Entre alta de 3% e queda de 6%, as reações e as análises dos balanços nesta 5ª; Petrobras, bancos e aéreas caem forte

Confira os destaques da B3 na sessão desta quinta-feira (12)

Lara Rizério

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SÃO PAULO – Em uma sessão nesta quinta-feira (12) de forte queda para o Ibovespa após a disparada do início da semana, com os avanços de Pfizer-Biontech para a criação de uma vacina contra o coronavírus contrabalanceados pela volta dos temores com a segunda onda do coronavírus na Europa e nos EUA e falas de autoridades no Brasil e no exterior, quem ganham destaque são as ações de empresas que divulgaram resultados do terceiro trimestre.

Os papéis da Taesa (TAEE11, R$ 31,57, +3,10%) registraram os maiores ganhos do Ibovespa após o resultado e com os investidores buscando ações mais defensivas em um pregão de maior aversão ao risco. A ação da JBS (JBSS3, R$ 20,99, -0,47%) fechou em leve queda, enquanto o Marfrig (MRFG3, R$ 15,06, +0,67%), após oscilar por quase toda a sessão entre leves perdas e ganhos, encerrou o pregão com leve alta.

As ações da Via Varejo (VVAR3, R$ 17,77, -5,68%), por sua vez, após chegarem a subir 2,18%, viraram para queda forte e fecharam em baixa de mais de 5%, apesar de resultados do terceiro trimestre considerados bastante positivos. Vale ressaltar, contudo, que a ação subiu 5,6% na véspera, já com os investidores na expectativa por um bom resultado. O movimento é diverso para as ações do e-commerce: os ativos de B2W (BTOW3, R$ 75,86, +1,51%) avançaram cerca de 1,5%, enquanto Magazine Luiza (MGLU3, R$ 25,48, -0,39%) fechou quase estável.

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No acumulado da semana, os papéis do Magalu caem 6,77%, da Via Varejo têm baixa de 7,60% e da B2W caem 7,80%, em um período que foi marcado pela saída dos investidores das ações que subiram demais, enquanto migraram para papéis bastante descontados na Bolsa, como de bancos, petroleiras, varejistas de moda e empresas do setor de shoppings.

Ainda no setor, mas entre os BDRs (Brazilian Depositary Receipts), na prática os papéis de empresas estrangeiras negociados na B3, o Mercado Livre (MELI34, R$ 59,00, +1,04%) fechou com ganhos de cerca de 1%. A companhia anunciou a abertura de mais cinco centros logísticos de distribuição de produtos pelo Brasil. Serão três novos galpões no estado de São Paulo (dois em Cajamar e outro em Guarulhos), um em Santa Catarina (no município de Governador Celso Ramos) e outro em Minas Gerais (na cidade de Extrema). O objetivo, segundo a varejista, é focar em entregas mais rápidas e eficientes para todo o Brasil. Veja mais clicando aqui.

“Vemos essa notícia como positiva para o Mercado Livre. Acreditamos que os investimentos adicionais da empresa em logística devem permitir a melhoria do seu nível de serviço – não apenas em São Paulo, mas em outros estados, onde acreditamos que seus concorrentes têm ganhado participação devido à capilaridade de sua loja física. Embora a empresa não tenha divulgado o valor exato de seus investimentos planejados para 2021 no Brasil, acreditamos que o sinal de que esses investimentos continuarão a acelerar também será bem recebido pelos investidores”, afirmam os analistas.

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Entre as maiores quedas, também outros papéis de empresas que soltaram resultados. Rumo (RAIL3, R$ 19,00, -5,19%), CCR (CCRO3, R$ 11,70, -5,72%), Eletrobras (ELET3, R$ 32,56, -5,18%;ELET6, R$ 33,25, -4,10%) tiveram forte queda.

Além do resultado, a Eletrobras também repercutiu a notícia de que o apagão que atingiu o Amapá provocou uma reação no Congresso Nacional contra a privatização da Eletrobras e de outras empresas do setor elétrico.

A subestação danificada é operada pela concessionária Linhas de Macapá Transmissora de Energia. Essa concessão pertencia à espanhola Isolux Corsan (atualmente em concurso de credores na Espanha) por meio da Isolux Energia e Participações e sua subsidiária LMTE, dona direta da concessão. A Isolux Energia e Participações passou a ser chamada de Gemini Energy após ser adquirida no final de 2019 da Isolux Corsan pelos fundos de investimentos geridos por Starboard e Perfin.

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A Gemini Energy detém 85,04% de participação na linha, e 14,96% são da Superintendência do Desenvolvimento da Amazônia (Sudam), autarquia federal vinculada ao Ministério do Desenvolvimento Regional.

Em crítica às privatizações, parlamentares usaram o episódio para dizer que a entrada da iniciativa privada no setor não resolve problemas.

Por outro lado, o presidente da Eletrobras, Wilson Ferreira Júnior, disse que o caso do Amapá não deve interromper o processo de privatização da estatal, e que o governo deve retomar a privatização já no início de 2021. Segundo o executivo, é natural que neste momento o desabastecimento de um Estado alimente o discurso de grupos contrários à venda do controle da Eletrobras pela União, mas ele acredita que na medida em que as causas do problema sejam esclarecidas, a tendência e que essa discussão arrefeça.

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“Entendo que existe, nesse momento, a exploração desse assunto, mas o próprio investimento daquela linha, a Eletrobras não conseguiu participar e ganhar”, comentou (veja mais clicando aqui).

A sessão também marcou a estreia da 3R Petroleum (RRRP3, R$ 20,90, -0,48%) na Bolsa que, após abrir em baixa, virou para ganhos e, com a piora do mercado, fechou praticamente estável.

Voltando ao Ibovespa, as ações da Petrobras (PETR3, R$ 22,65, -4,11%;PETR4, R$ 21,91, -4,24%) registraram fortes perdas, superiores a 4%. Na New York Mercantile Exchange (Nymex), o petróleo WTI para dezembro perdeu 0,80%, a US$ 41,12 o barril. Na Intercontinental Exchange (ICE), o Brent para janeiro cedeu 0,62%, a US$ 43,53 o barril.

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No radar do setor, os estoques de petróleo nos Estados Unidos subiram 4,277 milhões de barris, para 488,706 milhões de barris, na semana encerrada em 6 de novembro, informou o Departamento de Energia (DoE, na sigla em inglês) do país. Analistas ouvidos pelo Wall Street Journal previam queda de 700 mil barris no período. Por outro lado, os estoques de gasolina caíram 2,309 milhões de barris, a 225,356 milhões de barris, ante expectativa de estabilidade.

Mais cedo, a Agência Internacional de Energia cortou as previsões para a demanda global por petróleo em meio às novas restrições contra o coronavírus. A agência alertou que a descoberta de uma vacina não poderá reativar os mercados no curto prazo.

Embora os preços do petróleo tenham subido para o maior nível em 10 semanas, acima de US$ 45, com as notícias positivas sobre a Pfizer, o uso de combustível não deve registrar aumento “significativo” por causa das vacinas até o segundo semestre do próximo ano, disse a agência. A AIE, com sede em Paris e que assessora a maioria das principais economias, reduziu as projeções para a demanda por petróleo para este trimestre, em 1,2 milhão de barris por dia.

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Vale ressaltar que, apesar da queda desta sessão, as ações PETR3 ainda acumulam ganhos de 13,59% na semana, enquanto os ON saltam 10,16%. Outros papéis que subiram forte na semana, como de bancos, caso de Bradesco (BBDC3, R$ 21,16, -3,51%;BBDC4, R$ 23,36, -3,95%), Santander Brasil (SANB11, R$ 35,00, -2,78%), Itaú (ITUB4, R$ 27,94, -2,44%) e Banco do Brasil (BBAS3, R$ 32,73, -4,19%) também caíram forte nessa sessão.

