Ações do Banrisul (BRSR6) fecham em queda de mais de 8%, com fala contrária à privatização de Eduardo Leite

Apesar da queda na sessão, analistas de mercado já viam probabilidade baixa de privatização independentemente do eleito no segundo turno

Equipe InfoMoney

Publicidade

As ações do Banrisul (BRSR6) tiveram uma sessão de forte queda nesta terça-feira (11), com os investidores de olho no cenário político. O ativo BRSR6 fechou em queda de 8,36%, a R$ 11,40.

Nesta manhã, em vídeo publicado nas redes sociais, Eduardo Leite, candidato ao governo do Rio Grande do Sul pelo PSDB, afirmou expressamente que não irá privatizar o Banrisul caso retorne ao cargo de governador.

“Eu quero falar contigo sobre o Banrisul. Nunca esteve no nosso plano de governo a privatização do banco. Mas, diante de demandas que chegam de quem vem se somando aos apoios a nós neste segundo turno, vou assumir um compromisso mais claro: não encaminharemos o banco à privatização neste próximo governo”, afirmou.

Continua depois da publicidade

Ele também se antecipa a possíveis críticas por ter falado, em 2018, em não privatizar a empresa de saneamento Corsan e depois, durante o seu governo, ter encaminhado a sua venda: “Sei que poderá alguém questionar sobre a posição que tivemos em 2018 sobre a Corsan e a mudança de caminho que tomamos no governo. Mas é importante ressaltar que neste caso houve mudança da lei federal que nos impôs essa mudança de visão”, apontou, em referência ao Marco Legal do Saneamento.

View this post on Instagram

A post shared by Eduardo Leite (@eduardoleite45)

Apesar da queda dos ativos, já havia um grande ceticismo de agentes do mercado com relação à privatização do banco gaúcho, independentemente da eleição de Leite ou de seu oponente Onyx Lorenzoni (PL). Os dois disputarão o segundo turno no dia 30.

Logo após o primeiro turno das eleições, no dia 3 de outubro, analistas do JPMorgan apontaram que não viam a eleição como um “game changer” para o banco estatal gaúcho, com as chances de privatização permanecendo baixas.

Continua depois da publicidade

O banco apontou que a constituição estadual já foi alterada em 2021, e um plebiscito para a privatização do banco não seria mais necessário. Assim, tenderiam a ver o processo como uma decisão política neste ponto.

“Enfim, nenhuma mudança importante a nosso ver, e continuamos a ver o cenário para as taxas de juros como mais relevantes para o Banrisul— notavelmente os NIMs [margem líquida de juros] do banco estão sob pressão, diminuindo de cerca de 8% no passado para menos de 5% agora. De qualquer forma, os analistas avaliaram que ainda seria cedo para ser mais positivo sobre margens da empresa, e permaneceram neutros com o papel na ocasião.

Os analistas do JP destacaram as falas dos candidatos ao governo gaúcho durante o primeiro turno, com Onyx Lorenzoni tendo sido menos vocal sobre o tema, enquanto a mensagem de Eduardo Leite seria de que esta seria uma discussão da “sociedade e da assembleia”. Contudo, nos últimos dias, eles têm sido mais explícitos sobre o tema, mostrando-se contrários à privatização.

Continua depois da publicidade

No primeiro turno, o candidato tucano disse que chamaria a discussão sobre a privatização do Banrisul ou de outros bancos públicos gaúchos, destaca o Zero Hora, afirmando que a fala de hoje representou uma mudança de tom.

Já Onyx, no primeiro turno, se dizia contra a privatização do Banrisul “na atual circunstância do banco”, mas reafirmou posição contrária à venda do banco público, sem condicionantes, durante entrevista para a Rádio Gaúcha.