Ação da Sabesp dispara 7% com ânimo sobre proposta de revisão tarifária; Petrobras e PetroRio caem, enquanto bancos avançam

Confira os destaques da B3 na sessão desta terça-feira (9)

Lara Rizério

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SÃO PAULO – A sessão foi de leves perdas para o Ibovespa com os investidores acompanhando o dia sem tantos catalisadores no exterior, ao mesmo tempo em que ficam de olho no noticiário político por aqui com o desdobramento sobre a possível prorrogação do auxílio emergencial fora do teto de gastos, além da pauta do Congresso.

O grande destaque de alta ficou para a Sabesp (SBSP3, R$ 42,56, +7,10%), que viu seus papéis saltarem até 9% após a reguladora Arsesp divulgar proposta de reajuste tarifário.

Bancos também registraram uma sessão de ganhos, com Santander Brasil (SANB11, R$ 40,86, +1,62%), Itaú (ITUB4, R$ 27,89, +1,20%), Bradesco (BBDC3, R$ 22,51, +0,94%;BBDC4, R$ 25,45, +0,51%) e Banco do Brasil (BBAS3, R$ 34,28, +1,21%) fecharam em alta.

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No radar do mercado, estão as notícias sobre a agenda no Congresso. Segundo o Valor, os partidos da base do governo fecharam acordo com o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e o ministro da Economia, Paulo Guedes, para aprovar sem alterações o projeto de lei que dá autonomia para o Banco Central. O projeto (PLP 19/2019) prevê novas regras para a nomeação e demissão do presidente e de diretores do banco, garantindo autonomia legal e é visto como importante para evitar ingerência política na condução da política monetária do país, uma das bases da economia. No final do pregão, a Câmara aprovou a urgência ao projeto de autonomia do Banco Central por 363 a 109 votos.

CSN (CSNA3, R$ 35,45, +2,43%) também avançou, cerca de 2%, tendo no radar precificação do IPO da sua unidade de mineração na sexta-feira.

Um dos destaques de queda no início da sessão ficou para a CVC (CVCB3, R$ 19,67, -1,01%), que chegou a cair 4% no início do pregão, mas amenizou as perdas.  O conselho de administração da CVC Brasil convocou assembleia geral extraordinária para 11 de março após quatro membros do colegiado renunciarem aos respectivos cargos, entre eles o presidente Silvio José Genesini Junior.

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Já a Petrobras (PETR3, R$ 27,71, -2,60%;PETR4, R$ 27,54, -2,03%), após a forte queda da véspera – com os papéis ON chegando a cair 4% em meio às incertezas sobre a política de preços da companhia – os ativos da petroleira tiveram uma nova sessão de baixa em continuidade ao desempenho da sessão de segunda-feira.

No mercado de commodities, o dia de ganhos para o petróleo, com o de tipo Brent para abril fechando em alta de 0,88%, a US$ 61,09 o barril, enquanto o WTI para março teve ganhos de 0,67%, a US$ 58,36 o barril.

Essa alta da commodity, inclusive, pode levar a uma maior pressão sobre a Petrobras em meio à polêmica sobre a política de preços que teve início na sexta-feira. A mudança da política de preços da Petrobras, anunciada em fato relevante na ocasião, mas na verdade modificada no primeiro semestre de 2020, pegou o mercado de surpresa. A estatal informou após matéria da Reuters que alterou a política de preços de trimestral para anual “estritamente para fins de gestão e diagnóstico interno” em março de 2020, mas que isso nada interfere nas decisões sobre ajuste de preços, que continuam a seguir a paridade internacional.

O analista de petróleo e gás da consultoria StoneX, Thadeu Silva, destacou ao Broascast que o aumento de prazo para avaliação de ajustes pode ser uma política danosa para a empresa, principalmente diante dos preços defasados que mantém no mercado interno: “Ela não comunicou ao mercado. Do ponto de vista econômico o prazo de até 12 meses para seguir o preço internacional, é um prazo muito longo, não existe isso no mercado.” Segundo Silva, com os preços defasados atuais, a estatal é obrigada a abastecer todo o mercado com prejuízo. “Ela (Petrobras) falar que está seguindo o mercado internacional em até 12 meses é a mesma política da Dilma (Rousseff, ex-presidente da República). Vai reajustar o preço de vez em nunca, e é um mercado grande, que está crescendo, e vai ter de importar mais”, explicou.