Aéreas, que chegaram a subir mais de 20% no início da semana com o otimismo sobre a vacina, fecharam com as maiores quedas desta sessão. Gol (GOLL4, R$ 19,06, -5,92%) e Azul (AZUL4, R$ 27,90, -6,38%) tiveram queda de cerca de 6%. Na semana, contudo, os papéis ainda registram ganhos respectivos de 8,60% e 7,60%.

Confira os destaques e as análises de resultados abaixo:

Maiores altas

Ativo Variação % Valor (R$)
YDUQ3 9.21766 28.2
IRBR3 7.70465 6.71
GNDI3 7.00995 74.19
EMBR3 6.69516 7.49
RADL3 6.59297 27

Maiores baixas

Ativo Variação % Valor (R$)
MULT3 -2.47934 22.42
MGLU3 -1.76609 25.03
IGTA3 -1.63105 34.98
MRFG3 -1.46082 14.84
CSNA3 -0.71721 19.38

Via Varejo (VVAR3, R$ 17,77, -5,68%)

A Via Varejo registrou lucro líquido contábil de R$ 590 milhões no terceiro trimestre de 2020, revertendo prejuízo de R$ 346 milhões apurado no mesmo período de 2019. O resultado não recorrente teve lucro de R$ 490 milhões, ante prejuízo de R$ 138 milhões na mesma base de comparação.

O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) da Via Varejo entre julho e setembro ficou em R$ 1,120 bilhão, ante resultado negativo de R$ 97 milhões de um ano antes. No critério ajustado, o indicador somou R$ 1,196 milhões, um crescimento de 443,6% ante os R$ 220 milhões do terceiro trimestre do ano passado. A margem Ebitda ajustada saiu de 3,9% no ano passado para 15,3% neste ano.

“A melhora significativa da performance foi resultado da excepcional venda do canal online, da evolução das vendas nas lojas físicas e das ações de redução de despesas fixas e variáveis refletindo ganhos de alavancagem operacional”, afirma a empresa em comentário que acompanha os números.

A receita líquida da empresa no terceiro trimestre somou R$ 7,812 bilhões, avanço de 37,3% ante o mesmo período de 2019. As vendas brutas de mercadorias (GMV, na sigla em inglês) somaram R$ 10,046 bilhões entre julho e setembro deste ano, avanço de 43,4% na comparação anual.

Segundo a companhia, o GMV do e-commerce foi de R$ 4,1 bilhões no trimestre, um avanço de 219% na comparação com o mesmo período de 2019. A receita bruta do online subiu 278%, segundo a companhia.

O resultado financeiro líquido da Via Varejo no trimestre ficou negativo em R$ 107 milhões, uma melhora de 55,4% em relação ao terceiro trimestre de 2019.

A companhia encerrou setembro de 2020 com caixa líquido de R$ 3,366 bilhões, ante uma posição de R$ 2,901 bilhões em junho. A dívida financeira da Via Varejo fechou o trimestre em R$ 4,509 bilhões, praticamente estável em relação a junho.

O Credit Suisse classificou os resultados da Via Varejo no terceiro trimestre como “fortes”, e em linha com suas expectativas. O banco afirma que é “notável” a capacidade de a empresa apresentar seu quarto trimestre de bons resultados, mesmo tendo começado relativamente tarde no mercado que disputa. O banco mantém recomendação outperform das ações, com preço-alvo de R$ 24, frente os R$ 18,84 do fechamento da véspera.

O Bradesco BBI avaliou os resultados da Via Varejo como fortes, com Ebitda 2% acima da estimativa do banco, e receita líquida de R$ 100 milhões acima de sua expectativa de R$ 76 milhões.

O banco avalia que o progresso da empresa em diversas frentes deve dar a investidores mais confiança sobre o crescimento da Via Varejo no comércio eletrônico, que se mantém mesmo com a reabertura de lojas. O Bradesco avalia, no entanto, que o crescimento em linha com as expectativas pode amortecer a reação do mercado.

O Bradesco BBI afirma que o próximo catalisador da Via Varejo deve vir com as vendas da Black Friday, em novembro.

O banco elevou a expectativa quanto a faturamento bruto entre 11% e 12% no período entre 2021 e 2022, mas reduziu a expectativa para a receita líquida em entre 16% e 20%, incorporando custos financeiros mais altos a seu modelo. O Bradesco mantém a recomendação em outperform, com preço-alvo de R$ 22.

“Os resultados marcam o fim da virada e o foco da administração deve ser totalmente mudado para otimizar estratégia de transformação digital”, segundo o Safra.

Marfrig (MRFG3, R$ 15,06, +0,67%)

A Marfrig viu seu lucro crescer quase sete vezes no terceiro trimestre, chegando a R$ 674 milhões. No mesmo período de 2019, o lucro foi de R$ 100 milhões.

Ajudou no resultado da companhia a alta das exportações para mercados como China, Hong Kong e Estados Unidos, além da desvalorização do real frente ao dólar.

Enquanto isso, o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ajustado ficou em R$ 2,2 bilhões, um crescimento de 47% ano a ano.

Já a receita líquida foi de R$ 4,8 bilhões entre julho e setembro, uma alta de 26,3% na comparação anual, sendo que as exportações responderam por 62% das receitas totais.

A Marfrig teve ainda redução do custo financeiro, refletindo em parte a redução da alavancagem medida pela relação entre dívida líquida e Ebitda, para 1,68 vez, ante 1,79 vez no fim de junho.

O Bradesco BBI afirma que o Ebitda da Marfrig ficou 4% abaixo da estimativa média de analistas do mercado, enquanto a receita líquida ficou 1% acima da estimativa. O banco avalia que o Ebitda mais baixo se deve a margens menores da divisão da empresa na América do Norte, de 14,4%, frente o consenso de entre 15% e 16%. Já a margem na divisão da América do Sul se expandiu para 10,5%, em linha com a estimativa de economistas. A receita líquida foi impactada pelo Ebitda mais baixo. O banco afirma que “gostaria de mais clareza sobre se se isso se deve a gastos ligados à covid”.

Segundo o banco, a indústria de carnes está se beneficiando do excesso de animais para abate, à medida que as fábricas precisaram fechar temporariamente durante a pandemia. O banco destaca, no entanto, que os preços do gado continuarão baixos até o primeiro trimestre de 2021, crescendo após o segundo trimestre, conforme os estoques de gado diminuem. Na avaliação do Bradesco BBI, isso deve reduzir a margem Ebitda nos Estados Unidos em 2021. Assim, o banco espera uma margem Ebitda de 10% para a Marfrig, após uma margem de 16% em setembro.

O Bradesco BBI afirma que tem receio de que a desaceleração dos ganhos nos próximos trimestres pese sobre a performance das ações. O banco mantém recomendação neutra, com preço-alvo das ações em R$ 17, frente os R$ 14,96 da véspera.

Para a XP Investimentos, embora abaixo do segundo trimestre, os resultados foram fortes. “Ainda vemos oportunidades de alta no setor de carne bovina para a Marfrig, principalmente na América do Sul devido ao impulso nas exportações. O principal risco no curto prazo é a valorização do real, mas o quarto trimestre costuma ser o melhor no que diz respeito ao consumo de carne”, avaliam os analistas.

JBS (JBSS3, R$ 20,99, -0,47%)

A JBS fechou o terceiro trimestre de 2020 com lucro líquido de R$ 3,1 bilhões, quase 9 vezes acima na comparação com  igual período de 2019, quando teve lucro de R$ 356 milhões.

