Ações de aéreas saltam até 7% e bancos sobem forte; Bradespar e só mais 3 papéis fecham em queda no Ibovespa

Confira os destaques da B3 na sessão desta quinta-feira (28)

Lara Rizério

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SÃO PAULO – A sessão foi de disparada para o Ibovespa, com uma forte alta de 2,59%, a 118.883 pontos, interrompendo uma sequência de sete pregões de baixa, na esteira da recuperação das bolsas americanas após o forte tombo da véspera.

Por aqui, a maior alta ficou para o ativo do IRB (IRBR3, R$ 7,67, +17,82%), que saltou mais de 17%, revertendo boa parte das perdas que eram de cerca de 20% no acumulado do ano até a sessão da véspera. No ano passado, a ação teve a maior baixa do Ibovespa, acima de 70%.  No noticiário da companhia, ganha destaque a reunião de um grupo de investidores para buscar promover uma alta nas ações da resseguradora através de “compra coletiva”, de forma a tentar replicar o que aconteceu com as ações da GameStop e AMC no mercado americano (veja mais sobre o caso clicando aqui).

Outras ações de empresas que tiveram forte queda no ano passado registraram ganhos na sessão desta quinta-feira (28), caso de Gol (GOLL4, R$ 24,61, +6,81%), Azul (AZUL4, R$ 41,44, +3,73%) e CVC (CVCB3, R$ 19,24, 6,77%). A alta das aéreas, contudo, chegou a ser ainda mais forte, superior a 10%, com os investidores por aqui acompanhando a disparada dos papéis da American Airlines da bolsa americana: a companhia registrou um prejuízo abaixo do esperado. A alta dos ativos da American Airlines chegou a superar os 20%, mas a alta foi amenizada ao longo do dia, fechando com valorização de 9,30%.

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A companhia aérea reportou um prejuízo líquido de US$ 2,2 bilhões no quarto trimestre de 2020, ante um lucro líquido de mais de US$ 729 milhões no mesmo período de 2019. Diluído, o prejuízo líquido foi de US$ 3,81 por ação. Excluindo itens não recorrentes, o prejuízo ajustado por ação foi de US$ 3,86, melhor do que o consenso da estimativa de prejuízo dos analistas de mercado, compilado pela FactSet, que esperavam perdas de US$ 4,11 por ação.

Papéis de empresas de shoppings, que registram forte queda no ano em meio às medidas de restrição, também subiram forte.

Apesar da forte queda do minério, as ações da Vale (VALE3, R$ 91,10, +2,13%) fecharam com ganhos de mais de 2%, voltando a superar os R$ 90, enquanto a CSN (CSNA3, R$ 33,14, +3,24%), após abrir em leve queda, fechou com ganhos, assim como Usiminas (USIM5, R$ 13,91, +5,70%).

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A Eletrobras (ELET3, R$ 29,23, +4,02%;ELET6, R$ 29,77, +2,80%) registrou ganhos, ainda em movimento de recuperação após a forte queda da terça-feira. Em palestra promovida pelo Credit Suisse,  Gustavo Montezano, presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) afirmou que “aguarda ansiosamente” pela aprovação do projeto de lei que autoriza a privatização da holding estatal do setor elétrico Eletrobras para trabalhar na estruturação do modelo de venda.

Em meio ao maior otimismo dos investidores, bancos também tiveram forte alta, caso de Banco do Brasil (BBAS3R$ 34,54 +2,83%), Bradesco (BBDC3, R$ 22,41, +3,61%; BBDC4, R$ 25,53, +2,94%), Itaú (ITUB4, R$ 29,39 4,11%) e Santander Brasil (SANB11, R$ 40,61, +3,99%) subiram cerca de 4%.

Por outro lado, a holding da Vale, a Bradespar (BRAP4, R$ 65,99, -2,55%), fechou como a única queda acima de 1% do índice. No radar da Bradespar, a 17ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, aprovou, por unanimidade, a apelação da Litel que cobra R$ 1,41 bilhão da Bradespar, a serem pagos à Elétron no caso conhecido como Call Citibank. A holding da Vale e a Litel celebraram em setembro de 2018 uma transação com a finalidade de encerrar os litígios judiciais promovidos pela Elétron, companhia de Daniel Dantas. Ambas as companhias pagaram à Elétron, cada uma, o valor de R$1,4 bilhão. O processo de agora corre em sigilo e, segundo a Bradespar, cabe recurso à decisão judicial.

