Suzano sobe 6% com recomendação e Cogna avança; Petrobras salta 16% e e-commerce cai até 8,5% na semana

Confira os destaques da B3 na sessão desta sexta-feira (13)

Lara Rizério

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SÃO PAULO – Apesar do aumento do número de casos do novo coronavírus ao redor do mundo, a semana na bolsa foi guiada pela expectativa da vacina contra a Covid-19 após a notícia de que a profilaxia da Pfizer teve 90% de eficácia nos testes.

Diante disso, a Petrobras (PETR3, R$ 23,18, +16,66%; PETR4, R$ 22,63, +14,58%) liderou os ganhos da semana, com os papéis saltando mais de 15% nestes cinco pregões impulsionados pelo petróleo, que avançou forte com a notícia da vacina levando a um maior otimismo sobre a recuperação das economias globais.

Mesmo o aumento da preocupação sobre o número de casos, o rali de segunda e terça na bolsa foram suficientes para manter os papéis com forte valorização na semana.

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O cenário de otimismo com a vacina também afetou os bancos, que devem ser bastante beneficiados com o momento em que a economia voltar a ganhar força. Na semana, Bradesco (BBDC3, R$ 21,74, +14,42%; BBDC4, R$ 24,19, +15,47%), Itaú (ITUB4, R$ 28,47, +11,38%), Banco do Brasil (BBAS3, R$ 33,05, +8,40%) e Santander (SANB11, R$ 35,73, +12,36%) subiram entre 8% e 16%.

Pra completar a lista de melhores ações da semana, as companhias aéreas Gol (GOLL4, R$ 19,56, +11,45%) e Azul (AZUL4, R$ 29,00, +11,84%) saltaram mais de 10% com esperanças renovadas sobre a vacina levando a uma retomada em breve da normalidade dos voos pelo mundo.

Já na ponta oposta, o destaque ficou para as empresas de e-commerce, com Magazine Luiza (MGLU3, R$ 25,10, -8,16%), B2W (BTOW3, R$ 75,27, -8,52%) e Via Varejo (VVAR3, R$ 17,85, -7,13%) aparecendo entre as cinco piores ações da semana que passou, recuando mais de 7% cada.

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Apesar do recuo, o setor ainda está entre os melhores da Bolsa do ano e este movimento negativo nos últimos dias pode ser considerado uma inversão dos investidores, que embolsam os lucros com estes papéis e tentam entrar nas empresas que podem se aproveitar mais da retomada da economia com a vacina.

Na sessão desta sexta-feira, o destaque ficou para a ação da Suzano (SUZB3, R$ 51,94, +6,94%), que subiu mais de 6% com a recomendação sendo elevada pelo JPMorgan e com a Arauco adiando o seu projeto de expansão (contribuindo para a projeção de preços mais altos da celulose).

No radar de resultados, Natura & Co (NTCO3, R$ 51,03, +3,59%) viu seus papéis subirem mais de 3%, enquanto SulAmérica (SULA11, R$ 41,70, +2,63%) e Cyrela (CYRE3, R$ 25,79, +4,08%) também avançaram. Já a Cogna (COGN3, R$ 4,76, +3,93%) registrou ganhos de 4%.

Confira mais destaques abaixo:

Suzano (SUZB3, R$ 51,94, +6,94%)

O JPMorgan elevou a recomendação para as ações da Suzano de neutra para compra, destacando as projeções mais otimistas para a celulose em 2021. O preço-alvo da ação é de R$ 60.

“É a primeira vez que melhoramos a estimativa para os preços da celulose desde o primeiro trimestre de 2019, uma vez que que enxergamos uma janela de seis a nove meses, entre o primeiro e o terceiro trimestres de 2021, para anúncios de reajuste e melhora de rentabilidade”, destacaram os analistas. Entre as notícias, está a de que a Arauco adiou em seis meses a entrada do projeto Mapa, elevando a projeção para a cotação da celulose, a US$ 520 a tonelada.

O JPMorgan destaca a Suzano como top pick do banco entre as companhias de papel e celulose na América Latina, também tendo recomendação de compra para a Klabin.

O Bradesco BBI também destacou a notícia da Arauco como positiva para a dinâmica dos preços da celulose, mantendo Suzano como top pick e tendo recomendação outperform (desempenho acima da média do mercado) para a Klabin.

Oi (OIBR3, R$ 1,79, +5,92%; OIBR4, R$ 2,34, +3,54%)

A Oi, em recuperação judicial, registrou prejuízo líquido atribuível aos controladores de R$ 2,63 bilhões no terceiro trimestre de 2020, 54,1% abaixo do prejuízo líquido de R$ 5,74 bilhões obtido no mesmo trimestre de 2019.

O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) subiu 6,4% no período, a R$ 1,46 bilhão, frente o R$ 1,37 bilhão na mesma base de comparação.

A receita líquida total somou R$ 4,70 bilhões, 5,9% menor frente os R$ 5 bilhões do mesmo período de 2019.

A dívida líquida foi de R$ 21,2 bilhões, 44,4% acima da dívida líquida de R$ 14,7 bilhões do mesmo período do ano passado.

O Bradesco BBI afirmou que o faturamento bruto da Oi no terceiro trimestre superou em 0,8 pontos percentuais suas expectativas. O Ebitda ajustado de 6,4% ficou abaixo de sua estimativa em 3,5 pontos percentuais.

O banco avalia que os resultados são um sinal de que a Oi está caminhando na direção certa, em especial na expansão da fibra ótica, elevando a receita média por cliente acima de suas expectativas. O Bradesco avalia que a fibra ótica deve impulsionar crescimento sustentável no faturamento nos próximos anos, além de expansão da margem.

Além disso, o banco diz que está confiante na capacidade da gestão da Oi, e avalia que os resultados positivos no terceiro trimestre podem fazer com que investidores prestem mais atenção a suas operações e sua recuperação financeira.

O Bradesco mantém a avaliação em outperform, com preço-alvo de R$ 3,10, frente os R$ 1,69 atuais.

Cogna (COGN3, R$ 4,76, +3,93%)

A Cogna teve prejuízo líquido de R$ 1,29 bilhão no terceiro trimestre, revertendo lucro de R$ 20 milhões um ano antes, sendo impacto pelo reconhecimento de perda no valor recuperável de ativos na Saber e na divisão de outros negócios, além da baixa de imposto de renda diferido.