PetroRio (PRIO3, R$ 77,74, -4,13%) também teve perdas após duas sessões com ganhos de mais de 3%. A PetroRio ainda  divulgou na noite de segunda-feira seus dados operacionais de janeiro deste ano. A companhia informou que sua produção diária total somou 30.362 barris de petróleo. O Campo de Frade respondeu pela produção de 12.005 barris de petróleo diariamente; em janeiro do ano passado produzia 13.438 barris por dia. Os dados, contudo, são referentes à 70% do campo de Frade: em 5 de fevereiro a PetroRio anunciou a conclusão da aquisição de 30% do campo.

Fora do índice, atenção para a Mosaico (MOSI3, R$ 37,10, -9,58%). Nos seus dois primeiros pregões, entre sexta e segunda, a ação da dona dos sites Zoom, Buscapé e Bondfaro saltou 107% na B3. Já nesta terça-feira, registra baixa de cerca de 7%.

Confira mais destaques:

Sabesp (SBSP3, R$ 42,56, +7,10%)

A Sabesp informou em comunicado que a Agência Reguladora de Serviços Públicos do Estado de São Paulo (Arsesp) divulgou a proposta de revisão tarifária para a companhia.

A agência divulgou as notas técnicas propondo uma tarifa média de R$ 4,84 / m3 (o reajuste final implícito ainda não foi divulgado porque o regulador também está propondo uma mudança na estrutura tarifária). A proposta será discutida de 9 de fevereiro a 8 de março e os resultados finais deverão ser implementados até 9 de abril de 2021.

A base de ativos regulatórios (RAB), um dos fatores determinantes para o reajuste, na avaliação do Credit Suisse, é positiva, com um aumento maior do que o esperado. RAB corresponde ao valor dos investimentos realizados por uma empresa de saneamento em sua área de concessão, e que embasa às tarifas cobradas dos usuários após contabilização em revisões tarifárias.

Os custos de referência são mais baixos, mas com bom resultado geral.

“No geral, a proposta de revisão é boa em nossa opinião devido a um RAB líquido maior do que o previsto. O RAB líquido proposto é de R$ 54,3 bilhões no ano de 2020 (R$ 58,3 bilhões no ano de 2021), 3,2% superior ao esperado [pelos analistas do banco], incluindo R$ 2,7 bilhões de investimentos inicialmente não contemplados nas revisões tarifárias anteriores. Como os municípios de Santo André e Mauá ainda não foram incluídos no RAB, o resultado final pode ser ainda maior do que o previsto; notamos, no entanto, que se trata de um valor preliminar (ainda não supervisionado pela Arsesp). (…) As estimativas de volume também não são comparáveis ​​com nossas estimativas (ou cálculos de ciclos anteriores), pois o regulador está estudando uma nova estrutura tarifária. Ainda assim, a taxa média de crescimento de volume de 2,2% se compara à nossa estimativa de crescimento de 2,1% para 2021 (usamos um valor inferior de 0,9% para o resto do ciclo)”, apontam os analistas do banco suíço.

Na visão dos analistas, esse é um bom começo para as discussões, com os especialistas aguardando a nota final. “A proposta de revisão tarifária pode ser modificada, mas os parâmetros iniciais parecem bons em toda a linha, em nossa opinião, principalmente devido à avaliação inicial do RAB e que podem ajudar a compensar parte dos impactos do COVID. No entanto, os impactos potenciais da crise podem resultar em um Ebitda pior, principalmente devido à inadimplência potencialmente maior. Mesmo assim, terminada a crise, os parâmetros são capazes de garantir bons níveis de Ebitda caso o RAB se confirme. Mantemos nossa recomendação outperform para a Sabesp”, avaliam. O preço-alvo do Credit para os ativos é de R$ 60,90.

