Ações de brMalls, EzTec e Via Varejo disparam e JBS cai após balanços; MRV tem queda com recomendação

Confira os destaques da B3 na sessão desta quinta-feira (14)

Lara Rizério

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SÃO PAULO – Na reta final da temporada de balanços, os destaques do mercado nesta sexta-feira ficaram para a repercussão dos números referentes ao terceiro trimestre.

A brMalls (BRML3, R$ 15,78, +4,57%) viu sua ação subir mais de 4% após o balanço. Enquanto isso, a JBS (JBSS3, R$ 26,23, -2,56%), que viu as suas ações subirem no início pregão na esteira de balanços positivos, virou para queda.

Movimento contrário foi o da Via Varejo (VVAR3, R$ 7,60, +8,26%) que, depois de abrir  em queda após ver seu prejuízo quadruplicar, apontou recuperação e fechou em disparada, com os investidores de olho nos próximos passos da companhia. Fora do índice, a EzTec (EZTC3, R$ 44,03, +7,13%) também teve forte alta. Enquanto isso, a MRV (MRVE3, R$ 16,95, -3,69%) teve forte baixa após ter a recomendação cortada pelo Credit Suisse. Confira os destaques:

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JBS (JBSS3)

A JBS reverteu prejuízo do terceiro trimestre do ano passado e teve lucro de R$ 356,7 milhões no mesmo período deste ano.

O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) somou R$ 5,9 bilhões, aumento de 33,6%, com margem crescendo de 9,0% para 11,3%. Com o ajuste extraordinário de R$ 12 milhões, o Ebitda foi o maior já registrado pela companhia. Esse valor inclui o impacto de R$ 460,1 milhões no trimestre, em função da adoção do IFRS 16 a partir do 1T19.

A receita líquida foi de R$ 52,2 bilhões, alta de 5,6%. Destaque para as unidades JBS Brasil, JBS USA Pork e Seara, que registraram crescimento na receita em moeda local do período de 11,4%, 8,4% e 7,4%, respectivamente. No trimestre, aproximadamente 73% das vendas globais da JBS foram realizadas nos mercados domésticos em que a Companhia atua e 27% por meio de exportações.

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Segundo a empresa, a alavancagem caiu para 2,39 vezes em dólares e 2,56 vezes em reais, “sendo os níveis mais baixos já registrados pela Companhia”.

“A JBS apresentou resultados mais fortes do que o esperado, com Ebitda recorde de R$ 5,9 bilhões, 11% acima do esperado pela XP, enquanto Seara e segmento de porco nos EUA foram os principais destaques positivos. A margem Ebitda de 11,3% se compara a nossa estimativa de 10,2% e 9% no terceiro trimestre do ano passado. O fluxo de caixa livre foi forte em R$ 3,7 bilhões, enquanto a alavancagem (dívida líquida/EBITDA) caiu para 2,6 vezes, ante 2,8 vezes no segundo trimestre. Reiteramos nossa recomendação de compra”, ressalta a XP.

Para o Itaú BBA, a queda das ações nesta sessão foi injustificada uma vez que os resultados foram bastante positivos. De acordo com os analistas, a ação é a mais barata do setor, mesmo com ajustes para o risco de governança. Assim, a recomendação para os ativos é de compra.

Via Varejo (VVAR3)

O prejuízo contábil da Via Varejo mais que quadruplicou, para R$ 383 milhões. No mesmo período do ano passado, o prejuízo havia sido de R$ 83 milhões.

A margem bruta subiu 0,5 ponto, para 30,7%.

Já o lucro bruto operacional de R$ 1,7 bilhão no trimestre, com margem bruta de 30,7%, cerca de 0,5% acima do 3T18 e 2,7% maior que o trimestre anterior.

O Ebitda ajustado atingiu R$ 242 milhões, uma queda de 42,5%, com margem de 4,3% (-2,3 p.p.). A receita líquida recuou 10,7%, para R$ 5,688 bilhões, enquanto as vendas mesmas lojas tiveram retração de 2,2% no faturamento.

O Itaú BBA destaca que o resultado veio fraco, como o esperado. Entretanto, a varejista destaca que as mudanças feitas até agora, já mostraram sinais de levar a tendências sequenciais positivas no trimestre. “Dito isto, é provável que os investidores esperem pela confirmação de tendências positivas de vendas no quarto trimestre”, destacou.

