Ações de Embraer, CVC e aéreas sobem até 9%; PetroRio e Petrobras caem com petróleo e foco na Opep+

Confira os destaques da B3 na sessão desta terça-feira (30)

Lara Rizério

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SÃO PAULO – Em uma sessão de ganhos de mais de 1% para o Ibovespa, as ações da PetroRio (PRIO3, R$ 92,27, -2,26%) registraram uma das maiores baixas do índice, de cerca de 2%, acompanhando a queda dos preços do petróleo.

Os preços da commodity recuaram nesta terça-feira (30), após o Canal de Suez ter reaberto para o tráfego e com o foco se voltando para uma reunião da Opep+ nesta semana que deve chegar a um acordo para prorrogar cortes de oferta em meio a perspectivas desanimadoras para a demanda. O petróleo Brent caiu 1,59%, a US$ 63,95 por barril, enquanto o petróleo dos Estados Unidos recuou 1,95%, a US$ 60,35 por barril.

As ações da Petrobras (PETR3, R$ 23,58, -0,30%; PETR4, R$ 23,83, 0,00%) também tiveram baixa, ainda que menos expressiva. No radar da estatal, o gerente executivo de Recursos Humanos da empresa, Claudio Costa, foi demitido na segunda-feira por negociar ações da estatal em bolsa poucos dias antes do anúncio do lucro recorde do quarto trimestre do ano passado. Em nota, a Petrobras diz que esse foi um episódio pontual de insider trading, uso de informação privilegiada.

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Enquanto isso, ações como da CVC (CVCB3, R$ 20,08, +5,57%), Embraer (EMBR3, R$ 14,34, +9,30%), Azul (AZUL4, R$ 39,01, +6,94%) e Gol (GOLL4, R$ 22,33, +8,56%) subiram até 9%, acompanhando também o setor no exterior, em um dia de alta para as bolsas com os dados fortes de confiança na zona do euro aumentando o otimismo do mercado.

Fora do Ibovespa, mais uma vez, o grande destaque ficou para a Lupatech (LUPA3, R$ 7,56, -6,09%): depois de uma disparada de quase 300% em apenas 7 pregões, as ações chegaram a saltar 34% mais cedo, mas viraram para queda que chegou a ser de 21,6%.

Confira mais destaques:

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IRB (IRBR3, R$ 6,16, +1,32%)

O IRB informou que Antônio Cássio dos Santos deixou o cargo de diretor presidente da resseguradora, permanecendo no cargo de presidente do Conselho de Administração.

“Antônio Cássio, como Chairman, na coordenação do Conselho de Administração da Companhia, será responsável, não apenas pela busca de profissional que dê continuidade, como CEO, ao trabalho realizado pela Administração da Companhia, mas garantirá, principalmente, uma transição balanceada e profícua, sem solução de continuidade, para o desenvolvimento do IRB Brasil RE, na busca da excelência, da correta abrangência regional/global, e de resultados crescentes e sustentáveis, aspectos fundamentais da estratégia aprovada”, aponta o comunicado do IRB.

O IRB ainda informa que, tão logo a União sinalizou formalmente sua intenção de manter o atual presidente do Conselho, o
Conselho contratou consultoria internacional especializada em executive search para a busca de um novo CEO.

Neste meio tempo, Wilson Toneto, vice-presidente da Companhia, destacado pelo IRB como executivo com longo histórico no mercado segurador brasileiro e no IRB Brasil, acumulará, de forma interina, a presidência da companhia com as suas atuais funções nas áreas técnicas, atuariais e de operações.

Linx (LINX3, R$ 37,80, +0,48%)

Já a empresa de tecnologia para o varejo Linx informou que detectou uma perda extraordinária de cerca de R$ 41 milhões em seu braço de pagamentos.

Em fato relevante, a empresa mencionou “perdas operacionais incomuns” na Linx Pay, “como consequência do cancelamento de transações atípicas por parte de terceiros na utilização de máquinas comercializadas por um parceiro comercial” cujo nome não foi revelado.

Disse apenas que a perda não foi oriunda de clientes Linx Core e Linx Digital e que o valor estimada será toda lançada no resultado do quarto trimestre, cuja divulgação inicialmente prevista para 30 de março, foi adiada para 19 de abril.

