Ação da Eletrobras sobe 14% com maior otimismo sobre privatização; Profarma salta com IPO da d1000 aprovado e aéreas caem 1%

Confira os destaques do noticiário corporativo na sessão desta sexta-feira (17)

Rodrigo Tolotti

(Eletrobras)

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SÃO PAULO – A sexta-feira (17) voltou a ser de forte alta para a bolsa após a realização da véspera, com o Ibovespa superando os 102 mil pontos em alta de 2,32%, em meio ao maior otimismo sobre a reforma tributária.

A Marfrig (MRFG3, R$ 14,61, +8,71%) voltou a chamar atenção entre as altas, subindo mais de 8%. Na véspera, o Credit Suisse divulgou relatório prevendo um resultado do segundo trimestre positivo para a companhia.

Já a Profarma (PFRM3, R$ 7,31, +13,69%) saltou mais de 13% após o seu Conselho de Administração confirmar a realização da oferta pública inicial (IPO, na sigla em inglês) da sua controlada d1000 Varejo.

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Os papéis da Eletrobras (ELET3, R$ 40,40, +14,35%;ELET6, R$ 40,81, +11,84%) registraram ganhos de mais de 14%. Nos últimos dias, o ministro da Economia, Paulo Guedes, tem vocalizado a defesa das privatizações. Na véspera, o ministro afirmou na Expert XP que, nos próximos três meses, espera acelerar os marcos regulatórios e aprovar pelo menos 3 ou 4 grandes privatizações para dar a sinalização que o governo não abandonou essa agenda. As ações da Cielo (CIEL3, R$ 5,26, +9,13%) também tiveram forte alta.

Já entre as baixas, somente CVC ( CVCB3, R$ 21,80, -1,80%), Azul (AZUL4, R$ 21,80, -1,13%) e Gol (GOLL4, R$ 20,80, -1,09%) tiveram queda de mais de 1%. Azul e Gol tiveram a recomendação reduzida para venda pelo UBS.

Confira os destaques:

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Petrobras (PETR3, R$ 23,65, +0,08%;PETR4, R$ 22,74, +0,08%)

Roberto Castello Branco, CEO da Petrobras, apontou que a demanda chinesa por petróleo está forte. “Na medida em que tivermos mais petróleo, teremos a oportunidade de vender para a China”, disse o presidente da companhia em entrevista na Bloomberg Television.

A demanda por combustível também aumentou no Brasil nos últimos dois meses e a produção de refinaria aumentou no Brasil. Atualmente, os estoques estão abaixo do normal, disse ele.

“É possível que os preços permaneçam nos níveis atuais, mas é difícil prever”, afirmou.  Ele disse estar cético sobre a capacidade da Opep de controlar o suprimento de petróleo porque ela não pode impor cotas. Castello Branco ainda apontou que a companhia continua a vender ativos, incluindo 8 refinarias,
embora a pandemia tenha retardado o processo.

Tenda (TEND3, R$ 34,11, -0,09%)

A construtora Tenda divulgou sua prévia operacional do segundo trimestre de 2020, as vendas líquidas chegando a R$ 576,4 milhões no período, avanço de 20,1% ante o mesmo período de 2019, e de 31,1% ante os três primeiros meses deste ano. No acumulado do semestre, as vendas somaram R$ 1,016 bilhão, alta de 14,6%.

As vendas brutas somaram R$ 689,2 milhões, avanço de 28,4% em um ano, e de 27,4% em três meses. Foram 4.946 unidades vendidas, número 22,5% maior na comparação anual. Já os distratos somaram R$ 112,8 milhões entre abril e junho, um aumento de 97,9% em relação ao segundo trimestre de 2019. Em unidades, esse crescimento nos distratos foi de 91,3%, para 817. Assim, o número de unidades vendidas líquidas chegou a 4.129, avanço de 14,4%.

Segundo explica a Tenda, esse aumento nos distratos aconteceu principalmente por conta do impasse entre os agentes do Minha Casa, Minha Vida na alocação de recursos para o programa. “Mesmo com os distratos no ano até agora, ainda há backlog de repasse de vendas realizadas desde o início de 2020”, ressalta a empresa.

A Tenda lançou 14 empreendimentos no segundo trimestre, com valor geral de vendas (VGV) de R$ 630,2 milhões. No primeiro trimestre, a companhia havia feito 4 lançamentos, e no segundo trimestre de 2019, foram 13. O valor deste ano corresponde a um crescimento de 6,4% na comparação anual. No semestre, os lançamentos chegaram a R$ 795,8 milhões em VGV, queda de 18,6%.

No relatório de prévias, a Tenda explica que a retomada gradual nas aprovações por órgãos municipais e estaduais, e nos registros em cartório contribuiu para o aumento nos lançamentos durante o trimestre. “Ainda assim, a esteira de lançamentos segue mais lenta que no período pré-pandemia”, afirma a construtora.

EzTec (EZTC3, R$ 39,85, -1,53%)

A Eztec, em sua prévia operacional, divulgou vendas de R$ 123 milhões no segundo trimestre do ano, uma queda de 67% na comparação com igual trimestre do ano passado.

