Ações da Azul, Gol e CVC disparam até 30%; Braskem sobe 15% com recomendação e Klabin e Suzano caem 8%

Confira os destaques da B3 desta segunda-feira (18)

Lara Rizério

(Agência Petrobras)

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SÃO PAULO – A sessão desta segunda-feira (18) foi de forte ânimo para os mercados, em meio ao cenário de alta de commodities e reabertura de economias avançadas. Soma-se a isso a notícia de que uma vacina experimental da Moderna Inc. mostrou promissores sinais precoces de que ela pode criar uma resposta do sistema imunológico no corpo que poderia ajudar a combater o novo coronavírus, o que impulsionou os ganhos do mercado.

Com o maior ânimo internacional, empresas diretamente impactadas pela crise com o coronavírus e que registram forte queda de suas ações no ano, caso de Azul (AZUL4, R$ 14,39, +29,87%), CVC (CVCB3, R$ 12,58, +19,24%) e Gol (GOLL4, R$ 12,43, +14,46%) registraram alta entre 14% e 30%, seguindo o maior ânimo internacional.

O destaque ficou para a Azul, com ganhos superiores a 30%. Isso porque uma vacina diminuiria a necessidade de medidas de isolamento por um longo período, levando a uma recuperação do setor de viagens. No caso das aéreas Gol e Azul, elas ainda se beneficiaram da sessão de queda do dólar, o que beneficia as companhias já que as suas dívidas são bastante atreladas à moeda americana.

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As ações da Petrobras (PETR3, R$ 19,42, +9,72%; PETR4, R$ 18,54, +8,10%) também subiram forte. O petróleo WTI disparou mais de 9% e superou US$ 32, maior nível em mais de um mês, enquanto o brent avançou mais de 8%, com queda das perfurações de poços nos EUA e cortes de produção em outros países.

Ainda em destaque, vale apontar que a demanda chinesa por petróleo está quase nos níveis vistos pela última vez antes de Pequim impor um isolamento nacional para combater o surto de coronavírus, aponta a Bloomberg.

A Vale (VALE3, R$ 51,26, +6,68%) também subiu forte, cerca de 7%, em uma sessão de ganhos para o minério de ferro. Contudo, vale destacar: os casos de coronavírus no Brasil, um dos principais países exportadores da commodity, preocupam fornecedores. Os metais subiram em Londres com alta das vendas de moradias chinesas em abril, reforçando sinais de que o maior consumidor de metais do mundo está se recuperando. O minério de ferro negociado em Qingdao sobe 3,15%, a US$ 96,15 a tonelada.

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Ainda em destaque, a Braskem (BRKM5, R$ 26,95, +14,97%) também disparou, cerca de 15%, após ter recomendação elevada a neutra pelo JPMorgan, com preço-alvo de R$ 26,50. Os analistas revisaram a recomendação destacando principalmente o custo mais baixo do nafta e o valuation descontado do ativo da petroquímica. Por outro lado, um fator de preocupação é a queda na demanda por polietileno (PE) e polipropileno (PP) no Brasil, de 8,9% no ano, em função da pandemia de coronavírus.

Bancos foram outro setor com forte alta, caso de Bradesco (BBDC3, R$ 16,56, +4,74%; BBDC4, R$ 18,01, +5,26%), Itaú Unibanco (ITUB4, R$ 22,67, +4,81%), Banco do Brasil (BBAS3, R$ 27,40, +4,78%) e Santander Brasil (SANB11, R$ 24,54, +6,88%). No radar do setor, o projeto que trata do aumento da CSLL foi retirado da pauta desta semana do Senado. O projeto estava previsto para ser votado em plenário nesta quarta-feira. Uma nova data ainda não foi definida.

Poucas ações registraram queda, com destaque para companhias que apresentam maior resiliência em meio à crise e que também se beneficiam da alta do dólar, notoriamente frigoríficos e papel e celulose. Suzano (SUZB3, R$ 41,18, -8,55%) e Klabin (KLBN11, R$ 20,00, -7,96%) viram seus papéis em forte queda em uma sessão de baixa de 2% para o dólar comercial.

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Frigoríficos como Minerva (BEEF3, R$ 12,96, -9,94%), Marfrig (MRFG3, R$ 13,11, -6,62%) e (JBSS3, R$ 21,79, -6,60%) também registraram queda. No noticiário do setor, no Rio Grande do Sul, dois frigoríficos foram interditados por conta de casos de coronavírus. Em Passo Fundo, uma unidade da JBS suspendeu as atividades por determinação do Tribunal Regional do Trabalho da 4ª Região. Em Lajeado, uma planta da BRF (BRFS3, R$ 21,74, -4,06%) teve de fechar as portas por decisão do Tribunal de Justiça (TJ) do Estado.