Em termos ajustados, o prejuízo foi de R$ 162,9 milhões, revertendo lucro de R$ 135 milhões de um ano antes, com piora no resultado operacional e aumento de provisões, entre outros fatores, segundo dados divulgados nesta sexta-feira.

A receita líquida, por sua vez, teve baixa de 17,1% na comparação anual, para R$ 1,256 bilhão, refletindo pressões de receita no ensino superior, que foram parcialmente compensadas pelas vendas iniciais ao ciclo de 2021 do Programa Nacional do Livro Didático (PNLD).

O Ebitda foi negativo em R$ 610 milhões, ante dado positivo de R$ 511,5 milhões em igual período de 2019, com a margem Ebitda também negativa em 48,6%, de margem positiva de 33,7% um ano antes.

Em termos recorrentes, o Ebitda teve baixa de 50,5%, a R$ 229,3 milhões de reais, afetado pela queda de receita e do aumento no volume de provisionamento no ensino superior (derivados dos efeitos da pandemia). A margem Ebitda recorrente foi de 30,5% para 18,3%.

A geração de caixa operacional pós capex ficou positiva em R$ 183 milhões, representando conversão de 80% do Ebitda recorrente, em função, segundo a companhia, da melhor arrecadação no ensino superior e da redução do capex e investimentos em expansão.

A Kroton captou 178.981 novos alunos, baixa de 2% frente ao segundo semestre de 2019, com o crescimento de 32% na captação do ensino digital sendo compensada por forte queda na demanda por ensino presencial (-61%).

Na Vasta, a receita de subscrição no ciclo comercial encerrado em setembro teve alta de 18%, a 692 milhões de reais, 3% inferior ao valor de contrato anual (ACV) anunciado no começo do ano. Até a data de hoje, fechou contratos para o ano letivo 2021 de 835 milhões de reais, alta de 21% ante receita de subscrição reconhecido em 2020 (4T19 a 3T20).

Segundo o Bradesco BBI, os números foram fracos no geral para a Cogna, ainda pressionados pelos números da Kroton, com um tíquete mais fraco e altas provisões para dívidas. “Acreditamos que a queda acentuada no tíquete médio no segmento de ensino à distância é sinal de aumento da competição no segmento e também por conta da percepção de baixa qualidade da empresa no mercado. No entanto, acreditamos que o aumento dos cursos premium é promissor. Em relação à margem, ainda devemos
ver alguma pressão no curto prazo, mas o impacto já será reduzido em 2021”, apontam os analistas.

Já para a Vasta, os números preliminares do valor de contrato anual (ACV) parecem promissores, pois a empresa apenas considerou contratos que estão atualizados e o processo de captação foi atrasado. Com isso, há possibilidade de aumento das projeções frente os números atuais, apesar da visibilidade limitada.

Para o BBI, a recomendação é neutra, com preço-alvo de R$ 6,50, uma vez que os resultados de curto prazo ainda devem estar sob pressão. Além disso, os analistas destacam que a ação negocia a 13 vezes a relação entre o valor da empresa e o Ebitda esperado para 2021, um prêmio de 117% para a Yduqs que os analistas consideram injustificado.

O Morgan Stanley também aponta que o ensino presencial segue pressionado, causando forte desalavancagem operacional e pressão de margem. “A Cogna está aproveitando e limpando outros negócios, registrando perdas de ativos de R$ 831 milhões. Os resultados estiveram amplamente de acordo com nossa estimativa, mas decepcionando em relação ao consenso”, avaliam.

“A Cogna tem sido racional nos preços (visto o impacto negativo nos volumes), mas o mix está pressionando o tíquete consolidado”, avaliam os analistas. Eles apontam que a empresa não teve tempo de mudar a estrutura de custos fixos, portanto, a base no campus significativamente menor levou a uma forte redução da alavancagem operacional.

O banco americano mantém recomendação overweight (exposição acima da média) para a ação, com preço-alvo de R$ 8, o que representa um potencial de valorização de 74,7% frente o fechamento de quinta-feira. Contudo, os analistas continuam preferindo histórias defensivas (com exposição em cursos de medicina) e de valor.

B3 (B3SA3, R$ 53,70, -0,15%) 

Beneficiada pelo atual cenário de juros baixos no país e aumento da educação financeira, que gerou uma onda de investidores pessoas físicas na Bolsa brasileira, a B3 registrou um aumento de 57,9% no lucro líquido do terceiro trimestre de 2020, na comparação anual, para R$ 1,136 bilhão. Desde o começo do ano, a base de investidores de varejo na B3 cresceu 84% e atingiu 3,1 milhões de contas em setembro.

“A manutenção dos altos volumes negociados em nossas plataformas contribuiu com um sólido desempenho financeiro e geração de caixa robusta durante o terceiro trimestre”, afirmou a operadora da Bolsa brasileira. “O crescimento das receitas combinado com disciplina na gestão de despesas resultou em crescimento das nossas margens, refletindo a nossa alavancagem operacional”, completou.

A receita líquida da companhia ficou em R$ 2,289 bilhões entre julho e setembro deste ano, um aumento de 49,6% sobre o mesmo período de 2019. Enquanto isso, as despesas da empresa caíram em 4,3%, na mesma base de comparação, para R$ 648,5 milhões.

Já o Ebitda recorrente da B3 saltou 50,1% no terceiro trimestre de 2020, frente a igual período do ano passado, totalizando R$ 1,666 bilhão. A margem Ebitda recorrente (relação percentual entre o Ebitda e a receita líquida) passou de 72,5% para 79,2%.

“Em linha com nosso objetivo de ter uma estrutura de capital adequada para a companhia, realizamos em agosto, emissão de debênture no mercado local de R$ 3,55 bilhões e, em julho, liquidamos o Global Bond 2020, de US$612 milhões, chegando a um endividamento bruto de 1,2x Ebitda recorrente”, destacou a B3.

“Além disso, nesse trimestre encerramos, por meio de um acordo no valor de R$ 140 milhões, a discussão jurídica com a Massa Falida da Spread Corretora. Para esse litígio, havia uma provisão de R$ 379 milhões em nosso balanço (em 30/06/2020), e o encerramento da ação trouxe impacto em diversas linhas do nosso resultado”, completou.

A B3 reduziu sua projeção de endividamento para 2020, que passou a ser de até 1,2x Dívida Bruta/Ebitda recorrente dos últimos 12 meses — antes, era de até 1,5x. Em 2019, foi de 1x.

As demais projeções da empresa para este ano foram mantidas, como a distribuição do lucro aos acionistas entre 120% e 150% do lucro líquido societário. Em 2019, foi de 130%.

