Ações de Ultrapar, Pão de Açúcar e Burger King caem mais de 7% após balanços; Embraer sobe após decisão do Cade

Confira os destaques da B3 na sessão desta quinta-feira (20)

Lara Rizério

Publicidade

SÃO PAULO – A temporada de resultados ganhou destaque na sessão desta quinta-feira (20). A Petrobras, após abrir em alta na esteira de um resultado considerado positivo, diminuiu o ritmo e fechou em queda de mais de 2%. Analistas consideraram os números bons, mas por conta da recente alta dos papéis, o dia acabou sendo de realização.

Já a Marfrig registrou um movimento parecido: após abrir em alta na esteira de um balanço considerado forte, virou para queda e, posteriormente, passou a oscilar próximo à estabilidade, encerrando com leve alta de 0,15%. Vale ressaltar, contudo, que as últimas sessões foram de forte alta para os ativos do frigorífico justamente na expectativa por bons resultados.

Os maiores destaques pós-balanço ficam, contudo, com as maiores quedas: Ultrapar, Pão de Açúcar e Burger King caíram mais de 7% com resultados.

Masterclass

As Ações mais Promissoras da Bolsa

Baixe uma lista de 10 ações de Small Caps que, na opinião dos especialistas, possuem potencial de valorização para os próximos meses e anos, e assista a uma aula gratuita

E-mail inválido!

Ao informar os dados, você concorda com a nossa Política de Privacidade.

Embraer (EMBR3)

As ações da Embraer subiram até 5,3% para R$ 20,04, maior alta intradiária desde maio de 2019, na sequência da decisão do Cade de arquivar recurso do MPF e reiterar aval à fusão da empresa com a Boeing e que já repercutiram positivamente no papel da companhia na véspera.

Ainda em destaque, na última quarta-feira, a Embraer informou que entregou 81 jatos, sendo 35 comerciais e 46 executivos no quarto trimestre de 2019. A carteira de pedidos firmes a entregar totalizou US$ 16,8 bilhões em 2019. Os números representam uma alta em relação ao último trimestre de 2018, quando a Embraer entregou um total de 69 aviões, sendo 33 jatos comerciais e 36 jatos executivos e foram considerados fortes.

Petrobras (PETR3;PETR4)

A Petrobras registrou um lucro líquido de R$ 40,137 bilhões em 2019, um crescimento de 55,7% sobre o valor registrado em 2018. A cifra também representa o maior lucro nominal da história das empresas de capital aberto, segundo a Economatica.

Continua depois da publicidade

Apenas no quarto trimestre de 2019, o lucro líquido da estatal ficou em R$ 8,153 bilhões — uma alta de 287,87% sobre o mesmo período do ano anterior. O valor, no entanto, veio abaixo das estimativas de analistas consultados pela Bloomberg, que previam ganho de R$ 11,288 bilhões nos três últimos meses de 2019 para a companhia.

O Bradesco BBI definiu os resultados apresentados ontem pela Petrobras como “muito fortes”, com um EBITDA ajustado em linha com as projeções feitas. “A Petrobras está entregando resultados em linha com todas as metas: venda de ativos, crescimento da produção e custo mais baixo de capital. Nós acreditamos que esta tendência continuará nos próximos dois anos”, avalia o BBI, que mantém a nota “outperform” (acima da média) para o papel PETR4, com preço-alvo de R$ 38,00 para a ação, alta de 24% sobre os R$ 30,55 do fechamento de ontem na B3.

O banco Credit Suisse definiu os resultados da Petrobras como positivos e “melhores do que uma leitura mais superficial poderia sugerir”. O banco destacou que o EBITDA trimestral, de R$ 37,2 bilhões, ficou em linha com as estimativas e o nível de geração de caixa da estatal superou as expectativas. O CS destacou que a produção da estatal avançou 21% em 2019, houve redução da dívida e a empresa desinvestiu ao redor de R$ 65 bilhões. “Olhando para frente, projetamos que o desinvestimento no refino será um gatilho para o preço das ações”, avalia o CS. O banco reitera o preço-alvo de US$ 21,00 para o ADR, negociado na Bolsa de Nova York.

