Ações da LOG CP (LOGG3) chegam a cair 13% após JPMorgan recomendar venda e apontar “tempestade perfeita”

Rebaixamento reflete a deterioração do cenário macroeconômico, com a projeção de taxas de juros permanecendo mais altas por mais tempo

Equipe InfoMoney

Galpões da Log CP em Goiânia (GO) (Divulgação)

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As ações da LOG CP (LOGG3) registram queda forte na sessão desta terça-feira (14), após o JPMorgan reduzir a recomendação de neutro para underweight (exposição abaixo da média, equivalente à venda), além de cortar o preço-alvo de R$ 25 para R$ 20. Às 14h54 (horário de Brasília), a queda dos ativos LOGG3 caía 8,94%, a R$ 15,71; na mínima do dia, a baixa foi de 12,93%, a R$ 15,02.

O JPMorgan atualizou as suas estimativas para LOG CP após o resultado do quarto trimestre de 2022 (2022) e rebaixou a ação para underweight dentro de sua cobertura imobiliária de forma a refletir a deterioração do cenário macroeconômico, com a projeção de taxas de juros permanecendo mais altas por mais tempo.

Para os analistas, o primeiro corte da Selic deve acontecer apenas no quarto trimestre deste ano, ante projeção anterior da primeira redução no segundo trimestre. Além disso, projetam que a Selic encerrará o ano a 12,75%, ante projeção anterior de 11,50%.

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“Neste ambiente estamos: i) reduzindo nossa projeção de Área Bruta Locável (ABL) a ser entregue até 2024 de 910 mil metros quadrados para 600 mil metros quadrados; ii) reduzindo a visão de reciclagem de portfólio em 2024 de 550 mil metros quadrados para 450 mil metros quadrados em ABL e iii) aumentando as projeções de perdas financeiras líquidas em 2023 de R$ 81 milhões para R$ 100 milhões”, apontam.

Assim, a projeção para o FFO –  fluxo de caixa proveniente das operações – de 2023-2024 caiu cerca de 21-23%, levando a uma redução de 20% do preço-alvo para 2023 para R$ 20, ou um potencial de valorização de 16% em relação ao fechamento da véspera.

“Vale lembrar que a LOG encerrou 2022 com dívida líquida de R$ 1,04 bilhão ou 6,3 vezes seu Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) recorrente, tornando-se a empresa com maior alavancagem da nossa cobertura”, apontam os analistas.

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“Vemos a LOG enfrentando uma tempestade perfeita”, avalia o JP. Isso porque seus planos de expansão foram suportados por: i) reciclagem do seu portfólio; ii) spread entre custo da dívida e rendimento sobre o custo; e iii) acesso a novos capitais.

Em um cenário de taxa de juros mais alta, a atratividade de todos esses pilares é afetada, limitando o potencial de crescimento da empresa, devido à falta de apetite dos investidores para financiar os planos de desinvestimentos da LOG.

Isso uma vez que o spread entre o custo da dívida (15%) e o rendimento do custo da novos projetos (12-13%) é reduzido. “A nosso ver, esse cenário deve levar a uma revisão para baixa nos ganhos”, aponta o banco.