Ações de Vale, siderúrgicas e Petrobras caem com commodities, frigoríficos sobem até 4%; M.Dias Branco tem alta após balanço

Confira os destaques da B3 na sessão desta segunda-feira (9)

Lara Rizério

(divulgação)

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SÃO PAULO – A sessão foi de perdas para a maioria das ações de mineradoras, siderúrgicas e petroleiras. Os papéis de Vale (VALE3, R$ 109,01, -0,63%) caíram quase 1%, enquanto Usiminas (USIM5, R$ 21,52, -0,32%), Gerdau (GGBR4, R$ 30,96, -1,28%) e CSN (CSNA3, R$ 43,33, -0,21%) recuaram.

As petroleiras também registraram um dia de baixa, com Petrobras (PETR3, R$ 28,84, -0,93%; PETR4, R$ 28,19, -0,70%) caindo cerca de 1%, enquanto PetroRio (PRIO3, R$ 17,58, +0,63%) virou e fechou em alta, na esteira de dados operacionais de julho.

No mercado de commodities, o dia foi de queda forte para o minério de ferro e para o petróleo. O petróleo chegou a ter baixa de cerca de 4%, fechando, porém, com queda de cerca de 2,5%, com os investidores preocupados com demanda menor por combustíveis, caso a variante delta impeça o processo de reabertura das economias.

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“As futuras novas ondas de coronavírus são um dos principais riscos para a nossa projeção do brent, que agora tem um preço médio de US$ 68 por barril em 2022 e de US$ 63 por barril em 2023. Continuamos confortáveis com nossas estimativas, apesar da propagação da variante Delta”, aponta o BBI.

O minério de ferro apresenta forte queda, também em meio a projeções de maior oferta e desaceleração da demanda na China. O contrato mais negociado do minério de ferro na bolsa de commodities de Dalian, para entrega em janeiro de 2022, fechou em queda de 4,4%, a 852,50 iuanes (US$ 131,67 ) por tonelada, depois de tocar uma mínima de 845 iuanes –menor patamar desde 1º de abril.

“Com a perspectiva de menor produção dos altos-fornos no segundo semestre de 2021 em relação ao primeiro, e a recuperação nos embarques de minério de ferro da Austrália e Brasil, mantemos nosso intervalo de US$ 140 a US$ 170 /tonelada para o minério de ferro (CFR China) no médio prazo”, disse Atilla Widnell, diretor-gerente da Navigate Commodities em Cingapura, informa a Reuters.

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Por outro lado, ações de frigoríficos como JBS (JBSS3, R$ 32,95, +1,07%), Marfrig (MRFG3, R$ 19,52, +3,66%), BRF (BRFS3, R$ 24,72, +1,31%) e Minerva (BEEF3, R$ 8,85, +4,00%) registraram alta expressiva na sessão. A semana é marcada pela divulgação dos números das companhias na Bolsa.

Ainda em destaque, o Bradesco BBI comentou a notícia de que as importações de soja da China caíram 14% na comparação anual em julho, à medida que caíram as margens da moagem da soja para preparar o alimento para alimentar animais de criação no país. O banco diz esperar que a demanda desacelere em relação ao resto do ano, com as margens de criação de porco caindo e impactando a demanda.

Isso afeta positivamente o setor de frigoríficos, levando a queda de custos.

Na noite de sexta-feira passada, a indústria de alimentos M.Dias Branco (MDIA3, R$ 33,72, +1,11%) informou que registrou lucro líquido de R$ 142,3 milhões no segundo trimestre de 2021, o que representa uma retração de 6,6% ante o reportado no mesmo período do ano passado.

Confira mais destaques:

M.Dias Branco (MDIA3, R$ 33,72, +1,11%)

A indústria de alimentos M.Dias Branco registrou lucro líquido de R$ 142,3 milhões no segundo trimestre de 2021, o que representa uma retração de 6,6% ante o reportado no mesmo período do ano passado, segundo informações divulgadas pela empresa nesta sexta-feira (6).

Já o lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações (Ebitda, na sigla em inglês) da companhia somou R$ 167,2 milhões, em queda de 25,9% sobre o valor do segundo trimestre de 2020.

Por fim, a receita líquida totalizou R$ 1,979 bilhão, em incremento de 5% na comparação anual.

O volume de vendas chegou a 450 mil toneladas, abaixo das 536 mil toneladas vendidas de abril a junho do ano passado.

Segundo a administração, o segundo trimestre do ano passado foi marcado pelo aumentado temporário e atípico da demanda, estimulada pelo auxílio emergencial e pelo aumento do consumo dentro dos lares, criando uma “base de comparação mais difícil” para o segundo trimestre de 2021.

Em relação ao Ebitda, a gestão defende que a retração é “explicada pelo aumento das commodities em doláres, pela quedas dos volumes e pelo impacto desfavorável do câmbio.”

