Ações da Yduqs (YDUQ3) fecham em alta de 10% após JPMorgan elevar recomendação para compra

Os analistas avaliam que a companhia de educação oferece a melhor relação risco-recompensa entre os players mais massificados do setor

Lara Rizério

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As ações da Yduqs (YDUQ3) registraram disparada na sessão desta sexta-feira (24) após terem a recomendação elevada de neutra para equivalente à compra (overweight, desempenho acima da média do mercado) pelo JPMorgan. O preço-alvo foi mantido em R$ 11,50, ou potencial de valorização de 76% em relação ao fechamento da véspera. Os papéis YDUQ3 fecharam com salto de 10,38%, a R$ 7,23.

Os analistas avaliam que a companhia de educação oferece a melhor relação risco-recompensa entre os players mais massificados do setor, com valuation descontado e os segmentos de medicina e digital podendo impulsionar a retomada do  fluxo de caixa do acionista (FCFE) para 2024. Além disso, conta com uma posição de liquidez confortável e pode se beneficiar com possíveis cortes da Selic neste ano e com a reformulação do programa de financiamento estudantil (FIES).

Os analistas do banco apontam que a Yduqs está negociando abaixo dos seus pares de educação brasileira. Yduqs registra
queda de 65% nos últimos 12 meses, contra baixa de 17% do Ibovespa, de 51% da Anima (ANIM3) e de 9%
da Cogna (COGN3). Nos níveis atuais, Yduqs negocia a 4 vezes o valor da empresa sobre o lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações (EV/Ebitda) esperado para 2023, ante 6 vezes da Cogna e 5,7 vezes da Anima.

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O FCFE deve virar positivo em 2024, na visão dos analistas, dado o amadurecimento dos cursos de medicina e o crescimento do digital, que esperam trazer cerca de R$ 100 milhões ao ano em Ebitda incremental, bem como reduções de capex.

Os cortes na Selic (projetados a partir do quarto trimestre pelo JPMorgan) também podem beneficiar a Yduqs, avaliam. Para cada corte de 100 pontos-base na taxa básica de juros, os analistas veem um incremento de R$ 43 milhões na geração de fluxo de caixa anual, ou 2,2 pontos percentuais (p.p.) de capitalização de mercado.

Sobre o FIES, não foram feitos ajustes em relação a mudanças no programa no modelo do banco, mas os analistas estimam que, em um cenário de contratos incrementais de 200 mil ao ano em que Yduqs capturaria cerca de 21 mil deles, as margens nos campi poderiam chegar a 26% (o máximo da faixa de longo prazo da administração). O preço justo da ação poderia ser elevado para R$ 16,50.

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Para os analistas, enquanto outros players como Anima podem se beneficiar mais da queda da Selic e retomada do FIES, a preferência é pela Yduqs entre os players “massificados” uma vez que, além de ter um valuation descontado, também conta com uma alavancagem de 2,7 vezes a relação entre dívida líquida e Ebitda, versus 3,2 vezes da Cogna e 4,1 vezes da Anima, com caixa suficiente para pagar dois anos de dívida. A exposição ao presencial e a boa liquidez das ações são pontos positivos.

No setor de educação em geral, contudo, os analistas mantêm preferência por Afya, negociada na Nasdaq.

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.