Ação da Azul cai 7,7% com recomendação reduzida; IRB tem nova alta, Vale recua e Petrobras cai com petróleo

Confira os destaques da B3 na sessão desta terça-feira (29)

Lara Rizério

Avião da Azul (Crédito: Divulgação)

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SÃO PAULO – O Ibovespa voltou a ter perdas após a forte baixa de 2,41% na véspera, com os monitorando os riscos fiscais.

Entre as altas do índice, em destaque, ficaram mais uma vez as ações do IRB (IRBR3, R$ 7,31, +1,11%), que informou que está preparando uma emissão de debêntures simples, em duas séries, no valor de até R$ 900 milhões.

Após abrir com alta modesta, a Vale (VALE3, R$ 58,35, -0,73%) acelerou os ganhos durante a manhã, mas logo virou para leves perdas. Os futuros do minério de ferro avançaram nesta terça-feira justamente após a mineradora ter informado a suspensão das operações de uma usina de concentração no Brasil, embora as negociações tenham movimentado baixo volume devido à proximidade do feriado de Dia Nacional na China, de 1 a 8 de outubro.

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O contrato mais negociado do material utilizado na fabricação do aço, para entrega em janeiro de 2021, avançou 1,4% na bolsa de Dalian, fechando a 780,50 iuanes (US$ 114,47) por tonelada, na segunda sessão seguida de alta.

Ainda no noticiário da companhia, a Vale informou o pagamento de US$ 5 bilhões de suas linhas de crédito rotativo com vencimento em junho de 2022 e dezembro de 2024.

Os papéis de frigoríficos, como Marfrig (MRFG3, R$ 15,00, -0,46%), JBS (JBSS3, R$ 20,36, -1,26%), Minerva (BEEF3, R$ 11,22, -1,15%) e, em menor grau, a BRF (BRFS3, R$ 18,21, -2,72%), buscaram recuperação no início da sessão após a forte baixa da véspera, mas também amenizaram e viraram para queda. Já outras exportadoras, como Klabin (KLBN11, R$ 24,07, +1,09%) e Suzano (SUZB3, R$ 47,07, -1,11%), ficaram entre perdas e ganhos.

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Já entre as maiores baixas, a Azul (AZUL4, R$ 23,95, -7,71%) teve queda de quase 8% depois de ter a recomendação reduzida pelo BBI; os papéis da Gol (GOLL4, R$ 16,47, -5,72%) também registraram queda, de mais de 5%.

A Petrobras (PETR3, R$ 19,61, -2,82%; PETR4, R$ 19,31, -1,63%), por sua vez, voltou a ter perdas. Os preços do petróleo caíram mais de 3%, atingindo o menor nível em duas semanas, em função de preocupações com a demanda por combustíveis em momento em que os Estados Unidos e a Europa lidam com uma nova onda de casos de coronavírus, além de uma maior cautela antes do primeiro debate presidencial nos Estados Unidos.

Confira os destaques:

Braskem (BRKM5, R$ 20,04, +1,11%)

O Instituto do Meio Ambiente de Alagoas (IMA-AL) autuou a Braskem durante a segunda edição da Fiscalização Integrada do órgão, segundo o G1. A unidade industrial, situada no município de Marechal Deodoro, recebeu multa de aproximadamente R$ 200 mil.

As irregularidades constatadas pela equipe de fiscalização do IMA-AL foram vencimento da licença ambiental, irregularidade da destinação de resíduos sólidos e também a não manifestação de transportes que sejam próprios para resíduos perigosos.

Boa Vista (BOAS3)

A Boa Vista definiu o preço por ação a R$ 12,20 em sua oferta pública inicial (IPO). A empresa captou R$ 2,17 bilhões, colocando a oferta base de R$ 1,89 bilhão e o lote suplementar – não havia lote adicional. A faixa indicativa ia de R$ 10,80 a R$ 13,60.

Petrobras (PETR3, R$ 19,61, -2,82%; PETR4, R$ 19,31, -1,63%)

O Supremo Tribunal Federal (STF) vai julgar na amanhã uma ação que busca impedir a venda de refinarias da Petrobras sem licitação ou aval do Congresso Nacional. A tendência é a Corte reafirmar o entendimento fixado do ano passado pelo plenário, de que as exigências são necessárias apenas para a venda das “empresas-mãe” – no caso, a Petrobras, segundo O Globo. Para privatizar as subsidiárias, entretanto, as exigências não se aplicam.