O Bradesco BBI também aponta que, embora esses não sejam os números finais, o debate sobre a revisão tarifária começa com, aparentemente, um impulso positivo. “No entanto, precisamos entender melhor a aparente mudança na estrutura tarifária. Por fim, o nível implícito da revisão das taxas parece alto (perto de 17%), o que parece bom demais para ser verdade, afirmam. Com essas avaliações mantidas, isso implicaria em um valor patrimonial adicional de R$ 3,80 por ação, ou 10% de valorização.

Vale (VALE3, R$ 94,25, +0,26%) e minério de ferro

Os futuros do minério de ferro na China ampliaram ganhos nesta terça-feira à medida que houve um alívio em preocupações sobre um aperto na liquidez do mercado, enquanto perspectivas otimistas de demanda também ajudaram o material utilizado na fabricação do aço. O contrato mais negociado do minério de ferro na bolsa de Dalian DCIOcv1, para entrega em maio, fechou em alta de 4,3%, a 1.061,50 iuanes (US$ 164,59), ao final das negociações diurnas, na quarta sessão consecutiva de ganhos. Na bolsa de Cingapura, o contrato março do minério de ferro avançava 2,6%, para 158,65 dólares por tonelada, no segundo dia de alta.

“Já houve um alívio desde então e os preços do minério de ferro, em linha, voltaram a ficar em torno do preço de equilíbrio de 150 dólares/t, sugerindo que a demanda por minério de ferro permanece intacta”, destacou Howie Lee, economista do Banco OCBC em Cingapura, para a Reuters.

Sinais de melhora em mercados de aço fora da China também ajudaram a impulsionar os preços do minério de ferro, disseram analistas da ANZ em nota, citando lucros e perspectivas de um melhor 2021, com destaque para siderúrgicas chinesas. Mas as negociações tanto no mercado spot quanto nos futuros foram em baixo volume devido à proximidade do feriado de Ano Novo Chinês a partir de quinta-feira.

No radar da Vale, a companhia concluiu um investimento de US$ 6 milhões para aquisição de participação minoritária na Boston Electrometallurgical Company, ou Boston Metal. A operação tem como objetivo “promover o desenvolvimento de uma tecnologia focada na descarbonização de aço”, disse a companhia em comunicado nesta terça-feira.

Empresa pré-operacional fundada em 2012 por professores do Massachusetts Institute of Technology (MIT), a Boston Metal tem uma base de acionistas diversificada que inclui fundos de venture capital, empresas de mineração e investidores privados, acrescentou a companhia em comunicado.

Petrobras (PETR3, R$ 27,71, -2,60%;PETR4, R$ 27,54, -2,03%)

Ontem, as ações ordinárias da Petrobras caíram 4,14%, enquanto as PETR4 tiveram baixa de cerca de 3% apesar da alta do petróleo, em meio a um cenário de incertezas sobre a política de preços da companhia, que levou o Bradesco BBI e a XP Investimentos a rebaixarem os ativos.

Na segunda, a Petrobras anunciou reajustes de 6,2% para o diesel, 8,2% para a gasolina e 5% para o gás liquefeito de petróleo nas refinarias, após um fim de semana em que a empresa negou que estaria mudando a política de alinhamento de preços ao mercado internacional.

Na sexta, o presidente da estatal, Roberto Castello Branco, foi a Brasília explicar ao presidente Bolsonaro a política de preços. Em sua entrevista à TV Bandeirantes, o presidente voltou a negar que o governo federal controle os preços praticados pela petroleira.

Já na segunda, a companhia anunciou mais um aumento para seus produtos, que vigoram a partir da terça-feira, 9, nas refinarias da empresa. O diesel vai subir R$ 0,13 por litro, para R$ 2,24 por litro; a gasolina passará a custar R$ 2,25 por litro, refletindo aumento médio de R$ 0,17 por litro, e o gás de cozinha terá aumento de médio de R$ 0,14 por kg (equivalente a R$ 1,81 por 13kg).