A receita líquida da companhia foi de R$ 70,1 bilhões, alta de 34,3%. A geração de caixa livre subiu 36,9% frente o ano anterior e chegou a R$ 5,2 bilhões. O Ebitda ajustado foi de R$ 7,99 bilhões, alta de 35% na base anual, mas baixa de 24,6% na base sequencial.

A JBS afirmou que a divisão brasileira de alimentos processados Seara viu o Ebitda ajustado subir 55,4%, enquanto as operações com carne suína e de frango nos Estados Unidos registraram saltos de 64,7% e 48,9%, respectivamente, apoiadas na desvalorização do real ante o dólar.

A companhia disse que o resultado da Seara deve-se ao aumento de 4,4% no volume vendido e aumento no preço médio dos produtos de 19,7% ante o terceiro trimestre de 2019. Já a divisão de suínos nos EUA, JBS Pork, teve queda de 5,5% na receita líquida em dólares por conta de quedas de 8% no preço médio, enquanto o volume de vendas subiu 1,3%.

“A produção de carne suína no trimestre voltou aos patamares pré-Covid, compensando, inclusive, o volume menor produzido no segundo trimestre”, afirmou a JBS no balanço.

A JBS fechou setembro com relação dívida líquida sobre Ebitda de 1,6 vez em dólar, menor na história da companhia, e de 1,83 vez em reais.

O Credit Suisse definiu os resultados da JBS no terceiro trimestre como “sólidos”. O Ebitda se saiu 12,3% superior à expectativa do banco, que avalia que os resultados foram impulsionados principalmente pelas operações nos Estados Unidos, com boas margens na produção de aves, carne suína e carne bovina.

O banco destaca que as margens da JBS Brasil estão caindo, o que se explica parcialmente pela alta do preço do gado no Brasil. Mas afirma que os resultados fortes devem levar a uma boa reação do mercado nesta quinta-feira. O banco acredita que as divisões dedicadas a carne bovina e a carne suína nos Estados Unidos devem se beneficiar dos estoques em alta no país.

Além disso, a depreciação do real pode ajudar a compensar pelas pressões de custos de Seara e JBS Brasil. O banco afirma que a JBS é uma das empresas “mais atrativas” da sua cobertura, e mantém a recomendação em outperform, com preço alvo de R$ 36, frente os R$ 21,09 da véspera.

Para a Bloomberg, Gilberto Tomazoni, CEO global da JBS, destacou: “A companhia está com um balanço robusto e todas as condições para acelerar crescimento”.

Com uma “posição de caixa muito conservadora” de R$ 22 bilhões, a JBS tomará decisões sobre como alocar capital à medida que as incertezas diminuem, disse o diretor financeiro, Guilherme Cavalcanti, em entrevista. A empresa pode continuar cortando dívidas, pagar dividendos, recomprar ações e aumentar os investimentos em aquisições ou crescimento orgânico, disse ele.

“Podemos fazer tudo sem trade off”, disse Cavalcanti na entrevista. “Não estamos parados, o crescimento está no DNA da empresa. Estudamos oportunidades de aquisição o tempo todo com disciplina para avaliar o que pode gerar valor para os acionistas,” acrescentou Tomazoni. Veja mais clicando aqui. 

Eletrobras (ELET3, R$ 32,56, -5,18%;ELET6, R$ 33,25, -4,10%)

A Eletrobras registrou lucro líquido atribuível aos sócios controladores de R$ 84,983 milhões no terceiro trimestre de 2020, queda de 7,7 vezes, ou baixa de 87%, frente os R$ 651 milhões no mesmo período de 2019, principalmente por conta da queda de receita de geração.

A receita operacional líquida teve leve alta de 1,5%, passando de R$ 7,320 bilhões no 3º trimestre de 2019 para R$ 7,431 bilhões, com o efeito positivo da receita de transmissão.

O Ebitda totalizou R$ 1,957 bilhão, queda de de 29% sobre o Ebitda de R$ 2,766 bilhões em igual período de 2019.

O Credit Suisse afirma que os resultados da Eletrobras foram impactados por itens não negativos recorrentes em excesso. O Ebitda sofreu impacto de provisões e reduções de receitas, ofuscando resultados positivos. As receitas caíram com o fim de contratos de Eletronorte e Furnas, a interrupção operacional da hidrelétrica de Candiota 3, da CGT Eletrosul, e perdas com geração menor das unidades de Angra entre janeiro e setembro. Isso foi parcialmente compensado por novos contratos e ativos, como Coari, e aumento de tarifas em alguns contratos.

Os custos e gastos totais aumentaram 19,1% na comparação com o mesmo trimestre do ano anterior, 29,1% acima da expectativa do Credit Suisse. As provisões tiveram alta de 28,6% frente o mesmo período do ano anterior, e foram 44% acima da expectativa do banco, impactadas pela inadimplência esperada de consumidores privados. A receita líquida foi positivamente afetada por resultados financeiros e renda de ações, e negativamente afetada por taxas mais altas. O banco mantém recomendação outperform para a Eletrobras, com preço-alvo de R$ 40,2, frente os R$ 34,67 do fechamento da véspera.

Ainda em destaque no radar da companhia, o apagão que atingiu o Amapá provocou uma reação no Congresso Nacional contra a privatização da Eletrobras e de outras empresas do setor elétrico.

O projeto enviado pelo governo no ano passado está parado na Câmara. O Planalto discutia uma estratégia para encaminhar a votação pelo Senado, mas a possibilidade enfrenta entraves técnicos. Sem a privatização, parlamentares cobram uma fiscalização maior das empresas de geração e distribuição de energia para evitar novos desastres.

A subestação danificada é operada pela concessionária Linhas de Macapá Transmissora de Energia. Essa concessão pertencia à espanhola Isolux, que entrou em recuperação judicial, e hoje se chama Gemini Energy. A Gemini Energy detém 85,04% de participação na linha, e 14,96% são da Superintendência do Desenvolvimento da Amazônia (Sudam), autarquia federal vinculada ao Ministério do Desenvolvimento Regional. Em crítica às privatizações, parlamentares usaram o episódio para dizer que a entrada da iniciativa privada no setor não resolve problemas.

A reação do Congresso ficou exposta durante reunião da Comissão Mista da Covid-19, formada para fiscalizar as ações do governo durante a pandemia do novo coronavírus. Parlamentares criticaram o fato de o problema ter ocorrido em um sistema concedido a uma empresa. Além disso, direcionaram críticas à Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), responsável pela fiscalização das empresas. “Monopólio público é muito ruim, mas você tem pelo menos a quem xingar. O monopólio privado, com agência reguladora que não funcione com eficiência, é muito mais despótico, porque geralmente a cabeça pensante e quem manda no dinheiro mora longe”, afirmou o senador Esperidião Amin (PP-SC). Veja mais clicando aqui.

CCR (CCRO3, R$ 11,70, -5,72%)

A CCR teve forte queda no lucro ajustado do terceiro trimestre, de 71,9%, chegando a R$ 93,3 milhões entre julho e setembro. Impactou a companhia a alta do dólar e maiores despesas com depreciação de ativos perto do fim da concessão.

A receita líquida, por sua vez, caiu 10,9% na comparação anual, para R$ 2,1 bilhões, uma vez que concessões administradas pela companhia, como rodovias, aeroportos e de mobilidade urbana, seguiram com níveis de tráfego ainda abaixo dos verificados antes de março, quando medidas de isolamento social foram tomadas.

Enquanto isso, o Ebitda ajustado da companhia no terceiro trimestre ficou em R$ 1,26 bilhão, queda de 16,5% ano a ano, considerando as mesmas bases.