Vale destacar que, na véspera, as ações da companhia tiveram forte volatilidade após a companhia informar que recebeu denúncias anônimas de irregularidades na contabilidade da rede de móveis e eletrodomésticos, mas que investigações preliminares não confirmaram as alegações.

MRV (MRVE3)

A empresa de engenharia MRV vê suas ações caírem na esteira da redução de recomendação dos ativos para underperform (desempenho abaixo da média) pelo Credit Suisse após os resultados considerados ruins.

Na última terça-feira, a companhia divulgou seu balanço, registrando lucro líquido de R$ 160 milhões no terceiro trimestre deste ano. A cifra é 8% menor que o valor registrado no mesmoE3) período do ano passado (R$ 174 milhões).

O resultado frustrou as expectativas de analistas consultados pela Bloomberg, que previam lucro líquido de R$ 184,5 milhões para a companhia entre julho e setembro deste ano.

Em relatório, o Credit Suisse destacou que a MRV vem de uma sequência negativa nos resultados há alguns trimestres e, logo após este último balanço, os analistas do banco reduziram a recomendação para underperform (desempenho abaixo da média do mercado), avaliando que o cenário para a companhia não parece trivial.

São quatro pontos os destacados: i) as margens continuam em queda e não há sinais claros de melhora no curto e no médio prazo; ii) a velocidade de vendas não está melhorando; iii) a receita está avançando em um ritmo superior ao de vendas, enquanto o backlog está diminuindo e iv) o nível de produção parece alto, enquanto a queima de caixa aponta para uma necessidade maior de capital de giro.

Natura (NATU3)

A Natura lucrou R$ 68,6 milhões no terceiro trimestre deste ano. O número é 48,4% menor do que o reportado um ano antes (R$ 132,8 milhões) e também frustrou a expectativa de analistas ouvidos pela Bloomberg, que esperavam ganho de R$ 119 milhões.

A receita líquida da companhia subiu 7,2% na comparação anual, totalizando R$ 3,47 bilhões entre julho e setembro. O mercado esperava uma cifra um pouco menor, de R$ 3,43 bilhões.

Já o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ficou em R$ 398,9 milhões — uma queda de 17,4% sobre o terceiro trimestre de 2018 (R$ 483 milhões). A projeção era de R$ 464,8 milhões, segundo a Bloomberg.

Com isso, a margem ebitda da companhia (relação percentual entre geração operacional de caixa e receita líquida) caiu 3,4 pontos percentuais, indo de 14,9% no terceiro trimestre de 2018 para 11,5% entre julho e setembro deste ano.

A Natura conseguiu continuar com o processo de desalavancagem. A dívida líquida pelo ebitda diminuiu para 2,98 vezes, comparada a 3,27 vezes no terceiro trimestre de 2018, em linha com o guidance de redução para 1,4 vez em 2021.

Para o Bradesco BBI, embora os números da Natura tenham mostrado alguma fraqueza nos lucros, houve progresso nas prioridades estratégicas dos negócios. No Brasil, a adoção do aplicativo de consultores e a expansão de consultores usando o canal on-line são positivo, enquanto na América Latina houve um crescimento de volume no nível mais alto em vários anos.

Na The Body Shop, o avanço das vendas no Reino Unido é positivo, afastando percepções de que a marca poderia estar se deteriorando, mas, a parte mais desafiadora da recuperação, ainda está por vir, com a implantação de uma nova loja conceitual, acrescenta o Bradesco BBI.

Qualicorp (QUAL3)

A Qualicorp teve lucro de R$ 119,1 milhões no terceiro trimestre deste ano, cifra 9% maior do que o valor registrado um ano antes (R$ 109,8 milhões), mas um pouco abaixo das estimativas de analistas ouvidos pela Bloomberg (R$ 123,5 milhões).

A receita líquida da empresa ficou em R$ 517,7 milhões, um crescimento de 5,4% sobre os R$ 491,1 milhões registrados no terceiro trimestre de 2018. A projeção do mercado, segundo a Bloomberg, era de R$ 514,4 milhões.