O Conselho de Administração da Petrobras aprovou pagamento de dividendos de R$ 1,7 bilhão para ações ON (R$ 0,233649 por ação) e R$ 2,5 milhões para ações PN (R$ 0,000449 por ação), destacou a Petrobras em comunicado. Os dividendos têm como base o resultado anual de 2019. O pagamento será feito em 20 de maio e o valor total distribuído pelo exercício de 2019 será de R$ 10,6 bilhões, equivalente a R$ 0,73 por ação ON e R$ 0,92 por ação PN. A proposta será apresentada aos acionistas em reunião marcada para 22 de abril

Além dos números do quarto trimestre e de 2019, a Petrobras segue no radar em meio ao noticiário sobre a greve.

Ainda no noticiário da companhia, os petroleiros suspenderam a greve, iniciada há 20 dias, para iniciar uma nova rodada de negociação com a direção da estatal, sob a intermediação do ministro do Tribunal Superior do Trabalho (TST) Ives Gandra. Os dois lados divergem, principalmente, sobre a demissão de pelo menos 400 trabalhadores da Araucária Nitrogenados (Ansa), no Paraná.

O presidente da estatal, Roberto Castello Branco, antecipou, porém, que os contratos de trabalho vão ser suspensos, independentemente da negociação de sexta. “A decisão está fechada”, disse o executivo, durante a coletiva de imprensa para detalhar o resultado financeiro de 2019.

Ele afirmou também que a empresa tem capacidade de suportar uma greve de longo prazo e classificou como “terroristas” uma parcela dos manifestantes que supostamente teriam coagido um ex-funcionário que havia sido contratado para a equipe de contingência.

A greve dos petroleiros foi motivada, principalmente, pela demissão de 396 empregados diretos e 600 indiretos da Araucária Nitrogenados (Ansa), no Paraná. No dia 14 de janeiro, a Petrobras anunciou o fechamento da fábrica de fertilizantes e o desligamento dos funcionários, que começou a acontecer após um mês do comunicado.

No início deste mês, a FUP convocou os petroleiros a cruzar os braços em protesto às demissões e conseguiu a adesão de cerca de 21 mil trabalhadores da Petrobras em 13 Estados. Segundo a entidade, ao deixar cerca de mil pessoas desempregadas, a estatal descumpriu acordo coletivo que exige uma negociação prévia com as lideranças sindicais. A empresa responde que teve essa conversa com o sindicato local, representante dos funcionários da Ansa, o Sindiquímica-PR.

Ultrapar (UGPA3)

A Ultrapar Participações publicou balanço e registrou um prejuízo de R$ 259,5 milhões no quarto trimestre do ano passado, após ter tido lucro líquido de R$ 495 milhões em igual período do ano anterior.

O EBITA ajustado foi de R$ 167,5 milhões no período, também queda sobre o EBITDA de R$ 903,6 milhões no quarto trimestre de 2018. No ano fechado de 2019, a Ultrapar teve lucro líquido de R$ 440 milhões, em queda de 61% sobre 2018, quando a holding – que controla as marcas Ipiranga, Ultragaz, Ultracargo, Oxiteno e Extrafarma – lucrou R$ 1,13 bilhão.

Embora o desempenho da Ipiranga, Ultragaz e Oxiteno tenha se mantido na média, o grupo teve uma redução do valor recuperável de ativos (“impairment”) de R$ 593 milhões na Extrafarma, o que prejudicou o EBITDA e outros resultados da holding.

A receita líquida da holding somou R$ 23,6 bilhões no quarto trimestre, uma expansão de 1% sobre igual trimestre de 2018 e de 2% sobre o terceiro trimestre de 2019, “em consequência, neste último período, do desempenho da Ipiranga e da Ultracargo”. A Ultrapar fechou 2019 com dívida líquida de R$ 8,7 bilhões, em leve aumento sobre 2018. A relação dívida líquida sobre o EBITDA estava em 31 de dezembro em 2,87 vezes (2,87x).