Confira os destaques:

Cemig (CMIG4, R$ 8,78, +6,94%)

A elétrica mineira Cemig teve prejuízo de R$ 57 milhões no primeiro trimestre de 2020, ante lucro de R$ 797 milhões em igual período de 2019, sob impacto da alta do dólar sobre a dívida em moeda estrangeira e por sua fatia na Light.

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O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado foi de R$ 1,365 bilhão, queda de 6,6% na comparação anual. Contudo, considerando efeitos não recorrentes, como um efeito negativo de 609 milhões de reais referente à remensuração do valor da participação da companhia na Light, o Ebitda fechou com queda de 44,7% ano a ano, em R$ 808 milhões.

Em receita líquida, a Cemig totalizou R$ 6,06 bilhões de janeiro e março, com avanço de 2,5% na base anual. Os investimentos da companhia foram de R$ 326,8 milhões no período. A meta para 2020 é de R$ 2,27 bilhões.

A Cemig sofreu baque da alta do dólar, após ter realizado nos últimos anos captações em moeda estrangeira, com eurobonds. A dívida em moeda estrangeira gerou efeito negativo de R$ 437,76 milhões no resultado financeiro da unidade de geração e transmissão, Cemig GT, mesmo considerado instrumento de hedge.

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Apesar do prejuízo, os analistas do Itaú BBA avaliam que o resultado foi positivo, com o Ebitda recorrente da empresa, de R$ 1,284 bilhão (queda de 7,9% na comparação com igual período de 2019) superando as expectativas.

Os analistas destacaram ainda os esforços da Cemig para reforçar o caixa da empresa e, assim, lidar com os efeitos negativos da crise causada pelo coronavírus. O Caixa da empresa subiu de R$ 1,3 bilhão no quarto trimestre de 2019 para R$ 2,4 bilhões no primeiro trimestre de 2020.

Even (EVEN3, R$ 5,85, +11,22%)

A Even Construtora e Incorporadora teve lucro líquido de R$ 36,5 milhões, queda de 27% na base de comparação anual. O Ebitda ajustado teve queda de 39%, aos R$ 59,71 milhões.

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Já a receita líquida da Even teve baixa de 16% nos três primeiro meses de 2020, em razão do baixo volume de lançamentos. As vendas líquidas nos três primeiros meses de 2020 somaram R$ 256 milhões, representando uma VSO (velocidade de venda) de 12%.

Apesar do tombo no resultado, os analistas do Bradesco BBI consideraram o resultado da empresa “neutro” e com a expectativa de um resultado ainda mais fraco no segundo trimestre.

As vendas do primeiro trimestre foram afetadas pelo adiamento de lançamentos, previstos para março, após as medidas de isolamento social adotadas em todo o país devido ao surto da Covid-19, mas a expectativa dos analistas é que os efeitos continuem no segundo trimestre. “Os canteiros de obras da Even em Porto Alegre também foram interrompidos por cinco semanas, por decreto estadual, indicando que as operações podem potencialmente ficar mais fracas no segundo trimestre”, explicaram.

Eneva (ENEV3, R$ 35,24, +4,88%)

Também após o fechamento dos mercados na sexta-feira, a Eneva divulgou o seu balanço do primeiro trimestre. O lucro líquido da empresa ficou em R$ 179,8 milhões no período, uma alta de 38,5% na comparação com os três primeiros meses de 2019. Essa alta foi proporcionada pela melhora do Ebitda da companhia. O Ebitda ajustado ficou em R$ 434,2 milhões, alta de 26%.

Os analistas do Itaú BBA destacaram o aumento do despacho de energia térmica. “O Ebitda ajustado superou nossa estimativa em 16%, principalmente devido ao despacho térmico acima do esperado no trimestre, levando a fortes resultados em todas as linhas de negócios”, comentaram.

Vale (VALE3, R$ 51,26, +6,68%)

Em resposta à notícia divulgada na semana passada, a Vale informou que recente decreto sobre operações da Vale em Brumadinho afeta apenas as obras de reparo, pois não há operações de mineração desde o colapso da barragem no ano passado, disse a companhia em comunicado por e-mail.

Mining.com afirmou na semana passada que a cidade de Brumadinho suspendeu a licença de operação da Vale depois que agentes de saúde disseram que as atividades no local não respeitavam as regras de isolamento social. O município também interrompeu as obras de reparo da barragem de rejeitos da mina Córrego do Feijão, segundo a reportagem.

Com relação ao decreto da prefeitura de Brumadinho, a Vale permanece aberta ao diálogo com as autoridades, buscando soluções consensuais que envolvam atendimento genuíno aos moradores, que é o foco principal de nossas atividades em Brumadinho”.

Também no radar da mineradora, as operações no Terminal Marítimo Teluk Rubiah, interrompidas em 24 de março por incapacidade de garantir recursos mínimos em meio à pandemia, foram retomadas em 16 de maio, destacou a mineradora em comunicado ao mercado. A retomada não impacta guidance de produção de minério de ferro da Vale de 310 milhões a 330 milhões de toneladas em 2020.