A CCR teve também maiores despesas com depreciação referentes às concessões da Via Dutra, que liga Rio de Janeiro e São Paulo; e a RodoNorte, no Paraná. As despesas de ativos próximos do fim do período de concessão em geral crescem.

O Bradesco BBI destacou que o Ebitda ajustado da CCR foi 14% de suas estimativas, e 2% acima da estimativa média de analistas. A receita em dinheiro veio 3% acima da expectativa do banco, e 5% acima da expectativa média de analistas.

O banco avalia que os pedágios em estradas tiveram uma performance resiliente, os aeroportos continuaram fortemente impactados, e as concessões de mobilidade urbana continuam a se beneficiar de cláusulas contratuais que compensam a queda do tráfego de passageiros. O banco manteve a recomendação outperform da CCR, com preço-alvo de R$ 17, frente os R$ 12,41 da véspera.

Locaweb (LWSA3, R$ 68,88, 3,04%)

A empresa de tecnologia Locaweb apresentou na noite desta quarta-feira, 11, seu balanço referente ao terceiro trimestre de 2020, quando teve lucro líquido de R$ 7,8 milhões entre julho e setembro, um crescimento de 30,6% sobre os R$ 6 milhões vistos um ano antes. No critério ajustado, o lucro líquido ficou em R$ 12,5 milhões, alta de 30,4% sobre 2019.

O Ebitda (lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização) no trimestre foi de R$ 30,9 milhões, subindo 4,4% ante os R$ 29,6 milhões apurados no ano anterior. A margem Ebitda do período foi de 24,4%, queda de 4,6 pontos porcentuais. Em termos ajustados, o Ebitda foi de R$ 35,8 milhões, alta de 17,9% sobre julho a setembro de um ano antes.

A receita operacional líquida da Locaweb no terceiro trimestre foi de R$ 126,2 milhões, crescimento de 23,8% ante o mesmo período de 2019, quando a marca foi de R$ 101,9 milhões. A receita do Commerce, que amealha as operações de e-commerce da empresa, somou R$ 40,3 milhões, alta de 90,3% sobre o terceiro trimestre de 2019 e de 23,2% sobre o segundo trimestre deste ano. Já o segmento de software como serviço (SaaS, na sigla em inglês) teve receita de R$ 85,9 milhões entre julho e setembro, alta de 6,4% sobre o ano anterior.

Em comentário que acompanha o balanço, a Locaweb chama atenção para o volume bruto de mercadorias (GMV, na sigla em inglês) do Commerce, que totalizou R$ 1,9 bilhão, alta de 90,4% sobre o terceiro trimestre do ano passado. “A qualidade do nosso ecossistema, que segue sendo ampliada rapidamente e já conta com mais de 328 integrações, bem como a qualidade da nossa plataforma, contribuiu para o aumento de vendas dos nossos clientes e fez com que nosso crescimento fosse muito superior ao do mercado”, diz a empresa.

A Locaweb também chama a atenção para adição de novas lojas ao seu ecossistema, de 341,6% sobre o quarto trimestre de 2019, implicando que a base de lojistas praticamente dobrou entre janeiro e setembro de 2020. “Os dados do trimestre reforçam que, mesmo com a reabertura do comércio em algumas cidades, não vemos sinais de desaceleração na adição de novas lojas”, fala a empresa.

No segmento de SaaS, o número de clientes teve aumento de 2,3%, a 372,7 mil, destacando o crescimento de vendas de soluções corporativas, que acabaram sofrendo ao longo da pandemia, o crescimento de soluções para e-mails corporativos, do Criador de Sites e Delivery Direto, “todos apresentando altas taxas de crescimento em relação a 2019”.

Os custos e despesas operacionais totais subiram 28,3% na comparação anual, a R$ 109 milhões. O resultado financeiro líquido no terceiro trimestre foi uma despesa líquida de R$ 3,5 milhões, o que representou uma melhora de 59,8% em comparação com 2019, relacionado à redução do saldo de dívida bruta bancária em aproximadamente R$ 20,5 milhões.

O caixa líquido proveniente das atividades operacionais totalizou R$ 40,2 no trimestre, alta de 56,4% comparado a R$ 25,7 milhões no terceiro trimestre de 2019. A geração de caixa operacional da companhia, medida pelo Ebitda ajustado menos o capex, apresentou uma queda de 7,9% entre julho e setembro, a R$ 21,5 milhões. Ainda com os recursos da sua oferta inicial pública (IPO, na sigla em inglês) em caixa, a Locaweb teve saldo líquido de caixa de R$ 378,2 milhões no trimestre.

O Itaú BBA classificou os resultados da Locaweb como positivos. O banco afirma que a receita líquida foi superior à sua estimativa, que já era otimista. O lucro Ebitda foi 6% superior à sua expectativa. Os resultados positivos refletem o modelo de receita da empresa, que combina pagamentos por assinatura com o setor de comércio, que vem crescendo. O banco avalia que a Locaweb está em uma boa posição para se beneficiar da demanda por soluções digitais com a pandemia. Por outro lado, enfrenta crescimento em gastos administrativos, e os gastos com licença de software são mais altos com o real enfraquecido. O banco manteve avaliação da empresa em outperform, com preço-alvo de R$ 73, frente os R$ 66,85 atuais.

MRV (MRVE3, R$ 18,62, -4,27%)

A MRV registrou lucro líquido de R$ 158 milhões no terceiro trimestre, queda de 1,6% em um ano, mas aumento de 26,6% na comparação com o trimestre anterior.

Enquanto isso, o Ebitda entre julho e setembro ficou em R$ 253 milhões, aumento de 1,9% na comparação com o mesmo período de 2019. A margem, porém, caiu 1,5 ponto percentual, para 14,4%.

Já a receita líquida da companhia no trimestre cresceu 12,2%, para R$ 1,76 bilhão.

Pelo lado operacional, a MRV Engenharia acelerou os lançamentos depois do pior momento da pandemia e teve vendas recordes no terceiro trimestre – confirmando que o mercado imobiliário atravessa uma recuperação significativa.

De acordo com relatório já divulgado, os lançamentos foram de R$ 1,87 bilhão, avanço de 15%. As vendas bateram recorde pela terceira vez consecutiva. Foram comercializados R$ 1,97 bilhão, expansão de 41%.

O Credit Suisse classificou os resultados da MRV Engenharia como sólidos, com a empresa se posicionando para se beneficiar o máximo possível do cenário favorável, investindo em iniciativas digitais focadas na experiência do consumidor e diversificando suas operações para aumentar a presença no segmento de renda média. O banco elogia este esforço, e destaca que, levando em consideração as subsidiárias, 41% dos lançamentos e 16% das vendas da MRV não entram no Minha Casa Minha Vida.

O Credit Suisse se diz, no entanto, preocupado quanto à capacidade de a MRV ampliar suas margens, que estão abaixo da concorrência. Ele se mantém cauteloso quanto à capacidade da MRV de manter seus ganhos de mercado, já que a empresa vem aplicando descontos. O banco mantém recomendação neutra para a ação da MRV, com preço-alvo de R$ 21,5, frente os R$ 19,45 do fechamento da véspera.

Tecnisa (TCSA3, R$ 8,30, -4,05%)

A Tecnisa registrou prejuízo de R$ 35 milhões no período ante perda de R$ 52 milhões no terceiro trimestre de 2019.

A receita operacional líquida da companhia ficou em R$ 59 milhões, baixa de 21% na comparação anual.

Já o o Ebitda ficou negativo em R$ 27 milhões, enquanto a margem Ebitda ficou negativa em 46%.