Entre as outras perdas, a Cielo (CIEL3, R$ 4,13, -0,72%) teve leve baixa após saltar mais de 13% na véspera na esteira do bom resultado do quarto trimestre (veja mais aqui). Na sequência entre as poucas perdas, WEG (WEGE3, R$ 87,97, -0,32%) e Klabin (KLBN11, R$ 28,12, -0,28%). Com isso, apenas 4 ações fecharam em queda.

Veja os destaques:

Maiores altas

Ativo Variação % Valor (R$)
IRBR3 17.81874 7.67
BPAC11 8.80133 98.03
VVAR3 7.90402 15.29
IGTA3 6.99849 35.47
GOLL4 6.81424 24.61

Maiores baixas

Ativo Variação % Valor (R$)
BRAP4 -2.55464 65.99
CIEL3 -0.72115 4.13
WEGE3 -0.31728 87.97
KLBN11 -0.28369 28.12

Vale (VALE3) e siderúrgicas

Os futuros do minério de ferro na China desabaram quase 5% nesta quinta-feira, na maior queda percentual diária em quatro semanas. O fraco consumo de aço antes de feriados no gigante asiático e um pedido do governo por uma menor produção siderúrgica neste ano pesaram sobre a matéria-prima.

De acordo com o SteelGuru, o Ministério da Indústria e Tecnologia da Informação chinês está empenhado em reduzir a produção de aço bruto da China em 2021 – após recordes atingidos em 2020 – a fim de atingir as metas de emissão de carbono. Para isso, lançou recentemente uma série de medidas para acelerar a redução da produção, incluindo a proibição de adições de nova capacidade e a reestruturação da indústria siderúrgica para resolver questões de longo prazo em torno da concorrência.

A Associação de Ferro e Aço da China disse que as importações de aço do país continuarão a avançar em 2021 e encorajou a compra de produtos primários de aço para mitigar os efeitos de uma menor produção de aço este ano, solicitada pelo governo. A associação também sugeriu que o governo que melhore políticas associadas a aliviar a dependência chinesa de importação de matérias-primas do aço como o minério de ferro.

Os futuros mais negociados do minério de ferro na bolsa de Dalian DCIOcv1, para entrega em maio, fecharam em queda de 4,8%, a 986 iuanes (US$ 152,14) por tonelada. Eles chegaram a desabar 5,5% mais cedo na sessão. O vergalhão de aço para construção na bolsa de futuros de Xangai SRBcv1 caiu 1,7%, para 4.275 iuanes por tonelada, também com o recuo na demanda antes do feriado de Ano Novo Lunar.

Eletrobras (ELET3;ELET6)

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) “aguarda ansiosamente” pela aprovação do projeto de lei que autoriza a privatização da holding estatal do setor elétrico Eletrobras para trabalhar na estruturação do modelo de venda, afirmou nesta quinta-feira, 28, o presidente da instituição de fomento, Gustavo Montezano.

“Aguardamos ansiosamente a aprovação do PL da Eletrobras para que o BNDES possa iniciar estudos e fazer essa privatização tão importante”, afirmou Montezano, em palestra virtual transmitida ao vivo durante a Latin America Investment Conference, promovida pelo banco Credit Suisse.

O executivo fez os comentários ao discorrer sobre a atuação do banco na estruturação de projetos de concessão e privatização.

Segundo Montezano, a “fábrica de projetos” do BNDES já tem uma carteira de 200 projetos, que somam investimentos da ordem de R$ 200 bilhões.

Petrobras (PETR3;PETR4)

Na véspera, o presidente Jair Bolsonaro disse que está disposto a reduzir impostos federais para baratear o preço do diesel e espera que os governos estaduais reduzam as alíquotas de ICMS com o mesmo objetivo. A redução de PIS/Cofins sobre o diesel visa atenuar o efeito do aumento no preço do combustível sobre o bolso dos caminhoneiros.

A fala veio após a Petrobras anunciar um reajuste de 4,4% no preço do diesel. O preço médio do litro do combustível teve alta de R$ 0,09. Segundo o Valor Econômico, a sinalização foi bem recebida por representantes de caminhoneiros e transportadores rodoviários. Lideranças dos motoristas disseram que a postura é uma demonstração de que a interlocução entre a categoria e o governo está fluindo.

“Por um lado, vemos como positivo o fato das discussões acerca dos preços de diesel não estarem focadas no elo da refinaria e, portanto, da política de preços da Petrobras. Por outro lado, enquanto não for possível encontrar uma solução que agrade a categoria dos caminhoneiros, recomendamos cautela e atenção para a política de preços de combustíveis da Petrobras”, destaca a XP Investimentos.