“Embora vejamos como positivo que a Petrobras anunciou um aumento nos preços do diesel, observamos que os preços dos combustíveis da companhia no nível da refinaria ainda continuam abaixo da paridade da importação. Na nossa visão, enquanto tal desconto em relação aos níveis necessários de preços para viabilizar importações perdurar, a percepção de risco para a tese de investimentos da Petrobras deverá permanecer elevada”, destaca a XP, que possui recomendação neutra para ambas as classes de ativos com preço-alvo de R$ 32.

A sessão da véspera também marcou o anúncio da Petrobras da venda da refinaria baiana Rlam, por US$ 1,65 bilhão; já em relação à Repar, no Paraná, a empresa vai reiniciar o processo de venda após propostas vinculantes terem ficado abaixo do esperado, o que não agradou os investidores. Confira análise sobre a companhia clicando aqui. 

Duratex (DTEX3, R$ 20,52, -3,75%)

O lucro líquido da Duratex subiu 5,9% no quarto trimestre de 2020 na base de comparação anual, para um recorde de R$ 301,6 milhões. A receita líquida, por sua vez, teve alta de 27,4%, para R$ 1,89 bilhão, seu maior valor histórico.

A margem bruta foi de 21,2% para 32,6%, enquanto que o lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações (Ebitda) teve queda de 18,2%, a R$ 487,9 milhões, enquanto o Ebitda ajustado e recorrente subiu 85,4%, a um recorde de R$ 516,2 milhões. A Duratex encerrou 2020 com alavancagem de 1,15 vez, medida por dívida líquida sobre Ebitda dos últimos 12 meses.

Conforme destaca o Credit Suisse, os resultados foram impulsionados por volumes fortes em todas as divisões. A receita líquida também teve melhoras. O banco calcula que o fluxo livre de caixa de R$ 427,5 milhões foi auxiliado pelo Ebitda sólido e da liberação de R$ 195 de capital de giro.

O banco destacou que os resultados estão acima do esperado. O Credit mantém avaliação de outperform para a Duratex, por acreditar que a empresa se beneficiará de um ciclo de crescimento da atividade de construção no Brasil que pode durar anos, impulsionado por juros baixos, confiança do consumidor em alta e baixos estoques de unidades residenciais. O Credit mantém preço-alvo de R$ 22.

As ações registraram baixa de 3,75% na sessão, mas ainda acumulam ganhos de 7,21% em 2021, ante alta de 0,38% do Ibovespa.

São Martinho (SMTO3, R$ 32,70, -1,98%)

A São Martinho reportou na segunda lucro líquido de R$ 272 milhões no terceiro trimestre da safra de 2020 e 2021, queda de 20,6% frente a R$ 342,9 milhões no mesmo período do ciclo anterior.

O lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações (Ebitda) ajustado da empresa foi de R$ 651,6 milhões no mesmo período, avançando 20,3% no comparativo anual. A produção de açúcar avançou 34,1%, para 1,48 milhão de toneladas, e a fabricação de etanol caiu 13,1%, para 1,018 bilhão de litros.

Quanto às fixações, em 31 de dezembro de 2020 a empresa havia fixado preço de açúcar para aproximadamente 332 mil toneladas para o quarto trimestre desta safra, o que representa cerca de 85% da cana própria, a um preço de 1.505 reais por tonelada.

Para a safra 2021/22, as fixações totalizavam cerca de 703 mil toneladas de açúcar, o que representa 61% da cana própria, a um preço de 1.530 reais por tonelada.

E para a temporada de 2022/23, as fixações da São Martinho totalizavam 100 mil toneladas do adoçante, o que significa 9% da cana própria, a um preço de 1.745 reais por tonelada.

A empresa ainda disse que nos nove primeiros meses de 2020/21 foram processados 22,5 milhões de toneladas de cana-de-açúcar, uma redução de 0,5% no comparativo anual, em decorrência do clima mais seco observado no período.

O Morgan Stanley comentou os resultados da São Martinho no terceiro trimestre da safra de 2020/2021. O banco avalia que o tempo seco resultou em uma moagem 2% abaixo da guidance, mas a concentração maior de açúcar na cana permitiu produzir 2% a mais de açúcar do que o esperado. O Morgan Stanley afirma que o clima seco pode afetar o crescimento da cana em 2022, mas boas chuvas desde dezembro podem compensar pelo começo fraco.

