Ações da TIM (TIMS3) caem 6,20%, apesar de balanço forte e em linha com expectativa

Apesar de bons números apresentados, os papéis da TIM caem forte na tarde desta terça-feira

Camille Bocanegra

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Forte como esperado, mas procurando mais alternativas para crescimento. O resultado divulgado na noite de ontem pela TIM (TIMS3) trouxe dados esperados por analistas, com destaque para redução de custos que impulsionou o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês).

Apesar da apresentação de bons números de acordo com as estimativas para o balanço, os papéis da companhia caíram 6,20%, a R$ 17,40 na sessão de terça-feira (7).

A XP considerou os resultados sólidos e em linha com o que já era esperado pelo mercado, refletindo o bom momento do setor após a consolidação. Os analistas da XP reforçam a capacidade da companhia de seguir repassando a inflação nos próximos balanços e mantém postura construtiva em relação ao nome. A TIM negocia a 13 vezes o preço sobre lucro (P/E) no cálculo da corretora, em valores próximos aos múltiplos históricos apresentados.

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A visão neutra para os bons números é partilhada pelo Itaú BBA, uma  vez que entende que os (esperados) bons números seguem impulsionados pelas fortes tendências de preço no segmento móvel. Na frente de telefonia fixa, os dados vieram um pouco abaixo das projeções do banco mas ainda demonstram tendência positiva.

Dentre os destaques do balanço estão o sucesso que a companhia de telecomunicações vem apresentando para migração de usuários pré-pagos para o segmento pós-pago (que agora representam 46% da base móvel da TIM). O nome é classificado como “outperform” (desempenho acima da média, similar à compra). Na visão do BBA, o retorno total da companhia em 2024 deve ficar em 22,3%.

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“Embora os gastos com capital (capex) tenham aumentado ligeiramente em relação ao ano anterior (+5,1%), o fluxo de caixa operacional (definido como Ebitda menos capex) aumentou impressionantes 58,6% em relação ao ano anterior, muito acima de nossa estimativa e da previsão do consenso”, comenta o BBA. 

Para a Genial, o desempenho sólido era também era esperado, com destaque para a receita líquida crescendo acima da inflação. A análise considerou também o impulso do segmento móvel, em especial o pós-pago, e o crescimento da Ultrafibra como pontos positivos do balanço apresentado. O expressivo aumento de lucro líquido, com avanço de 19%, foi ressaltado pela corretora, impulsionado pela redução da depreciação e no imposto de renda. A Genial segue recomendando compra para a companhia de telecomunicações, com preço alvo em R$ 21,00.

Visões da teleconferência

Na teleconferência para comentário de resultados, Alberto Griselli, CEO da TIM, destacou quatro iniciativas da companhia em meio à tragédia climática enfrentada pelo Rio Grande do Sul: 1-cuidados com segurança de colaboradores; 2- equipes técnicas em campo para garantir a recuperação da estrutura e a continuidade do serviço; 3- garantia bônus de dados e o roaming aberto para conexão em todas as redes disponíveis e; 4- trabalho realizado junto às autoridades para compra de materiais necessários para pessoas atingidas, através do Instituto TIM.

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Em relação ao balanço, o crescimento do Ebitda foi relacionado aos custos sob controle, de acordo com Andrea Viegas, CFO da companhia. Entre as iniciativas para redução de custos, a companhia está em processo de “desarrendamento”, diminuindo os gastos relacionados à contratos de arrendamento e procurando alternativas para substituição. “Nesse cenário, mantemos um balanço forte enquanto navegamos pelo ambiente macro e político brasileiro”, comenta a CFO.

“Estamos em uma longa jornada para sermos a empresa de telecomunicações preferida no Brasil”, diz Griselli.

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