Ações da Oi (OIBR3) desabam mais 21% e acumulam queda de 47% em três pregões com desdobramentos sobre pedido de proteção

Agências rebaixaram o rating, enquanto jornal apontou que a operadora corre sério risco de ser alvo de uma intervenção direta pela Anatel

Equipe InfoMoney

Loja da Oi Móvel/Oi telecomunicações em São Paulo (Foto: Paulo Fridman/Corbis via Getty Images)

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A ação da Oi (OIBR3) fechou em forte queda de 21,38% (a R$ 1,25) nesta segunda-feira (6) e acumula baixa de 47,03% em três pregões.

Na quinta-feira, o papel já havia caído 31,78%, dia em que o Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro autorizou à companhia suspender a exigibilidade de suas obrigações pelos próximos trinta dias, principalmente o pagamento de cupom das notas de 2025 com vencimento em 5 de fevereiro e obrigações com seu fundo de pensão. As sinalizações são de que a Oi deve pedir nova recuperação judicial em breve.

Com isso, nesta segunda-feira, a agência de classificação de riscos Fitch Ratings rebaixou os ratings de crédito da operadora de telefonia Oi de “CC” para “C”.

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A agência também rebaixou o rating das notas seniores sem garantias da Oi, com vencimento em 2025, e o rating das notas com garantias e vencimento em 2026 para ‘C’/‘RR4’, de ‘CC’/‘RR4’.

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“O objetivo do pedido liminar era preservar caixa, evitar aceleração da dívida, proteger ativos e garantir a continuidade das operações da companhia”, explica a agência.

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A Fitch considerou este evento como um standstill (suspensão temporária de pagamentos), uma vez que a capacidade de pagamento da Oi ficou irrevogavelmente prejudicada.

Caso a Oi não faça o pagamento dos cupons das notas com vencimento em 2025 após o período de tutela cautelar, a Fitch rebaixará os ratings da operadora para ‘RD’.”Se a empresa entrar com pedido formal de recuperação judicial, seus ratings serão rebaixados para ‘D’.”

A agência destacou que a alavancagem financeira da Oi é insustentável, com liquidez fraca. Pelas projeções da Fitch, a empresa deve gerar fluxo de caixa livre (FCF) negativo no horizonte de rating, devido a pagamentos de juros em torno de R$ 1,8 bilhão e investimentos entre R$ 1 bilhão a R$ 1,2 bilhão.

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No período de 12 meses encerrado em 30 de setembro de 2022, o lucro antes juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) da companhia foi de R$ 517 milhões, frente a dívidas pelo valor de face de R$ 35 bilhões.

Por fim, a Fitch comentou que ações de rating positivas são improváveis antes que uma possível reestruturação da dívida ocorra.

Na sexta, a agência S&P Global Ratings rebaixou a nota de crédito da companhia de “CCC-” (de risco de não pagamento de suas dívidas) para “D”, dada a empresas em situação de default. “Consideramos a Oi em default geral“, diz a nota da S&P.

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No fim de semana, o Estadão apurou que a operadora corre sério risco de ser alvo de uma intervenção direta pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), o que significaria afastamento de toda a diretoria e a agência assumir o comando daquela que já foi uma das maiores empresas de telefonia do País.

Nos próximos dias, conforme apurou a reportagem do jornal, o presidente da Oi, Rodrigo de Abreu, deve ser chamado para prestar esclarecimentos. Procurada pela reportagem, a Oi preferiu não se manifestar.

Segundo o Estadão apurou, a dívida da Oi alcança pelo menos R$ 34,972 bilhões.

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