Natura & Co (NTCO3, R$ 51,03, +3,59%)

A Natura &Co registrou lucro líquido de R$ 377,7 milhões no terceiro trimestre de 2020, o número é praticamente estável em relação ao apresentado um ano antes, R$ 376,8 milhões.

O Ebitda do grupo ficou em R$ 1,457 bilhão, alta de 32,8%. E a receita líquida atingiu R$ 10,4 bilhões, uma alta de 31,7%.

O grupo também informou em fato relevante que voltou a projetar as sinergias com a Avon entre US$ 300 milhões e US$ 400 milhões, entre 2020 e 2024. “O valor estimado não compreende os custos para a implementação das iniciativas atreladas a essas sinergias, os quais são estimados por Natura &Co em aproximadamente US$ 190 milhões ao longo do mesmo período de 2020 a 2024”, diz o comunicado da empresa.

No release de resultados, a empresa diz que as sinergias de custo da integração da Avon ficaram em US$ 17,6 milhões no terceiro trimestre de 2020, acima das estimativas. “Os resultados alcançados neste trimestre estão relacionadas principalmente a sinergias administrativas e de suprimentos, incorrendo em custos de captura de US$ 11,5 milhões”, diz o Grupo.

A Natura &CO termina o trimestre com R$ 8 bilhões em posição de caixa.

“A Natura mostrou grande melhora digital no trimestre, além de maior eficiência nos custos de cada marca”, escreveu em nota o analista Luis Sales, da Guide Investimentos

Cyrela (CYRE3, R$ 25,79, +4,08%)

A incorporadora paulistana Cyrela Brazil Realty, da família Horn, teve lucro líquido de R$ 1,403 bilhão no terceiro trimestre de 2020, montante 13,5 vezes (ou 1.244,4%) maior do que o lucro de R$ 104 milhões no mesmo período de 2019.

O resultado foi recorde na história da companhia e acabou impulsionado, principalmente, pelos ganhos de R$ 1,153 bilhão oriundos das ofertas iniciais de ações (IPOs) das incorporadoras Lavvi, Cury e Plano & Plano.

Já o lucro líquido ajustado, que exclui o ganho com os IPOs, foi de R$ 250 milhões, o que representa um aumento de 140% na mesma base de comparação anual.

Mesmo sem os ganhos com as operações na Bolsa, a Cyrela se beneficiou do aumento dos lançamentos e das vendas nos últimos trimestres, com avanço expressivo na receita e diluição de custos, levando a margens mais altas.

A margem bruta subiu 2,3 pontos porcentuais, para 32,5%. A receita líquida cresceu 59,6%, para R$ 1,164 bilhão. Os lançamentos foram de R$ 1,893 bilhão, alta de 52%. E as vendas, de R$ 1,822 bilhão, aumento de 56,4% – conforme há havia mostrado o relatório operacional prévio.

A incorporadora também reportou no trimestre impacto negativo de R$ 24 milhões devido às contingências judiciais, pagos em despesas gerais e administrativas.

A Cyrela chegou ao fim do terceiro trimestre com dívida bruta de R$ 2,432 bilhões, recuo de 2,6% ante o fim do segundo trimestre. Nesse período, as disponibilidades em caixa subiram 39,7%, para R$ 2,396 bilhões. Como resultado, a dívida líquida encolheu 95,4%, para apenas R$ 36 milhões.

O lucro líquido ajustado da Cyrela, de R$ 250 milhões, foi 131% maior do que a média das estimativas de quatro instituições financeiras (BTG Pactual, JPMorgan, Morgan Stanley e Santander) consultadas pelo Prévias Broadcast, que apontava para R$ 109 milhões. A receita da companhia, de R$ 1,164 bilhão, superou em 19% as expectativas de R$ 981 milhões.

Centauro (CNTO3, R$ 28,80, +6,08%)

A rede varejista Centauro teve prejuízo líquido de R$ 33,251 milhões no terceiro trimestre de 2020, revertendo a marca positiva de R$ 38,413 milhões vista um ano antes, de acordo com balanço divulgado há pouco. O Ebitda do período foi de R$ 31,004 milhões, queda de 73,5% sobre os R$ 117,076 milhões do mesmo período de 2019. A margem Ebitda ficou em 5,4%, queda de 13,4 pontos porcentuais na comparação anual.

A receita líquida da empresa entre julho e setembro foi de R$ 569,039 milhões, queda de 8,4% sobre o ano passado. A Centauro destaca o crescimento de 104,9% na receita de plataformas online, a R$ 209,535 milhões, o que abateu parcialmente a queda de 30,7% nas receitas de lojas físicas (R$ 359,504 milhões).

“Apenas em setembro todas as lojas da companhia se encontravam reabertas durante todos os dias do mês mas ainda com restrições de horário de funcionamento dos shoppings e experimentação limitada”, comenta a varejista. O volume bruto de mercadorias (GMV, na sigla em inglês) consolidado da Centauro nas plataformas online foi de R$ 296,4 milhões no trimestre, crescimento de 120,3% sobre o mesmo período 2019.

O resultado financeiro da Centauro foi de R$ 31,155 milhões negativos no trimestre, piora ante as despesas de R$ 13,899 milhões de 2019. A empresa diz que houve um aumento de despesas financeiras no trimestre devido aos esforços realizados para reforço de caixa no início da pandemia. O fluxo de caixa operacional foi de R$ 80,247 milhões, aumento de 97,1% sobre 2019, com iniciativas para melhora de capital de giro durante a pandemia.

A empresa terminou setembro com saldo de caixa líquido de R$ 850,787 milhões, refletindo as novas dívidas e o ‘follow on’ da companhia, operações realizadas para reforçar o caixa durante a pandemia e para financiar eventuais transações. Os investimentos somaram R$ 44,522 milhões no trimestre, aumento de 5,4% sobre 2019, com a retomada dos projetos de reforma de lojas e novas contratações.

O Bradesco BBI afirmou que os resultados da Centauro no terceiro trimestre estão em linha com suas expectativas para a receita, e com lucros maiores do que havia estimado.

A receita total voltou a ter margem bruta próxima a níveis normais. As lojas físicas estão se recuperando em ritmo mais lento do que outras empresas acompanhadas pelo Bradesco, mas isso é compensado pelos canais online, que tiveram alta de 120% no volume.