Além disso, a Petrobras informou o início da fase não-vinculante referente à venda de suas participações em um conjunto de vinte e seis concessões de campos de produção terrestres e de águas rasas, localizadas na Bacia Potiguar, no estado do Rio Grande do Norte. Segundo a empresa, os potenciais compradores habilitados para essa fase receberão instruções sobre o processo de desinvestimento.

Azul (AZUL4, R$ 23,95, -7,71%)

O Bradesco BBI reduziu a recomendação da Azul para neutro devido ao limitado espaço para aumento nos preços, depois que a ação se recuperou 66% desde meados de março. Segundo o banco, a ação está operando a um múltiplo de 8,6 vezes EV(Valor da empresa)/Ebitda, 23% acima do seu múltiplo histórico.

Segundo o banco, novos aumentos de preço dependem de uma recuperação mais rápida da demanda por voos. O preço-alvo para 2021 foi estabelecido em R$ 27, enquanto o preço-alvo para 2020 é de R$ 23. Em relatório, o BBI reduziu suas estimativas de Ebitda em 38% em 2020 e 5% em 2021.

Quando uma vacina contra Covid-19 estiver amplamente disponível, pode ocorrer uma recuperação mais rápida da demanda, o que poderia elevar o valuation da Azul para R$ 40, segundo o BBI. Neste cenário, a estimativa para o Ebitda em 2021 e 2022 seria ampliada em 16% e 18%, respectivamente. Por outro lado, o preço-alvo cairia para R$ 15 em um cenário de segunda onda de Covid-19 no Brasil.

Gerdau (GGBR4, R$ 20,21, -1,61%)

O Credit Suisse aumentou o preço-alvo para Gerdau de R$ 19 para R$ 26 por ação e manteve a recomendação outperform (desempenho acima da média). Segundo o banco, a revisão foi feita para incorporar os resultados do segundo trimestre e o aumento da demanda esperado para 2020. Além disso, o ajuste leva em conta a alta dos preços dos aços longos no Brasil, que tiveram alta de 10% em agosto e outro aumento de 10% anunciado para o período entre setembro e outubro.

Segundo o banco, a ação está operando a 6,3 vezes EV (Valor da empresa)/Ebitda de 2021, ante uma média histórica de 6 a 6,5 vezes. Além disso, o Credit prevê uma recuperação nos lucros devido à crescente demanda e aumento de preços, o que poderá levar os múltiplos para 7 a 7,5 vezes em 2021.

Hapvida (HAPV3, R$ 60,58, +0,17%)

A Hapvida anunciou a compra do Grupo Santa Filomena por R$ 45 milhões. O Grupo Santa Filomena é composto pela operadora de saúde Filosanitas, do Hospital Santa Filomena, três clínicas médicas e um centro de diagnóstico por imagem, todos localizados no município de Rio Claro, em São Paulo.

Segundo a empresa, a Filosanitas conta com uma carteira de cerca de 5,5 mil beneficiários de planos de saúde concentrados na região de Rio Claro. O Hospital Santa Filomena conta atualmente com 73 leitos sendo 16 leitos de UTI. A região de saúde que engloba tem população de 2,1 milhões de habitantes e cerca de 840 mil beneficiários de planos de saúde privados.

Segundo o Bradesco BBI, a compra do grupo Santa Filomena incorpora 5 mil vidas à Hapvida, com um preço médio de R$ 230 por mês. Além disso, o banco afirmou que os principais ganhos da transação virão de sinergias na verticalização de procedimentos e de uma presença mais forte em uma região com mais beneficiários.

Embora o preço da aquisição por vida pareça alto, a R$ 8 mil por vida (ante média de R$ 6 mil por vida), a compra traz ativos considerados substanciais pelo Bradesco BBI, como o hospital e um centro de diagnósticos. O banco manteve o rating Neutro e o preço-alvo de R$73 para o papel.

Vale (VALE3, R$ 58,35, -0,73%)

A Vale informou o pagamento de US$ 5 bilhões de suas linhas de crédito rotativo com vencimento em junho de 2022 (US$ 2 bilhões) e dezembro de 2024 (US$ 3 bilhões), que foram desembolsadas em março de 2020. Segundo a empresa, a amortização recompõe integralmente a disponibilidade das linhas de crédito rotativo ao valor original de US$ 5 bilhões.