O Bradesco BBI e a XP Investimentos comentaram o balanço da Ultrapar, holding da Ipiranga, Oxiteno e outras empresas que divulgou ontem os resultados. Tanto o Bradesco BBI como a XP mantiveram as notas atuais para a ação UGPA3, mas fizeram observações sobre o futuro da holding. O BBI é mais otimista e prevê que a Ipiranga e a Oxiteno se recuperarão mais rápido em 2020. “A Ipiranga deverá entregar volumes maiores de produção e fará mais cortes de custos.

No geral, estamos confiantes que todas as empresas da holding poderão entregar um crescimento de 30% em 2020”, comenta o BBI, que manteve a recomendação “outperform” (acima da média) para a ação UGPA3, com preço-alvo de R$ 28,00 para 2020 – alta de 17%.

A XP Investimentos é mais cautelosa e avalia que o mercado deverá ter uma reação desfavorável aos resultados divulgados pela Ultrapar, que divulgou prejuízo no quarto trimestre. “A alavancagem do grupo Ultra continua elevada, em 2,87 vezes (2,87x) na relação dívida líquida sobre EBITDA. Na nossa visão, tal patamar de endividamento não condiz com notícias de que o grupo estaria avaliando investimentos em refino, por questões de limitação de capital”, avalia a XP. A XP mantém a recomendação do papel UGPA3 como Neutra, com preço-alvo de R$ 24,00.

Raia Drogasil (RADL3)

A Raia Drogasil comunicou um lucro líquido ajustado de R$ 168,7 milhões no quarto trimestre de 2019, resultado um pouco superior ao lucro líquido reportado em igual período de 2018, que foi de R$ 154,4 milhões. No ano fechado de 2019, o lucro líquido ajustado da Raia Drogasil avançou 7% sobre 2018 para R$ 587,1 milhões. Em 2019, a Raia Drogasil adquiriu e absorveu mais de 40 farmácias da Drogaria Onofre em São Paulo, e a operação ultrapassou duas mil lojas no Brasil, chegando a 2.073 farmácias. Por isto, o resultado não é recorrente. O lucro líquido, por sua vez, ficou em R$ 143,3 milhões.

A expansão de vendas nas mesmas lojas em 2019 foi de 9,2%, recorde segundo a Raia Drogasil. O lucro antes de juros, impostos, amortização e depreciação (EBITDA, na sigla em inglês) ajustado atingiu R$ 1,3 bilhão em 2019, crescimento de 12,4% sobre 2018. A Raia Drogasil encerrou 2020 com endividamento líquido de R$ 923,4 milhões, superior aos R$ 735 milhões do quarto trimestre de 2018. A relação dívida líquida sobre o EBITDA é de 0,7 vezes (0,7x) e 79% da dívida, segundo a companhia, é de longo prazo.

O Itaú BBA e o Morgan Stanley fizeram avaliações positivas sobre o balanço da Raia Drogasil, publicado ontem à noite. O BBA disse que a empresa mostrou resultados “impressionantes”. O banco destacou o crescimento sólido nas vendas mesmas lojas. “A Raia Drogasil reportou um crescimento impressionante de 20% nas vendas brutas nas mesmas lojas na base anual, superando nossa estimativa em 2%. Os resultados do quarto trimestre de 2019 indicam um 2020 brilhante”, comentou o BBA.

O banco mantém a recomendação “outperform” (acima da média) para o papel RADL3, com alta de 8,1% para a ação em 2020 a R$ 130,00 (fechou ontem a R$ 120,24 na B3). O Morgan Stanley ressaltou que os resultados vieram em linhas com as projeções, com crescimento de 20% na margem bruta ano a ano e uma expansão de 7,3% nas mesmas lojas, acima da inflação. “A perspectiva é boa para 2020, embora a margem de comparação da Raia Drogasil já seja forte”, avalia o banco americano. Com o preço dos papéis RADL3 considerado alto, o Morgan Stanley manteve a recomendação equal-weight (média do mercado) para a ação.

Pão de Açúcar (PCAR4)

O Grupo Pão de Açúcar teve lucro líquido consolidado de R$ 98 milhões no quarto trimestre de 2019, uma queda de 71,4% em comparação a igual período de 2018.