O Itaú BBA avaliou os resultados divulgados pela M. Dias Branco como neutros. A empresa informou Ebitda ajustado de R$ 147 milhões, frente a estimativa de R$ 134 milhões e o consenso do mercado de R$ 108 milhões. A maior parte do resultado acima do esperado se deve a volumes maiores e elasticidade de preços maior do que o esperado. Mas o banco ressalta que a margem Ebitda está em 7%, queda de 4,5 pontos percentuais na comparação anual, em linha com a expectativa do Itaú.

O banco destaca a queima de caixa de R$ 96 milhões, com uma relação entre dívida líquida e lucro Ebitda de 0,5 vez, estável em relação ao primeiro trimestre. O banco ressalta que a empresa anunciou um programa de recompra de títulos que pode atingir 10% de suas ações disponíveis aos investidores. O banco mantém avaliação market perform (perspectiva de valorização dentro da média do mercado) e preço-alvo de R$ 30 para 2021, frente à cotação de R$ 33,35 de sexta.

O Bradesco BBI destacou que o Ebitda ajustado ficou 20% acima do consenso e 24% acima da estimativa dos analistas, principalmente devido às despesas gerais, com vendas & administrativas, que ficaram 18% abaixo da estimativa do banco e representaram 24% das vendas totais (versus as estimativas do BBI de 27% no 2T21, que também é a premissa do banco de longo prazo), dado um maior benefício das medidas de eficiência.

Dito isso, embora a perda de participação de mercado de 2,6 pontos em relação ao ano anterior para biscoitos e 3,6 pontos em relação ao ano anterior para massas seja algo a ser monitorado, isso melhorou sequencialmente durante o trimestre (alta de 0,7 ponto para biscoitos em junho versus março e alta 0,9 ponto para massas em maio-junho versus março-abril), o que pode indicar que os concorrentes estão acompanhando os aumentos de preços da M. Dias (+ 25% em base
anual).

Os analistas veem os múltiplos como atrativos. “Além disso, esperamos que um declínio nos preços das commodities
agrícolas durante o segundo semestre de 2021 até 2024, que representam aproximadamente 65% dos custos totais da empresa, resultará em lucro líquido no período de 2022-2024 para M. Dias na média 35% acima do consenso”, apontam os analistas.

Viveo (VVEO3, R$ 21,80, +9,44%)

A sessão marca a estreia das ações da Viveo. A distribuidora de produtos médicos precificou na quinta-feira sua oferta inicial de ações (IPO, na sigla em inglês) a R$ 19,92 por papel. As ações serão negociadas com o código ‘VVEO3’.

PetroRio (PRIO3, R$ 17,58, +0,63%)

A PetroRio divulgou os dados operacionais de julho, com produção diária (boepd) no campo de frade de 16.616, já no cluster polvo + TMBT foi de 11.66. No campo de Manati, a produção foi de 1.989, totalizando a produção diária dos campos em 30.228.

A venda de óleo em julho no campo Polvo foi de 994.995, e do TBMT foi de 319.742.

O BBI avalia que os números operacionais mais fracos resultaram principalmente de eventos não recorrentes, como paradas necessárias para a interligação (tieback) entre Polvo e Tubarão Martelo. A espera é por uma retomada da produção em agosto e setembro, com produção total trimestral no terceiro trimestre semelhante à do segundo trimestre.

Unidas (LCAM3, R$ 26,03, +0,89%)

O Conselho de Administração da Unidas aprovou a realização da 21ª emissão de debêntures simples, não conversíveis em ações, no valor de R$ 1,1 bilhão. As debêntures serão em série única, da espécie quirografária, com adicional e prazo de 10 anos. Há possibilidade de a quantidade de 1,1 milhão de debêntures serem elevadas em 20%.

SmartFit (SMFT3, R$ 28,00, -0,71%)

A SmartFit  anunciou a compra de 100% da Smartex Escola de Ginástica e Dança. “A empresa é responsável pela operação de 34 academias de ginástica Smart Fit espalhadas pelo território nacional”, destacou a rede de academias em comunicado ao mercado.

Petrobras (PETR3, R$ 28,84, -0,93%; PETR4, R$ 28,19, -0,70%)

A quitação de passivos ambientais pela Petrobras é uma das alternativas avaliadas para o governo federal obter recursos que financiem o chamado vale-gás, programa que beneficiaria famílias carentes atingidas pela disparada do preço do produto, disseram duas fontes próximas nas negociações. Um fundo abastecido com pagamentos das multas ambientais da estatal bancaria o auxílio social que vem sendo anunciado pelo presidente Jair Bolsonaro.

O Palácio do Planalto encomendou estudos para minimizar o custo do gás de cozinha, item básico da população, após o valor do produto da Petrobras às distribuidoras subir cerca de R$ 1 por quilo no acumulado do ano, para R$ 3,60 por quilo. Em 2021, o produto subiu 37,5% e 40% em praças como Paulínia (SP) e Duque de Caxias (RJ), segundo dados da Petrobras, que aprovou seis altas consecutivas neste ano, na esteira da recuperação dos preços do petróleo.

A Petrobras também informou nesta segunda-feira que contratou o JPMorgan  como assessor para vender sua participação na petroquímica Braskem (BRKM5). A empresa confirmou reportagem da Reuters, publicada na última quinta-feira, com base em três fontes a par do assunto.