Clientes foram encorajados a utilizar o aplicativo da empresa para acessar promoções, o que garante maior lealdade do que o uso de mecanismos de busca, avalia o banco. A empresa enfrenta um grande número de promoções em seu setor, o que é um desafio. Mas o banco destaca que as margens brutas voltaram a níveis próximos ao normal em setembro.

O Bradesco BBI destaca que a Centauro está voltando a ampliar investimentos, e avalia a empresa como bem posicionada no mercado de itens esportivos no Brasil, que é fragmentado. O banco mantém a avaliação como neutra, com preço-alvo de R$ 36, frente os R$ 27,15 atuais.

Ser (SEER3, R$ 13,09, +0,08%)

A Ser Educacional registrou prejuízo líquido ajustado de R$ 1,301 milhão no terceiro trimestre deste ano, revertendo o ganho de R$ 36,185 milhões obtidos em igual período do ano passado.

O Ebitda ajustado somou R$ 54,816 milhões no mesmo trimestre, queda de 19,8% sobre o intervalo entre julho e setembro de 2019. A margem Ebtida ajustada passou de 23,6% para 20,3% no terceiro trimestre de 2020.

Entre o terceiro trimestre de 2019 e o terceiro trimestre de 2020, a receita líquida caiu 6,7%, para R$ 269,454 milhões, impactada pelos efeitos da covid-19 que geraram aumento das taxas de evasão durante o ano e prolongaram o processo de captação e rematrículas para o mês de outubro, “o que significa que parte do reconhecimento de mensalidades desse trimestre ocorrerá no quarto trimestre”, informou a Ser.

O grupo educacional apresentou resultado financeiro negativo de R$ 32,768 milhões, alta de 50,7% em relação a igual época de 2019, quando atingiu resultado negativo de R$ 21,750 milhões.

O grupo, que é dono de universidades como UNG (Guarulhos-SP) e Uninassau (presente em todos os Estados do Nordeste, no Distrito Federal, em Belém-PA e em Manaus-AM), afirma que conseguiu aumentar a sua base de alunos apesar da pandemia do novo coronavírus.

A base total de alunos alcançou 181,9 mil alunos no terceiro trimestre, avanço de 12,4% na comparação com o mesmo trimestre em 2019, em função do crescimento da base de alunos no segmento de graduação presencial, em decorrência principalmente do crescimento orgânico da base de alunos de ensino à distância (EAD), que ultrapassou a marca de 50 mil alunos no trimestre e da aquisição da Uninorte. “Se considerarmos a comparação entre outubro de 2020 e 2019, a base total de alunos apresentou crescimento de 17,2%”, apontou a empresa.

A captação de alunos de graduação e pós-graduação presencial e EAD totalizou 41,1 mil alunos, expansão de 12,0% na comparação com o terceiro trimestre de 2019, com destaque para o crescimento de 52,0% no segmento de EAD.

Biosev (BSEV3, R$ 4,43, +6,24%)

A Biosev, braço sucroenergético do Grupo Louis Dreyfus, reportou lucro líquido (ex-IFRS 16) de R$ 436,3 milhões no segundo trimestre do ano-safra 2020/2021 (2t21), entre julho e setembro deste ano. O resultado representa reversão sobre os R$ 288,215 milhões de prejuízo de igual período do ciclo anterior, também ajustado ex-IFRS. No primeiro semestre da safra, o lucro líquido foi de R$ 155,5 milhões, ante prejuízo de R$ 451,9 milhões nos mesmos seis meses do ano anterior.

“Os resultados foram impactados principalmente pelo aumento do resultado operacional, influenciado pelo melhor desempenho operacional, da receita líquida e por maiores ganhos na liquidação e marcação a mercado de posições em derivativos, parcialmente compensados pela variação cambial”, informou a empresa em comunicado.

A receita líquida da companhia (ex-HACC) cresceu 92,25% na mesma base de comparação trimestral, de R$ 1,552 bilhão no 2tri20 para R$ 2,984 bilhões no 2tri21. O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado ex-revenda/HACC totalizou R$ 885,548 milhões no segundo trimestre do ano-safra 2020/2021, alta de 26,61% sobre igual período da safra passada, de R$ 699,429 milhões.

Levando em conta o primeiro semestre de 2020/21, a receita líquida ex-HACC teve avanço de 27,1% ante o mesmo período da temporada 2019/20, para R$ 3,3 bilhões; e o Ebitda ajustado ex-revenda/HACC avançou 20,8%, para R$ 3,3 bilhões.

Moura Dubeux (MDNE3, R$ 10,70, +6,89%)

A incorporadora Moura Dubeux teve um lucro líquido de R$ 14,9 milhões no terceiro trimestre, revertendo parte do prejuízo de R$ 95,2 milhões no trimestre anterior. No terceiro trimestre de 2019 a empresa teve um prejuízo de R$ 20,6 milhões.

Já o Ebitda Ajustado da companhia foi de R$ 13,1 milhões, contra o Ebitda negativo de R$ 19,9 milhões no mesmo período em 2019. O indicador de geração de caixa havia ficado em R$ 88,8 milhões negativos no trimestre anterior.

Por fim, a receita no trimestre foi de R$ 198,5 milhões, número 342,5% maior que o registrado no mesmo período do ano passado. No segundo trimestre a receita da companhia havia sido de R$ 58,1 milhões.

Outro destaque no período foi a redução do endividamento. A dívida líquida ficou em R$ 56 milhões no terceiro trimestre de 2020, depois de bater R$ 121,1 milhões no segundo trimestre. O múltiplo dívida líquida dividido pelo patrimônio líquido caiu de 12,2% para 5,6%, uma queda de 6,7 pontos percentuais.

CPFL (CPFE3, R$ 30,60, +3,03%)

A CPFL Energia registrou lucro líquido de R$ 1,352 bilhão no terceiro trimestre de 2020, o que corresponde a um crescimento de 80,8% na comparação com os R$ 748 milhões reportados no mesmo período do ano passado.

A geração de caixa medida pelo Ebitda consolidado do grupo somou R$ 1,954 bilhão, alta de 20,8% na mesma comparação.

A Receita líquida entre os meses de julho e setembro chegou a R$ 7,781 bilhões, alta de 0,4% frente o reportado no mesmo período do ano passado.

O resultado financeiro correspondeu a uma despesa financeira líquida de R$ 192 milhões, 45,1% maior que os R$ 132 milhões anotados de julho a setembro do ano passado.