Já o lucro líquido aos acionistas controladores foi de R$ 84 milhões no quarto trimestre de 2019, queda de 80,8% em relação ao mesmo período do ano passado. No segmento alimentar, o lucro líquido aos controladores foi de R$ 266 milhões, queda de 43,8% ante o quarto trimestre de 2018.

O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) somou R$ 1,063 bilhão no quarto trimestre de 2019, queda de 15,9% na comparação anual. Já o Ebitda ajustado da companhia somou R$ 1,29 bilhão no período, alta de 0,5%. No segmento alimentar, o indicador apresentou queda de 12,4%, montante de R$ 1,068 bilhão.

O EBITDA ajustado ficou em R$ 1,2 bilhão, alta de 0,5% na mesma base de comparação. A receita liquida do grupo cresceu 23,6% para R$ 17,3 bilhões. Em 2019, o Grupo Pão de Açúcar lucrou R$ 836 milhões, recuo de 35% sobre 2018. O EBITDA ajustado caiu 4,6% para R$ 3,9 bilhões.

A receita do grupo aumentou 14,8% sobre 2018 para R$ 56,6 bilhões em 2019. O grupo varejista destacou que teve despesas de R$ 227 milhões no quarto trimestre do 2019, relacionadas à reestruturação nas operações brasileiras e também aos gastos decorrentes do processo de aquisição do grupo Éxito da Colômbia.

As despesas com vendas, gerais e administrativas avançaram 18,5% no quarto trimestre de 2018 ante o mesmo período de 2019. No segmento alimentar, o avanço foi menor, de 1,3%.

O maior destaque do resultado ficou por conta da marca de atacarejo Assaí, aponta a Levante Ideias de Investimento. O crescimento das vendas foi de 19,7% em comparação com o quarto trimestre de 2018. No conceito Mesmas Lojas (SSS) esse número chega a 4,3 %. Com isso, as vendas do Assaí passaram a representar mais da metade do total do GPA.

Já o multivarejo teve uma diminuição no total de vendas de 2,4% quando comparado com o quarto trimestre de 2018. No conceito Mesmas Lojas (SSS) essa redução foi de 0,9%, afetado pela aceleração no processo de renovação e reforma de lojas. Foram 51 reformas (7 por cento do total de lojas multivarejo) no trimestre, entre revitalização de lojas da bandeira Pão de Açúcar e conversão de lojas Extra Super em Mercado Extra e Compre Bem. “Após esse processo de revitalização esperamos uma melhora na rentabilidade das novas operações”, avalia a equipe de análise.

O Brasil Plural também apontou o forte revés da margem no segmento, que decorreu do intenso cronograma de conversões de lojas em modelos mais rentáveis, que aumentaram os descontos e o encolhimento de estoques no trimestre, enquanto a forte inflação de alimentos afetou os consumidores ainda se recuperando da crise econômica.

Fleury (FLRY3)

O Grupo Fleury apurou um lucro líquido de R$ 65,2 milhões no quarto trimestre de 2019, montante que representa crescimento de 12% ante os R$ 58,2 milhões registrados do mesmo período de 2018. No acumulado do ano, o lucro líquido da companhia foi de R$ 333,9 milhões, alta de 0,7% em relação aos R$ 331,6 milhões de 2018. A receita bruta trimestral foi de R$ 778,6 milhões, com alta de 9,1%, enquanto a anual foi de R$ 3,1 bilhões, crescimento de 9,1% em relação ao acumulado de 2018.

O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) também teve crescimento e foi a R$ 153,9 milhões, alta de 5,9% em comparação ao registrado no final de 2018, de R$ 145,4 milhões. Em todo o 2019, o Ebitda foi de R$ 719,6 milhões, o que representa alta de 4% em comparação aos R$ 691,6 milhões no acumulado de 2018.

Já a receita líquida entre outubro e dezembro do ano passado foi de R$ 720 milhões, alta de 10% em relação aos R$ 654,8 milhões registrados no quarto trimestre de 2018. No montante anual, a receita líquida chegou a R$ 2,9 bilhões, alta de 9%. A margem Ebitda recuou 0,8 ponto percentual entre o quarto trimestre de 2019 e o mesmo período de 2018, chegando a 21,4%.