A Tecnisa apontou que “o desempenho do período ainda está impactado pelo baixo volume de lançamentos, que prejudica a diluição de custos fixos, bem como por gastos não recorrentes para responder à proposta não-solicitada de integração dos negócios pedido pelo acionista Bergamo Fundo de Investimento Multimercado Crédito Privado, cujas cotas são integralmente de titularidade da Gafisa S.A”.

Segundo o Itaú BBA, o resultado foi neutro. “A empresa entregou mais um trimestre de prejuízo líquido e interrompeu os lançamentos, apesar de melhorar em relação aos fracos números do segundo trimestre. A aquisição de terrenos foi o destaque positivo”, apontaram os analistas. A recomendação segue neutra, com preço-alvo de R$ 11,10.

Helbor (HBOR3, R$ 9,68, -4,72%)

A Helbor teve lucro líquido de R$ 15,17 milhões no terceiro trimestre de 2020, queda de 28% ante o lucro de R$ 20,99 milhões de igual período do ano passado.

“A companhia apresenta uma tendência de melhora nos resultados demonstrando a evolução no seu novo ciclo, onde os projetos novos, que estão sendo lançados, possuem margens robustas enquanto os projetos antigos com margem mais comprimida estão em processo de finalização, pela venda massiva do estoque de unidades prontas”, apontou.

O Ebitda foi de R$ 31,54 milhões, alta 57,8% na base anual, enquanto a margem Ebitda foi de 9,8% no terceiro trimestre, alta de 2,5 pontos percentuais frente os 7,3% registrados em igual período do ano passado.

A receita operacional líquida subiu 18,1%, passando de R$ 272,81 milhões no primeiro trimestre de 2019 para R$ 322,12 milhões em igual período de 2020.

Para o Itaú BBA, o resultado foi levemente positivo. Após uma recuperação em seu desempenho operacional, a Helbor apresentou números melhores em relação ao trimestre anterior e anual e superou as estimativas de lucro por ação. A queima de caixa foi o ponto baixo do trimestre. Os analistas reiteraram a recomendação outperform par a ação, com preço justo de R$ 17,50.

Lopes Brasil (LPSB3, R$ 4,76, -4,23%)

A Lopes Brasil teve alta de 232% no lucro líquido no terceiro trimestre de 2020. O lucro líquido atribuível a acionistas antes do IFRS foi de R$ 10,489 milhões frente R$ 3,156 milhões no mesmo período do ano anterior.

O Ebitda foi de R$ 26,1 milhões no terceiro trimestre de 2020, 84% a mais do que os R$ 14,1 milhões do mesmo período de 2019. A margem Ebitda ficou em 52%, 15 pontos percentuais a mais do que no mesmo período de 2019.

O valor geral de vendas cresceu 18%, de R$ 2,064 bilhões para R$ 2,444 bilhões. 64% do valor está concentrado no estado de São Paulo. A receita líquida subiu 31%, a R$ 50,2 milhões no terceiro trimestre de 2020 frente R$ 38,3 milhões no mesmo período de 2019.

Rumo (RAIL3, R$ 19,00, -5,19%)

A Rumo viu seu lucro líquido ter queda de 55,2% no terceiro trimestre na base anual, a R$ 164 milhões no período. A receita foi de R$ 2,052 bilhões no período, 0,35% menor que no mesmo trimestre de 2019.

O Ebitda caiu 7,7%, a R$ 1,1 bilhão.

O volume transportado pela Rumo no trimestre, de 17,5 bilhões de toneladas equivalentes, foi 1% maior do que um ano antes, com destaque para transporte de açúcar (+88%), fertilizantes (+20%) e celulose (+18%).

Por outro lado, o transporte de produtos industriais caiu 1,6% em função do impacto da pandemia da Covid-19, que provocou queda no transporte de combustíveis.

E tarifa de transporte ferroviário em declínio e maiores custos variáveis aumentaram a pressão. Assim, a receita líquida, foi 0,3% menor, a 2,05 bilhões de reais.

A companhia registrou um salto de 45,9% no resultado financeiro negativo, para R$ 438 milhões, empurrado por maiores encargos com dívida, o que também pesou na última linha do resultado.

A dívida líquida terminou setembro em 6,6 bilhões de reais e a alavancagem atingiu 1,7 vez dívida líquida sobre Ebitda ajustado.

Segundo análise da Levante Ideias de Investimentos, o resultado foi fraco e um pouco abaixo das expectativas em termos de receita líquida, geração de caixa medida pelo Ebitda e lucro líquido.

Os principais destaques negativos foram: i) volume transportado cresceu apenas 1% em relação ao mesmo período de 2019, com queda de 17% no volume de milho que foi compensado pelo açúcar (+ 88%) ; ii) queda anual de 1 ponto percentual na margem bruta e; iii) queda de 7,9% no Ebitda, em função da queda de tarifa de transporte ferroviário e da margem bruta menor.

O destaque positivo foi a geração de caixa operacional (depois dos investimentos recorrentes) de R$  924 milhões e o baixo nível de endividamento, com relação dívida líquida/Ebitda de 1,7 vez em setembro de 2020.

Já para o Credit Suisse, os resultados foram melhores do que o esperado pelos analistas do banco, apesar de não superarem o consenso do mercado que, na opinião da equipe de análise, parecia excessivamente otimista.

De maneira geral, a Rumo continua a ser desafiada por pressões competitivas, mas os resultados têm melhorado sequencialmente, avaliando, ficando a dúvida se é uma tendência de recuperação ou apenas o efeito da migração da safra de soja para milho.

Para o Credit, parece claro que, a partir do terceiro trimestre, a Rumo não vai conseguir atingir o patamar mínimo do guidance de Ebitda para 2020 e o guidance de 2023 também parece desafiador. Por outro lado, a pressão competitiva de curto prazo deve diminuir à medida que i) os preços do diesel se recuperam; e ii) os custos de frete na BR-163 aumentarão com o pedágio (final de 2021). Além disso, em 2021 a Rumo vai iniciar as operações com 120 vagões, o que vai diminuir o gargalo das operações e trazer eficiências significativas.

O Bradesco BBI tem recomendação outperform para as ações da companhia, com preço-alvo de R$ 34,00 para o ano de 2021. Os analistas destacam que os resultados deste ano foram atingidos por preços de frete ferroviário mais fracos do que o esperado devido à pavimentação / recapeamento da BR163 (MT/PA) e preços mais baixos de diesel. Para 2021, contudo, a companhia deve se beneficiar de: 1) contratos take-or-pay mais altos, 2) preços médios de frete ferroviário mais altos, 3) operações iniciais de Malha Central, e 4) a aprovação do projeto Lucas do Rio Verde.

Grupo Mateus (GMAT3, R$ 7,92, -1,00%)

O Grupo Mateus teve lucro líquido de R$ 236 milhões entre julho e setembro de 2020, alta de 64,6% frente igual período no ano passado, quando lucrou R$ 143,1 milhões. A receita líquida totalizou R$ 3,6 bilhões,  51,6% maior na base de comparação anual.

Kepler Weber (KEPL3, R$ 42,55, -3,62%)

A Kepler Weber, líder no mercado de equipamentos para armazenagem de grãos, registrou lucro líquido de R$ 23 milhões no terceiro trimestre de 2020, aumento de 44,4% ante os R$ 15,9 milhões apurados em igual período do ano anterior.

O Ebitda somou R$ 37,4 milhões, 47,4% acima do obtido em igual intervalo de 2019. A receita líquida da companhia atingiu R$ 201,6 milhões no terceiro trimestre de 2020, 34,9% mais do que no período correspondente do ano passado. A margem líquida atingiu 11,4%, aumento de 0,8 ponto porcentual na comparação anual.