IRB (IRBR3,R$ 7,31, +1,11%)

O IRB aprovou a emissão de debêntures simples, em duas séries, no valor de até R$ 900 milhões. Serão emitidas até 900 mil debêntures, em uma operação com esforços restritos (CVM 476), ou seja, voltada apenas para um grupo de investidores qualificados. A emissão está marcada para 15 de outubro de 2020. As debêntures da primeira série terão prazo de três anos, enquanto as da segunda terão prazo de seis anos.

O objetivo da operação, de acordo com a companhia, é contribuir com o reenquadramento do IRB aos critérios definidos pela Superintendência de Seguros Privados (Susep) e pelo Conselho Monetário Nacional (CVM).

Iguatemi (IGTA3, R$ 30,27, -2,07%)

A Iguatemi aprovou sua décima emissão de debêntures simples, em duas séries. Serão emitidas 500 mil debêntures, no valor total de R$ 500 milhões. A data de emissão será o dia 28 de setembro de 2020. Os recursos serão usados pela empresa para reforço do seu capital de giro, atividades relacionadas à gestão de seus negócios e alongamento do perfil da sua dívida. As debêntures serão emitidas com esforços restritos (CVM 476).

CCR (CCRO3, R$ 12,68, -3,13%)

A CCR vai pagar em 30 de outubro de 2020 o valor de R$ 373,2 milhões em dividendos, correspondentes a R$ 0,18477410142 por ação ordinária. Terão direito os titulares de ações ordinárias na base acionária de 01 de outubro de 2020, sendo que as ações passarão a ser negociadas “ex dividendos” a partir de 02 de outubro de 2020. Os acionistas terão seus créditos disponíveis em 30 de outubro de 2020.

EzTec (EZTC3, R$ 34,64, -0,97%)

A Ez Tec aprovou o pagamento de dividendos relativos ao exercício de dezembro de 2019 no montante de R$ 66,7 milhões, equivalentes a R$ 0,294083781 por ação ordinária. Os dividendos serão pagos aos acionistas em 02 de outubro de 2020, com base na posição acionária de 28 de abril de 2020, sendo que a partir de 29 de abril de 2020 (inclusive) as ações passaram a ser negociadas ex-dividendos.

Invepar (IVPR3B;IVPR4B)

A Invepar informou que os acionistas aprovaram em AGE a reestruturação da dívida da companhia, com autorização para o pagamento de obrigações relacionadas à 3ª e 5ª Emissões de Debêntures da companhia.Também foram realizadas assembleias gerais de debenturistas destas duas emissões, que aprovaram o pagamento de obrigações relacionadas às debêntures da companhia, utilizando parte dos recursos provenientes da operação de fusão e aquisição (M&A) da CART, equivalente ao montante de R$ 400 milhões.

Foi autorizado ainda o uso de recursos provenientes do saldo remanescente da operação da CART, além dos recursos da venda de participações nas rodovias CRA e CBN, que ainda não foram concluídas.

A empresa também se pronunciou sobre uma notícia intitulada “Invepar reestrutura dívida bilionária e transfere Metrô do Rio e Linha Amarela para investidores”. De acordo com a Invepar, o Acordo de Reestruturação da dívida da companhia prevê a possibilidade de transferência de parcela das participações da Invepar em determinados ativos que integram o pacote de garantia da 3ª e 5ª Emissões de Debêntures da Companhia.

No entanto, essa é uma das alternativas previstas no Acordo de Reestruturação, e a implementação de qualquer uma destas alternativas está sujeita a uma série de condições, incluindo os desdobramentos da decisão do Superior Tribunal de Justiça, aprovações regulatórias, dentre outras aprovações e condições. “Por este motivo, a Companhia reitera que o desenho definitivo e a implantação da reestruturação da sua dívida ainda estão sujeitos a alterações.”

TIM (TIMP3, R$ 13,14, +0,08%)

O conselho de administração da TIM recebeu autorização da B3 para listar suas ações no Novo Mercado. Com isso, será concluída a reestruturação societária da empresa, com extinção da TIM Participações, que será incorporada pela TIM SA.

Restoque (LLIS3, R$ 4,85, -0,21%)

A Restoque informou concluiu o seu processo de recuperação extrajudicial, que foi homologado ontem. A empresa obteve adesão de mais de 87% dos credores financeiros. A empresa disse ainda que fará uma nova emissão de debêntures, com vencimento em 2025 e início da amortização em 2023. As debêntures serão recebidas por todos os credores financeiros em substituição aos créditos detidos em relação à companhia.

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.