Já o ebitda ajustado da Qualicorp subiu 11,7%, para R$ 271,5 milhões. Os analistas esperavam um ebitda de R$ 263,3 milhões. A margem ebitda passou de 49,5% no terceiro trimestre de 2018 para 52,4% entre julho e setembro deste ano.

Para o Itaú BBA, o balanço foi positivo, com a companhia obtendo vendas saudáveis e lucratividade impulsionadas pela transformação digital. “A Qualicorp relatou tendências encorajadoras nas vendas brutas orgânicas, apesar de uma melhoria ainda marginal na desafiadora taxa de rotatividade”, destacou.

“Os benefícios de uma maior participação nas vendas digitais foram novamente uma surpresa positiva, levando a ganhos robustos de lucratividade. Esperamos uma reação positiva do mercado”, acrescentou o Itaú BBA, em relatório.

Centauro (CNTO3)

A Centauro teve lucro de R$ 38,4 milhões no terceiro trimestre, praticamente estável na comparação anual. Já o lucro, sem o efeito do IRFS 16, foi de R$ 46,7 milhões, aumento de 21,8%.

O Ebitda atingiu R$ 117,07 milhões, aumento de 42,8%, e, sem IFRS 16, totalizou R$ 80,5 milhões, queda de 1,8%. A receita liquida subiu 9,6%, para R$ 621,003 milhões.

O Itaú BBA considerou o resultado positivo, como esperado. Dada a recuperação das ações nas últimas semanas, a instituição espera uma reação neutra nos papéis. Além disso, rebaixou a recomendação para market perfor, mas mantendo o preço-alvo de R$ 24.

“Os resultados da Centauro mostraram um crescimento robusto e contínuo nos canais online e offline, além de incentivar KPIs para seu omnichannel. Um mix de vendas mais rico e, posteriormente, maior margem bruta, levaram a ganhos de margem Ebitda ajustados saudáveis no período”, destacou.

Hapvida (HAPV3)

A Hapvida lucrou R$ 215,9 milhões no terceiro trimestre deste ano, um crescimento de 13,5% sobre o mesmo período de 2018.

Já a receita líquida da empresa totalizou R$ 1,32 bilhão entre julho e setembro. O valor é 13,1% maior do que o registrado um ano antes (R$ 1,16 bilhão).

O Ebitda da Hapvida ficou em R$ 235,3 milhões, uma alta de 23,7% na comparação anual. Com isso, a margem ebitda da companhia chegou a 17,9%, contra 16,3% um ano antes.

brMalls (BRML3)

A BRMalls teve lucro de R$ 258,4 milhões no terceiro trimestre, alta de 180% em comparação com o mesmo período do ano passado. Já o lucro líquido ajustado, sem efeito, por exemplo, da venda de shoppings – foi de R$ 186,828 milhões, alta de 51,4%.

O Ebitda ajustado somou R$ 211,7 milhões, incremento de 16,8%, com margem ajustada de 71,6% (+3,6 p.p.). A receita líquida alcançou R$ 328,9 milhões, alta de 5,2%.

Para o Itaú BBA, os números no geral foram positivos, com sólido crescimento da receita. “Embora as vendas mesmas lojas tenham sido fracas, outros indicadores operacionais melhoraram, principalmente a taxa de inadimplência”, destacou.

O Itaú acrescenta, porém, que a maioria dos indicadores operacionais melhorou anualmente, o que pode ser parcialmente atribuído ao desinvestimento de ativos não essenciais no período.

Aliansce Sonae (ALSO3)

A Aliansce Sonae registrou prejuízo consolidado de R$ 132,9 milhões no terceiro trimestre deste ano, revertendo lucro de R$ 23,1 milhões de um ano antes. Já no resultado gerencial, as perdas foram R$ 145,1 milhões, ante ganhos líquidos de R$ 47,2 milhões.

O Ebitda ajustado subiu 11,8%, para R$ 164,4 milhões, com margem de 73,6% (+1,1 p.p.). A receita líquida da Aliansce Sonae totalizou R$ 227,2 milhões, alta de 10,7%.

Randon (RAPT4)

A Randon teve lucro líquido de R$ 78,5 milhões no terceiro trimestre, cifra 88,6% acima da reportada no mesmo período do ano passado.