O retorno sobre patrimônio líquido (ROE) foi de 18,8%, recuo de 37 pontos base em relação ao mesmo período de 2018.

Durante o ano de 2019, a companhia realizou 82,1 milhões de exames, e 321,5 mil assessorias médicas. A empresa conta atualmente com 10 mil funcionários, incluindo 2,4 mil médicos.

Bradesco BBI avaliou que o Grupo Fleury obteve resultados no quarto trimestre de 2019 e no ano passado em linha com as projeções, embora tenha sofrido pressões nas margens por causa do aumento da concorrência na saúde privada no Brasil.

“A marca Fleury cresceu 10% numa base anual e mantém uma tendência positiva para 2020. Acreditamos que a marca Fleury manterá a expansão em 2020 no mesmo ritmo por causa da divisão de exames clínicos”, avalia o BBI. O banco mantém a recomendação neutra para o papel FLRY3, mas aumentou o preço-alvo da ação de R$ 28,50 para R$ 34,00 em 2020.

Marfrig (MRFG3)

A Marfrig informou que obteve um lucro líquido de R$ 26,9 milhões no quarto trimestre de 2019, revertendo prejuízo de R$ 1,25 bilhão que teve em igual período de 2018. A receita líquida da empresa cresceu 23,5% no quarto trimestre de 2019, sobre mesmo trimestre do ano anterior, para R$ 14,2 bilhões.

O EBITDA foi de R$ 1,6 bilhão no quarto trimestre de 2019, crescimento de 8,6% sobre igual período de 2018. A Marfrig informou que em 2019 a América do Norte – onde possui três frigoríficos nos Estados Unidos – passou a representar 61% da sua receita. O Brasil representa apenas 10%, menos que a China, que responde por 14% do faturamento. Em 2018, o Brasil respondia por 13% do mercado da Marfrig. O endividamento da Marfrig também cresceu, de um passivo total de R$ 8,6 bilhões no quarto trimestre de 2018 para R$ 10,6 bilhões no quarto trimestre de 2019.

O mercado esperava resultados fortes para a empresa – a ação da companhia vem trabalhando em forte alta há seis sessões. Na semana passada, o JPMorgan elevou a recomendação para a ação de Neutra para Compra, com preço-alvo de R$ 13 – preço já superado pelo papel.

Por ser a companhia brasileira com mais unidades habilitadas para exportarem à China – são 13 na América do Sul; sete no Brasil, quatro no Uruguai e duas na Argentina – a Marfrig é uma das mais beneficiadas com a expectativa de aumento na demanda do país asiático por carne importada em decorrência da peste suína africana.

Além disso, por ter uma operação nos Estados Unidos, a companhia pode aproveitar a recente abertura da China à carne norte-americana.

O preço-alvo para as ações da Marfrig foi elevado de R$ 12 para R$ 14 considerando a recente aquisição da participação de 31,2% na National Beef, a menor alavancagem após a oferta de ações em dezembro e resultados mais fortes, segundo analista do Bradesco BBI.

“Os resultados do quarto trimestre mostram um benefício mais forte do que o esperado da alta exposição da empresa à China/Hong Kong, uma região que vem aumentando as importações de carne bovina. Também sinaliza uma forte execução da National Beef”, avalia a equipe de análise.
O Bradesco BBI aumentou as estimativas de Ebitda para Marfrig em 2020 e 2021 em 6% e 11%, respectivamente, citando as perspectivas “robustas” para 2020. A recomendação neutra foi mantida. “Não vemos valuation particularmente atraente enquanto com a ação negociada a 5,2 vezes a relação EV/Ebitda esperada para 2020”, destaca o banco.

O Itaú BBA avaliou positivamente o balanço publicado ontem pela Marfrig (MRFG3). Segundo banco, a empresa obteve um EBITDA 4% superior às projeções no quarto trimestre de 2019, uma margem recorde nos Estados Unidos e uma brusca recuperação no Brasil. O BBA ressaltou que a Marfrig expandiu suas exportações de carne bovina para a China, que já responde por 14% das suas vendas. O BBA manteve a nota “market perform” (na média do mercado) para a ação MRFG3, projetando preço-alvo de R$ 12,50 para o papel em 2020.