Com a recuperação observada nesse trimestre, a CPFL anotou lucro de R$ 2,7 bilhões no acumulado do ano, alta de 43,7% frente o mesmo período de 2019. O Ebitda consolidado voltou a mostrar expansão no acumulado no ano, com alta de 4,4% na comparação com o período de janeiro a setembro de do ano passado, para R$ 4,858 bilhões, enquanto a receita líquida ainda apresenta recuo, de 1,3%, para R$ 21,625 bilhões.

Energisa (ENGI11, R$ 45,50, +2,00%)

A Energisa teve lucro líquido recorde de R$ 921,7 milhões no terceiro trimestre de 2020, com significativo avanço de 1.609,6% em relação a igual período do ano anterior.

O resultado foi influenciado pela marcação a mercado dos bônus de subscrição da 7ª emissão de debêntures da empresa, de R$ 348,7 milhões.

Mas mesmo desconsiderando os efeitos não recorrentes o lucro líquido registraria alta de 198,6% na comparação anual, a R$ 636,9 milhões.

O Ebitda ajustado totalizou R$ 1,4 bilhão de reais, alta de 38,2% no ano a ano, com a companhia atribuindo os resultados do trimestre a um “crescimento expressivo do mercado nos segmentos residencial e rural, disciplina na gestão de custos e alocação eficiente de capital”.

Copel (CPLE6, R$ 68,32, +3,96%)

A Companhia Paranaense de Energia (Copel) registrou lucro líquido de R$ 680,4 milhões no terceiro trimestre de 2020, crescimento de 10,9% em relação ao mesmo período de 2019, e queda de 57,3% ante o resultado do segundo trimestre deste ano.

O Ebitda ficou em R$ 1,134 bilhão entre julho e setembro, uma queda de 11,1% ante o mesmo período do ano passado, e de 34,1% em relação ao segundo trimestre. O Ebitda ajustado com operações descontinuadas chegou a R$ 1,24 bilhão, aumento de 28,3% na comparação com o terceiro trimestre de 2019.

A receita operacional líquida da Copel no trimestre ficou em R$ 4,329 bilhões, aumento de 3,6% na comparação anual. O resultado financeiro ficou positivo de R$ 46,95 milhões, ante valor negativo de R$ 126,7 milhões no mesmo período de 2019.

O Itaú BBA classificou os resultados da Copel como “muito positivos”. O banco destacou a “forte geração de caixa”, de R$ 1,2 bilhão no terceiro trimestre, e afirmou que o Ebitda recorrente, de R$ 1,176 bilhão, está em linha com sua estimativa, de R$ 1,166 bilhão. O Itaú diz que vê espaço para que a Copel aumente o seu pagamento de dividendos no médio prazo, devido à forte geração de caixa e queda na dívida. O banco mantém a avaliação em outperform, com preço-alvo de R$ 70, frente os R$ 65,72 atuais.

Hapvida (HAPV3, R$ 73,29, +4,92%)

A operadora de saúde Hapvida divulgou o balanço referente ao terceiro trimestre de 2020, quando apresentou lucro líquido de R$ 247,8 milhões, alta de 16,7% na comparação com o mesmo período de 2019. O Ebitda entre julho e setembro foi de R$ 512,2 milhões, marca 93,8% maior que o ano passado. A margem Ebitda ficou em 24,1%, ganho de quatro pontos porcentuais sobre o ano anterior.

A receita líquida da Hapvida no trimestre foi de R$ 2,126 bilhões, marca 61,6% maior que o visto entre julho e setembro de 2019. De acordo com a empresa, o resultado foi influenciado por R$ 523 milhões vindos do Grupo São Francisco, adquirido em maio do ano passado, aumento de 7,6% no tíquete médio de planos médicos e pelo aumento de 2,3 milhões na base de beneficiários de saúde e odonto, 6,401 milhões de clientes, elevação de 56,9% sobre o ano passado.

Já a sinistralidade do grupo entre julho e setembro, que mede os ressarcimentos por atendimentos e procedimentos utilizados por seus clientes, foi de 60,4% da receita líquida, queda de 1,8 ponto porcentual ante o ano passado, ainda impactada pela pandemia do novo coronavírus. “A companhia continua apresentando ganhos de eficiência operacional em função dos projetos de gestão de sinistro e de promoção de saúde e bem-estar”, diz a empresa, comentando também a queda nos ressarcimentos ao Sistema Único de Saúde (SUS), de R$ 13,5 milhões no período.

O resultado financeiro líquido da Hapvida no terceiro trimestre foi uma despesa de R$ 20,5 milhões, influenciado pelo maior volume de despesas com juros, multas e correção monetária, menores receitas financeiras como consequência do saldo de investimentos e também pela baixa taxa Selic. O fluxo de caixa livre foi de R$ 414,6 milhões no período, aumento de 111,1% sobre o ano anterior, como amortização de mais-valia da carteira de clientes e das marcas das empresas adquiridas.

Em termos de endividamento, a empresa fechou setembro com um saldo de R$ 2,005 bilhões, composto da captação de sua primeira emissão de debêntures, além de um saldo de dívida remanescente proveniente do balanço das empresas adquiridas de R$ 38,6 milhões.

Sabesp (SBSP3, R$ 44,60, -0,34%)

A Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) teve lucro líquido de R$ 421,6 milhões no terceiro trimestre de 2020, queda de 65,1% na comparação com o R$ 1,208 bilhão registrados um ano antes. No acumulado do ano, a Sabesp tem lucro líquido de R$ 141,8 milhões, queda de 93,9% ante igual período em 2019.

O Ebitda ajustado foi de R$ 1,513 bilhão, queda de 49,7% também na comparação anual. A margem Ebitda ajustada foi de 34,1%, ante 55,6% no terceiro trimestre de 2019.

A receita operacional líquida da companhia de saneamento foi de R$ 4,438 bilhões no terceiro trimestre, recuo de 18% na comparação anual. No acumulado do ano até setembro, a Sabesp teve receita de R$ 11,105 bilhões, o que representou um declínio de 8,2% ante igual período de 2019. No trimestre, a receita de construção aumentou 50,6%, para R$ 1,053 bilhão. No acumulado do ano, houve alta de 30,3%, para R$ 2,594 bilhões.

Os custos, despesas administrativas e comerciais e custos de construção apresentaram um acréscimo de R$ 588,6 milhões (20,5%) entre julho e setembro. Desconsiderando os custos de construção, o acréscimo foi de R$ 242,6 milhões (11,1%). Em um ano, a participação dos custos, despesas administrativas e comerciais e custos de construção na receita líquida passou de 53% para 77,9% no terceiro trimestre.