Petrobras (PETR3, R$ 23,58, -0,30%; PETR4, R$ 23,83, 0,00%)

Homem de confiança do presidente da Petrobras, Roberto Castello Branco, o gerente executivo de Recursos Humanos da empresa, Claudio Costa, foi demitido nesta segunda-feira por negociar ações da estatal em bolsa poucos dias antes do anúncio do lucro recorde do quarto trimestre do ano passado. Em nota, a Petrobras diz que esse foi um episódio pontual de insider trading, uso de informação privilegiada.

Ele também deixou o conselho de administração da subsidiária de Logística da estatal, a Transpetro. “Concluí minha jornada no grupo Petrobras”, afirmou Costa, numa rápida conversa com o Broasdcast, do grupo Estadão, por telefone. Ele negou que tenha cometido qualquer irregularidade enquanto esteve na liderança do RH da empresa e repassou para a estatal a responsabilidade de se posicionar sobre a decisão de demiti-lo. Segundo o executivo, “são inverdades que estão sendo divulgadas” contra ele.

Durante todo o dia, a empresa apenas confirmou a demissão, mas não explicou as razões. Apenas à noite publicou comunicado ao mercado financeiro, no qual afirma que “o gerente executivo de Recursos Humanos foi desligado da companhia na data de hoje, por ter atuado, em episódio pontual, em desacordo com o disposto na Política de Divulgação de Ato ou Fato Relevante e de Negociação de Valores Mobiliários, que veda a negociação de valores mobiliários de emissão da Petrobras por pessoas vinculadas nos 15 dias que antecedem a divulgação das demonstrações financeiras da companhia”.

Rumores de que informações privilegiadas sobre a mudança no comando da estatal estão sendo usadas em benefício de alguns investidores apareceram, na verdade, desde que o presidente da Petrobras, Roberto Castello Branco, foi demitido pelo presidente da República, Jair Bolsonaro. As acusações são de ganhos de R$ 18 milhões envolvendo contratos de opção de venda de ações. A CVM analisa operações com indícios de uso de informação privilegiada envolvendo ativos e derivativos relacionados à Petrobras nos dias 18 e 19 de fevereiro deste ano. Sobre as acusações contra Costa, a autarquia respondeu que “não comenta casos específicos”.

Lupatech (LUPA3, R$ 7,56, -6,09%)

Mais uma vez, a Lupatech  foi instada pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e pela B3 a explicar o forte movimento de suas ações. Apenas na última segunda-feira (29), as ações LUPA3 saltaram 60,35%, a R$ 8,05 enquanto que, no acumulado do mês, os ganhos foram de 283%. Mas o movimento foi mais sentido na segunda quinzena do mês: desde o dia 19 de março até o fechamento da véspera, ou seja, em apenas sete pregões, a alta é de 298%, indo de R$ 2,07 para R$ 8,05.

A companhia apontou em comunicado publicado na noite de segunda “que não tem ciência de fatos adicionais àqueles já
informados ao mercado e que possam justificar as oscilações registradas em termos de número de negócios, quantidade de ações negociadas ou cotação de suas ações no mercado”. Entre os motivos, está o resultado do quarto trimestre, a atualização de contrato com a Petrobras e a vitória em procedimento arbitral contra a GP Investments (veja mais clicando aqui).

Eternit (ETER3, R$ 18,80, -3,34%)

A Eternit, por sua vez, informou na segunda-feira que fechou acordo vinculante para compra da fabricante de telhas de fibrocimento Confibra por R$ 110 milhões. “A aquisição representará um aumento de capacidade de cerca de 20% no parque industrial de produção de telhas de fibrocimento da companhia e está em linha com a estratégia de crescimento e consolidação setorial”, afirmou a Eternit.

Vale (VALE3, R$ 97,07, -0,93%)

Na segunda, a Vale afirmou que recebeu uma comunicação do BNDES sobre o lançamento da oferta pública de distribuição secundária de debêntures participativas, espécie subordinada, da sexta emissão, de titularidade do banco, da BNDESPAR e da União, respectivamente. Segundo a companhia, a intenção de realizar uma oferta havia sido informada à Vale em correspondência recebida em 2 de março. A oferta consistirá na distribuição pública secundária de, inicialmente, 142 milhões de debêntures, sendo 93.899.208 debêntures de titularidade da União, outras 37.500.342 debêntures do BNDES e mais 10.600.450 debêntures de titularidade da BNDESPAR, a ser realizada no Brasil, e contará com esforços de colocação no exterior.