O Ebitda somou R$ 192,1 milhões, alta de 28,6%, com margem de 14% (+0,5 p.p.). A receita avançou 23,6%, para R$ 1,371 bilhão.

Para o Itaú BBA, os números foram sólidos, com melhora constante no ano. Entretanto, como esperado, os números não superaram a forte base comparação com segundo trimestre, mas apresentaram um progresso significativo anualmente.

Alupar (ALUP11)

A Alupar apresentou lucro líquido de R$ 212,5 milhões no terceiro trimestre, uma alta de 25,39% em comparação ao mesmo período do ano passado. O Ebitda subiu 31,9%, a R$ 620,6 milhões. A receita da companhia fechou o trimestre em R$ 1,259 bilhão, alta de 109,57%.

Positivo (POSI3)

A Positivo Tecnologia teve lucro de R$ 9,059 milhões no terceiro trimestre, queda de 23,43%. O Ebitda ajustado atingiu R$ 40,7 milhões no terceiro trimestre, incremento de 12,1%. A receita caiu 3,8%, a R$ 471,5 milhões.

SLC (SLCE3)

A SLC Agrícola teve prejuízo de R$ 96,96 milhões no terceiro trimestre deste ano, ante lucro de R$ 35,6 milhões de um ano antes. O Ebitda ajustado atingiu R$ 161,6 milhões, incremento de 82,4%. A receita avançou 67,7%, para R$ 684,9 milhões.

Rossi (RSID3)

A construtora Rossi teve prejuízo de R$ 141,6 milhões no terceiro trimestre, desempenho 10,6% melhor na comparação com as perdas de R$ 158,3 milhões de um ano antes.

O Ebitda ajustado ficou negativo em R$ 93,0 milhões, ante uma perda de R$ 87,8 milhões. A receita líquida proveniente da venda de imóveis e serviços somou R$ 9,2 milhões, queda de 34%.

Vivara (VIVA3)

A Vivara teve lucro de R$ 39,5 milhões no terceiro trimestre, recuo 0,6% em relação ao resultado do mesmo trimestre do ano passado. Já o lucro, que considera o IFRS16 e efeitos não recorrentes, somou R$ 43,08 milhões, incremento de 8,2%.

O Ebitda ajustado atingiu R$ 53,5 milhões, aumento de 8,6%, com margem de 22,3% (-0,1 p.p.). A receita líquida teve alta de 9,2%, para R$ 240,334 milhões.

EzTec (EZTC3)

A EzTec teve lucro de R$ 61,239 milhões no terceiro trimestre, um desempenho 81% superior ao do mesmo período do ano passado. O Ebitda somou R$ 56,815 milhões, incremento de 11,4 vezes, o que gerou um salto na margem para 30,3% ante 5,7% de um ano antes. A receita subiu 116%, a R$ 187,589 milhões.

Para o Bradesco BBI, a construtora apresentou fortes resultados, com destaque para alta de receita e margens. “Os números operacionais e métricas financeiras deverão permanecer sólidos no próximo trimestre. No entanto, acreditamos que o estoque já está precificando esse preço”, destacou.

Anima (ANIM3)

A Anima Educação assinou contrato de opção de compra da Unisul, universidade do sul catarinense, até 4/1/2021, pelo valor R$ 300 milhões. Para o Morgan Stanley, “o preço não foi barato, mas razoável, considerando a qualidade dos ativos.” O diferencial são as 287 vagas anuais autorizadas de Medicina.

CVC (CVCB3)

O Conselho de Administração da CVC aprovou a eleição de Maurício Montilha para os cargos de Diretor Executivo de Finanças e Diretor de Relações com Investidores. O executivo assumirá o posto a partir do dia 15 de janeiro de 2020.

Eletrobras (ELET3;ELET6)

A chinesa State Grid está atenta às regras do governo para o leilão de privatização da Eletrobras para elaborar uma possível aquisição, afirma o Valor. “É importante saber como ela será privatizada. Isso ainda não está totalmente claro, o governo vem em doses homeopáticas divulgando como será, mas muda”, afirmou Paulo Esmeraldo, executivo do grupo State Grid.

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.