Ações da Tegma fecham em queda de 11% após companhia ser alvo de operação da PF

Nesta manhã, foi deflagrada Operação Pacto, para apurar a formação de cartel envolvendo “cegonheiros”, empresas de transporte rodoviário de veículos novos

Equipe InfoMoney

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SÃO PAULO – As ações da Tegma (TGMA3) despencaram nesta quinta-feira (17) após unidades da companhia de gestão logística serem alvo de busca e apreensão pela Polícia Federal nesta quinta-feira (17), em São Bernardo do Campo (SP). Os papéis TGMA3 fecharam o pregão em baixa de 11,56%, a R$ 31,15, sendo que, na mínima, as ações chegaram a cair 14,22%, a R$ 30,21.

Nesta manhã, foi deflagrada a Operação Pacto, para apurar a formação de um cartel envolvendo “cegonheiros”, empresas de transporte rodoviário de veículos novos. Cerca de 60 policiais cumpriram dez mandados de busca e apreensão em cidades de quatro Estados – além de São Bernardo, foram cumpridos mandados em Santo André (SP), Serra (ES), Betim (MG) e Simões Filho (BA).

A ação foi realizada em conjunto com o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado do Ministério Público de São Paulo e com o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).

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De acordo com a PF, a investigação identificou um “acordo anticompetitivo” que fixava artificialmente o valor do frete dos veículos zero km e dividia o mercado entre os participantes do cartel. “A estratégia adotada elimina a livre concorrência e impede a entrada de novas empresas no mercado, o que eleva substancialmente o valor do serviço”, anotou a corporação.

A Polícia Federal indicou que os investigados podem responder por crimes contra a ordem econômica e de organização criminosa, cujas penas, somadas, podem chegar a 13 anos de prisão. O nome da operação faz referência ao acordo anticompetitivo entre as empresas envolvidas, indicou a PF.

Procurada pelo InfoMoney, a assessoria da Tegma informou que a empresa se posicionará sobre o tema ainda nesta quinta.

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Na manhã de sexta-feira, a Tegma emitiu comunicado negando infrações. Confira na íntegra:

A Tegma Gestão Logística S.A. (“Tegma” ou “Companhia”), em atendimento ao disposto na Instrução CVM n.º 358/2002, conforme alterada, em complemento ao fato relevante divulgado em 17 de outubro de 2019, comunica aos seus acionistas e ao mercado em geral que, na data de ontem, foi alvo de mandado de busca e apreensão de dados e documentos autorizado pelo Juízo da 1ª Vara Criminal de São Bernardo do Campo, em virtude de investigação que, até então, não era do conhecimento da Companhia, e que foi iniciada por um “Acordo de Leniência Parcial” firmado por uma das empresas concorrentes da Tegma no mercado de transporte de veículos zero quilômetro.

A investigação visa apurar suposta ação concertada no “transporte de veículos zero quilômetro importados, em especial para a cliente Kia, do porto à Estação Aduaneira do Interior”, operação esta encerrada pela empresa em 2015, e que já naquela época representava um volume irrisório para a Companhia.

Esta não é a primeira vez que a mesma empresa concorrente tenta envolver o nome da Tegma em falaciosas acusações de infração à ordem econômica, sendo certo que em todas as outras oportunidades, os procedimentos iniciados por esta leniente que veiculavam a mesma espécie de acusações têm sido sistematicamente arquivados— inclusive perante o CADE, o Ministério Público Federal e o Ministério Público Estadual —, restando sempre comprovada a ausência de fundamento destas acusações.

A Tegma reitera que não praticou qualquer infração à ordem econômica e que confia nas instituições e na Justiça, certa de que provará, perante todas as instâncias competentes, a inverdade das acusações que lhe foram atribuídas.

A Tegma informa que a busca e apreensão em nada afetou suas operações e que manterá o mercado informado acerca do andamento da investigação.

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(Com Agência Estado)

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