Ações de Hapvida e NotreDame fecham em queda de quase 6% com notícias de investigação e Cade considerando acordo complexo

Sessão é fortemente negativa para as ações das companhias

Equipe InfoMoney

Publicidade

SÃO PAULO – Duas notícias impactaram as ações das companhias Hapvida (HAPV3) e NotreDame Intermédica (GNDI3), que buscam a fusão.

Tanto os papéis HAPV3 quanto os GNDI3 registraram baixa de quase 6% na sessão desta terça-feira (28), que foi de forte baixa também para o Ibovespa. Os ativos HAPV3 fecharam com queda de 5,74%, a R$ 13,63, enquanto os papéis GNDI3 tiveram baixa de 5,88%, a R$ 73,60.

Mais recentemente, em meio às denúncias de supostas ilegalidades da Prevent Senior, a Agência Nacional de Saúde (ANS) também informou que está apurando a conduta da Hapvida e do Grupo São Francisco, comprado pela companhia de capital aberto em 2019. A empresa supostamente teria pressionado médicos para receitar hidroxicloroquina em casos suspeitos ou confirmados de Covid-19. A Hapvida nega pressão e afirma que respeita a autonomia médica.

Masterclass

As Ações mais Promissoras da Bolsa

Baixe uma lista de 10 ações de Small Caps que, na opinião dos especialistas, possuem potencial de valorização para os próximos meses e anos, e assista a uma aula gratuita

E-mail inválido!

Ao informar os dados, você concorda com a nossa Política de Privacidade.

A ANS informou que, durante diligências feitas na segunda-feira (27), foram solicitados esclarecimentos a respeito das denúncias sobre cerceamento ao exercício da atividade médica aos prestadores vinculados à rede própria da operadora, e sobre a assinatura de termo de consentimento, pelos beneficiários atendidos na rede própria, para a prescrição do chamado “Kit Covid”. Os servidores coletaram documentação no local, para a instrução de processos que tramitam na ANS, e concederam prazo de 5 dias úteis para a apresentação de documentação complementar.

Mas, além disso, em despacho no Diário Oficial na sexta-feira, a Superintendência-Geral do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) apontou que o acordo para a fusão entre Hapvida e Notre Dame é complexo. Na véspera, os papéis já haviam caído com esse noticiário.

A análise da Superintendência Geral (SG) do Cade teve como base de análise as altas concentrações, reduzida rivalidade e altas barreiras de entrada em alguns mercados decorrentes da fusão, em planos médicos dos segmentos (i) corporativo e (ii) afinidade.

Continua depois da publicidade

A SG considerou delimitadores geográficos em nível de cidade e grupo de cidades (148 no Brasil com base no fluxo de usuários). Esses mercados problemáticos do ponto de vista antitruste representam aproximadamente 10% e 20% do total de usuários de Hapvida e NotreDame nos respectivos segmentos. Segundo o Bradesco BBI, juntos, eles representam apenas 9% da base total de planos médicos na estimativa do banco (dado que 74% dos planos são corporativa, 8% de afinidade e 18% de pessoas físicas).

“Esse número está em linha com os 7,5% antecipados pelas empresas ao encaminharem o pedido de homologação ao Cade, que se baseava em participações de mercado resultantes (i) acima de 20% com variação de HHI acima de 200, e (ii) acima de 50%”, aponta o BBI.

Além disso, a superintendência também indicou preocupações competitivas relacionadas à estratégia de verticalização, especialmente em alguns mercados com oferta limitada de leitos hospitalares.

As empresas, entretanto, notaram apenas uma sobreposição em hospitais (em Belo Horizonte-MG, mas a participação de mercado é inferior a 20%) e quatro em centros médicos (Joinville-SC, Uberlândia-MG, Belo Horizonte-MG e Contagem-MG).

A partir de agora, serão analisadas as eficiências econômicas potenciais resultantes da operação e se aprofundar nas questões de concentração identificadas. Também pode ser solicitada a prorrogação do prazo de até 90 dias, totalizando até 330 dias para a decisão final (contagem iniciada em 16 de junho).

A avaliação do BBI sobre a decisão do Cade, a princípio, foi considerada positiva. “As primeiras avaliações confirmam, a nosso ver, o alto risco de o negócio se concretizar com restrições limitadas, dada a pequena sobreposição entre HAPV e GNDI, ou seja, apenas 9% da base de planos médicos possui potenciais problemas de concentração, que podem ser tratadas com remédios (por exemplo, venda de carteiras). Observamos que tais soluções devem representar menos de 9% dos usuários, visto que envolveriam apenas uma das duas associações em cada mercado”, apontaram os analistas da casa.

Analista TOP 3 em rentabilidade de curto prazo compartilha seu método exclusivo na Bolsa