Bancos

Por meio da Febraban, bancos enviaram nota técnica aos senadores em que criticam propostas legislativas em tramitação na Casa, como a suspensão da cobrança de parcelas do crédito consignado durante o estado de calamidade, a limitação da taxa de juros para cartão de crédito e cheque especial e a elevação da alíquota de CSLL, destaca o Valor Econômico.

Oi (OIBR3, R$ 0,61, +1,67%), TIM (TIMP3, R$ 12,91, +5,82%) e Vivo (VIVT4, R$ 47,75, +4,03%)

Nos bastidores, operadoras de telefonia ameaçam boicotar o leilão da tecnologia 5G do Brasil por causa de falta de recursos para investimento, caso não possam renovar as frequências que já possuem de modo antecipado, diz a Folha, sem citar como obteve a informação. O governo e Anatel debatem se o novo Marco Legal das Telecomunicações, aprovado no Congresso, permite ou não essa renovação, segundo a reportagem.

CSN (CSNA3, R$ 8,28, +5,08%)

A Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) vai decidir pela parada ou continuidade do alto-forno 2 da usina de Volta Redonda (RJ) em até duas semanas, segundo o jornal Valor Econômico. O presidente da siderúrgica, Benjamin Steinbruch, disse na sexta-feira que avalia os impactos sociais da medida e a estratégica de exportação.

Petrobras (PETR3, R$ 19,42, +9,72%; PETR4, R$ 18,54, +8,10%)

A Petrobras iniciou em 16 de maio teste de longa duração na área do Plano de Avaliação de Descoberta de Forno, no campo de Albacora, localizado no pré-sal da Bacia de Campos, segundo comunicado ao mercado. O teste está sendo realizado no poço 3-AB-125-RJS (3-BRSA-1123-RJS), localizado a aproximadamente 120 quilômetros da costa do Rio de Janeiro. A Petrobras é a operadora do campo de Albacora com participação de 100%. A companhia também teve o ADR rebaixado para underperform para Raymond James.

Na sexta-feira, a Petrobras iniciou fases não vinculantes para venda Gaspetro e NTS. A fase não vinculante refere-se à venda de participações de 51% na Gaspetro e de 10% na Nova Transportadora
do Sudeste (NTS), segundo comunicados divulgados pela Petrobras ao mercado.

Os potenciais compradores habilitados para essa fase recebem um memorando descritivo contendo informações mais detalhadas sobre os ativos, além de instruções sobre o processo de desinvestimento, incluindo as orientações para elaboração e envio das propostas não vinculantes.

A Gaspetro é uma holding com participação societária em diversas companhias distribuidoras de gás natural, localizadas em todas as regiões do Brasil, segundo o comunicado.

Em 2019, o volume total de gás distribuído foi de 29 milhões de m3/dia, atendendo cerca de 500 mil clientes, através de uma rede de distribuição de mais de 10 mil km de gasodutos.

NTS é cia que atua no setor de transporte de gás natural, detendo atualmente autorizações de longo prazo para operar e administrar um sistema de gasodutos de cerca de 2 mil km e com capacidade para transportar 158,2 MMm³/d de gás natural.

BRF (BRFS3, R$ 21,74, -4,06%)

A BRF concluiu a captação de financiamentos no total de R$ 2,4 bilhões. O prazo médio das linhas de financiamento obtidas com instituições financeiras é de 1,5 ano, disse a companhia em comunicado.
O total de R$ 2,4 bilhões inclui montante anunciado anteriormente e linhas adicionais cuja captação foi concluída em 15 de maio.

Com o nível de liquidez reforçado, a empresa “permanece preparada para enfrentar esse período de incerteza e volatilidade”. A BRF também tem disponível uma linha de crédito rotativo de até R$ 1,5 bilhão, por até 3 anos, com o Banco do Brasil.

JBS (JBSS3, R$ 21,79, -6,60%)

Conforme destaca a Bloomberg, a JBS, maior produtora de carnes do mundo, está aumentando a produção de carne bovina e suína dos EUA após a reabertura de fábricas que foram fechadas devido a surtos de Covid-19.

Ao mesmo tempo em que está implementando medidas para manter os trabalhadores seguros, a empresa está fazendo o que é possível para aumentar a produção, como adicionar turnos aos
sábado quando possível, disse Andre Nogueira, presidente da JBS USA, na sexta-feira. As exportações dos EUA provavelmente cairão neste trimestre, pois a empresa prioriza o mercado doméstico, onde a demanda é forte.

Cogna Educação (COGN3, R$ 4,65, +10,45%)

A empresa do setor educacional Cogna aprovou a 6ª emissão de R$ 500 milhões em debêntures, com prazo de três anos.

Os recursos líquidos captados com a operação serão utilizados, segundo a companhia, para alongar o perfil de dívida da empresa e realizar aporte de capital em suas controladas.

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(Com Bloomberg e Agência Estado)

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.