Segundo a companhia, o mês mais crítico foi abril, com vendas brutas de apenas R$ 21 milhões. A incorporadora também não fez lançamentos no período.

Moura Dubeux (MDNE3, R$ 11,79, +5,74%)

As vendas da Construtora Moura Dubeux totalizaram R$ 102,1 milhões no segundo trimestre do ano, uma queda de 67,7% na comparação com igual período de 2019. Já no acumulado do semestre, elas chegaram a R$ 179,4 milhões, recuo de 63%.

A empresa informou ainda que, em função da pandemia da Covid-19, adiou os lançamentos, que serão retomados no terceiro trimestre com dois empreendimentos, sendo um em Recife (PE) e outro em Fortaleza (CE).

Caixa Seguridade

A Caixa Econômica Federal anunciou a retomada das discussões para a abertura de capital (IPO, na sigla em inglês) de sua controlada Caixa Seguridade. A oferta de ações foi interrompida em março devido às incertezas causadas pela pandemia do novo coronavírus.

O anúncio da oferta e listagem na B3 foi feito em 21 de fevereiro e, a suspensão, se deu em 11 de março.

Profarma (PFRM3, R$ 7,31, +13,69%)

O Conselho de Administração da Profarma confirmou a realização da oferta pública inicial (IPO, na sigla em inglês) da sua controlada d1000 Varejo.

Mesmo com a oferta, a Profarma continuará com o controle da empresa (participação superior a 50%).

CSN (CSNA3, R$ 11,90, +1,80%)

A CSN anunciou na noite de quinta-feira um novo acordo de pré-pagamento sobre fornecimento de minério de ferro à trading Glencore, no valor de US$ 115 milhões. Os recursos vão ser utilizados para a redução de endividamento.

O acordo envolve fornecimento de 4 milhões de toneladas de minério de ferro em até 5 anos. Segundo a CSN, os valores previstos no acordo podem ser ampliados futuramente, dependendo do interesse das partes.

O novo contrato ocorre um ano depois que a CSN assinou acordo com a Glencore envolvendo fornecimento de aproximadamente 10 milhões de toneladas de minério de ferro em cinco anos por um valor de US$ 250 milhões.

Na avaliação dos analistas do Bradesco BBI, o acordo com adicional com a Glencore será positivo para a liquidez do balanço da CSN, mas o cenário ainda é de cautela.

“Mantemos nossa postura cautelosa em relação às ações. Embora a divisão de minério de ferro possa se beneficiar de um real mais fraco e o ainda alto preço do minério de ferro, as margens da siderurgia provavelmente ficarão comprimidas em 2020”, disseram, em relatório a clientes.

Enauta (ENAT3, R$ 11,20, -1,32%)

A Enauta vê capex de 2021 em US$ 75 milhões. A previsão de investimentos em exploração, desenvolvimento e produção em 2020 foi mantida em US$ 35 milhões.

Sabesp (SBSP3, R$ 63,88, +6,47%), Copasa (CSMG3, R$ 57,29, +1,54%) e Sanepar (SAPR11, R$ 31,80, +1,18%)

O presidente Jair Bolsonaro disse esperar que o Congresso mantenha o veto presidencial, divulgado na quarta-feira (15) pelo Palácio do Planalto, ao dispositivo do Marco Legal do Saneamento Básico que previa a manutenção dos atuais contratos do setor por 30 anos.

O veto desagradou a parlamentares, governadores e prefeitos que viram no gesto do presidente o descumprimento do acordo firmado com o governo federal para aprovação da proposta.

Marisa (AMAR3, R$ 8,99, +5,02%)

O Itaú BBA manteve a recomendação de “outperform” das ações da Marisa, mas com a fixação do preço-alvo em R$ 11 para 2021 – antes, era de R$ 13 para 2020. A mudança leva em conta o cenário mais difícil para o setor de varejo em decorrência da pandemia do novo coronavírus.

“Mesmo quando todas as lojas reabrirem, o cenário macro será muito mais desafiador, afetando negativamente os segmentos de varejo e serviços financeiros”, avaliaram os analistas do Itaú BBA.

Como vantagens em relação aos concorrentes, a instituição financeira lembra que a Marisa tem uma maior exposição a lojas de rua, produtos básicos e um canal de comércio eletrônico, o que pode ajudar a uma recuperação mais rápida que os pares.

No entanto, apenas em 2021 a empresa deve se recuperar para o nível de 2019.

Azul (AZUL4, R$ 21,80, -1,13%) e Gol (GOLL4, R$ 20,80, -1,09%)

A Gol e a Azul tiveram suas ações reduzidas a venda pelo UBS, com preços-alvos respectivos de R$ 12,50 e R$ 15,50.

O banco suíço espera que a recuperação do tráfego aéreo demore mais do que o previsto anteriormente, segundo o analista Rogerio Araujo em relatório de 16 de julho. O UBS agora vê a capacidade doméstica atingindo cerca de 50% do nível de 2019 até o final deste ano, 85% no quarto trimestre de 2021 e completamente recuperada em 2022 (contra estimativas anteriores
de 88%, 100% e 115%, respectivamente). Ainda é incerto se as viagens corporativas irão se recuperar
totalmente, dado que as reuniões podem continuar on-line .

