Ações da Petrobras e OGX registram pior pregão desde junho de 2012

Sessão anterior com maior queda para ação da estatal ocorreu no dia de novo reajuste de preços de combustíveis; já OGX não tinha pregão tão ruim desde anúncio decepcionante do campo de Tubarão Azul

Lara Rizério

Publicidade

SÃO PAULO – O pregão desta quarta-feira (30) foi marcado como de fortes quedas para as ações das companhias que possuem uma grande participação no Ibovespa. Em destaque, estiveram os papéis da Petrobras (PETR3PETR4), que registraram o menor valor para os seus ativos desde o fechamento de 28 de junho e tendo a maior baixa desde 25 do mesmo mês.

As ações PETR3 tiveram perdas de 5,12%, aos R$ 18,35, enquanto os ativos PETR4 tiveram perdas de 4,76%, aos R$ 18,20, na esteira do anúncio de reajustes e 6,6% e 5,4% para os preços da gasolina e do diesel. Na sessão do dia 25 de junho, ambos os papéis registraram baixa de 8,33% e 8,95%, curiosamente em meio a um outro aumento no preço da gasolina em 7,83% à época, considerado abaixo do esperado pelo mercado. 

Naquela data, acenderam os temores de que a companhia poderia sofrer um corte de rating, o que foi visto com preocupação pelo diretor financeiro e de relações com investidores, Almir Barbassa. “Sem a manutenção do grau de investimento não teríamos acesso ao volume de recursos que precisam ser implantados”, alertou.

Masterclass

As Ações mais Promissoras da Bolsa

Baixe uma lista de 10 ações de Small Caps que, na opinião dos especialistas, possuem potencial de valorização para os próximos meses e anos, e assista a uma aula gratuita

E-mail inválido!

Ao informar os dados, você concorda com a nossa Política de Privacidade.

Após sete meses, o assunto volta à tona. De acordo com analistas de mercado, os reajustes de liviam a situação da empresa, mas estão longes de afastar as preocupações do mercado quanto ao futuro da petrolífera. Com isso, a qualidade dos qualidade dos títulos continua bastante deteriorada; deste modo, caso não haja um novo reajuste, o risco de corte de rating da Petrobras é iminente. 

Vale ressaltar que, no início da sessão, as ações da Petro assustaram os investidores ao abrirem em forte queda. O anúncio, divulgado por volta das 19h30 (horário de Brasília) da véspera, causou impacto positivo no after-hours do mercado de ADRs (American Depositary Receipts) da companhia, quando os papéis subiram 2%. A explicação se baseia na operação de muitos investidores, considerada “intuitiva”, além da falta de liquidez no período pós-negociações. 

Apesar de ter pego muita gente de surpresa, já que muitas autoridades previam um aumento nos preços de combustíveis só a partir de março, as ações da petrolífera tiveram um movimento atípico nas sessões anteriores. No leilão de fechamento da sessão do dia 29, os papéis preferenciais da estatal movimentaram R$ 142,3 milhões, quatro vezes maior do que foi visto na sessão anterior. 

Continua depois da publicidade

Risco “X” impacta ações da OGX
Nem mesmo as descobertas de petróleo em terra, em Jacupemba, Espírito Santo, ajudaram a Petrobras a ter um bom desempenho na sessão. Neste cenário, vale destacar também a descoberta da OGX Petróleo (OGXP3), que anunciou uma descoberta no campo C-M-560, no poço 1OGX104RJS, localizado na bacia de Campos, no litoral sudeste do Brasil. 

Aliás, o braço de petróleo do grupo de Eike Batista também registrou forte queda nesta sessão, de 7,81%, cotado a R$ 4,37. Uma queda tão forte não era observada desde 28 de junho de 2012, com forte queda de 19,20%, em meio ao imbróglio envolvendo Tubarão Azul, quando a companhia divulgou potencial de produção no campo muito abaixo do esperado.

A reclamação de muitos investidores era de que a companhia atuava irresponsavelmente ao promover todo indício da descoberta de óleo e traçar projeções duvidosas a partir delas, agora a queixa é de falta de informação. Em 2012, as ações da companhia tiveram o pior desempenho do Ibovespa, com queda de 67,84% no ano. 

Continua depois da publicidade

Já na sessão desta quarta-feira, a queda não é diretamente devido ao indicador ruim da companhia. O movimento se deu, além do mau desempenho do mercado, devido à notícia  de que a térmica Maranhão IV não iniciou as operações comerciais. O comunicado, que afetou diretamente a ação da MPX Energia (MPXE3), com baixa de 10,08%, aos R$ 9,99, acabou contaminando outras empresas do grupo. 

Vale ressaltar que esta foi a maior queda para as ações da MPX em mais de quatro anos. No dia 12 de novembro de 2008, as ações da companhia tiveram queda de 10,61%. De acordo com Luis Gustavo Pereira, estrategista da Futura Investimentos, a falta de liquidez dos papéis MPXE3 acaba atrapalhando o desempenho, levando a uma queda muito forte das ações em caso de pressão vendedora. 

Após acumular forte alta no ano, ação da Gol despenca
Além da Petrobras e das ações do grupo EBX, os papéis da Gol (GOLL4) registraram queda de 4% na sessão desta quarta-feira, aos R$ 14,40, após terem caído cerca de 8% no intraday. Esta foi a maior baixa para as ações desde 11 de outubro de 2012, quando os papéis tiveram baixa de 4,48%. 

Publicidade

Esta forte queda dos papéis se deu em meio às possíveis alterações das regras em Congonhas. Entretanto, até então, a ação da companhia vinha acumulando alta de 54,51% nos últimos 60 dias, com o IPO (Initial Public Offering) do programa de milhagens Smiles servindo como catalisador. 

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.