“A Companhia confirma que contratou o JP Morgan para assessoramento financeiro da eventual e futura transação referente à sua participação na Braskem”, disse a Petrobras.

Na manhã de quinta-feira, executivos da Petrobras disseram em teleconferência com investidores que tinham contratado assessores para vender sua fatia na Braskem, sem dar mais detalhes. O conglomerado Novonor, antes conhecido como Odebrecht, retomou a venda do controle acionário da Braskem em abril, mas até agora não encontrou comprador.

Eletrobras (ELET3, R$ 40,47, -1,89%; ELET6, R$ 40,44, -1,12%)

A Eletrobras informou nesta sexta-feira que a usina hidrelétrica Curuá-Una, cuja concessão pertence à controlada Eletronorte, está incluída no escopo do processo de privatização da companhia e deverá ser objeto de uma nova outorga de geração de eletricidade.

Com isso, de acordo com comunicado publicado pela estatal, haverá inclusão, no cálculo do processo, do valor adicionado a ser pago pela Eletrobras pelas novas concessões. O ativo está localizado no Pará e possui 30,3 megawatts de capacidade instalada.

Carrefour Brasil (CRFB3, R$ 18,95, -1,04%)

O Carrefour Brasil informou na sexta-feira que seu conselho de administração elegeu Marco Aparecido de Oliveira como presidente da unidade Atacadão.

Oliveira já dividia a liderança da divisão nos últimos dois anos com Roberto Müssnich, que seguirá no grupo até o fim deste ano. Depois, apoiará o Carrefour Brasil em “reflexões estratégicas até junho de 2024”, afirmou a empresa, sem dar mais detalhes.

“Vemos a notícia como neutra, uma vez que ambos os executivos tem ampla experiência no setor e um ótimo histórico de entrega de resultados para a companhia”, destaca a XP.

Notre Dame Intermédica (GNDI3, R$ 78,23, -1,46%)

A Notre Dame Intermédica informou na sexta-feira que recebeu homologação para prestar serviços de assistência dental a servidores públicos de Belo Horizonte, valendo a partir de 1º de dezembro. Segundo a empresa, cerca de 20 mil servidores da capital mineira optaram por contratar plano de saúde através da modalidade de adesão.

BRF (BRFS3, R$ 24,72, +1,31%)

A BRF anunciou nesta sexta-feira investimentos de R$ 171 milhões na operação do Rio Grande do Sul, enquanto os produtores integrados da empresa no Estado também devem alocar um total de R$ 181 milhões em suas estruturas para aumentar a capacidade de alojamento e modernizar as instalações.

Segundo comunicado, o aporte da BRF será direcionado para a modernização e ampliação das unidades produtivas em Marau, Serafina Corrêa e em Lajeado, além de uma nova fábrica de rações em Gaurama.

Gerdau (GGBR4, R$ 30,96, -1,28%)

​​A Gerdau anunciou na sexta-feira que vai investir R$ 6 bilhões em Minas Gerais nos próximos cinco anos em aumento de capacidade produtiva de laminados e em outras iniciativas que incluem energia. Executivos da empresa já tinham informado na quarta-feira que a companhia vai instalar um novo laminador de bobinas a quente na usina de Ouro Branco, com capacidade para mil toneladas por ano, além de uma nova máquina de perfis estruturais com capacidade para 500 mil toneladas.

CCR (CCRO3, R$ 12,80, +1,59%)

O Bradesco BBI comentou os dados da CCR, cujo portfólio de estradas de pedágio teve em julho desempenho estável em relação ao patamar do mesmo período de 2019, com alta de 2,9 pontos percentuais em relação à semana anterior. O tráfego em concessões urbanas caiu 41% em comparação com 2019 e 0,5 ponto percentual na comparação semanal, e o tráfego em concessões de aeroporto caiu 38% em relação a 2019 e 0,1 ponto percentual em relação à semana imediatamente anterior.

Rede D’Or (RDOR3, R$ 69,72, -0,24%)

O Itaú BBA iniciou a cobertura da Rede D’Or, com avaliação outperform e preço-alvo para 2022 de R$ 88. O banco diz que a empresa tem praticamente todos os fatores que importam para liderar a onda de consolidações no setor.

Ambev (ABEV3, R$ 17,16, +0,35%)

O Credit Suisse conversou com o CEO da Ambev, Jean Jereissati, e com o CFO Lucas Lira após a divulgação dos resultados do segundo trimestre. O banco afirma que o setor está produzindo 20% menos do que os níveis anteriores à pandemia. O banco avalia que a precificação continua favorável para que a gestão administre preços de matérias-primas. Houve alta de 12% na composição de preços no primeiro semestre, parcialmente explicada por alta nos preços do terceiro e do quarto trimestres de 2020 e menos descontos.

O banco diz esperar que os preços da Ambev continuem fortes no segundo semestre após a alta em junho e acredita que os próximos trimestres devam marcar uma recuperação de margens. O Credit mantém avaliação outperform (perspectiva de valorização acima da média do mercado) e preço-alvo de R$ 21,50.

(com Reuters e Estadão Conteúdo)

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.