A ajuda do BNDES deve chegar em breve; se um acordo não for alcançado ou as empresas optarem por não aceitar os termos, outras alternativas como potenciais follow-ons são plausíveis.

Sobre o tema, a Bloomberg informou que a ajuda financeira prometida pelo governo para as companhias aéreas pode chegar apenas em setembro, disseram duas pessoas com conhecimento sobre o assunto, que pediram para não ser identificadas pois a negociação não é pública.

As negociações com Gol e Azul estão em andamento, disseram as pessoas, enquanto as conversas com a Latam perderam força e há dúvidas sobre se o BNDES poderia dar auxílio financeiro a uma
empresa que entrou em recuperação judicial nos Estados Unidos, disse uma pessoa. A Gol disse em resposta por email que segue negociando com o BNDES e espera que haja uma definição “nas
próximas semanas.” A Azul afirmou que continua em negociação com o BNDES “e não há novidades para compartilhar neste momento.” A Latam disse por email que as negociações com o BNDES continuam acontecendo. O BNDES preferiu não comentar.

IRB (IRBR3, R$ 9,00, +0,56%)

O IRB Brasil foi rebaixado a manutenção pelo Grupo Santander. O preço-alvo é de R$ 11 implica potencial de alta de 23% em relação ao último fechamento.

Conforme aponta o analista Henrique Navarro, o IRB está em processo de reconstrução da confiança que perdeu com o mercado – algo que acontece em anos, não em trimestres. Ele aponta ainda que, embora acredite que o preço atual das ações já esteja incorporando a maior parte dos eventos negativos (por exemplo, o ROE – retorno sobre o patrimônio líquido – sustentável implícito no preço atual das ações é de apenas 16%), a visibilidade do ROE de longo prazo está nebulosa no momento, o que impede uma visão mais construtiva.

O analista reforça que a cadeia de eventos que culminou no anúncio de um potencial aumento de capital, variando de R$ 2,1 bilhões a R $ 2,3 bilhões, levou a uma visibilidade reduzida do ROE que o IRB poderia oferecer nos próximos anos – um elemento essencial para compreender completamente o potencial valor a ser desbloqueado na empresa. “Analisamos os ROEs históricos do IRB e adotamos 19% como o ROE sustentável para fins de avaliação”, apontou Navarro.

CCP (CCPR3, R$ 16,40, +2,50%)

O Bradesco BBI deu início à cobertura da Cyrela Commercial Properties com recomendação de “outperform” e preço-alvo de R$ 20, o que representa um potencial de valorização de 25%.

Essa classificação reflete o portfólio de escritórios em locais considerados de boa localização, que poderiam se beneficiar do aumento dos aluguéis; dos shoppings em poder da empresa; e do balanço reforçado pela oferta de R$ 800 milhões realizada no ano passado, que poderia impulsionar movimentos de fusões e aquisições.

No segmento de escritórios, o Bradesco BBI não acredita em aumento da vacância ou de descontos em consequência da pandemia da Covid-19. Já em shoppings, esse cenário é mais provável de ocorrer.

Entre os riscos para a CCP, os analistas do Bradesco BBI apontam a recuperação econômica mais lenta que o esperado; spreads de leasing abaixo do esperado; inadimplência e vacância acima do previsto; e maior despesa com as propriedades vagas.

Triunfo (TPIS3, R$ 1,46, +2,82%)

A Triunfo participações informou nesta sexta-feira que o aeroporto de Viracopos foi qualificado para relicitação, segundo publicado no “Diário Oficial”.

Além disso, o Conselho do Programa de Parcerias de Investimentos irá avaliar a possibilidade de transferência das dívidas contraídas pela atual concessionária aos financiadores de uma nova concessionária.

Em comunicado, a Triunfo ainda lembra que o decreto tem validade de 90 dias. Ou seja, esse é o prazo para que seja firmado um Termo de Aditivo ao Contrato de Concessão.

Em maio, a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) já havia aprovado a relicitação do aeroporto.

Suzano (SUZB3, R$ 39,85, +2,89%)

O Credit Suisse manteve a recomendação de “outperform” para a Suzano, mas com redução do preço-alvo de R$ 60 para R$ 54,50. A empresa segue como a “top pick” do banco suíço.

O patamar dos preços da fabricante de papel e celulose indicam que atualmente ela está com uma relação de 6,5 vezes entre o valor da empresa e o Ebitda. Segundo o Credit, a média histórica desse múltiplo está em 7 vezes.

Segundo o Credit, a alavancagem da empresa deve cair para 3,5 vezes a relação entre dívida líquida e Ebitda, abaixo do patamar atual, que é de 6 vezes.

(Com Agência Estado e Bloomberg)

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Rodrigo Tolotti

Repórter de mercados do InfoMoney, escreve matérias sobre ações, câmbio, empresas, economia e política. Responsável pelo programa “Bloco Cripto” e outros assuntos relacionados à criptomoedas.