Segundo a empresa, a instabilidade econômica, agravada pela covid-19, trouxe reflexos negativos para seus resultados, entre eles a redução de R$ 275 milhões nas receitas com clientes comerciais e industriais. Já a postergação do reajuste tarifário representou um impacto líquido estimado de R$ 65,6 milhões sobre a receita operacional. “A reposição deste impacto já foi autorizada pela Arsesp e iniciada em agosto de 2020”, ressalta a Sabesp no informe de resultados.

A isenção de pagamento dos clientes das categorias de uso “Residencial Social” e “Residencial Favela”, por sua vez, teve um impacto estimado no nível de inadimplência de R$ 51,6 milhões, elevando em R$ 75,1 milhões as perdas previstas com créditos de liquidação duvidosa.

No trimestre, segundo a companhia, também houve o reconhecimento de despesa relacionada ao encerramento de processos judiciais, não recorrente, devido à celebração de acordo com o município do Guarujá, no valor de R$ 46,9 milhões.

O Credit Suisse afirmou que os resultados operacionais ajustados da Sabesp estão em linha com suas expectativas.

A empresa teve aumentos totais de volume de 4%, 5,6% acima da expectativa do Credit Suisse. Houve uma queda nas tarifas médias, que ficaram 12,3% abaixo da expectativa do banco. Itens não recorrentes ajustáveis ficaram em 0,3%, ou seja, 2,3% abaixo da estimativa do Credit Suisse. Os custos de tratamento de materiais subiram 17,1%, ou seja, 7,9% abaixo da estimativa do banco.

Os custos de eletricidade subiram 10,1% no ano, ficando 9,8% acima da estimativa do banco. E as despesas fiscais subiram 23,5%, ou seja, 1,6% acima da expectativa do banco.

Os resultados são impactados por volumes melhores do que o esperado, mas tarifas abaixo do esperado, aliadas a performance de custo razoável.

Mesmo assim, o banco avalia que os principais fatores do desempenho da empresa não são esses resultados, mas sim atualizações de privatizações e melhor governança. Por isso não espera grandes reações do mercado aos resultados divulgados. O Credit Suisse mantém avaliação em outperform, e preço-alvo de R$ 60,9, frente os atuais R$ 44,75.

Na mesma linha, a XP destacou que os números do Ebitda ajustado e do lucro líquido vieram um pouco acima das estimativas dos analistas, ainda que abaixo do consenso de mercado, mas avalia que as ações seguirão repercutindo o noticiário sobre o processo de privatização da Sabesp.

“Em nossa opinião, os investidores devem monitorar daqui pra frente: (i) quaisquer sinalizações do Governo do Estado de São Paulo a respeito de uma decisão final sobre uma potencial privatização ou capitalização da Sabesp, (ii) o resultado das eleições municipais, em particular os municípios mais relevantes para a Sabesp (região metropolitana de São Paulo) e (iii) o desenrolar do terceiro ciclo de revisão tarifária da companhia”, destacou a XP. A recomendação para a ação é neutra, com preço-alvo de R$ 54.

Sanepar (SAPR11, R$ 24,70, +0,08%)

A Sanepar teve lucro líquido de R$ 164,5 milhões, uma queda de 33% em relação aos R$ 243,64 milhões do mesmo período de 2019. O número ficou abaixo da estimativa de R$ 231,9 milhões da XP, diferença que reflete principalmente uma despesa não recorrente de R$127,8 milhões devido ao Programa de Aposentadoria Incentivada – PAI.

Já o Ebitda caiu 19%, para R$ 392,2 milhões, com a margem recuando de 41% para 33,6%. A receita líquida teve baixa de 1,6% no trimestre, para R$ 1,16 bilhão, por conta da queda dos volumes faturados de água e esgoto, resultante da situação de emergência hídrica que vigora no Estado do Paraná, que demandou ações mitigadoras devido ao baixo volume de reservação e escassez de chuvas.

“Temos uma avaliação neutra dos resultados da Sanepar (…) Daqui em diante, destacamos como principais temas a se monitorar para as ações: (i) a situação de emergência hídrica declarada no Estado do Paraná, que resultou na prática de rodízio de fornecimento pela companhia e (ii) notícias relacionadas a suspensão da aplicação do reajuste tarifário de 2020”, apontam os analistas, que mantém  recomendação de compra para as units, com preço-alvo de R$ 30 por unit.

SulAmérica (SULA11, R$ 41,70, +2,63%)

A SulAmérica  tem lucro líquido de 286 milhões de reais no terceiro trimestre, alta de 40% na base de comparação anual, com o menor uso de serviços de saúde eletivos em meio às medidas de isolamento social durante a pandemia da Covid-19.

Em termos líquidos, o lucro somou R$ 1,7 bilhão, com ganho extraordinário de R$ 1,4 bilhão com a conclusão da venda dos negócios de seguros de automóveis e massificados.

As receitas operacionais da companhia foram de R$ 5,1 bilhões no trimestre, crescimento anual de 4,5%, impulsionado principalmente pelos segmentos de saúde e odonto e previdência.

O índice de sinistralidade, que mede as despesas com prestação de serviços de saúde e pagamento de seguros como proporção das receitas, caiu 4,2 pontos percentuais no comparativo ano a ano.

Já a divisão de gestão de recursos fechou setembro com R$ 46,1 bilhões em ativos, crescimento de 2,7% em 12 meses, com a expansão das reservas de previdência (+11,2%)e recursos de terceiros (+1,6%).

Com isso, as receitas com taxas de administração subiram 2,9% ano a ano, mais do que compensando a queda com receitas de performance, esvaziadas pelo fraco desempenho do mercado de capitais no período, com queda das ações.

“A SulAmérica apresentou bons resultados no terceiro trimestre de 2020, com lucro 6% acima das expectativas de mercado e saltando 40% na base anual para R$ 286 milhões, implicando ROE de 17,3%. O resultado foi impulsionado principalmente por uma sinistralidade ainda excepcionalmente baixa no segmento de saúde, que atingiu 75% no trimestre (vs. 80% no 3T19), a menor taxa desde 2015 pelo menos”, aponta a XP.

brMalls (BRML3, R$ 9,63, +0,31%)

A administradora de shopping centers brMalls sofreu queda de 80% no lucro líquido do terceiro trimestre ante mesmo período de 2019, ainda impactada por medidas de quarentena que limitaram os negócios em seus empreendimentos.