No comunicado sobre os resultados, a empresa destacou que o aumento no lucro resultou de volume maior de vendas, da estratégia de reposição de preços alinhada à gestão de custos e despesas e dos ganhos tributários reconhecidos no período. A Kepler destacou que o agronegócio foi beneficiado no terceiro trimestre por condições favoráveis em decorrência de preços internacionais das commodities agrícolas em patamares elevados, expectativa de dificuldades para a safra nos EUA, forte demanda da China, uma safra de grãos recorde em 2019/2020 no Brasil e valorização do dólar. “As exportações do agro bateram recordes sucessivos em 2020”, disse a empresa. “Todos esses fatores fizeram com que a renda agrícola, em reais, fosse muito robusta e a tendência de manutenção deste cenário tem trazido muito otimismo ao setor.”

Ainda de acordo com a companhia, o início das operações do Programa para Construção e Ampliação de Armazéns (PCA) 2020/2021 em condições favoráveis e o alinhamento de fatores como a taxa Selic em mínimas históricas, a renda agrícola recorde e a demanda represada dos anos anteriores contribuíram para o crescimento das vendas no mercado interno no terceiro trimestre de 2020, quando comparadas a igual período de 2019.

A receita líquida do segmento de armazenagem da Kepler Weber no terceiro trimestre de 2020 cresceu 11,0% em relação a igual período de 2019, para R$ 122,4 milhões.

Metal Leve (LEVE3, R$ 18,38, -2,13%)

A Metal Leve registrou lucro líquido de R$ 41,6 milhões no terceiro trimestre de 2020, queda de 39,7% frente o mesmo período de 2019.

O resultado financeiro foi uma despesa de R$ 13,2 milhões, frente perdas de R$ 10,5 milhões no mesmo período de 2019. As despesas foram de R$ 65,6 milhões no terceiro trimestre, ala de 7,7% na comparação com o mesmo período do ano anterior.

O Ebitda foi de R$ 88,2 milhões, queda de 31,7% no mesmo período do ano anterior. A margem Ebitda foi de 12,8%, queda de 7,2 pontos percentuais na mesma comparação.

O Ebitda ajustado foi de R$ 169,5 milhões, alta de 31,3% na comparação anual. A margem Ebitda ajustado foi de 24,5%, alta de 4,5 pontos percentuais.

A receita líquida foi de R$ 691,1 milhões, alta de 7% frente o mesmo período de 2019.

A dívida líquida da empresa no final do terceiro trimestre era de R$ 33 milhões, queda de 82,5% na comparação com o mesmo período do ano anterior.

Conforme aponta o Bradesco BBI, a companhia apresentou bons resultados, com as vendas domésticas se beneficiando da recomposição de estoques dos distribuidores, enquanto as internacionais foram sustentadas pela desvalorização do real. Isso ajudou a compensar as vendas menores para equipamento original doméstico

Um outro ponto de destaque foi a descontinuidade da tecnologia MBE2, solução que aumenta o rendimento da produção de bioetanol, após resultados decepcionantes, o que levou a uma baixa contábil de R$ 81 milhões.

O BBI ressalta que a tecnologia MBE2 foi o principal produto desenvolvido pela para mitigar os riscos com veículos elétricos. Para a Mahle Metal Leve, a eletrificação dos veículos é uma grande preocupação, visto que a subsidiária local fabrica componentes de motor e filtros para combustão interna dos motores.

“Concordamos que, a curto prazo, os veículos elétricos não serão importantes para novas vendas de veículos no Brasil. No entanto, na Europa, China e América do Norte, os veículos elétricos estão ganhando participação de mercado e, para Mahle, esses mercados respondem por cerca de 45% das receitas”, avaliam. Os analistas mantém recomendação underperform (desempenho abaixo da média do mercado), com preço-alvo para 2021 de R$ 15.

Fras-le (FRAS3, R$ 7,24, 0,84%)

A Fras-le teve lucro líquido de R$ 41,7 milhões no terceiro trimestre, frente R$ 12 milhões no mesmo período e 2019.

Nos primeiros nove meses do ano, o lucro total chegou a R$ 53,6 milhões alta de 43,1% na mesma comparação.

O Ebitda ajustado foi de R$ 92,6 milhões, alta de 113,9% frente o mesmo período de 2019. O Ebitda acumulado nos primeiros nove meses do ano foi de R$ 169 milhões, alta de 36%.

A margem Ebitda ajustada foi de 20,4%, alta de 7,4 pontos percentuais frente o mesmo período de 2019.

A receita líquida foi de R$ 453,6 milhões, valor 36,2% maior do que o registrado no mesmo período do ano anterior. No acumulado do ano, a receita líquida foi de R$ 1,07 bilhão, alta de 8,1%.

Alupar (ALUP11, R$ 23,99, -0,91%)

A Alupar registrou lucro líquido de R$ 181,2 milhões no terceiro trimestre de 2020, queda de 14,7% frente o mesmo período do ano anterior. A empresa afirma que o resultado foi impactado pelo aumento da despesa financeira líquida e pela depreciação/amortização.

O resultado financeiro corresponde a uma despesa de R$ 97,1 milhões, alta de 36,8% frente o mesmo período de 2019.

O lucro Ebitda foi de R$ 728,4 milhões, alta de 17,4% frente o mesmo período do ano anterior. A margem Ebitda foi de 48,8%, queda de 0,5 ponto percentual.

A margem Ebitda ajustado ficou em 87% no trimestre, queda de 0,1 ponto percentual na comparação com o mesmo período de 2019.

A receita líquida foi de R$ 1,491 bilhão, alta de 18,5% frente o mesmo período do ano anterior. O lucro bruto foi de R$ 721,6 milhões, frente R$ 299,9 milhões no terceiro trimestre de 2019.

A empresa fechou o terceiro trimestre com dívida líquida de R$ 6,271 bilhões, alta de 78,1% frente o mesmo período de 2019.

Para os analistas do Credit, os resultados foram em linha, com a empresa se beneficiando do ajuste de inflação na receita anual e algumas diminuições de custos (em parte compensados com um resultado mais fraco do que esperado das unidades de geração com trading mais fraco).

Simpar (SIMH3, R$ 29,20, -2,67%)

A Vamos Locação, subsidiária integral da Simpar, teve lucro líquido de R$ 49,1 milhões no terceiro trimestre deste ano, alta de 28,1% na comparação com o mesmo período do ano passado.

A receita líquida subiu 47,9% de ano contra ano, para R$ 464,5 milhões, com destaque para a receita de Concessionárias, alta de 128,3% de ano para ano, contando com R$ 252 milhões.

O Ebitda subiu 28% no terceiro trimestre, para R$ 170 milhões, e 18,5% no acumulado até setembro, para R$ 461,5 milhões.

A JSL, empresa de logística da holding Simpar, teve lucro líquido de R$ 29,6 milhões no terceiro trimestre de 2020, 24,6% menor ante os R$ 39,3 milhões obtido no mesmo trimestre de 2019.

A receita líquida foi a  R$ 733,2 milhões, em queda de 6,3% ante os R$ 782,6 milhões do mesmo período de 2019.

Taesa (TAEE11, R$ 31,57, 3,10%)

A Taesa teve alta de 76,6% do lucro líquido no terceiro trimestre na base de comparação anual, passando para R$ 631,9 milhões, ante R$ 357,8 milhões.

A receita liquida calculada nos parâmetros contábeis IFRS, por sua vez, subiu 57,5%, para R$ 941,2 milhões, ante os R$ 597,7 milhões de igual período do ano passado.

Itaú BBA classificou os resultados da Taesa como “positivos”, afirmando que o Ebitda recorrente está dentro de suas estimativas.