Neoenergia (NEOE3)

A Neoenergia emitirá R$ 2 bilhões em debêntures. As debêntures serão simples, não conversíveis em ações e em série única em operação que será realizada por meio de uma oferta pública de distribuição com esforços restritos.

BRF (BRFS3)

O fundo de pensão de funcionários da Petrobras, a Petros, diminuiu sua participação acionária na BRF para 9,9%. Assim, passou a deter 80 milhões de ações da empresa.

“O objetivo das participações societárias acima mencionadas é estritamente para fins de investimento, não visando alteração do controle acionário ou da estrutura administrativa da companhia”, destacou a Petros. Ela ainda ressaltou que a alienação de ações busca ajustar a concentração econômica em alguns dos seus fundos, reforçando a manutenção de participação relevante no capital da companhia e a sua confiança na gestão atual, bem como seu suporte ao plano de negócios de longo prazo.

IPO da Caixa Seguridade

A Caixa Econômica Federal, por sua vez, informou na véspera que a sua controladora, a Caixa Econômica Federal, retomou as discussões e para o pedido de registro de oferta pública de distribuição secundária de ações da seguradora. Esta é a terceira tentativa de abertura de capital do braço de seguros da Caixa Econômica.

Na última vez, em setembro passado, o banco estatal suspendeu a operação diante das condições adversas do mercado devido à pandemia da Covid-19.

Varejistas

O Bradesco BBI publicou uma análise sobre empresas que atuam nos setores de varejo e e-commerce. O banco marca uma visão cautelosa sobre grandes empresas do e-commerce, devido a suas estimativas de crescimento abaixo do consenso do mercado, e preocupação com o excesso de competição.

O Bradesco avalia que 2021 deverá ser mais um ano desafiador para varejistas, porém afirma que será um ano “navegável”. As empresas deverão sentir o impacto do fim do pagamento do auxílio emergencial e a retirada de estímulos de R$ 300 bilhões, que deram suporte ao crescimento no varejo de cerca de 5% em 2020, em particular nos setores de eletrodomésticos, eletrônicos e material de construção.

Em 2021, o banco diz esperar que os consumidores voltem às cestas de compras tradicionais, que incluem roupas. O consumo será mais impulsionado por crédito e por grupos de maior renda, e será lento. Mas os varejistas sob sua cobertura estão em posição de se beneficiar de sua escala.

A vacinação significa uma luz no fim do túnel para a crise de covid. O banco espera que a vacinação se acelere a partir de abril, potencialmente elevando a confiança de consumidores.

O banco destaca que empresas do setor de vestuário ainda estão 40% abaixo dos níveis pré-covid, devido a altos níveis de incerteza. Mas o banco avalia que o noticiário positivo sobre a vacinação pode animar investidores.

O Bradesco elevou a avaliação da Guararapes (GUAR3) de neutra para outperform (expectativa de valorização acima da média do mercado), com preço-alvo de R$ 22, frente os R$ 14,55 de fechamento da véspera (27). Também elevou a avaliação das Lojas Renner (LREN3) para outperform, com preço-alvo de R$ 50, frente R$ 41,69 de fechamento na quarta, devido a sua “qualidade e execução”.

O banco mantém a C&A (CEAB3) como seu nome preferido no setor, com preço-alvo de R$ 18, frente os R$ 12,53 negociados na quarta.

O banco alterou sua preferência do setor de restaurantes para o de roupas. Assim, reduziu para neutra (expectativa de valorização dentro da média do mercado) a avaliação dos papéis da Arcos Dourados negociados na NYSE, com preço-alvo de US$ 6, frente US$ 5,07 do último fechamento. Também rebaixou a avaliação da BK Brasil (BKBR3) para neutra, com preço-alvo de R$ 12, frente os R$ 9,91 negociados na quarta.

O Bradesco BBI diz esperar crescimento de 7% no setor de e-commerce, frente ao consenso do mercado de alta de entre 10% e 20%. Na opinião do banco, a desaceleração será mais forte para eletrônicos e eletrodomésticos, após sua penetração on-line ter crescido, em 2020, para 70% e 37%, respectivamente.

Essas categorias respondem por 52% do faturamento com vendas, por isso, a desaceleração atrasará o crescimento no geral. O banco também vê risco de a concorrência se tornar mais agressiva, com os 4 maiores atores respondendo por 75% do mercado neste ano. Em algum momento, o crescimento será possível apenas tomando espaço da concorrência. Por isso, o banco diz acreditar que a melhor forma de ganhar no setor é apostando em companhias focadas em nichos, como a Enjoei (ENJU3).