O Ebitda de R$ 652 milhões ficou 8% acima de sua expectativa, impulsionado por volumes de etanol mais fortes e as vendas de R$ 27 milhões em créditos de carbono, que compensam pelos volumes de açúcar.

O banco destaca que, para o próximo trimestre, 85% das vendas de cana esperadas já estão vendidas. O Morgan Stanley afirma que a São Martinho é uma das melhores empresas para comprar para faturar com o ciclo do açúcar. Mas mantém avaliação em equal weight (expectativa de valorização dentro da média do mercado) por avaliar que há outras empresas com preços mais atrativos, como a Adecoagro, que avalia como overweight. Para a São Martinho, mantém preço-alvo de R$ 30, frente a R$ 33,6 negociados na segunda.

BTG Pactual (BPAC11, R$ 113,72, -0,38%)

O BTG Pactual divulgou nesta terça-feira um lucro líquido recorrente de R$ 1,26 bilhão, alta de 24,6% em relação a igual período de 2019, uma vez que suas receitas cresceram na maioria de suas unidades de negócios.

O retorno sobre o patrimônio líquido do BTG foi de 19,1%, 3,4 pontos percentuais acima do trimestre imediatamente anterior, mas estável na comparação ano a ano.

A receita total do BTG aumentou 14% em relação ao ano anterior, para R$ 2,8 bilhões, impulsionada pelas comissões do banco de investimentos, empréstimos a empresas e gestão de fortunas.

As taxas de ofertas de ações, fusões e aquisições e negócios de emissão de dívida em que o BTG assessorou aumentaram 68% ano a ano, conforme o Brasil viu um boom nas ofertas públicas iniciais. Os IPOs no mercado brasileiro totalizaram US$ 8,7 bilhões no ano passado, um aumento de 73,5% em relação a 2019, com 29 novos anúncios.

Ainda assim, as despesas operacionais do BTG aumentaram 5%, para cerca de R$ 1 bilhão no trimestre, impulsionadas pela unidade de varejo recém-lançada do BTG. O banco terminou dezembro em 3.515 funcionários, um aumento de 37% em um ano.

BR Properties (BRPR3, R$ 9,02, -2,38%)

A BR Properties lucrou 61% no quarto trimestre de 2020 na base de comparação anual, para R$ 155,7 milhões, enquanto a receita líquida teve baixa de 5%, para R$ 83,5 milhões.

A companhia também realizou uma mudança na política de pagamento de dividendos, sendo pago o maior valor entre o dividendo mínimo obrigatório e 50% do lucro líquido ajustado.

CVC Brasil (CVCB3, R$ 19,67, -1,01%)

O conselho de administração da CVC Brasil convocou assembleia geral extraordinária para 11 de março após quatro membros do colegiado renunciarem aos respectivos cargos, entre eles o presidente Silvio José Genesini Junior.

Além de Genesini Junior, Deli Koki Matsuo, Cristina Junqueira e Henrique Teixeira Alvares também renunciaram aos seus respectivos no conselho, para os quais foram eleitos em maio do ano passado com mandato até agosto de 2022.

Em fato relevante sobre a saída dos conselheiros, a CVC não detalhou a razão para as renúncias. A convocação para a assembleia foi aprovada pelo conselho na véspera.

A operadora de turismo destacou o “auxílio e importante atuação” de todos conselheiros para conclusão de uma série de medidas tomadas pela nova gestão, como a finalização do processo de apuração independente sobre fatos relacionados às distorções contábeis, reestruturação de dívidas de R$ 1,5 bilhão, aumento de capital de R$ 664 milhões, entre outras.

Lojas Americanas (LAME4, R$ 24,27, -1,02%), B2W (BTOW3, R$ 83,00, -1,27%), Magazine Luiza (MGLU3, R$ 26,24, +0,31%), Via Varejo (VVAR3, R$ 14,93, -1,91%)

A XP investimentos revisou as suas recomendações para o setor de e-commerce, com Lojas Americanas com recomendação de Compra e preço alvo de R$ 36,00 para o fim de 2021 (ante preço-alvo de R$ 44 antes), B2W com recomendação de compra e preço alvo de R$ 121,0 para o fim de 2021 (versus neutro e R$135 antes), Magalu (com recomendação neutra e preço alvo de R$ 27 para o fim de 2021 (versus R$ 20 antes) e Via Varejo com recomendação neutra e preço alvo de R$ 20 para o fim de 2021 (versus compra e R$ 28 antes).