OceanPact (OPCT3, R$ 9,48, -0,73%)

A OceanPact, empresa que presta serviços ambientais e logísticos marinhos e submarinos como estudos, proteção e monitoramento para uso sustentável do mar, teve a cobertura iniciada com recomendação outperform (desempenho acima da média do mercado) e preço-alvo de R$ 20 (ou potencial de valorização de 100%).

De acordo com os analistas, o case oferece uma combinação sólida de: (1) nível alto de retorno sobre o capital investido no longo prazo; (2) oportunidades de crescimento contratadas (e novas); e (3) valuation bem atrativo versus pares.

O BBI aponta que, depois de operar em 2020 com 19 embarcações OSVs, a empresa tem o plano ambicioso de dobrar sua frota nos próximos 10 anos. Com caixa na mão e penetração nas operações da Petrobras, os analistas veem a companhia entrando em uma fase de crescimento forte que é também ancorada em disciplina de capital e ROIC em mid-teens (16% na média nos próximos 5 anos).

Com os contratos recém conquistados, Ebitda nos próximos 2 anos deve crescer pelo menos cerca de R$ 308 milhões (versus R$ 194 milhões em 2020) ou mais 60% sem novas oportunidades. Os analistas apontam que o preço atual do papel apenas reflete os contratos existentes (de R$ 9,50 por ação), sem novas embarcações/fusões e aquisições que já estão em andamento e devem ser os próximos catalisadores.

Eletromidia (ELMD3, R$ 16,30, +2,52%)

A Eletromidia teve prejuízo líquido de R$ 10,5 milhões no quarto trimestre de 2020, ante lucro de R$ 19,7 milhões em igual  período de 2019. Já pelo critério ajustado, o lucro teve queda de 49%, a R$ 8,2 milhões.

No ano, o prejuízo líquido foi de R$ 69,8 milhões, ante  lucro líquido de R$ 16,2 milhões em 2019. Em 2020, o prejuízo líquido ajustado foi de R$ 29,7 milhões, revertendo lucro líquido ajustado de R$ 15,2 milhões em 2019%.

A receita líquida teve alta de 0,4% na comparação trimestre, a R$ 106,5 milhões. Em 2020, a receita foi de R$ 268,3 milhões, baixa de 9,4%.

Enjoei (ENJU3, R$ 10,88, +2,16%)

A XP iniciou a cobertura de Enjoei (ENJU3) com recomendação de compra e preço-alvo de R$ 15 por ação para o fim de 2021.

“Somos construtivos com a história da companhia, pois vemos: (i) muito espaço para o crescimento do comércio eletrônico de moda; (ii) a experiência divertida da plataforma do Enjoei combinada com a maior variedade de moda do Brasil como diferenciais para sustentar consumidores altamente engajados; (iii) tendências ESG para ajudar a desenvolver o mercado de segunda mão; e (iv) ENJU3 como uma combinação de um caso de tecnologia/crescimento e uma boa ação para se aproveitar do movimento de recuperação da economia”, apontam os analistas.

Neogrid (NGRD3, R$ 7,75, +0,26%)

O Credit Suisse comentou os resultados da Neogrid, que classificou como fortes. A receita líquida de R$ 58 milhões no quarto trimestre cresceu 12% na comparação anual, frente alta de 5% no trimestre anterior, na mesma comparação. A alta foi 6% superior à estimativa do Credit.

O Ebita de R$ 16 milhões representa uma queda de 3% na comparação anual, mas fica 20% acima da expectativa do Credit. A margem Ebitda atingiu 27,6%, alta de 3,9 pontos percentuais na comparação trimestral.

A receita recorrente continua a acelerar, com alta de 10% na comparação anual, frente 4% no terceiro trimestre, na mesma comparação. Fica, assim, 2% acima da expectativa do Credit. A taxa de retorno contábil acelerou 14% na comparação anual, frente a 10% no terceiro trimestre. O banco diz que espera que a taxa continue a se acelerar em 2021.

O Credit reiterou sua avaliação de outperform para a Neogrid. O banco afirma que o ritmo do quarto trimestre o deixa confiante sobre um forte ritmo operacional, que deve persistir nos próximos trimestres. Fusões e aquisições continuam a ser impulsionadoras para as ações da Neogrid. O Credit mantém preço-alvo da Neogrid em R$ 14, frente aos R$ 7,73 negociados na véspera.

(com Reuters e Agência Estado)

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.