Acionista da JBS vai contra pedido do BNDESPar para nova ação contra J&F

Carta diz que "procedimentos estão em fase avançada" e "sentença parcial unânime já reconheceu a legitimidade do SPS para pleitear em favor da JBS"

Equipe InfoMoney

(Shutterstock)

Publicidade

SÃO PAULO – Na última quinta-feira (22), a JBS (JBSS3) publicou uma carta do acionista SPS, que se mostra contra a proposta da BNDESPar de abrir nova ação indenizatória contra representantes da holding controladora J&F.

Na carta, o fundo SPS explica que a arbitragem que moveu já pede que a companhia seja indenizada por Joesley Batista, Wesley Batista, da família controladora, e executivos da holding J&F por danos que teriam causado à empresa.

A carta diz que “os procedimentos arbitrais já estão em fase avançada” e que “a sentença parcial unânime já reconheceu a legitimidade do SPS para pleitear em favor da JBS os danos sofridos pela companhia em razão dos ilícitos confessados nos acordos de colaboração”.

Masterclass

As Ações mais Promissoras da Bolsa

Baixe uma lista de 10 ações de Small Caps que, na opinião dos especialistas, possuem potencial de valorização para os próximos meses e anos, e assista a uma aula gratuita

E-mail inválido!

Ao informar os dados, você concorda com a nossa Política de Privacidade.

Por isso, a SPS alega que uma nova ação não traria qualquer vantagem para os acionistas da JBS.

O documento é revelado dias antes de uma assembleia de acionistas da JBS, em 30 de outubro, que vai votar entre outros temas uma proposta da BNDESPar, que pede que a companhia abra um procedimento arbitral contra controladores.

O BNDES detém participação de 21,8% na JBS. No dia 20, o banco divulgou uma carta defendendo que a JBS processe sua controladora, a J&F, pelos prejuízos decorrentes das delações e dos fatos já conhecidos sobre os casos de corrupção divulgados em 2017.

Continua depois da publicidade

Conforme destaca a Levante Ideias de Investimentos, a JBS busca seguir como participante e beneficiária do processo de arbitragem em curso, de modo a apenas receber a indenização, sem o ônus de arcar com as custas do processo e com um possível “problema de relacionamento” entre a gestão e o grupo de controle, embora os irmãos Batista já não possuam poder de decisão sobre a companhia.

“Após a divulgação de alguns acordos tanto da J&F como da JBS com o Departamento de Justiça (Department of Justice, DoJ) dos Estados Unidos, encerrando e limpando a carga dos processos de investigação a respeito de irregularidades contábeis e corrupção, acreditava-se que as ações da JBS finalmente iriam destravar e refletir os bons resultados obtidos pela empresa”, destaca a equipe de análise da Levante (veja mais clicando aqui).

Contudo, na avaliação dos analistas, a divergência entre a companhia e o BNDES sobre o processo contra a holding ainda podem segurar o preço das ações, dada a incerteza e a relevância do caso, que tem um potencial de movimentar um montante de vários bilhões.

Continua depois da publicidade

Apesar de a Assembleia Geral Extraordinária para deliberar sobre o assunto (se a JBS deve ou não processar diretamente a controladora) estar agendada para o dia 30 deste mês, os analistas consideram a sequência de notícias negativa para a companhia no curto prazo, devido às incertezas jurídicas a respeito do caso e avaliando que as ações JBSS3 ainda podem sofrer.

Eles explicam que, na prática, a diferença entre o processo movido pela SPS e o formato defendido pelo BNDES são o direcionamento das custas do processo que são baseadas em uma parcela do valor total da indenização que, em caso de perda de processo pela JBS, pode gerar um custo elevado e relevante para a companhia, o que pode não fazer sentido dado que já há um processo em andamento com o mesmo conteúdo técnico.

“Pelo outro lado, a SPS e a Aidmin tentam defender seus interesses no processo, dado que, em caso de ganho de causa, além da indenização à JBS que pode ter impacto positivo relevante nas ações a depender do valor, receberia cerca de 5% do valor total da ação. O principal argumento da BNDES é que o conteúdo do processo em curso é sigiloso e que não oferece transparência sobre o caso para todos os acionistas, incluindo o próprio banco, acusando a JBS de esvaziar o poder dos minoritários em sua recomendação de votar contra a abertura de um novo caso”, concluem.

Publicidade

(Com Reuters)

Série gratuita do InfoMoney explica a hora certa de entrar e sair de ativos na Bolsa: clique aqui e aprenda como vencer os tubarões do mercado com consistência e segurança