A receita líquida de R$ 166 milhões ficou abaixo da expectativa do banco, de R$ 180 milhões, devido a lucro Ebitda levemente abaixo do esperado, receita com dividendos de ações abaixo do esperado, e gastos financeiros acima da expectativa. Esses fatores foram parcialmente compensados por taxas abaixo do esperado.

Como resultado, a empresa apresentou um pagamento de dividendos atraente, totalizando R$ 469,2 milhões. O banco espera uma reação positiva do mercado nesta quinta. Mesmo assim, mantém avaliação em underperform, com preço-alvo de R$ 29, frente os R$ 30,62 atuais.

Guararapes (GUAR3, R$ 14,52, -5,04%)

Apesar do resultado considerado positivo, que fez a ação subir 4,32% na máxima do dia, a ação da Guararapes fechou em queda acompanhando o noticiário mais negativo, que afetou o setor de modo como um todo na B3.

A Guararapes Confecções, operadora da rede Riachuelo, teve prejuízo líquido de R$ 51,43 milhões no terceiro trimestre de 2020, revertendo lucro de R$ 67,874 milhões apresentado um ano antes, de acordo com balanço divulgado na quarta.

O Ebitda entre julho e setembro foi de R$ 84,153 milhões, queda de 66,9% na comparação com 2019. No critério ajustado, o Ebitda foi de R$ 84,689 milhões, queda de 66,7% sobre o ano passado.

“Tal performance é consequência do desempenho das vendas em mesmas lojas com a retomada gradual das operações; da retração da margem bruta de mercadorias; das importantes ações para controle das despesas operacionais; da redução das receitas da operação financeira e, também, da redução do PDC (Perdas, Descontos e Despesas com cobrança)”, diz a empresa.

A receita líquida da Guararapes ficou em R$ 1,523 bilhão no trimestre, queda de 19,2% na comparação anual. Em termos de segmento, a receita líquida de mercadorias foi de R$ 1,129 bilhão, a da Midway Financeira de R$ 384,7 milhões, e a do Midway Mall em R$ 9,4 milhões.

O endividamento líquido da empresa ao final de setembro foi de R$ 1,164 bilhão, leve queda ante o ano anterior. As disponibilidades de caixa somaram R$ 3,338 bilhões. A relação entre a dívida líquida sobre o Ebitda foi de 4,1 vezes no trimestre. No terceiro trimestre, a companhia gerou R$ 449,6 milhões de caixa operacional.

Para o Itaú BBA, os resultados da Guararapes foram melhores do que o esperado, com as despesas abaixo da divisão de varejo sendo parcialmente compensadas por maiores despesas com faturamento e desconto de crédito no financeiro.

“Esperávamos que a Guararapes apresentasse os resultados mais resilientes (embora ainda afetados) do trimestre entre seus pares, mas os números foram ainda melhores do que pensávamos. Dito isso, o cenário macro incerto cenário e a falta de visibilidade para 2021 (principalmente para uma empresa com alta exposição na região Nordeste de país) podem continuar pressionando a ação. A divisão de varejo continuou a ser afetada por limitações de capacidade, mas mostrou melhorias de capacidade até agora.
Os analistas possuem recomendação outperform para a ação com preço-alvo de R$ 20, correspondendo a um potencial de valorização de 29,9% frente o fechamento da véspera.

Enauta (ENAT3, R$ 9,76, 3,28%)

A Enauta apresentou lucro líquido de R$ 39,4 milhões no terceiro trimestre de 2020, queda de 6% frente o mesmo período do ano anterior, de R$ 41,9 milhões.

A empresa atribui a queda a um menor resultado financeiro, e a mais despesas administrativas. Entre janeiro e setembro, o lucro líquido atingiu R$ 244 milhões, alta de 115% frente o mesmo período de 2019.

O lucro Ebitda recuou 17% no período, atingindo R$ 154,4 milhões. Em nove meses, teve alta de 60%, a R$ 658,9 milhões.

A receita líquida foi de R$ 224,5 milhões, um recuo de 29%. Nos primeiros nove meses de 2020, a receita líquida foi de R$ 758,5 milhões, alta de 7%.

O resultado financeiro foi negativo em R$ 7,3 milhões no terceiro trimestre, frente resultado positivo de R$ 10,3 milhões no mesmo período de 2019. A Enauta atribui a queda à redução da taxa Selic, impactando suas aplicações financeiras.

Em 30 de setembro, o saldo de caixa e equivalentes de caixa era de R$ 9,1 bilhão, 14,8% ao mesmo momento do ano anterior. A dívida líquida no final do terceiro trimestre era de R$ 1,51 bilhão, alta de 21% frente o mesmo período de 2019.

Segundo o Morgan Stanley, o resultado da companhia será de relevância limitada para a tese neste ponto.

A decisão da Enauta de assumir 100% do campo de Atlanta ou sair junto com a Barra Energia, a ser tomada até o dia 28 de novembro, é o fator chave a observar. E futuras fusões e aquisições devem ser um catalisador importante. “Ficamos à margem desses eventos”, apontam os analistas, que possuem recomendação equivalente à neutra para o papel, com preço-alvo de R$ 9,70.

“A possível saída de Atlanta aumenta a pressão para a administração reconstruir o portfólio da Enauta. Embora a empresa tenha uma posição de caixa relevante para esse esforço, ela também coloca em risco a capacidade de pagar dividendos extra – um pilar fundamental para uma postura mais positiva do mercado com as ações anteriormente”, avaliam.

Unipar (UNIP6, R$ 35,00, 2,85%)

A Unipar registrou lucro líquido de R$ 156,272 milhões no terceiro trimestre, revertendo prejuízo de R$ 22,31 milhões para o terceiro trimestre de 2019.

A receita líquida consolidada da Unipar foi de R$ 1,1769 bilhão no período, alta de 59,8% na base anual.

Lojas Quero-Quero (LJQQ3, R$ 14,45, -3,02%)

A Lojas Quero-Quero lucrou R$ 30,1 milhões, alta de 125,6% frente os R$ 13,3 milhões registrados no mesmo período de 2019.

A receita operacional líquida totalizou R$ 455,2 milhões, 30,5% superior frente igual período do ano passado, de R$ 348,8 milhões.

O crescimento da receita foi “impulsionado por um crescimento de 46,4% da atividade de varejo”, destacou a empresa.

O Ebitda ajustado foi de R$ 58,7 milhões no trimestre, alta de 63% frente igual período do ano passado, quando tinha sido de R$ 36,1 milhões.

Com isso, a margem Ebitda ajustada foi de 12,9% no período entre julho e setembro, 2,6 pontos percentuais a mais do que o resultado do mesmo período de 2019, de 10,3%.

O Itaú BBA destaca que os resultados da Lojas Quero-Quero foram em linha com a expectativa, mas ainda assim um dos melhores resultados entre todos os nomes de varejo que o banco cobre.

“A empresa foi capaz de fornecer tendências de receita impressionantes que implicam em ganhos de participação de mercado, traduzindo-se em alavancagem operacional e notável crescimento de EBITDA de 63%. Nós sabemos que a categoria em que a companhia está inserida [varejo de construção civil]
está vendo ventos favoráveis este ano, o que deixa a pergunta sobre o que está por vir em 2021, mas os resultados são notavelmente fortes, de qualquer forma”, apontam. A recomendação é outperform com preço-alvo de R$ 18, o que configura um potencial de valorização de 21,2% frente o fechamento da véspera.

Aliansce Sonae (ALSO3, R$ 25,80, -3,98%)

A Aliansce Sonae teve lucro líquido de R$ 24,1 milhões no terceiro trimestre, revertendo prejuízo de R$ 143,7 milhões frente igual mesmo período de 2019. A receita teve baixa de 14,6% na base anual, para R$ 171,1 milhões.