O banco mantém avaliação de outperform para a Enjoei (ENJU3), com preço-alvo de R$ 18, frente os R$ 16,06 negociados na quarta. A empresa está em sua lista de top picks (ações preferidas), ao lado de C&A e Natura & Co (NTCO3). O Grupo Mateus (GMAT3) e a Quero-Quero (LJQQ3) são suas empresas favoritas quando se analisa a expansão da cobertura de lojas no longo prazo.

Especificamente sobre a Via Varejo, o Morgan Stanley publicou uma avaliação sobre a companhia em 2021. Na avaliação do banco, os resultados mostrarão se o bom desempenho em 2020 foi resultado de fatores temporários ou de uma transformação que abarque vários anos.

O banco destaca que houve alta de 40% no faturamento com vendas em 2020, frente alta de 20% no ano anterior. O banco diz esperar continuidade do crescimento no e-commerce em 2021. Mas diz esperar um ano mais difícil para eletrônicos.

A perspectiva positiva para a Via Varejo é de que 2020 tenha sido o início de uma transformação digital. Na visão de quem adere a essa perspectiva, a plataforma on-line para venda de produtos de empresas parceiras está em um estágio anterior ao da concorrência, por isso há espaço para expansão. A aquisição de operações de logística e fintechs contribuem para o desenvolvimento da empresa.

Do lado negativo, a empresa pode ter dificuldade em expandir para novas categorias. A venda de eletrônicos foi o grande impulsionador do faturamento em 2020. Com a mudança do foco nas vendas de parceiros, sua posição em quarto lugar como maior operador do Brasil pode ser uma dificuldade, em um mercado que tende a se concentrar em entre 2 a 3 empresas por país, segundo o banco. A empresa, fica atrás da concorrência em materiais esportivos, roupas e livros.

O banco mantém avaliação de equal-weight (perspectiva de valorização dentro da média do mercado) para a Via Varejo. A empresa mantém preço-alvo base de R$ 16, e de R$ 27 caso o cenário positivo se concretize, frente os R$ 14,17 de fechamento na quarta.

Usiminas (USIM5) e Gerdau (GGBR4)

Em relatório, o Bradesco BBI destacou que confirmou a informação de que Usiminas e outras produtoras anunciaram alta de cerca de 15% nos preços das chapas de aço em fevereiro. Produtoras de aços longo também elevarão o preço em 15%. Em janeiro, a alta fora de 10%.

O banco avalia que as fabricantes buscam compensar pela demanda saudável e alta do preço da matéria prima, mas afirmam que pode ser mais difícil implementar as altas desta vez. A alta pode, no entanto, levar a ganhos acima da média antes de atrair importações ao mercado doméstico.

A Usiminas e a Gerdau têm ambas recomendações outperform pelo banco, sendo que USIM5 é top pick do setor siderúrgico na América Latina. O banco mantém preço-alvo de R$ 20 para a Usiminas, frente R$ 14,35 de fechamento na quarta, e de R$ 31 para a Gerdau, frente R$ 20,09.

Randon (RAPT4)

A Randon anunciou a aquisição, por R$ 21,5 milhões, da CNSC Indústria Metalúrgica, localizada em Caxias do Sul (RS).

O objetivo da compra, segundo a empresa destacou em comunicado, é ampliar a capacidade de produção em serviços de usinagem, aumentar as receitas e fortalecer a companhia em novos mercados de atuação, como o setor agrícola.

O Bradesco BBI avalia a notícia como positiva para a Randon, à medida que a aquisição poderia elevar o valor dos produtos forjados pela Castertech. Segundo o BBI , a integração vertical pode elevar margens e competitividade. O banco mantém avaliação de outperform para a Randon, com preço-alvo de R$ 17, frente os R$ 14,02 do fechamento na quarta.

Log-In (LOGN3)

A Log-In – Logística Intermodal comunicou que celebrou um Termo de Ajustamento de Conduta com o Ministério Público Federal, por meio da Procuradoria da República de Santos (SP) visando encerrar o inquérito civil instaurado devido ao acidente incidente com o navio Log-In Pantanal. O TAC prevê o pagamento de R$ 19 milhões em até 30 dias, destinados a projetos nos municípios afetados pelo incidente, além da aquisição de embarcações para fiscalização e monitoramento.

(Com Agência Estado e Reuters)

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.