Burger King (BKBR3)

O Burger King teve lucro líquido de R$ 41,3 milhões no quarto trimestre de 2019,  queda de 50,6% frente o mesmo trimestre do ano anterior, de R$ 83,6 milhões.

A receita líquida subiu 11,9% no quarto trimestre de 2019, para R$ 803,4 milhões, na comparação com os R$ 718,1 milhões do mesmo período do ano anterior.

O Ebitda ajustado do quarto trimestre de 2019, por sua vez, totalizou R$ 171,2 milhões, em alta de 36,6% ante os R$ 125,4 milhões do mesmo período do ano passado.

O total de restaurantes da rede ao fim do período foi de 912 unidades, 111 lojas acima na comparação com o quarto trimestre do ano anterior.

O Bradesco BBI apontou que o resultado no geral foi fraco, com o principal destaque sendo a queda das vendas na mesmas lojas. A equipe de análise ressalta que provavelmente esse será o ponto focal do mercado, mesmo com as expectativas alinhadas para um número negativo.

“Alguns pontos positivos dos números divulgados foram a margem bruta estável e atingiram a meta de expansão de lojas, o que não serão suficientes para atrair compradores marginais do case”, afirma. A avaliação é de que a história para a ação ficará atrativa quando for identificada uma recuperação substancial de vendas nas mesmas lojas.

PetroRio (PRIO3)

A PetroRio viu seu lucro líquido disparar 854% no quarto trimestre de 2019, passando de R$ 60,1 milhões para R$ 573,6 milhões. O lucro anual teve alta de R$ 688,4 milhões, variação positiva de 236% frente os R$ 204,8 milhões do mesmo período de 2018.

A receita líquida em 2019, por sua vez, subiu 93,7%, totalizando R$ 1,6 bilhão. No trimestre, a PetroRio também teve recorde, de R$ 558 milhões. O Ebitda ajustado foi de R$ 791,9 milhões em 2019.

Gol (GOLL4)

A companhia aérea Gol teve lucro líquido de R$ 179,3 milhões em 2019, revertendo prejuízo de R$ 1,339 bilhão no ano anterior. No quarto trimestre, o lucro líquido foi de R$ 436,3 milhões. O resultado refere-se aos ganhos atribuído aos acionistas, antes de participação minoritária.

A Gol informou ainda que a sua receita líquida cresceu 18,8% para R$ 3,8 bilhões no quarto trimestre de 2019, o que a empresa aérea definiu como seu melhor resultado. O EBITDA do quarto trimestre teve avanço de 22,2%. A empresa informou que para 2020 a projeção é de uma receita líquida de R$ 15,4 bilhões.

A Gol afirma que obteve lucro operacional recorrente de R$ 1 bilhão no quarto trimestre de 2019 e de R$ 2,6 bilhões em 2019. O lucro operacional em 2019, segundo a empresa, cresceu mais de 40% sobre o lucro de R$ 1,6 bilhão reportado em 2018. A Gol também informou que transportou 9,7 milhões de passageiros no trimestre, uma expansão de 8% sobre igual trimestre do ano anterior.

Embraer (EMBR3)

No âmbito do acordo fechado com o Departamento de Justiça dos Estados Unidos (DOJ) por violação das leis anti-corrupção do país, a Embraer fechou acordo com as autoridades norte-americanas para estender por 90 dias o prazo de monitoria externa e independente. O próprio acordo também será estendido pelo mesmo período.

Em Fato Relevante, a companhia informa que a prorrogação do prazo permitirá a conclusão dos testes da monitoria para avaliação do cumprimento dos acordos com o DOJ e com a Securities and Exchange Comission (SEC). Assim, este acompanhamento se encerrará em 22 de abril.

Seja sócio das melhores empresas da Bolsa: abra uma conta na Clear com taxa ZERO para corretagem de ações!

(Com Agência Estado e Bloomberg)

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.