O Ebitda ajustado foi de R$ 108,5 milhões no período, queda de 35,5%, enquanto a margem operacional recuou 0,97%, para 64,45%. Os custos operacionais caíram 22,7% no comparativo anual, para R$ 3,7 milhões.

Segundo o Bradesco BBI, o resultado foi sólido, como o esperado. Mesmo com o horário de funcionamento dos shoppings da empresa caindo 30% no trimestre, as vendas totais atingiram R$ 1,736 bilhão (alta de 343% na base trimestral e queda de 30% na anual), enquanto a taxa de ocupação se manteve em 95% (versus 96% no terceiro trimestre de 2019), conforme esperado logo após o início da crise, com o setor dando descontos aos lojistas. A inadimplência piorou para 11,6% (versus 1% no 3T19 e 9% no 2T20) porque a empresa vem reduzindo os descontos, enquanto as vendas ainda não se recuperaram totalmente, apontam os analistas.

“Embora a incerteza tornem nebulosas as perspectivas para a indústria de shoppings, apenas o anúncio de uma potencial vacina contra Covid-19 na segunda-feira passada impulsionou as empresas listadas na casa dos dois dígitos. Vemos isso como positivo e achamos que a indústria de shopping centers é resiliente o suficiente para enfrentar a tempestade. E agora há uma perspectiva melhor em termos de fluxo de tráfego e vendas no curto prazo. Além disso, as ações permanecem com queda de 37% no acumulado do ano”, avaliam. Os analistas têm recomendação outperform para a ação com preço-alvo de R$ 44 para 2021, mas ressaltam ser importante destacar que ainda estão trabalhando na atualização dos seus números, pois a última publicação foi logo após o início da crise.

Bradespar (BRAP4, R$ 46,75, -0,67%)

A Bradespar, empresa controlada pelo Bradesco, registrou lucro líquido de R$ 796,608 mi no terceiro trimestre de 2020, o que representa um aumento de 120,4% ante igual período do ano passado. No acumulado deste ano, a empresa apresentou lucro líquido de R$ 1,141 bilhão, contra um prejuízo de R$ 15,234 milhões de igual período do ano passado.

Nos comentários do resultado deste trimestre, a Bradespar destaca que esse é o maior resultado em um terceiro trimestre da história da companhia, reflexo, principalmente, do desempenho da Vale (VALE3, R$ 62,67, -1,46%) no período. Como companhia de investimentos, a Bradespar tem sua receita operacional originada do resultado de equivalência patrimonial e juros sobre o capital próprio da mineradora.

Entre julho e setembro a empresa registrou receita operacional de R$ 889,2 milhões, com expansão de 144,4% ante igual etapa de 2019. No acumulado dos primeiros nove meses do ano, a linha atingiu o montante de R$ 1,24 bilhão, receita negativa de R$ 14,709 milhões do ano anterior.

“O sólido desempenho da Vale é destaque no período, totalizando Ebitda de US$ 6,2 bilhões no trimestre, 73,6% superior ao registrado no segundo trimestre de 2020, sendo o maior resultado desde o quarto trimestre de 2013, devido, principalmente,ao aumento de 26% dos preços realizados de minério de ferro e pelo aumento de 20% no volume de vendas do insumo no trimestre”, destaca.

No terceiro trimestre, o resultado financeiro da Bradespar atingiu o valor positivo de R$ 986 mil e, no acumulado dos primeiros nove meses do ano, R$ 4,2 milhões, decorrentes de aplicações financeiras e atualização monetária sobre Impostos a Recuperar.

O resultado financeiro foi impactado com o resgate antecipado total da Terceira Emissão de Notas Promissórias no montante de R$ 2,458 bilhões e a amortização parcial antecipada da Sétima Emissão Pública de Debêntures Simples no montante de R$ 512,7 milhões, ocorrida em exercícios anteriores. Com isso, a dívida líquida da companhia é, atualmente, praticamente nula.

Wilson Sons (WSON33, R$ 43,49, -0,02%)

A Wilson Sons informou lucro líquido de US$ 10,4 milhões no terceiro trimestre, queda de 20,3% frente o mesmo período do ano anterior. A empresa atribui a queda à desvalorização do real frente o dólar.

O Ebitda pró-forma foi de US$ 45,8 milhões, contração de 16,6% frente o mesmo período de 2019.

A receita líquida caiu 17% para US$ 88,1 milhões. No mesmo período do ano anterior, fora de US$ 106,1 milhões.

As despesas caíram 17,1%, na cotação em dólar, em grande medida devido à desvalorização do real.
Os custos com matéria-prima tiveram queda de 21,3%, e os custos com pessoal tiveram queda de 25,2%, também em parte devido à desvalorização. A dívida líquida em 30 de setembro de 2020 era de US$ 219 milhões, redução de 6,7% na comparação com o trimestre imediatamente anterior.

A relação entre dívida líquida e Ebitda, ficou em 1,9 vez.

3R Petroleum (RRRP3, R$ 20,90, -0,48%)

A ação da 3R Petroleum estreou nesta quinta-feira na B3 e, após chegar a subir 6,57% e cair 2,86%, fechou em leve queda.

A companhia, especializada na operação de campos maduros de petróleo, precificou na segunda-feira sua oferta inicial de ações (IPO) a R$ 21 cada, abaixo da faixa estimada pelos coordenadores, de R$ 24,50 a R$ 31,50 por papel.

A operação, que movimentou R$ 690 milhões, consiste apenas da emissão de ações novas, recursos que serão usados pela companhia para comprar mais campos de petróleo da Petrobras, pagar por aquisições já feitas e ampliar a posição de caixa no polo de Macau.

Formada em fevereiro de 2014 pelos sócios Ricardo Savini e Daniel Soares, a 3R posteriormente agregou como acionistas um grupo de executivos brasileiros e noruegueses da indústria de petróleo por meio do veículo de investimentos DBO.

Carrefour Brasil (CRFB3, R$ 19,01, -0,99%)

O Grupo Carrefour Brasil fechou a aquisição de 11 lojas e 3 postos de combustíveis que pertenciam à rede Makro, unidades que estão localizadas em oito Estados.

Em fato relevante, o Carrefour informa que das 11 lojas, 6 são próprias e 5 são alugadas.

O grupo pagou ao Makro o valor total de R$ 376,985 milhões. Essas aquisições fazem parte de um acordo fechado em fevereiro entre as duas empresas, que envolvem 30 lojas.

As demais unidades serão repassadas ao Carrefour à medida que forem concluídos os processo legais de transferência de titularidade dos imóveis.

Pão de Açúcar (PCAR3, R$ 66,38, 0,50%)

O GPA informou na noite desta quarta-feira que o presidente executivo do grupo, Peter Paul Estermann, renunciou ao cargo como parte da preparação da cisão da subsidiária Assaí. Christophe Hidalgo, atual diretor financeiro, acumulará interinamente a posição de presidente executivo.

“Sou muito grato ao Peter por ter desempenhado um papel importante ao longo desses mais de sete anos na companhia. Dentre suas contribuições estão o processo de transformação do GPA, reestruturação do Multivarejo e integração da plataforma latino-americana com o Éxito”, diz Ronaldo Iabrudi, co-vice-presidente do Conselho de Administração.

O Assaí continua sob a liderança de Belmiro Gomes, enquanto o Multivarejo, operado pelo GPA, segue com Jorge Faiçal. “Ambos assumirão oportunamente cargos de Diretor Presidente das duas companhias listadas que resultarão da cisão, passando a conduzi-las por um novo ciclo de desenvolvimento estruturado”, diz a companhia em comunicado.

(Com Agência Estado, Reuters e Bloomberg)

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.