Ações da Braskem (BRKM5) sobem 6,84%, após notícia sobre interesse da J&F e recomendação elevada pelo Citi

Além da holding dos irmão Batista, BTG, Grupo Ultra e uma gestora americana também demonstraram interesse na aquisição

Equipe InfoMoney

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As ações preferenciais série A da Braskem ([ativo=BRKM5) avançaram 6,84%, a R$ 32,51, nesta sexta-feira (2), após notícia do Valor Econômico de que a J&F, holding dona da JBS ([ativo=JBSS3]), analisa comprar 100% da petroquímica. Além disso, a companhia teve elevação de recomendação pelo Citi.

De acordo com o jornal, os executivos da controladora dos irmãos Batista se encontraram nesta semana com credores da Novonor, antiga Odebrecht, que possuem ações da Braskem como garantia de empréstimos antigos feitos à construtora. O BTG (BPAC11), a gestora americana Apollo e o grupo Ultra (UGPA3) também estariam interessados na aquisição.

J&F e BTG se mostraram propensos em adquirir a dívida da petroquímica, que soma R$ 15 bilhões, dos bancos credores, mas com fortes descontos. O grupo de instituições financeiras, que conta com Banco do Brasil (BBAS3), Itaú (ITUB4), Santander (SANB11) e BNDES, no entanto, não considera diminuir o preço da dívida e também não teria pressa para fechar negócio.

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A Apollo teria oferecido uma oferta de R$ 45 por ação, disposta a comprar 100% da companhia, mas quer que a Petrobras (PETR3;PETR4) também venda sua parte para fechar o negócio, o que dificulta a movimentação – a estatal possui hoje 36,1% da Braskem.

O Itaú se mostrou interessado na oferta, mas outros credores apontam que a demanda pode arrastar a negociação.

O Grupo Ultra, que tem parceria com a Unipar e com a gestora Lumina, fez uma proposta diferente. O primeiro investiria R$ 1,3 bilhão na Braskem, entrando no bloco de controle junto com a Novonor e a Petrobras, e o segundo chegou a oferecer R$ 10 bilhões pelos ativos da petroquímica em São Paulo.

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A J&F, ainda segundo o Valor, está revendo sua proposta e deve apresentar uma mais agressiva. Banco do Brasil e BNDES, no entanto, tem ressalvas em negociar com a holding, por conta dos escândalos do Joesley Day.

O BTG, além de ter pedido desconto pesado no preço da dívida, desejava fatiar o pagamento nos próximos sete anos. No caso da Unipar e do Grupo Ultra, a venda fatiada desperta menor interesse aos acionistas da Braskem.

O grupo de bancos pediu para que os interessados tragam novas propostas.

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Bradesco BBI vê movimentação enfrentar dificuldades; Citi eleva recomendação para as ações da Braskem

O Bradesco BBI, em relatório, afirmou ser difícil qualquer transação ainda neste ano, por conta das eleições e do risco de mudança de governo.

“Para a saída da Petrobras, acreditamos que a avaliação precisaria ser bem superior a R$ 45 por ação, já que a empresa não concordou em vender sua participação preferencial ao mercado por R$ 42 no início do ano”, destacam Vicente Falanga e Gustavo Sadka, analistas do banco.

O Citi, por sua vez, divulgou relatório em que elevou a recomendação da Braskem de neutra para compra, apesar de ter diminuído o preço-alvo de R$ 53 para R$ 42 – a mudança, no entanto, não tem relação com a notícia publicada hoje. O banco americano revisou suas projeções por conta de mudanças macroeconômicas e tributárias.

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“Apesar de não vermos triggers no curto-prazo, traçamos alguns aspectos positivos: as ações negociam com descontos na comparação com pares; a diversidade geográfica da companhia traz benefícios do lado da receita e dos custos; a operação no México estabilizou, com queda dos riscos políticos; a companhia está migrando para o Novo Mercado”, dizem os analistas do Citi.

A Braskem, para os especialistas, também já endereçou boa parte dos riscos ligados à tragédia de Alagoas, com a maioria dos problemas aparentemente já resolvidos.

Do lado negativo, o Citi pontua que a petroquímica pode perder competitividade no Brasil, por conta da redução dos impostos de importação sobre insumos industriais.

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