“Destacamos a Lojas Americanas como nossa preferência no setor, por vermos a empresa bem posicionada e com uma estratégia clara para se tornar um ecossistema, oferecendo varejo físico e digital, pagamentos e logística para clientes e vendedores parceiros. Além disso, esperamos que a B2W seja o destaque da nossa cobertura em 2021 em termos de ganhos de participação de mercado, devido a uma base de comparação “mais fácil” (já que seu marketplace (3P) foi mais prejudicado em 2020), além de estar ofertando melhores condições aos seus vendedores e clientes. Finalmente, vemos as ações negociando a um valuation atrativo. Além disso, nós vemos potenciais ganhos através de fusões e aquisições, que acreditamos que podem se materializar no curto prazo”, apontam os analistas.

Banco Panamericano (BPAN4, R$ 13,10, +0,46%)

Segundo seu balanço de resultados, o Banco Pan encerrou 2020 com lucro líquido de R$ 655,569 milhões, patamar 27% superior ao resultado de um ano antes. No quarto trimestre, o lucro líquido foi de R$ 171 milhões, em linha com o registrado no trimestre anterior.

O lucro por ação foi de R$ 0,54, tanto para ações ordinárias quanto preferenciais. No ano anterior, o lucro fora de R$ 0,44.

O resultado bruto da intermediação financeira em 2020 foi de R$ 5,913 bilhões, frente a R$ 4,326 bilhões em 2019. O resultado operacional somou R$ 896,614 milhões, frente a R$ 234,453 milhões em 2019.

O banco afirma que a carteira, formada principalmente por crédito consignado e colateralizado, mostrou “resiliência”, e que a expertise em concessão de crédito e cobrança permitiu o crescimento do portfólio e a redução do custo do crédito.

As taxas de inadimplência (em 90 dias) caíram de 6,7% no terceiro trimestre para 5,5% no quarto trimestre.

Bradesco (BBDC3, R$ 22,51, +0,94%;BBDC4, R$ 25,45, +0,51%)

O Itaú BBA ampliou sua previsão para o lucro líquido do Bradesco em 2021 para R$ 28 bilhões, devido a crescimento de 9% nas margens com clientes, frente a guidance de entre 2% e 6%, e de 5% nas taxas, e redução de 4% nos gastos, acima de 16% nas estimativas do mercado e 9% acima do patamar de 2019.

O Itaú avalia que a guidance do Bradesco para a margem com clientes parece conservadora devido à estratégia de portfólio do banco e à dinâmica macro. A receita por contas teve o melhor crescimento do setor em 2020, e deve continuar a aumentar com crescimento da base de clientes e canais.

O Itaú vê melhora nos ganhos do Bradesco, um cenário de aceleração do crescimento do PIB, discussões mais equilibradas sobre concorrência com fintechs e regulação e opcionalidades corporativas das divisões de corretagem, cartão de crédito e digital banking, que devem ser discutidas neste ano.

O Itaú elevou o preço alvo do Bradesco em 2021 para R$ 36 por ação BBDC4, frente os R$ 25,32 de fechamento de segunda. E US$ 7,6 o preço-alvo das ADRs, frente a US$ 4,76 de fechamento da véspera.

Cyrela (CYRE3, R$ 28,08, -2,33%), Direcional (DIRR3, R$ 14,68, -0,14%), shoppings e escritórios

O Itaú BBA apresentou suas previsões para os setores de construção, shopping e propriedades comerciais sob sua cobertura, em meio ao início da temporada de divulgação de resultados.

Incorporadoras devem divulgar bons resultados, com margens resilientes e crescimento do faturamento bruto. O banco vê Cyrela e Direcional como as melhores empresas no trimestre.