A receita líquida despencou 37%, para R$ 207,75 milhões, enquanto as despesas com vendas, gerais e administrativas subiram 33,4%, para R$ 59,15 milhões.

A empresa afirmou no balanço que no trimestre o percentual de horário em funcionamento de seus shoppings subiu de 13,5% nos três meses encerrados em junho para 61,6%, avançando para 89,7% em outubro.

“Existe uma correlação forte entre essa flexibilização (das medidas de quarentena) e o crescimento das vendas dos lojistas, evidenciada pela métrica de vendas mesmas lojas, que atingiu no terceiro trimestre 67,4% do valor registrado no terceiro trimestre de 2019 e 86,5% no final de outubro”, disse a brMalls.

A brMalls afirmou que tem capturado “demanda crescente” dos lojistas pelos empreendimentos da empresa e que a taxa de ocupação dos shoppings se mantém na casa de 95%, ante marcas de cerca de 97% no primeiro bimestre.

A inadimplência líquida dos lojistas da brMalls fechou o trimestre em 7,7%, próxima do número reportado pela rival Multiplan no final de outubro, de 7,2%.

A companhia fechou setembro com alavancagem financeira de 3,9 vezes, medida pela relação dívida/Ebitda, ante 2,9 vezes no em junho e 2,1 vezes no fim do terceiro trimestre de 2019.

Vivara (VIVA3, R$ 25,82, +6,52%)

A Vivara registrou lucro líquido de R$ 36,1 milhões no terceiro trimestre, queda de 8,7% na comparação com o mesmo período de 2019.

Mas a receita líquida voltou ao nível pré-pandemia, com o e-commerce mantendo o ritmo acelerado. A receita líquida cresceu 1% ano a ano, para R$ 242,6 milhões. As vendas online saltaram 182,3% no período, passando a representar 22,9% do faturamento, enquanto as vendas mesmas lojas (SSS) – lojas físicas e ecommerce – caíram 3,9%.

O resultado operacional medido pelo Ebitda teve acréscimo de 0,4%, para R$ 63,6 milhões, com a margem ficando em 26,2%, de 26,3% um ano antes. Em termos ajustados, o Ebitda caiu 7,4%, a R$ 49,6 milhões, com a margem passando de 22,3% a 20,4%.

A companhia afirmou ainda que em 2021 voltará a buscar expansão orgânica mais acelerada, com a perspectiva de adicionar entre 40 a 50 novas lojas, de Vivara e Life, entre outros projetos.

“As vendas têm melhorado de forma consistente, com as vendas das lojas registrando um crescimento de 14,5% em outubro de 2020. Além disso, o quarto trimestre da Vivara é sazonalmente o mais forte do ano, enquanto eles estão focados e bem preparados para a Black Friday e festas de 2020. Mantemos a nossa recomendação de compra e um preço-alvo de R$30 por ação para os próximos 12 meses”, destaca a XP.

EZTec (EZTC3, R$ 39,65, +5,31%) 

A EZTec teve lucro líquido de R$ 119,8 milhões entre julho e setembro, alta de 95,6% sobre mesma etapa de 2019.

A receita líquida da companhia totalizou R$ 271,6 milhões, 44,8% maior na base anual, com a companhia citando uma retomada em ‘V’ da construção civil desde junho.

A construtora mencionou custos maiores de insumos devido à alta do dólar. “Dentre os insumos mais relevantes cujos preços são ao menos em parte correlatos ao dólar, pode-se elencar esquadrias de alumínio (10% do orçamento de obra), aço (8%), elevadores (5%)e materiais hidráulicos (3%)”, disse no documento.

A margem bruta foi de 43,7% impulsionada pela pré-aquisição do aço utilizado em fevereiro (antes dos aumentos dos preços de materiais de construção).

C&A (CEAB3, R$ 12,94, +1,89%)

A C&A teve prejuízo líquido de R$ 28,2 milhões no terceiro trimestre, ante lucro de R$ 19,1 milhões de reais um ano antes, ainda afetada pelas medidas contra o coronavírus.

A receita líquida total registrou baixa de 14,1%, a R$ 1 bilhão; já as vendas mesmas lojas (SSS) recuaram 13,9%. A companhia, contudo, destacou que, ao final do trimestre, as receitas totais já estavam acima do nível do ano passado.

O Ebitda ajustado foi a R$ 96,6 milhões, queda de 50,9% ano a ano. O Ebitda ajustado teve baixa de 67,4%, para R$ 64,7 milhões, com a margem cedendo para 6,1%, de 16% um ano antes. As vendas sob a métrica GMV total foram de R$ 213,8 milhões, um salto 418% em relação ao terceiro trimestre de 2019, em resultado que a companhia atribuiu ao forte desempenho do ecommerce e evolução da ‘Galeria C&A’, marketplace da rede.

Segundo a XP, os resultados vieram abaixo do esperado tanto em relação à receita como margens. Contudo, destaque para a contínua performance sólida do e-commerce, tendo ainda muito espaço para crescer tanto no 1P (estoque próprio) como 3P (marketplace). Além disso, as vendas tem melhorado sequencialmente, com um crescimento positivo na base anual no fim do trimestre. A recomendação dos analistas é de compra para a ação, com preço alvo de R$15 por ação para os próximos 12 meses.

Even (EVEN3, R$ 11,60, +5,94%) 

A Even teve lucro líquido de R$ 40,7 milhões no terceiro trimestre de 2020, 147,2% maior na base de comparação anual.

O Ebtida foi de R$ 73,3 milhões no terceiro trimestre de 2020, enquanto a  margem Ebtida atingiu 16,9%, alta de 3,3 pontos percentuais na base de comparação anual.

A receita líquida foi de R$ 435 milhões no período, 21,4% acima frente igual período de 2019.

Arezzo (ARZZ3, R$ 67,99, +5,99%)

A Arezzo teve queda de 21,3% no lucro líquido no terceiro trimestre na base de comparação anual, para  R$ 27,9 milhões.

Já o Ebitda caiu 18,1%, passando de R$ 77,1 milhões para R$ 63,1 milhões, enquanto a receita líquida teve queda de 5,5%, indo de R$ 440,8 milhões para R$ 416,4 milhões. Com isso, a margem Ebitda teve baixa de 17,5% para 15,2%.

Randon (RAPT4, R$ 14,22, +1,79%)

A Randon teve alta de 47,7% no lucro do terceiro trimestre de 2020, indo para R$ 116,01 milhões ante dado anterior R$ 78,53 milhões no ano passado.

