BMGB4) afirmou que o banco pretende continuar remunerando os acionistas na forma de juros ao capital próprio “pelo máximo possível”.

Em 2021, a taxa de pagamento (“payout”) do BMG foi de 76%. Marco Antonio Nunes disse que o banco pretende continuar remunerando acionistas neste modelo porque o valor é dedutível da base de imposto da empresa. 

Além disso, o vice-presidente executivo do BMG, Flavio Pentagna Guimarães Neto, afirmou que, em um primeiro momento, não há intenção de que a Araújo Fontes, boutique de fusões e aquisições e gestão de recursos, de Belo Horizonte, cresça em grandes cidades. como Rio e São Paulo, mas sim em outros polos com menor concorrência.

A empresa de assessoria de investimentos tem presença mais forte em Belo Horizonte, e foi comprada pelo BMG em julho de 2021, por R$ 150 milhões.

Portfólio de segurados

Os executivos comentaram ainda o portfólio de segurados do BMG, que recuou 8,4% no quarto trimestre de 2021 na comparação trimestral, de 3,5 milhões para 3,2 milhões. Na comparação anual, avançou 6,8%.

Em seu balanço, o banco disse que a principal causa de perdas foi de mortes, mas o seguro de crédito no portfólio de cartões de crédito em folhas de pagamento mitigou esse efeito. 

Na teleconferência com analistas, a diretoria afirmou que a quantidade de segurados pelo Banco BMG caiu por conta de mudanças da carteira do cartão consignado, boa parte dela composta por seguros de prestamistas (que garantem o pagamento de prestações de dívidas).

Por conta de mudanças nos limites aplicados, não fora possível realizar a renovação, disse a diretoria, que afirmou acreditar que é possível recuperar a perda em 2022. 

Apesar da queda do portfólio de segurados, o valor dos prêmios avançou de R$ 140 milhões no terceiro trimestre para R$ 161 milhões no quarto trimestre de 2021. Na comparação anual, a alta foi de 64%.

A diretoria também destacou o lançamento, em janeiro de 2022, do seguro FGTS Protect, ligado à antecipação do FGTS. A entrada do produto vem sendo um foco do BMG, e que vem crescendo.

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André Cabette Fábio

Jornalista colaborador do InfoMoney