O banco espera a desaceleração da recuperação de shoppings, com novas medidas de isolamento, e concorrência acirrada. Mas o Itaú diz esperar que as empresas reduzam os descontos e mantenham gastos com despesas gerais, de vendas e administrativas. No setor de propriedades comerciais, o banco diz esperar um trimestre sem grandes eventos. As ocupações devem se manter resilientes, e os lucros devem melhorar de forma modesta.

Aura Minerals (AURA33, R$ 59,45, -2,54%)

O Credit Suisse diz ver uma sólida execução da Aura Minerals, com o início da operação da mina de Ernesto no complexo EPP, que deve ajudar a melhorar volumes e custos, a alta de 30% no minério processado em Aranzazu, que deve diluir custos fixos e o início da Gold Road.

O banco vê alta de exportações de 200 kGEO em 2020 para 277 kGEO em 2021, com o custo por onça diminuindo de US$ 845 por onça para US$ 771 por onça.

O Credit Suisse atualizou seu modelo para a Aura Minerals, incorporando o projeção para o preço do ouro de US$ 2.113 a onça em 2021, frente a previsão anterior de US$ 2.500; de US$ 2.300 a onça em 2022, frente a US$ 2,200 e US$ 1.800 para 2021.

Para o cobre, atualizou de US$ 2,80 a libra para US$ 3,53 em 2021; US$ 2,60 para US$ 3,20 em 2022. E a taxa de câmbio do real para o dólar de R$ 5,70 para R$ 5,20.

O banco diz que o principal fator para suas projeções quanto ao ouro é a política monetária acomodativa e fiscal expansionista, em um patamar sem precedentes, em especial nos Estados Unidos, em resposta à covid.

O banco vê gatilhos que podem impulsionar a reavaliação da nota dos papéis, como relatórios atualizados para a Gold Road e Bananal nos próximos meses, e a atualização de seu formulário anual de informação, previsto para o primeiro trimestre de 2021.

Mas a economia continua frágil e a recuperação pós pandemia será gradual, o que implica um ambiente de nível baixo, com preços altos de ouro, que devem se manter, pelo menos pelos próximos anos.

O banco avalia que suas estimativas para o Ebitda subiram 4% para o período entre 2021 e 2024. Os riscos são volatilidade dos preços de ouro e cobre, mudanças para a regulação da mineração no Brasil, no México e em Honduras e volatilidade das moedas nacionais, além de pausas no trabalho.

O Credit mantém avaliação de outperform (expectativa de valorização acima da média do mercado) para a Aura, reduzindo o preço-alvo de R$ 83,33 para R$ 73, frente os R$ 61 de fechamento da véspera para os papéis AURA33.

Ez Tec (EZTC3, R$ 36,84, -3,36%)

A EZ Tec, por sua vez, informou que a controlada EZ Inc desistiu de oferta pública de ações, citando condições de mercado.

Azul (AZUL4, R$ 44,30, -0,65%)

A demanda total por voos da companhia aérea Azul em janeiro atingiu 2,293 milhões de passageiros, o que representa uma queda de 31% em relação a igual mês de 2020. Segundo dados divulgado pela empresa nesta segunda-feira, sua oferta de assentos no mês passado somou 2,913 milhões, o que equivale a uma retração de 25,3% ano a ano. A taxa de ocupação das aeronaves da Azul foi de 78,7% no mês passado, menor do que 85,2% reportados um ano antes.

Mercado Livre (MELI34, R$ 84,35, -1,25%)

O Instituto para Desenvolvimento do Varejo, que reúne cerca de 70 grandes varejistas estuda ir ao Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) contra o Mercado Livre por suposta concorrência desleal. Segundo o jornal Valor, a empresa tem grande volume de vendas, entre pessoas físicas, de produtos usados, sem origem comprovada e lojistas que não emitem nota fiscal.

BrasilAgro (AGRO3, R$ 23,95, -0,21%)

A BrasilAgro comunicou na segunda que foi informada de que Charles River Administradora de Recursos Financeiros e Monteiro Aranha têm mais de 10% de participação na empresa.

(com Bloomberg, Reuters e Agência Estado)

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.