O Ebitda ajustado ficou em R$ 260,55 milhões, alta de 24,3% na base de comparação anual, enquanto a receita líquida subiu 10,5% no terceiro trimestre de 2020, a R$ 1,515 bilhão.

Banco Inter (BIDI4, R$ 21,90, +11,68%)

O Banco Inter teve prejuízo de R$ 8,11 milhões no terceiro trimestre, revertendo um lucro líquido de R$ 2,7 milhões no mesmo período de 2019, impactado pela alta nas despesas de marketing e cashback e pelo efeito não recorrente da restrição de distribuição de juros sobre capital próprio (JCP) imposta pelo Banco Central.

As despesas com provisão de crédito foram de R$ 57,6 milhões, enquanto a carteira de crédito ampliada atingiu R$ 7,3 bilhões, alta de 64,5%.

Light (LIGT3, R$ 22,75, +4,31%)

A Light teve baixa de 91% no lucro líquido do terceiro trimestre, totalizando R$ 136 milhões.

Já a receita teve queda de 19,3%, a R$ 3,18 bilhões, na comparação com julho a setembro de 2019. O recuo veio principalmente da subsidiária Light Sesa, de distribuição de energia, com a receita caindo 22,3% para R$ 2,63 bilhões.

O Ebitda teve baixa de 50,3%, a R$ 566 milhões.

Equatorial (EQTL3, R$ 21,14, +1,83%)

A Equatorial teve alta de 22,9% do lucro líquido ajustado do terceiro trimestre, a R$ 607 milhões, destacando resultados de suas distribuidoras no Pará, Maranhão e Alagoas.

O Ebitda consolidado ajustado, por sua vez, foi a R$ 1,17 bilhão no trimestre, alta de 13,7%.

Segundo a Equatorial, as distribuidoras do Pará, Maranhão e Alagoas tiveram aumentos nos resultados de 26,4%, 21,4% e 61%, respectivamente.

O consumo de energia elétrica dos mercados cativo e livre apresentou crescimento de 4,3% no terceiro trimestre. “O destaque do trimestre foi a Equatorial Pará, com um crescimento de 6,7%, seguido pela Equatorial Maranhão, crescendo 4,6%”, afirmou.

O consumo de energia elétrica dos mercados cativo e livre da Equatorial Alagoas apresentou um aumento de 1,7% no período, enquanto teve leve incremento de 0,3% na unidade do Piauí, em meio a medidas restritivas adotadas para combate ao novo coronavírus.

No terceiro trimestre, os investimentos consolidados da Equatorial totalizaram R$  576 milhões, 61,4% menores do que os investimentos realizados no mesmo período do ano passado.

Eneva (ENEV3, R$ 56,99, +1,79%) 

A Eneva registrou lucro líquido de R$ 55,6 milhões de reais no terceiro trimestre, queda de 38% em relação ao mesmo período do ano passado, com a companhia sendo afetada por redução nos despachos diante da contração da demanda por energia.

O Ebitda da Eneva (excluindo poços secos) foi de R$ 288,3 milhões, versus 334,4 milhões em igual período de 2019.

A companhia explicou que, apesar do segundo semestre do ano normalmente apresentar demanda por despacho termelétrico, os reservatórios de hidrelétricas estavam com volumes mais altos do que o usual por conta da expressiva redução no consumo diante dos impactos da pandemia.

A empresa disse ainda que, mesmo com um aumento na carga do terceiro trimestre, a demanda foi majoritariamente suprida por hidrelétricas.

Simpar (SIMH3, R$ 29,58, +1,30%)

A holding Simpar teve  lucro líquido consolidado de R$ 96 milhões de julho a setembro, alta de 45,2% ano a ano, em trimestre marcado pela reorganização societária do grupo.

O Ebitda teve alta de 14,8% na comparação anual, a R$ 587,5 milhões, com a margem indo a 32,4%, ante 28,9% um ano antes.

“Apesar do impacto residual da crise em nossas operações no terceiro trimestre, acreditamos que o pior cenário ficou para trás, visto que desde abril a dinâmica dos resultados têm evoluído positivamente “, disse o grupo no material de divulgação do balanço.

A Simpar controla a JSL, a empresa de locação de veículos Movida (MOVI3, R$ 18,62, +2,03%) e a companhia de locação e venda de caminhões, máquinas e equipamentos Vamos, entre outras.

A receita líquida consolidada somou R$ 2,6 bilhões, alta de 6,1% ano a ano. A receita líquida de serviços somou 1,8 bilhão de reais, avanço de 2%.

A holding também registrou redução na alavancagem medida pela dívida líquida/Ebitda para 3,3 vezes no trimestre, menor índice nos últimos 10 anos, ante 3,9 vezes no segundo trimestre e 3,6 vezes um ano antes.

A liquidez da Simpar totalizou R$ 5,2 bilhões de reais no período, com destaque para a entrada de recursos do IPO da JSL, com captação líquida de R$ 694 milhões. O investimento (capex) bruto no trimestre totalizou R$ 1,4 bilhão, sobretudo direcionado para compra de veículos leves, caminhões e cavalos.

Petrobras (PETR3, R$ 23,18, +2,34%; PETR4, R$ 22,63, +3,29%)

A Petrobras voltou a adiar o prazo final de implementação do acordo com a empresa de sondas Sete Brasil, da qual a estatal está deixando o quadro de acionistas.

Segundo comunicado feito nesta quinta-feira, 12, pela companhia, a diretoria da Petrobras mudou para 31 de janeiro a data final para que sejam implementadas condições precedentes previstas no acordo. Esta é a terceira alteração do prazo, que venceria no próximo sábado.

Anunciado originalmente em dezembro passado, o acordo com a Sete Brasil prevê a manutenção de alguns contratos com a fornecedora e a saída da estatal do quadro de acionistas.

Embraer (EMBR3, R$ 7,45, +6,13%)

O conselho de administração da Embraer aprovou programa de recompra de até 7 milhões de ações, com prazo de 12 meses.

Com base na posição acionária de 12 de novembro, a Embraer tem atualmente 736.143.105 ações ordinárias em circulação no mercado.

O programa, segundo a companhia, tem como objetivo aquisição para permanência em tesouraria, cancelamento ou posterior alienação das ações no mercado, bem como para cumprir com as obrigações e compromissos em planos de remuneração em ações.

(Com Reuters e Agência Estado)

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.